Mestrado em Estudos Sobre as Mulheres - Género, Cidadania e Desenvolvimento | Master's Degree in Women Studies - TMEMU
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- Alice no espaço: feminismo e ficção científica: uma leitura do conto “The Women Men Don’t See”, de James Tiptree Jr./Alice SheldonPublication . Prata, Maria de Jesus Cristina Joana de Sousa; Couto, Anabela Galhardo; Joaquim, TeresaEsta dissertação pretende dar a conhecer uma escritora não traduzida nem publicada entre nós, Alice Sheldon/ James Tiptree Jr., através da leitura do conto “The Women Men Don’t See”, de uma posição de leitura feminista. Inicia-se com uma contextualização do aparecimento da crítica literária feminista, nos anos setenta, seguida por uma breve definição e perspetiva histórica da ficção científica, o género literário em que o conto se insere. Num terceiro momento, apresenta-se um pequeno apontamento sobre a vida e a obra da autora, Alice Sheldon, que publicou sob o pseudónimo masculino James Tiptree, Jr. A dissertação termina com a leitura do conto, que permite abordar temas importantes para a crítica literária e para o feminismo, como sejam os do género e da identidade, e os da (in)visibilidade das mulheres escritoras e das mulheres em geral. Procurámos situar a escrita de James Tiptree, Jr. no seu tempo (anos sessenta e setenta do século XX) e no género literário da ficção científica, mas também procurámos mostrar a sua originalidade e a forma como algumas das suas posições antecipam ideias posteriormente avançadas por outras pensadoras, em relação ao espaço ocupado pelas mulheres. A utilização do pseudónimo masculino permite problematizar a questão da (eventual) diferença na escrita dos homens e das mulheres, e também questionar a nossa posição de leitores e a forma como os nossos preconceitos influenciam as nossas leituras.
- Atletas do fisiculturismo: suas narrativas sobre o corpo, beleza e feminilidadePublication . Monteiro, Letícia Boratto; Couto, Anabela GalhardoA Dissertação tem como finalidade analisar, a partir de uma perspectiva de gênero, as narrativas sobre os corpos femininos no contexto do esporte do fisiculturismo. Em específico, interessa averiguar, analisar e revelar as perspectivas das atletas de fisiculturismo sobre a sua prática, os seus corpos e em particular, sobre o conceito de feminilidade, o qual constitui um dos requisitos de avaliação em competição na Categoria Women’ s Physique. Pretende-se dar visibilidade às atletas e ao esporte. Respaldado nos Estudos de Gênero e Culturais, elaborou-se o estudo, as discussões e as conclusões da pesquisa. Utilizou-se como instrumento de investigação a entrevista semiestruturada com as atletas fisiculturistas da modalidade. A análise das mensagens decorreu segundo a perspectiva de Laurence Bardin. Procedeu-se ao exame dos conteúdos manifestados pelas atletas, a respeito de suas vivências, percurso no esporte e concepções sobre os conceitos de feminilidade e beleza dentro do fisiculturismo, destacando os ideais e estereótipos de feminilidade normatizada que circunscrevem os corpos das mulheres. Por fim, compreende-se que a aparência fortemente musculada das atletas entra em ruptura com as representações historicamente produzidas do feminino, afrontando estereótipos e representações hegemónicas de masculinidade e feminilidade e apontando novas representações, novas referências e novas possibilidades para os corpos das mulheres.
- O bebé já tem nome?: um olhar feminista sobre práticas de nomeaçãoPublication . Pereira, Vanessa Araújo; Joaquim, TeresaOs nomes fornecem informação acerca dos princípios, convicções e preceitos culturais das populações (Smith, 1985), revelando «muita coisa, tanto de quem o deu quanto de quem o porta» (Strauss, 1995 cit. in Santos & Santos, 2017, p.12). Esta dissertação pretende analisar até que ponto os processos e práticas de nomeação de crianças registadas em Portugal espelham costumes marcados pela ordem de género dominante, se existe algum grau de consciência acerca da forma como estas estruturas influenciam decisões e práticas, se ocorrem mecanismos intencionais de resistência ou subversão no sentido de atenuar assimetrias ou desigualdades e, ainda, se se observa alguma tendência pela opção de nomes neutros quanto ao género. De natureza qualitativa e centrada na compreensão de significados, recorreu-se à análise temática (Braun & Clark, 2006) para tratar os dados, que foram recolhidos através da aplicação de um questionário. Os resultados, discutidos à luz de paradigmas interpretativos feministas, sugerem que as práticas de nomeação revelam conformidade, consciente ou não, à norma social, traduzida em nomes escolhidos quase sempre em função do sexo da criança e apelidos ordenados de acordo com a valorização do sobrenome paterno, reproduzindo mecanismos de manutenção do poder patriarcal. Estas práticas são, porém, pontuadas por escolhas mais divergentes, que refletem soluções de compromisso ou de conciliação das preferências dos elementos da díade parental, tendo em vista o equilíbrio de poder na tomada de decisão e a presença, em pé de igualdade, de ambas as identidades familiares na composição do nome da criança.
- Conciliação da vida profissional, pessoal e familiar no município de Gondomar: a licença parental partilhadaPublication . Gomes, Diana Filipa Martins; Perista, Heloísa; Albuquerque, RosanaA conciliação da vida profissional, pessoal e familiar potencia uma efetiva igualdade entre homens e mulheres, permitindo a realização individual ao nível das suas escolhas em todas as esferas da sua vida. Contudo, esse equilíbrio tão almejado, pode muitas vezes ser difícil de se alcançar, colocando em questão as interações sociais e profissionais entre homens e mulheres e entre os/as mesmos/as e as suas entidades patronais. As alterações sociais, demográficas e económicas, que se têm sentido ao longo dos últimos anos, fazem-se acompanhar de alguma exigência e pressão quer individual, familiar, organizacional e da sociedade em geral, no modo em como são conjugados o trabalho e a vida pessoal e familiar. As dificuldades de conciliação entre as esferas ocorrem muitas vezes devido aos estereótipos de género existentes na sociedade, reproduzidos pelos indivíduos através dos seus comportamentos ao nível organizacional. É nesse sentido que pretendemos compreender com este estudo de caso dos trabalhadores do município de Gondomar, que foram pais entre o ano de 2017 e 2019, a sua opção de não exercício do direito à licença parental partilhada.
- Conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar na Administração Pública Central Portuguesa: o caso da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG)Publication . Andrade, Alexandra Silva Ramos Moreira de; Casaca, Sara Falcão; Albuquerque, RosanaConsiderando a necessidade de assegurar uma adequada articulação entre a vida profissional, pessoal e familiar para combater as assimetrias de género que ainda persistem na sociedade portuguesa, e que a conciliação é um tema central na agenda política nacional porque tem impacto na produtividade e sustentabilidade demográfica do país selecionou‐se um organismo da Administração Pública Central, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género para, no âmbito de um estudo de caso, identificar e analisar as necessidades das pessoas trabalhadoras em termos de articulação entre a vida pessoal familiar e profissional e identificar os obstáculos à adoção de medidas de conciliação, os quais sejam transversais aos restantes organismos da Administração Pública Central. O presente estudo procura desta forma iniciar uma reflexão sobre as limitações e obstáculos existentes na Administração Pública (AP), para dar resposta, dentro de um quadro legal onde a lei é o princípio e o fim da atuação da AP, às necessidades dos trabalhadores e das trabalhadoras de flexibilidade e inovação na gestão dos seus tempos de trabalho.
- Desigualdade(s) de gênero na magistratura: impactos da organização de trabalho genderizada na carreira das mulheres magistradas do tribunal de justiça Estado do Paraná - BrasilPublication . Zanetti, Luciene Oliveira Vizzotto; Albuquerque, Rosana; Mariano, Silvana Aparecida; Marques, Susana RamalhoA presente investigação adota uma perspectiva de gênero para examinar o impacto da organização genderizada na carreira das magistradas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Brasil. Adotando o conceito de gênero de Joan Scott (1990), por meio dos estudos de Rosabeth Kanter (1977 e 1993) de Joan Acker (1990) e Santos e Amâncio (2014) aborda o debate sobre a desigualdade de gênero apresentando o conceito de tokenismo/sobreminoria e de organização genderizada. A pesquisa analisa a teoria neutra das organizações laborais que sustenta que a desigualdade nos locais de trabalho é consequência da neutralidade atribuída às instituições que na verdade são baseadas no gênero masculino, conhecida como genderização. A segregação vertical é contextualizada por metáforas compiladas do Manual "Gênero de Mudança Organizacional" (Casaca & Lortie, 2018), partindo do conceito de "teto de vidro" (Steil, A. V. 1997), que simboliza as barreiras invisíveis que dificultam a trajetória feminina até os cargos de maior poder. Além disso, o trabalho examina a representação feminina nas Supremas Cortes de países da América Latina (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - CEPAL, 2022), bem como, trabalhos recentes sobre a presença das mulheres na magistratura brasileira (Bonelli & Oliveira, 2020; Bonelli, 2011; Fragale Filho, 2015; Severi & Jesus Filho, 2022; Sciamarella, 2020; Yoshida & Held, 2019; Yoshida, 2022), juntamente com dados disponíveis no país (Conselho Nacional de Justiça – CNJ e Associação Juízes Federais - AJUFE). Nesta senda, este estudo tem como objetivo investigar se as mulheres magistradas do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná são afetadas pela organização de trabalho baseada no gênero masculino, uma vez que ocupam posições de destaque na hierarquia da instituição e são consideradas símbolos. Em virtude da escassez de informações específicas sobre a temática no contexto do Tribunal em voga, optou-se pela aplicação de um questionário, o qual obteve a participação de 74 juízas de direito da instituição num universo de 354 mulheres. Os resultados da pesquisa indicam que as magistradas paranaenses enfrentam obstáculos institucionais, preconceito e discriminação no seu percurso profissional, desde o ingresso na carreira até a promoção e nas designações para assumir cargos administrativos na instituição.
- A desistência escolar das raparigas no ensino primário em Moçambique: o caso da Escola Primária 3 de Fevereiro-NicoadalaPublication . Patia, Inocência Adriano Penicela; Pinto, Teresa; Albuquerque, RosanaO presente estudo versa sobre “A desistência escolar das raparigas no Ensino Primário em Moçambique: o caso da Escola Primária 3 de Fevereiro-Nicoadala”, tendo como ponto de partida o seguinte problema: porque continuam as raparigas a desistir da escola, sobretudo no 3º ciclo do Ensino Primário? O objetivo é de compreender como atuam e interagem os fatores que influenciam na desistência das raparigas no 3º ciclo de aprendizagem na perspetiva de contribuir para um conhecimento mais aprofundado do fenómeno da desistência escolar das raparigas em Moçambique a partir de um estudo de caso aprofundado tendo em conta as diversidades regionais e as particularidades de cada uma das comunidades. Para a efetivação do estudo tomou-se como base uma revisão de literatura sobre a desistência escolar, sendo igualmente analisados dados estatísticos sobre a desistência escolar de forma a contextualizar o fenómeno registado na Escola Primária 3 de Fevereiro-Nicoadala cuja abordagem foi de natureza qualitativa, numa perspetiva descritiva. Teve a participação de oito (8) pessoas de entre membros de direção da escola, docentes, alunas e mães e/ou encarregadas de educação, os quais foram conduzidas entrevistas a partir de 5 guiões elaborados de forma had hoc para este estudo. Com base nos resultados do estudo, concluiu-se que na Escola Primária 3 de Fevereiro, constituem fatores de Desistência Escolar das Raparigas, os seguintes: Fatores institucionais que têm a ver com as formas de tratamento das raparigas durante a condução do Processo de Ensino-Aprendizagem; o comportamento inadequado de alguns rapazes sobre as raparigas; possibilidades de assédio sexual perpetrado por professores; indefinição clara de iniciativas de combate à desistência escolar e de sensibilização das famílias e das raparigas desistentes para o retorno à escola; inexistência de um sistema devidamente organizado para tratar assuntos relacionados com questões de género; fraco desempenho dos principais órgãos de gestão escolar (sobretudo o Conselho de Escola) tendo em vista o real papel a ser desempenhado por estes. Fatores socioculturais que têm a ver com a passividade das famílias e da liderança local em relação aos casos emergentes uniões prematuras e gravidezes precoces; fraco acompanhamento da escolaridade das raparigas, denotando passividade das famílias na exigência de frequência escolar ou de retorno à escola para os casos assumidos como de desistência. Fatores económicos que têm a ver com a privação das raparigas nas atividades agrícolas e nos negócios realizados pelas famílias como forma de assegurar o sustento familiar.
- Desporto perfeito na infância: a perspetiva da família portuguesa à luz do géneroPublication . Rosa, Anabela Avelar Pequeno; Bäckström, Bárbara; Marques, Susana RamalhoA participação no desporto infantil pode ser influenciada pelos estereótipos/preconceitos dos pais/mães e/ou representantes legais das crianças e jovens. Desta forma, atendendo a que o desporto desempenha um papel importante no desenvolvimento físico, social e psicológico das crianças e jovens, importa compreender de que forma as famílias percecionam e incentivam a seleção da modalidade desportiva. Este estudo utilizou métodos de investigação quantitativos, através da aplicação dois questionários, a Escala de Atitudes Pacíficas relativamente ao Género (EAPG) e o Questionário de Comportamentos Parentais no Desporto (QCPD), num único momento temporal. Assim, para a concretização dos objetivos a amostra foi constituída por 406 mães, pais e/ou representantes de crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos, que pratiquem desporto federado há pelo menos um ano. Concluiu-se que os estereótipos de género das mães, dos pais e das/dos representantes legais têm influência na seleção da modalidade desportiva, condicionando as escolhas das crianças e das/dos jovens. Contudo, as mães, os pais e as/os representantes legais das crianças e das/dos jovens que praticam desportos que tradicionalmente não estão associados ao seu género, apresentam menos comportamentos favoráveis à divisão tradicional dos papéis de género. Além disso, as atitudes parentais mais favoráveis à divisão igualitária estão associadas a comportamentos parentais benéficos em relação ao desporto.
- Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no contexto dos ritos de iniciação femininos “ku khomba” no distrito de Chicualacuala, província de Gaza, MoçambiquePublication . Intipa Júnior, Constantino Ernesto; Cordeiro, Ana Paula; Sousa, LúcioEsta dissertação investiga o ku khomba, um rito de iniciação feminino praticado pelo grupo etnolinguístico Tsonga-changana no distrito de Chicualacuala, Moçambique, e os seus efeitos nos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Através de uma metodologia qualitativa, o estudo incluiu entrevistas com 10 mulheres submetidas aos ritos de iniciação entre 1970 e 2019, selecionadas por amostragem não probabilística, intencional e em cadeia (“bola de neve”), nas comunidades de Eduardo Mondlane, Mahatlane e Litlatla. Entre as entrevistadas encontram-se: iniciadas, matronas, líderes tradicionais e informadoras-chave. O estudo explora como este ritual, que marca a transição para a vida adulta, perpetua a subordinação feminina e limita o poder de decisão sobre o próprio corpo, sexualidade e saúde. As conclusões apontam que, apesar de conferir certos privilégios sociais, o ku khomba acarreta consequências nefastas, como dificuldades no acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva e traumas psicossociais decorrentes das práticas do ritual. A investigação destaca a tensão entre a preservação cultural e a garantia dos direitos humanos, propondo uma abordagem equilibrada que respeite a tradição e promova o bem-estar das mulheres.
- Empoder’Arte com igualdade : um projeto de intervenção através da arte com homens vítimas de violência domésticaPublication . Silva, Marina Jesus; Rosa, RosárioNeste relatório apresento o trabalho que foi realizado, em contexto de estágio, na casa de abrigo para homens vítimas de violência doméstica da Cáritas Diocesana de Aveiro, para obtenção do grau de mestre em “Estudos sobre as mulheres: género, cidadania e desenvolvimento”. Sustentado por metodologias qualitativas e feministas, foi implementado, durante o estágio, o projeto “Empoder’Arte Com Igualdade” que teve como objetivo contribuir para o empoderamento dos homens acolhidos naquela resposta social, através da utilização de ferramentas artísticas. A abordagem de diversas questões relacionadas com a (des)igualdade de género, com recurso às tais ferramentas artísticas já mencionadas, constituiu uma estratégia central para empoderar. Neste sentido, os participantes do projeto tiveram a oportunidade não só de (re)descobrir as artes e de experimentar diferentes materiais, mas também de refletir e de dialogar sobre masculinidades, feminilidades, estereótipos, emoções, relações interpessoais saudáveis, entre outros assuntos essenciais para as questões relativas à igualdade para todos e todas. Deste modo, tendo como base o estudos feministas e de género, procurou-se criar espaços onde os participantes, que no passado viveram situações traumáticas e que no presente se veem obrigados a residir numa instituição de acolhimento para sua segurança, se sentissem valorizados, escutados, empoderados e se pudessem focar no momento presente e nos sonhos e desejos para o futuro. O projeto foi, assim, ao encontro da reflexão de bell hooks (2003) que considera a arte como um meio fundamental para pensar que é possível desafiar e alterar positivamente práticas opressivas.
