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Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no contexto dos ritos de iniciação femininos “ku khomba” no distrito de Chicualacuala, província de Gaza, Moçambique

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Abstract(s)

Esta dissertação investiga o ku khomba, um rito de iniciação feminino praticado pelo grupo etnolinguístico Tsonga-changana no distrito de Chicualacuala, Moçambique, e os seus efeitos nos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Através de uma metodologia qualitativa, o estudo incluiu entrevistas com 10 mulheres submetidas aos ritos de iniciação entre 1970 e 2019, selecionadas por amostragem não probabilística, intencional e em cadeia (“bola de neve”), nas comunidades de Eduardo Mondlane, Mahatlane e Litlatla. Entre as entrevistadas encontram-se: iniciadas, matronas, líderes tradicionais e informadoras-chave. O estudo explora como este ritual, que marca a transição para a vida adulta, perpetua a subordinação feminina e limita o poder de decisão sobre o próprio corpo, sexualidade e saúde. As conclusões apontam que, apesar de conferir certos privilégios sociais, o ku khomba acarreta consequências nefastas, como dificuldades no acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva e traumas psicossociais decorrentes das práticas do ritual. A investigação destaca a tensão entre a preservação cultural e a garantia dos direitos humanos, propondo uma abordagem equilibrada que respeite a tradição e promova o bem-estar das mulheres.
This dissertation investigates ku khomba, a female initiation rite practiced by the Tsonga-Changana ethnolinguistic group in Chicualacuala District, Mozambique, and its impact on women’s sexual and reproductive rights. Using a qualitative methodology, the study involved interviews with ten women who underwent initiation rites between 1970 and 2019. Participants were selected through non-probabilistic, purposive, and snowball sampling across three communities: Eduardo Mondlane, Mahatlane, and Litlatla. Among the interviewees were an initiate, a matron, a traditional leader, and key informants. The research explores how this ritual, which marks the transition to adulthood, reinforces female subordination and restricts decision-making power over one’s body, sexuality, and health. Findings suggest that although ku khomba confers certain social privileges, it also leads to harmful consequences, such as limited access to sexual and reproductive health services and psychosocial trauma resulting from ritual practices. The study highlights the tension between cultural preservation and the protection of human rights, proposing a balanced approach that respects tradition while promoting the well-being of women.

Description

Tese de Mestrado em Estudos sobre as Mulheres: Mestrado em Estudos Sobre as Mulheres - Género, Cidadania e Desenvolvimento, apresentada à Universidade Aberta

Keywords

Ku khomba Ritos de iniciação femininos Direitos sexuais e direitos reprodutivos Preservação cultural Direitos humanos Moçambique Female initiation rites Sexual and reproductive rights Cultural preservation Human rights

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