Mestrado em Estudos Sobre as Mulheres - Género, Cidadania e Desenvolvimento | Master's Degree in Women Studies - TMEMU
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- As mulheres na imprensa periódica do séc. XIX : o jornal A Voz Feminina: 1868-1869Publication . Ildefonso, Maria Isabel Moutinho Duarte; Silva, Beatriz Nizza da Silva
- Representação do cuidar em enfermagem : uma visão de professores e estudantesPublication . Neto, Maria Clara Batalha Reis Roquette Viana; Almeida, Ana Nunes deResumo - Reconhecendo a nossa responsabilidade na formação dos futuros enfermeiros e privilegiando uma atitude de interrogação permanente sobre as práticas de cuidados, procurámos compreender a estrutura do cuidar no processo ensino aprendizagem, no intuito de clarificar o seu sentido e significado. Partimos da análise da evolução do pensamento em enfermagem, considerando alguns conceitos, pressupostos e teorias de enfermagem e alguma investigação realizada. Recorremos ainda aos conceitos de representações, identidades sociais e género, no sentido de compreender o comportamento dos actores traduzido sob a forma de lógica de acção. Os objectivos e a problemática sugeriram um estudo de carácter qualitativo, que nos permitiu entrar no universo simbólico a que as representações dos professores e estudantes dizem respeito. A abordagem foi feita através de entrevistas semi-estruturadas em profundidade que fizemos a doze professores (seis homens e seis mulheres) e a doze estudantes (seis homens e seis mulheres) de uma Escola Superior de Enfermagem. O método de análise utilizado foi o preconizado por Jean Watson. O tema central do nosso estudo centra-se assim na – representação do cuidar em enfermagem dos professores e estudantes – resultando da intercepção de três eixos de análise independentes: “o significado e o sentido de cuidar" onde surgem duas categorias, o conceito de enfermagem e o conceito de cuidar que revelam como o cuidar em enfermagem é concebido e vivido pelos professores e estudantes; “a formação e o cuidar" onde surge a categoria processo ensino-aprendizagem, através da qual podemos concluir que o sentido de cuidar se descobre nos aspectos básicos da formação profissional, ou seja, na natureza, finalidade, intencionalidade e identidade que os cuidados assumem na prática, partindo do princípio que é através da experiência que se vai descobrindo esse sentido; e o “género e a enfermagem" onde surge a categoria representação social, decorrente da associação da enfermagem com o género feminino e como esta tem homogeneizado a actividade e a prática dos cuidados ao longo dos tempos. Maria Clara Batalha Reis Roquette Viana Neto As principais conclusões do nosso estudo confirmam que a essência da profissão assenta no cuidar, conceito que funde a acção, o conhecimento e o sentimento. Revela-se assim a importância de fomentar atitudes inerentes ao cuidar, devendo este processo ser desenvolvido no contexto da formação dos futuros enfermeiros e concomitantemente na prática dos cuidados
- Amália Rodrigues : com que voz, cho(ra)rei meu triste fado! : a poesia no universo fadista de AmáliaPublication . Ferreira, Rui Manuel MartinsResumo - Amália Rodrigues, uma mulher do povo, revolucionou a temática do “corpus" fadista de então, direccionada, desde a implantação do Estado Novo, para cantar a tristeza nacional repleta de um fatalismo doentio. Dos seus encontros, com Alain Oulman e com outros grandes poetas da Literatura portuguesa, nasceu um movimento de ruptura no Fado, tornando-o o grande divulgador do lirismo português. Amália possuía um bom gosto, uma intuição e uma enorme sensibilidade que influíram nas suas escolhas, optando por letras que, através dos seus temas, do ritmo e da oralidade melhor se adaptaram à sua voz e ao fado. Cantou o que sentia numa coerência total entre a vida e a obra e fê-lo de uma forma natural e despretensiosa, como só o conseguem as grandes intérpretes, aquelas, como Piaf ou Greco, que cantam com o corpo inteiro e possuem a música no coração e na voz. Assim, a sua voz foi o veículo de difusão e popularização da nossa cultura literária, em Portugal e no mundo
- Um olhar por Grécia e contemporaneidade : sobre a construção masculina de cidadePublication . Rilho, Maria Fernanda; Joaquim, Teresa; Beleza, TeresaResumo - Raízes históricas da cidadania hyphen das mulheres. A Cidade é uma comunidade histórica baseada numa ideia de paridade: um corpo cívico que não tem nenhum superior jurídico. Mas é um núcleo restrito, a vários níveis. A polis grega é um “clube de homens" em que nem todos os machos livres são considerados idóneos para governar e guerrear. Por isso, em todas as poleis, o sentido mais elevado do “direito de cidade" é o acesso à participação activa nas escolhas, decisões, administração e controle da coisa pública. Contudo esse clube também socialmente restrito ir-se-á alargando, numa evolução secular, à medida que se transforma a relação de forças. A oligarquia da nobreza fundiária parece obrigada a reconhecer um lugar à riqueza mobiliária e até, por fim, à pobreza que permanecera longamente uma tara irremediável. Mas atenção, a igualdade jurídica não impede que os pobres permaneçam cidadãos passivos. É então preciso efectivar politicamente a igualdade. Tal só acontece a partir da revolução democrática que, ao pretender que todos os cidadãos sejam activos, tende a associar liberdade a igualdade. Apenas a partir de então se demonstra que toda a ordem assenta sobre uma decisão e não sobre uma norma. Só a partir de então se pode aprender que a completa interligação das várias dimensões da cidadania depende de diferentes concepções e práticas de democracia. Porém, até ao fim do ciclo histórico da polis, o alargamento da cidadania depende de juízos contingentes, não de direitos categóricos, e esses juízos não levam nunca a uma inclusão universal. Todavia, a alforria e a adopção cívica comprovam, não pela rara frequência mas pelo princípio, que alguns estatutos marginalizados (os do escravo, bastardo ou imigrante) são modificáveis. Intransponível é o de “mulher de Atenas". Elas são sempre não-cidadãs ou, melhor dizendo, infra-cidadãs na medida em que pertencem à polis. Parece que a oposição dos sexos é princípio estruturante da Cidade. Não sem resistências, note-se. Uma visão homogénea e uniforme do corpo político, associada ao “bem comum" ou “interesse geral", é também determinante na cidade moderna. Os defensores do sufrágio universal ou da soberania popular comungam quase todos uma visão muito restritiva da noção de “povo". Limitando-a aos seres machos, brancos, cristãos, proprietários e presumidos heterossexuais. Uma polaridade com a diferença armadilha a concepção da igualdade tanto na cidadania antiga como na moderna. Assim, a humanidade como sujeito e fonte de direitos é (mais frequentemente) concebida e interpretada como norma dominante. Esta confunde a sua própria particularidade com o universal e exclui grupos sociais inteiros. Diz-se que esses outros e outras não são nem autónomos nem independentes. O desnível entre indivíduos nascidos livres e a “mulher" naturalmente submetida alarga e consolida-se no s. XIX. A exclusão feminina dos direitos civis e políticos, e dos económicos depois, veda o acesso ao político e ao mercado de trabalho. Pretende-se uma intensa domesticação, para bem da natureza e da família. A situação das ocidentais regride para um degrau comparável ao das mulheres de Atenas. Com resistências, umas individuais e outras colectivas desse novo actor social que é o movimento feminista. No decorrer do processo histórico parece ter-se tomado consciência de que um meio para a coesão social é o alargamento da cidadania. Mas a sequência da obtenção dos direitos cívicos é mais ou menos inversa da dos homens. Para elas são os sociais os primeiros a ser possuídos, como por exemplo a protecção da maternidade, sem que detenham direito de voto e muitas das liberdades pessoais. A lógica é a de que elas são politicamente excluídas mas socialmente assistidas. Portugal vive as mudanças históricas da instauração da I República e da Ditadura com conta-gotas a dosear a melhoria da situação das mulheres. Só a Revolução da II República (1974) acelera um pouco a dinâmica mas de forma ambígua. Coexistem emancipação e discriminação. O saldo democraticamente deficitário da cidadania das mulheres, no início do novo milénio, é nítido. Emancipada de jure, a sua situação de facto traduz uma sub-cidadania. Parece que elas foram adicionadas a uma cidade presente herdeira do passado: a lógica estrutural é a exclusão de princípio. Não basta mudar regimes políticos, governantes e leis. Pode ser condição necessária mas (manifestamente) não suficiente. O carácter sistémico das opressões origina que elas sejam reproduzidas nas mais importantes instituições políticas, económicas e culturais. E, enquanto esse carácter sistémico não for destruído, a situação das mulheres continua a dar ‘2 passos à frente e 1 à retaguarda’, ou vice-versa. A carência de poder político das portuguesas (e ocidentais, dizem-nos) não é um pormenor mas sim um expoente: o poder é uma relação mais do que uma coisa. É precisa uma mudança civilizacional que altere as relações sociais, promovendo condições institucionais necessárias para o desenvolvimento e o exercício das capacidades individuais, da comunicação colectiva e da cooperação. Parece pois pertinente propor, para uma cidadania plena (paritária ou mista, como lhe quiserem chamar), um propósito de justiça social cujo conceito seja coextensivo ao de político. Entendido no sentido que abrange todos os aspectos da organização institucional, a acção pública, as práticas e hábitos sociais, os significados culturais, na medida em que estão potencialmente submetidos a avaliação e tomada de decisão colectivas. As cidadanias antiga e moderna são sem dúvida revoluções, mas incompletas e enviesadas. A cidade como comunidade inclusiva de igualdade-liberdade na dissemelhança está por construir. É fundamental, para outra relação de forças, que as mulheres estejam na primeira fila do político: a de acção (praxis) e discurso (lexis)
- Encontros e desencontros de grupos sociais no feminino : o caso das técnicas da área social e as respectivas utentesPublication . Monteiro, Maria Gabriela Soares de Morais; Nogueira, ConceiçãoResumo - Encontros e desencontros de grupos sociais no feminino: o caso das técnicas da área social e as respectivas utentes Esta dissertação pretende estudar alguns aspectos do relacionamento entre dois grupos de mulheres que diariamente se encontram no âmbito de uma grande instituição de solidariedade social: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Um dos grupos de mulheres é constituído pelas assistentes sociais que trabalham no serviço designado por Atendimento Social. O outro grupo é constituído por mulheres utentes que procuram auxílio para resolver problemas concretos das suas vidas, que envolvem frequentemente, ajuda financeira. As classes sociais destes dois grupos de mulheres são diferentes. As assistentes sociais provêm da chamada classe média e as utentes da chamada classe trabalhadora ou popular. A presente pesquisa pretende averiguar até que ponto esta pertença diferenciada de classe interfere na ajuda que é solicitada e prestada, estudando algumas expectativas e representações presentes nos dois grupos. Parte-se, por outro lado, da hipótese que a categoria social mulher a que os dois grupos pertencem, implicará algumas cumplicidades a nível das funções inerentes ao cuidar. De facto, essas funções são desempenhadas na sociedade portuguesa, essencialmente pelas mulheres, independentemente da classe social. Uma vez que as mulheres utentes estão normalmente em situação de pobreza, é dado um largo espaço à reflexão desta problemática, tentando perspectivá-la numa óptica feminina. A abordagem metodológica é de índole qualitativa e a pesquisa incide sobre um pequeno número de mulheres, seis em cada grupo. A recolha de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas. Os dados foram tratados através da análise de conteúdo das entrevistas. Parte-se do princípio que as pesquisas no campo social podem ter subjacentes determinadas opções teóricas. Esta pesquisa tem subjacente uma contestação à discriminação estrutural a que as mulheres estão sujeitas, com especial incidência as mulheres que vivem na pobreza
- A emergência das mulheres repórteres nas décadas de 60 e 70Publication . Ventura, Isabel; Mesquita, MárioO tema desta dissertação é a emergência das mulheres repórteres, em Portugal, nas décadas de 60 e 70. Na década de 60, Portugal atravessa um período político muito particular da sua história. O regime ditatorial imposto por Oliveira Salazar cerceou a liberdade de expressão e impôs a censura como instrumento de controlo da imprensa. No que respeita ao estatuto de homens e mulheres, estas eram consideradas inferiores aos homens e o acesso a certas profissões estava-lhes vedado. A obrigatoriedade – imposta por lei – de autorização do cônjuge para poderem deslocar-se ao estrangeiro ou para iniciar um negócio –, equiparava-as a menores. Em simultâneo, o país sofre de uma elevada taxa de analfabetismo, a qual afecta as mulheres em particular. Após as eleições presidenciais de 1958 – às quais concorre o General Humberto Delgado enquanto candidato da oposição –, Portugal vive um período de instabilidade social, durante o qual proliferam as manifestações estudantis; ao mesmo tempo, os movimentos de libertação das colónias africanas gritam pela independência. A guerra colonial inicia-se com o conflito em Angola, e rapidamente se alastra à Guiné-Bissau e Moçambique. É durante este período que as mulheres portuguesas começam a aparecer em maior número nas redacções dos jornais. Quem são estas mulheres, em que condições entraram na profissão, como foram recebidas e como é que se caracterizava a relação com os seus pares? Como é que lidavam com a censura, qual o seu posicionamento face ao feminismo, e que condições é que favoreceram este clima de aceitação das mulheres nas redacções? Estas são algumas das questões às quais tentaremos dar resposta
- As sem abrigo de Lisboa : estudo realizado na AMI em Lisboa : Centros Sociais de Olaias e ChelasPublication . Martins, Ana Maria Ferreira; Joaquim, TeresaSer sem abrigo, significa estar privado(a) de alguns dos direitos que a democracia participativa prevê estar ao alcance de todo(a)s o(a)s cidadãos e cidadãs remetendo-os assim para uma situação de pobreza e exclusão difícil de inverter no sentido da inclusão social. Em toda a Europa este fenómeno é reconhecido como um grave problema social. Algumas das causas de ser sem abrigo são conhecidas e comuns a ambos os sexos. Nas gerações mais jovens de sem abrigo verifica-se que de ano para ano o número de mulheres aumenta. As causas e efeitos deste fenómeno não têm sido suficientemente estudados em Portugal É assim necessário entender melhor causas que conduzem as mulheres à situação de ser e estar sem abrigo em dado momento das suas vidas. Na quarta revisão de políticas dirigidas para o problema do(a)s sem abrigo na Europa realizado pelo Observatório on Homelessness e editado pela FEANTSA (Federação Europeia das Associações Nacionais que Trabalham com Sem-Abrigo) em 2006 fala-se no fenómeno social do(a)s sem abrigo como sendo pluridimencional e que requer uma abordagem complexa. Para que esta seja adequada temos que recorrer a diferentes medidas de variados domínios políticos, habitação, saúde (particularmente saúde mental), emprego, formação, justiça e protecção social, de modo integrado e inter-relacionado. O leque de medidas a serem integradas é muito vasto, passando pelos serviços ou mecanismos de emergência (acomodação temporária, equipas móveis de rua) a um trabalho em rede entre os cuidados de saúde, psiquiatria e instituições de formação, autoridades públicas, assim como as ONG (Organizações Não Governamentais) e outras que contribuem para a integração social. Esta dissertação alarga o conhecimento sobre a problemática das mulheres sem abrigo em Lisboa, relaciona as questões de género nos sem abrigo com as causas e efeitos sociais que conduzem à situação de sem abrigo. Compreende uma abordagem biopsicosocial das variáveis implicadas no fenómeno e o seu relacionamento com factores geradores de inclusão e de exclusão social. A entrevista semi-estruturada e a análise de conteúdo das mesmas, acompanhada de um vasto tratamento e análise estatística sobre o fenómeno, constituem o corpo dominante da investigação.
- As mulheres nas pinturas de Josefa de Ayala e Artemisia Gentileschi : a nudez, o vestuário e os tecidos como instrumentos da sensualidade barrocaPublication . Santos, Maria João Gonçalves Reis Leitão Galvão; Galhardo, AnabelaEsta Dissertação tem por objectivo proceder ao estudo da representação das mulheres e da sensualidade feminina num conjunto de obras pictóricas da autoria de duas pintoras do século XVII: Josefa de Ayala e Artemisia Gentileschi. Trata-se de analisar e comparar o tratamento conferido e imprimido pelas pintoras aos corpos, ao vestuário e aos tecidos patentes num conjunto bem delimitado de obras pictóricas. O século XVII é marcado pelo reforço e endurecimento do papel da Igreja saída do Concílio de Trento, que recorreu abundantemente à arte a fim de catequizar os fiéis. Se por um lado se condenava como indecorosa a representação de corpos nus e sensuais, por outro lado autorizava-se a utilização de instrumentos que permitissem que as pinturas ficassem mais apelativas, comovendo, emocionando e seduzindo os observadores. A pintura recorria frequentemente ao nu, ao vestuário rico e atractivo – ou em alguns casos desconstruído – e à criação de texturas sedutoras através da representação dos tecidos plenos de quebras e pregueados. Neste contexto geral europeu, surgem duas mulheres artistas que se irão destacar como pintoras profissionais, conceituadas em universos artísticos dominados por homens. Josefa de Ayala, também conhecida como Josefa d’Obidos é uma pintora portuguesa (1630-1684), filha do pintor português, Baltazar Gomes Figueira e de uma nobre espanhola Catarina d’Ayala. Josefa nasceu em Sevilha, porém regressou a Portugal com apenas cinco anos de idade onde viveu até ao final dos seus dias, radicada na corte provincial de Óbidos, de onde lhe vem o epíteto. Artemisia Gentileschi, (1593-1652) nasceu em Itália, Roma, no berço do estilo barroco. Também ela é filha de um pintor, Orazio Gentileschi. Ainda jovem, foi violada pelo professor de perspectiva António Tassi, ao qual se seguiu um longo e traumático processo em tribunal. Josefa de Ayala e Artemisia Gentileschi absorveram a gramática barroca e seduzem-nos pelas suas telas recorrendo a temáticas distintas: Josefa repetiu frequentemente a temática das Virgens e das Santas, enquanto que Artemisia ficou conhecida pelas suas Heroínas. Cada uma delas interpretou os instrumentos de sedução de uma forma carismática, gerindo as respectivas condicionantes sociais, culturais, vivenciais e politicas. As Virgens de Josefa de cabelos ondulantes, peito sedutor desnudado e envoltas em tecidos ricamente bordados, seduzem o observador de uma forma subtil, enquanto que Artemisia recorre a uma expressão mais carnal e arrebatadora, enfatizando a beleza do corpo feminino envolto em tecidos como que exposto para deleite dos observadores. De uma forma ou de outra ambas absorveram a iconografia barroca interpretando-a e exprimindo-a de forma pessoal.
- O Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (1914-1947)Publication . Costa, Célia Rosa Batista; Cova, AnneResumo - A presente dissertação insere-se na área da História das Mulheres e pretende ser um contributo para a monografia do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Cronologicamente, esta pesquisa situa-se entre 1914 e 1947, período que corresponde à existência da Associação. O Conselho foi uma organização de mulheres inserida no movimento feminista do início do século XX – o designado feminismo da primeira vaga –, que registou a maior longevidade na história das organizações feministas em Portugal. O boletim, órgão de propaganda do Conselho, editado de Novembro de 1914 até Maio de 1947, constitui um corpus coeso que justificou tomar-se como fonte privilegiada deste trabalho. O Boletim Oficial do CNMP intitula-se, a partir de 1917, Alma Feminina, e no final de 1946 passa a ter a designação de A Mulher. Perante uma fonte tão rica quanto extensa como o Boletim do Conselho, procura-se dar visibilidade ao Conselho, enquanto organização feminista, quer na sua orgânica, quer na perspectiva da sua actuação, e caracterizar o que foram as iniciativas que promoveram e em que participaram em prol do feminismo. Pretende-se também dar visibilidade ao maior número possível de mulheres que participaram nos corpos gerentes, as activistas, as militantes e as sócias aderentes. O Boletim do Conselho, enquanto periódico feminista, assume-se como objecto fundamental para o estudo do movimento feminista português, assim como dos constructos sociais veiculados sobre as mulheres
- A saúde reprodutiva e o género: a questão da laqueação de trompasPublication . Roque, Susana Maria de Oliveira Carneiro; Joaquim, TeresaEste estudo pretendeu conhecer e compreender quais os motivos subjacentes nas mulheres para recorrerem à laqueação de trompas como método anticoncepcional. Decisão esta que é voluntária e que poderá representar o término de um ciclo. O estudo desenvolveu-se tendo por base as narrativas das participantes sobre as suas opções. Os dados foram obtidos através de entrevistas não estruturadas áudio-gravadas, efectuadas a 10 mulheres, que se encontravam internadas no serviço de Ginecologia do Hospital de São Francisco Xavier, para realizarem laqueação de trompas. Foram igualmente consultados os processos clínicos destas participantes, os quais permitiram complementar informações pertinentes para a investigação. Os resultados obtidos permitiram-nos compreender a questão de investigação inicial: “O que predispõe as mulheres a optarem pela laqueação de trompas como método anticoncepcional?” Para proceder à análise dos dados, utilizámos a técnica de análise de conteúdo segundo Jorge Vala. Surgiram 14 temas agrupados em 6 categorias. Foi resultante desta análise que encontrámos os pontos fulcrais da “opção pela laqueação de trompas”: a liberdade de escolha acima do conhecimento; a laqueação de trompas marca o fim de uma etapa/ciclo de vida; a mulher é autónoma nas suas decisões; a vivência da masculinidade não passa pela opção da vasectomia; o fim da maternidade é o início para uma nova realidade; o prazer sexual sobrepõe-se ao acto cirúrgico. O contributo das participantes revelou que é necessário difundir a informação acerca dos métodos contraceptivos menos divulgados de modo a facilitar a opção de escolha de um modo consciente. Para além disso, torna-se peremptório envolver os homens na responsabilização da sua saúde sexual e reprodutiva, a qual influenciará por sua vez a das mulheres.