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Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPM

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  • Paródias do sebastianismo e do dom-juanismo em O conquistador de Almeida Faria e em Moçalambique de Manuel da Silva Ramos
    Publication . Cocchi, Riccardo; Gonçalves, Luís Carlos Pimenta
    Nesta dissertação são comparados os romances O conquistador (1990) de Almeida Faria e Moçalambique (2017) de Manuel da Silva Ramos. Essa análise comparatista foi estruturada não só à luz do caráter paródico que carateriza essas obras de ficção, mas também na confluência em simultâneo de elementos seja do sebastianismo, seja do dom-juanismo nos seus protagonistas. Foi, inclusive, elaborada uma interpretação crítica dessas mesmas personagens enquanto portavozes da identidade portuguesa, tendo como base para esse fim alguns dos estudos realizados nesse âmbito por Eduardo Lourenço.
  • A Sibila: «a trágica figura» de Mariana Belmira de Andrade
    Publication . Bettencourt, Dalila da Silveira; Vila Maior, Dionísio
    A presente dissertação de Mestrado presta-se a apresentar uma leitura da obra poética de Mariana Belmira de Andrade (1844-1923) intitulada A Sibila (Versos Filosóficos), publicada em Velas, Ilha de São Jorge, no ano de 1884. Uma vez que a poeta era natural da ilha de São Jorge, nos Açores, onde residiu, praticamente, toda a sua vida, recorremos a bibliografia sobre o contexto históricocultural nacional, mas também insular, com o objetivo de perceber a que influências a Autora estaria sujeita aquando da sua infância, juventude e vida adulta que pudessem ter operado e condicionado a sua forma de ser e estar no mundo. Assim, optámos por colocar um especial enfoque, primeiramente, na mundividência oitocentista, atentando particularmente no período artístico do Romantismo na sua vertente literária, que tão profundamente marca esse século, relacionando-o com as peculiaridades da vida em sociedade. De seguida, concentramo-nos especialmente na experiência insular, onde apontamos como principais caraterísticas as consequências do isolamento geográfico, como a manutenção de uma sociedade elitista e conservadora. Entretanto, dividimos a nossa atenção numa leitura estrutural e temática da obra de Mariana. Começamos por refletir a propósito das escolhas da poeta em relação aos aspetos formais, considerando o Romantismo pelo seu hibridismo e complexidade, o que nos remete para os temas, imagens e motivos que permitem a integração da obra nesse período literário.
  • A influência portuguesa no sudeste asiático: olhares portugueses de Tomé Pires, Gaspar Correia e Fernão Mendes Pinto sobre o sudeste asiático do séc. XVI
    Publication . Martinho, Alexandra Maria Meyers; Avelar, Ana Paula
    O presente trabalho procura apresentar uma análise sobre a presença/influência portuguesa no Sudeste Asiático, sob os olhares dos Portugueses Tomé Pires, Gaspar Correia e Fernão Mendes Pinto no século XVI. Alguns dos caminhos em análise serão Malaca (Malásia), o Reino do Sião (Tailândia) e as ilhas das Molucas (Indonésia). Para tal, foram estudadas três obras de portugueses, que narram os feitos dos portugueses no Sudeste Asiático do século XVI. Toda a informação obtida, ajudará na reflexão e realização da temática em questão. Além disso, realizou-se uma investigação histórica à cidade de Ayutthaya (Tailândia), que, ainda hoje, apresenta vestígios de influência portuguesa desde o século XVI.
  • Imagens literárias do Alentejo em Manuel da Fonseca: Planície, Aldeia Nova e Seara de Vento
    Publication . Estêvão, Hugo Manuel Gonçalves; Gonçalves, Luís Carlos Pimenta
    “Imagens Literárias do Alentejo em Manuel da Fonseca: Planície, Aldeia Nova e Seara de Vento” assume-se como um trabalho de investigação subordinado ao estudo imagológico da região do Alentejo em Manuel da Fonseca. A fim de se constituir um corpus de análise credível e diversificado, foram selecionadas as obras Planície (1941), poesia; Aldeia Nova (1942), contos, e Seara de Vento (1958), romance. Manuel da Fonseca (1911-1993) inscreve-se no movimento literário neorrealista, sendo que as suas obras refletem uma preocupação e um comprometimento social (característica dessa estética literária), sem esquecer, todavia, a estética discursiva. O cenário que privilegia é o Alentejo, região bem familiar ao autor por razões biográficas – nasceu e passou parte da sua infância em Santiago do Cacém – e com a qual manteve sempre laços de afetividade. Assim, impõe-se, também, uma discussão sobre a presença do regionalismo em Fonseca. A representação da região transtagana no corpus estudado, analisada sob a perspetiva da Imagologia, resulta em imagens literárias, exploradas em subcapítulos da presente dissertação: a paisagem, o trabalho, a figura do maltês, o lar alentejano, o cante, a crença e a crendice e o falar alentejano. Metodologicamente, privilegia-se a análise de conteúdo, operando-se o levantamento dos temas, motivos, estereótipos (que, em literatura, assumem a designação de imagotipos). Seguese o estudo da forma como surgem retratados nas três obras, estabelecendo-se uma comparação entre as mesmas e discutindo-se se as imagens literárias construídas no discurso de Fonseca permanecem estáticas ou, pelo contrário, são mutáveis. No atinente à estrutura da dissertação, além dos capítulos relativos à análise das imagens literárias em Fonseca, destacam-se: o enquadramento teórico-metodológico relativo à Imagologia Literária e a contextualização do escritor em estudo, quer biográfica, quer da estética literária em que se insere.
  • Uma leitura do romance “Rio de sombras" de António Arnaut
    Publication . Coelho, João Aurélio Sansão; Sequeira, Rosa Maria
    Os romancistas também escrevem História e podem ser tão importantes como os historiadores neste âmbito. Em Rio de Sombras de António Arnaut encontrámos uma parte substancial da agitada História de Portugal, entre os anos de 1960 e final dos anos oitenta do século XX. Nesta comunicação literária o autor conduz-nos pelos ambientes da sociedade portuguesa sob regime ditatorial, leva-nos à antiga Alemanha Federal para a formação do Partido Socialista e envolve-nos nos labirintos da vida associativa dos universitários de Coimbra e de Lisboa entre as manifestações de vanguarda cultural, inquietudes e repressões de família e da sinistra polícia política (Pide) e da Censura. O autor, numa narração polifónica com a contribuição de um narrador contratado e do protagonista Afonso, acompanha o eclodir da guerra colonial. No plano castrense percebemos como foi ganhando forma, através de capitães insubmissos, o Movimento das Forças Armadas e a Revolução do 25 de Abril. E percebemos ainda como os cravos vermelhos, signos da Revolução, foram algumas vezes mantendo a cor viçosa e, outras vezes, desbotando, tal como a esperança num Portugal progressivo. A emancipação da mulher, o aumento da escolaridade, a melhoria de infraestruturas, a criação do Serviço Nacional de Saúde que veio dar aos cidadãos o que eles nunca tiveram - quem os apoiasse na doença -, são aspetos reveladores da diferença para melhor, no país. Arnaut, advogado, político, escritor e maçon fala-nos de uma ética republicana que deve pautar a vida pública e que também algumas vezes desbotou. O epílogo de Rio de Sombras é agosto de 1988, mas o autor deu à estampa este romance em 2007. A hemorragia demográfica e de serviços, em particular no Interior, a adiada regionalização, uma corrupção que não foi estancada, “bolsas de pobreza” e dificuldades para alavancar Portugal rumo a um progresso eficaz, económico e social, são aspirações que subjazem no corpus deste romance. Embora Arnaut, através do protagonista, nos tenha mostrado pouco mais do que uma dezena de anos após o 25 de Abril, projeta alertas e preocupações por não se cumprirem ideais perspetivados e por alguma falta de ética na vida pública portuguesa: e apela para uma ética republicana. Procurámos ler este romance como um livro de História e ver esta fase da vida portuguesa comentada pelo autor. Apesar de refletir em cruas realidades observáveis, Arnaut deixa plantada uma semente de esperança. O romance, na sua fragmentariedade, está inserido numa corrente estética pós-modernista e observámos os requintados expedientes literários com que o autor disseca situações da vida entre o real e o ficcional e que nos leva a enquadrar esta narrativa de cariz histórica e autobiográfica na autoficção. Em conclusão: os escritores são ainda mais importantes para a sociedade se nela tomarem parte como o fez António Arnaut com Rio de Sombras.
  • Literatura neorrealista e a desconstrução da ideologia do Estado Novo: um mundo de personagens comprometidas
    Publication . Loureiro, Ana Lúcia Ribeiro de Paiva; Vila Maior, Dionísio
    A presente dissertação pretende demostrar de que forma a literatura neorrealista portuguesa e o regime ditatorial vigente no país na época em que ela surge e se desenvolve se interligam e até que ponto aquela contribuiu para a desconstrução dos valores doutrinários deste que ficou conhecido para a História como Estado Novo, sob governação de Salazar (seu mentor) e Marcelo Caetano. A corrente literária neorrealista está profundamente enraizada e comprometida com a sociedade em que se insere e com a sua história, tentando, por um lado, abraçar a realidade tal como ela é e, por outro, transformá-la e construir uma realidade diferente para a qual está voltada. Neste sentido, a dissertação iniciar-se-á com um enquadramento teórico e metodológico que irá sinteticamente percorrer os caminhos da narratologia, incidindo sobre o estudo da personagem. O segundo capítulo tratará da contextualização histórica do neorrealismo português, ou seja, do nascimento, ideologia, valores e decadência do Estado Novo. Os fundamentos do movimento literário e o seu nascimento e desenvolvimento no nosso país serão abordados no terceiro capítulo. Para averiguarmos a forma como a narrativa neorrealista apresenta a realidade e tenta, por essa via, consciencializar a sociedade, serão estudados romances escritos neste período, nomeadamente “Gaibéus”, de Alves Redol, “Esteiros”, de Soeiro Pereira Gomes — os dois primeiros romances deste movimento, surgidos em 1939 e 1941, respetivamente —, e ainda um terceiro romance, “O Trigo e o Joio”, de Fernando Namora editado em 1954. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho científico é teóricaexpositiva.
  • Aspectos da linguística do discurso na análise de páginas do facebook: memes, posts e reportagens relacionados às eleições presidenciais no Brasil em 2018
    Publication . Oliveira, Joaquina Cristina Nascimento de; Almeida, Carla Aurélia de
    O presente projeto de investigação é realizado no âmbito do Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares da Universidade Aberta de Portugal, com a apresentação de uma análise das linhas teóricas crítico-discursivas, pragmáticas, cognitivas e semióticas de alguns posts das seguintes páginas do Facebook em contexto de pré e pós eleições no Brasil 2018/2019: Leonardo Sakamoto, BBC News, DW Brasil, Meu Professor de História, Conversa Afiada e El País Brasil. O objetivo é identificar, analisar e descrever as estratégias discursivas complexas do uso da linguagem e como os indivíduos constroem as suas narrativas no universo em que estão inseridos. Nesse caso, há alguns pressupostos: os interlocutores possuem um pré-conceito sobre determinados assuntos e, muitas vezes, usam argumentos sem sentido para impor suas “certezas”, causando atos de fala ameaçadores da face; alguns discursos têm por objetivo perpetuar o poder e o controle sobre determinadas classes sociais menos favorecidas, fomentando preconceitos, racismo, violência e incentivando perdas de direitos sociais. A investigação pretende mostrar de que modo as metáforas conceptuais e a análise polissêmica de itens lexicais têm efeitos argumentativos específicos causando discussões com clivagens bem delimitadas e expressas nas páginas acima elencadas em época de eleições presidenciais como, por exemplo: esquerda e direita; nazismo e comunismo. Por último, a análise pragmático-semiótica possibilita o estudo linguístico da comunicação multimodal presente nos memes e nas imagens, verificando-se que estas formas de expressão multimodal podem constituir também instrumentos poderosos de manipulação política. As abordagens, aqui escolhidas, tornam visíveis algumas práticas linguísticas de consolidação de poder, controle e o modo como as ideologias são veiculadas estrategicamente como discursos que legitimam injustiças sociais, tanto das organizações e do Estado, quanto de interlocutores particulares que participam nos fóruns da rede social Facebook.
  • Augusto dos Anjos, leitor de Cesário
    Publication . Ruivo, Horácio Protásio Marques; Sequeira, Rosa Maria
    A poesia de Cesário Verde, publicada dispersamente nalguns periódicos ainda em vida do poeta, não teve, na altura, uma recepção favorável nem dos leitores - que preferiam a poesia sentimentalista a que estavam habituados e desprezavam os motivos do real explorados por Cesário - nem dos intelectuais - que criticavam o poeta por romper com a tradição literária e criar uma poesia considerada pobre e de mau gosto. No entanto, a publicação, a título póstumo, de O Livro de Cesário Verde despertou, no Brasil, particular interesse junto dos poetas mais jovens, como Augusto dos Anjos, interessados em renovar a poesia, imbuindo-a do espírito científico e das concepções filosóficas então em voga. A obra do poeta brasileiro Augusto dos Anjos tem sido frequentemente considerada tributária da de Cesário Verde, com base em circunstâncias similares ocorridas na vida e no percurso literário dos dois poetas. Neste estudo, confirma-se que Augusto dos Anjos foi, de facto, um leitor de Cesário, não apenas pelas questões biográficas usualmente apontadas, mas sobretudo pela forma como, assumindo igual condição de poeta isolado, reescreveu Cesário, tornando-se também ele precursor no Brasil de uma poesia de vanguarda, que viria a ser confirmada pela geração literária seguinte do Modernismo.
  • Como vender a alma ao diabo em 4 lições ou o diabo como tentador da humanidade
    Publication . Netas, Anabela Soares Caldeira; Sequeira, Rosa Maria
    Esta investigação centra-se em torno da figura do Diabo, mais concretamente na questão da venda da alma desde a sua origem e o seu desenvolvimento na Época Medieval até aos nossos dias, conjugando perspectivas teórico-literárias, históricas, religiosas, filosóficas e psicológicas nas épocas referidas. Tendo sempre presente o contexto social e histórico, tentaremos articular as várias perspectivas do Diabo, tanto com as diversas realidades históricas, como com o Imaginário do Homem. Tentaremos caracterizar a sua figura de diversas formas, desde a sua caracterização como ser sombrio, passando para um Diabo mais jocoso e grotesco ou mais romântico, galante e sedutor, e, finalmente, caracterizando-se como algo que pertence ao lado esquerdo do cosmos. Para além desta panorâmica histórica, desenvolveremos um breve estudo de duas obras, uma de Jorge de Sena, intitulada, “O Físico Prodigioso” e outra de Johann Wolfgang von Goethe “Fausto”, cujas temáticas estão ligadas à venda da alma.