Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPM
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Recent Submissions
- Presença feminina na produção de Fernando Pessoa: desconstruindo estereótipos misóginosPublication . Fernandes, Elizabete Alves; Vila Maior, DionísioA dissertação explora as representações do feminino nas obras de Fernando Pessoa, particularmente nos heterónimos de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e do semi-heterónimo Bernardo Soares. O primeiro capítulo, "Reflexos do feminino nas perspetivas de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares", analisa as diferentes formas de como o feminino é abordado e expresso nas suas poesias. Cada heterónimo tem uma visão distinta sobre a mulher, seja em termos de idealização ou crítica, pelo que se veem refletidas as suas perspetivas filosóficas e estéticas. Por outro lado, o segundo capítulo, "Horizontes de influência: Explorando as raízes históricas, culturais e sociais na escrita de Fernando Pessoa" explora algumas investigações de fontes que influenciaram a obra de Pessoa, nomeadamente o contexto histórico, cultural e social do início do século XX. São, por isso, analisadas as influências do modernismo e das suas inovações estéticas, das questões políticas e sociais da época que moldaram a sua visão do mundo e, consequentemente, a sua representação do género, encontrando diálogo na produção de vozes femininas que subverteram dinâmicas literárias e sociais. E finalmente, o terceiro capítulo, "Diálogos Atuais: Género e Sociedade na obra de Fernando Pessoa à luz das questões contemporâneas" propõe um olhar crítico sobre como as questões de género e sociedade abordadas na obra de Fernando Pessoa podem ser lidas e interpretadas à luz das preocupações contemporâneas. São discutidas algumas implicações dessas representações para a compreensão atual do género, a sexualidade e as relações sociais, refletindo sobre a relevância da obra de Pessoa no contexto atual. Esta investigação visa aprofundar a compreensão das representações do feminino na obra de Fernando Pessoa, através de uma análise cuidadosa dos seus heterónimos e das influências históricas, culturais e sociais que moldaram a sua escrita. Ao abordar as questões de género à luz da época contemporânea, a dissertação propõe uma nova interpretação da relevância da obra do poeta no cenário atual, refletindo sobre o impacto duradouro das suas representações literárias no entendimento moderno das relações de género, procurando desconstruir estereótipos apontados a Fernando Pessoa.
- Rosa de Aragão, Rainha de Portugal: emoções, poder e silêncios A Rainha Santa no discurso historiográfico e em romances históricos do século XXIPublication . Luís, Patrícia Cláudia Rações; Costa, Adelaide MillánTendo presente a constante procura, na atualidade, de figuras femininas relevantes de épocas passadas, que a literatura veio a resgatar do tempo, escolhemos desenvolver um estudo comparativista acerca das representações da Rainha Santa Isabel. Nesse sentido, foram analisados os romances históricos Memórias da Rainha Santa, de Maria Pilar Queral Del Hierro, editado em 2009 e Isabel de Aragão Entre o céu e o Inferno- A Rainha que Portugal imortalizou como Rainha Santa, de Isabel Stilwell, editado em 2017. Este estudo teve sempre por base de sustentação a biografia Isabel de Aragão Rainha Santa, Mãe exemplar da professora Maria Filomena Andrade, editado em 2014. Procurámos analisar como a figura feminina, ou seja, Isabel de Aragão, é retratada nos romances, quais os episódios destacados pelas autoras e como a literatura procura colmatar os silêncios da historiografia.
- Antero de Quental lido por Eduardo Lourenço : a problematização do ser português e a “preocupação por Portugal"Publication . Paixão, Mário Tiago de Sá Matos; Piedade, Ana NascimentoEm apenas 49 anos de vida e 30 de carreira literária, Antero de Quental deixou uma marca de enorme relevo em Portugal. O seu pensamento, concretizado na sua obra literária e expresso em ações verdadeiramente políticas, no sentido amplo do termo, fazem do autor um dos mais relevantes das Letras portuguesas. Não é por acaso que Eduardo Lourenço, provavelmente o mais importante pensador português contemporâneo, devotou tanto da sua obra à reflexão sobre o ideário anteriano, à leitura do autor com o qual o seu pensamento tantas vezes convergiu. Este trabalho tratará de dar conta da leitura de Antero de Quental conforme realizada por Eduardo Lourenço, procurando colocar em evidência a problematização do ser português e a “preocupação por Portugal”, zona de convergência entre estes dois nomes incontornáveis da cultura portuguesa.
- Paródias do sebastianismo e do dom-juanismo em O conquistador de Almeida Faria e em Moçalambique de Manuel da Silva RamosPublication . Cocchi, Riccardo; Gonçalves, Luís Carlos PimentaNesta dissertação são comparados os romances O conquistador (1990) de Almeida Faria e Moçalambique (2017) de Manuel da Silva Ramos. Essa análise comparatista foi estruturada não só à luz do caráter paródico que carateriza essas obras de ficção, mas também na confluência em simultâneo de elementos seja do sebastianismo, seja do dom-juanismo nos seus protagonistas. Foi, inclusive, elaborada uma interpretação crítica dessas mesmas personagens enquanto portavozes da identidade portuguesa, tendo como base para esse fim alguns dos estudos realizados nesse âmbito por Eduardo Lourenço.
- A Sibila: «a trágica figura» de Mariana Belmira de AndradePublication . Bettencourt, Dalila da Silveira; Vila Maior, DionísioA presente dissertação de Mestrado presta-se a apresentar uma leitura da obra poética de Mariana Belmira de Andrade (1844-1923) intitulada A Sibila (Versos Filosóficos), publicada em Velas, Ilha de São Jorge, no ano de 1884. Uma vez que a poeta era natural da ilha de São Jorge, nos Açores, onde residiu, praticamente, toda a sua vida, recorremos a bibliografia sobre o contexto históricocultural nacional, mas também insular, com o objetivo de perceber a que influências a Autora estaria sujeita aquando da sua infância, juventude e vida adulta que pudessem ter operado e condicionado a sua forma de ser e estar no mundo. Assim, optámos por colocar um especial enfoque, primeiramente, na mundividência oitocentista, atentando particularmente no período artístico do Romantismo na sua vertente literária, que tão profundamente marca esse século, relacionando-o com as peculiaridades da vida em sociedade. De seguida, concentramo-nos especialmente na experiência insular, onde apontamos como principais caraterísticas as consequências do isolamento geográfico, como a manutenção de uma sociedade elitista e conservadora. Entretanto, dividimos a nossa atenção numa leitura estrutural e temática da obra de Mariana. Começamos por refletir a propósito das escolhas da poeta em relação aos aspetos formais, considerando o Romantismo pelo seu hibridismo e complexidade, o que nos remete para os temas, imagens e motivos que permitem a integração da obra nesse período literário.
- A influência portuguesa no sudeste asiático: olhares portugueses de Tomé Pires, Gaspar Correia e Fernão Mendes Pinto sobre o sudeste asiático do séc. XVIPublication . Martinho, Alexandra Maria Meyers; Avelar, Ana PaulaO presente trabalho procura apresentar uma análise sobre a presença/influência portuguesa no Sudeste Asiático, sob os olhares dos Portugueses Tomé Pires, Gaspar Correia e Fernão Mendes Pinto no século XVI. Alguns dos caminhos em análise serão Malaca (Malásia), o Reino do Sião (Tailândia) e as ilhas das Molucas (Indonésia). Para tal, foram estudadas três obras de portugueses, que narram os feitos dos portugueses no Sudeste Asiático do século XVI. Toda a informação obtida, ajudará na reflexão e realização da temática em questão. Além disso, realizou-se uma investigação histórica à cidade de Ayutthaya (Tailândia), que, ainda hoje, apresenta vestígios de influência portuguesa desde o século XVI.
- Imagens literárias do Alentejo em Manuel da Fonseca: Planície, Aldeia Nova e Seara de VentoPublication . Estêvão, Hugo Manuel Gonçalves; Gonçalves, Luís Carlos Pimenta“Imagens Literárias do Alentejo em Manuel da Fonseca: Planície, Aldeia Nova e Seara de Vento” assume-se como um trabalho de investigação subordinado ao estudo imagológico da região do Alentejo em Manuel da Fonseca. A fim de se constituir um corpus de análise credível e diversificado, foram selecionadas as obras Planície (1941), poesia; Aldeia Nova (1942), contos, e Seara de Vento (1958), romance. Manuel da Fonseca (1911-1993) inscreve-se no movimento literário neorrealista, sendo que as suas obras refletem uma preocupação e um comprometimento social (característica dessa estética literária), sem esquecer, todavia, a estética discursiva. O cenário que privilegia é o Alentejo, região bem familiar ao autor por razões biográficas – nasceu e passou parte da sua infância em Santiago do Cacém – e com a qual manteve sempre laços de afetividade. Assim, impõe-se, também, uma discussão sobre a presença do regionalismo em Fonseca. A representação da região transtagana no corpus estudado, analisada sob a perspetiva da Imagologia, resulta em imagens literárias, exploradas em subcapítulos da presente dissertação: a paisagem, o trabalho, a figura do maltês, o lar alentejano, o cante, a crença e a crendice e o falar alentejano. Metodologicamente, privilegia-se a análise de conteúdo, operando-se o levantamento dos temas, motivos, estereótipos (que, em literatura, assumem a designação de imagotipos). Seguese o estudo da forma como surgem retratados nas três obras, estabelecendo-se uma comparação entre as mesmas e discutindo-se se as imagens literárias construídas no discurso de Fonseca permanecem estáticas ou, pelo contrário, são mutáveis. No atinente à estrutura da dissertação, além dos capítulos relativos à análise das imagens literárias em Fonseca, destacam-se: o enquadramento teórico-metodológico relativo à Imagologia Literária e a contextualização do escritor em estudo, quer biográfica, quer da estética literária em que se insere.
- Uma leitura do romance “Rio de sombras" de António ArnautPublication . Coelho, João Aurélio Sansão; Sequeira, Rosa MariaOs romancistas também escrevem História e podem ser tão importantes como os historiadores neste âmbito. Em Rio de Sombras de António Arnaut encontrámos uma parte substancial da agitada História de Portugal, entre os anos de 1960 e final dos anos oitenta do século XX. Nesta comunicação literária o autor conduz-nos pelos ambientes da sociedade portuguesa sob regime ditatorial, leva-nos à antiga Alemanha Federal para a formação do Partido Socialista e envolve-nos nos labirintos da vida associativa dos universitários de Coimbra e de Lisboa entre as manifestações de vanguarda cultural, inquietudes e repressões de família e da sinistra polícia política (Pide) e da Censura. O autor, numa narração polifónica com a contribuição de um narrador contratado e do protagonista Afonso, acompanha o eclodir da guerra colonial. No plano castrense percebemos como foi ganhando forma, através de capitães insubmissos, o Movimento das Forças Armadas e a Revolução do 25 de Abril. E percebemos ainda como os cravos vermelhos, signos da Revolução, foram algumas vezes mantendo a cor viçosa e, outras vezes, desbotando, tal como a esperança num Portugal progressivo. A emancipação da mulher, o aumento da escolaridade, a melhoria de infraestruturas, a criação do Serviço Nacional de Saúde que veio dar aos cidadãos o que eles nunca tiveram - quem os apoiasse na doença -, são aspetos reveladores da diferença para melhor, no país. Arnaut, advogado, político, escritor e maçon fala-nos de uma ética republicana que deve pautar a vida pública e que também algumas vezes desbotou. O epílogo de Rio de Sombras é agosto de 1988, mas o autor deu à estampa este romance em 2007. A hemorragia demográfica e de serviços, em particular no Interior, a adiada regionalização, uma corrupção que não foi estancada, “bolsas de pobreza” e dificuldades para alavancar Portugal rumo a um progresso eficaz, económico e social, são aspirações que subjazem no corpus deste romance. Embora Arnaut, através do protagonista, nos tenha mostrado pouco mais do que uma dezena de anos após o 25 de Abril, projeta alertas e preocupações por não se cumprirem ideais perspetivados e por alguma falta de ética na vida pública portuguesa: e apela para uma ética republicana. Procurámos ler este romance como um livro de História e ver esta fase da vida portuguesa comentada pelo autor. Apesar de refletir em cruas realidades observáveis, Arnaut deixa plantada uma semente de esperança. O romance, na sua fragmentariedade, está inserido numa corrente estética pós-modernista e observámos os requintados expedientes literários com que o autor disseca situações da vida entre o real e o ficcional e que nos leva a enquadrar esta narrativa de cariz histórica e autobiográfica na autoficção. Em conclusão: os escritores são ainda mais importantes para a sociedade se nela tomarem parte como o fez António Arnaut com Rio de Sombras.
- Açorianos na terra da abundância: diálogos multiculturais a partir de Álamo Oliveira, Marcolino Candeias e Onésimo AlmeidaPublication . Rosa, Duarte Manuel Gonçalves da; Vila Maior, Dionísio
- Literatura neorrealista e a desconstrução da ideologia do Estado Novo: um mundo de personagens comprometidasPublication . Loureiro, Ana Lúcia Ribeiro de Paiva; Vila Maior, DionísioA presente dissertação pretende demostrar de que forma a literatura neorrealista portuguesa e o regime ditatorial vigente no país na época em que ela surge e se desenvolve se interligam e até que ponto aquela contribuiu para a desconstrução dos valores doutrinários deste que ficou conhecido para a História como Estado Novo, sob governação de Salazar (seu mentor) e Marcelo Caetano. A corrente literária neorrealista está profundamente enraizada e comprometida com a sociedade em que se insere e com a sua história, tentando, por um lado, abraçar a realidade tal como ela é e, por outro, transformá-la e construir uma realidade diferente para a qual está voltada. Neste sentido, a dissertação iniciar-se-á com um enquadramento teórico e metodológico que irá sinteticamente percorrer os caminhos da narratologia, incidindo sobre o estudo da personagem. O segundo capítulo tratará da contextualização histórica do neorrealismo português, ou seja, do nascimento, ideologia, valores e decadência do Estado Novo. Os fundamentos do movimento literário e o seu nascimento e desenvolvimento no nosso país serão abordados no terceiro capítulo. Para averiguarmos a forma como a narrativa neorrealista apresenta a realidade e tenta, por essa via, consciencializar a sociedade, serão estudados romances escritos neste período, nomeadamente “Gaibéus”, de Alves Redol, “Esteiros”, de Soeiro Pereira Gomes — os dois primeiros romances deste movimento, surgidos em 1939 e 1941, respetivamente —, e ainda um terceiro romance, “O Trigo e o Joio”, de Fernando Namora editado em 1954. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho científico é teóricaexpositiva.