Mestrado em Ciências do Consumo Alimentar | Master's Degree in Food Consumption Sciences - TMCCA
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- Avaliação dos determinantes de consumo alimentar e identificação de padrões alimentares na cidade de Maputo, MoçambiquePublication . Pedrosa, Sofia Fontes; Moura, Ana Pinto; Cunha, Luís MiguelFruto da globalização, urbanização e melhoria dos transportes, a alimentação homogeneizou-se, tornando-se mais ocidental, potenciando transições alimentares, sobretudo em países africanos, com mudanças nos padrões alimentares. A par dos problemas já conhecidos e ainda prevalentes da subnutrição e deficiência de micronutrientes, Moçambique enfrenta novos desafios ligados ao excesso de peso, obesidade e outras doenças não transmissíveis. Este estudo visou avaliar os principais fatores que influenciam as decisões alimentares da população moçambicana residente na cidade de Maputo, maior centro urbano do país. Para isso, aplicou-se um questionário por entrevistas presenciais, com amostragem não aleatória, estruturada por zona, sexo e escalão etário, envolvendo indivíduos moçambicanos com 18 ou mais anos. O questionário incluiu o Food Choice Questionnaire, o Questionário de Frequência Alimentar e variáveis sociodemográficas. Dos 385 entrevistados, 214 apresentaram respostas válidas. A maioria era do sexo feminino (53,7%) e jovem (63,6% entre os 18 e 29 anos), com escolaridade secundária (50,9%) e inserida em agregados familiares numerosos (61,2% com cinco ou mais membros). Em termos de rendimento, 44,1% situavam-se entre 10.000,01 e 30.000,00 meticais. Os dados evidenciam valorização dos aspetos sensoriais, conveniência e bem-estar emocional nas escolhas alimentares, enquanto o controle de peso e preocupações éticas foram os menos considerados. A análise identificou quatro perfis: Grandes Consumidores, Tradicionais, Frugais e Light. Verificou-se frequência elevada no consumo de carne, lacticínios, fast food, sumos e refrigerantes, refletindo mudanças nos hábitos urbanos. Estas conclusões destacam a necessidade de políticas públicas que incentivem práticas alimentares mais equilibradas, adaptadas à diversidade da população de Maputo.
- O papel das organizações de ajuda alimentar no combate à insegurança alimentar : o caso de estudo no concelho de LouresPublication . Mendes, Cláudio Marcelo Jesus; Fernandes, Ana Paula; Nogueira, Anne JoanaA população em Portugal tem experimentado insegurança alimentar ao longo dos últimos anos, uma realidade que tem motivado a atuação de diversas organizações de ajuda alimentar, as quais se tornaram um dos principais meios envolvidos no seu combate. O objetivo geral deste trabalho é avaliar o papel que as organizações de ajuda alimentar desempenham no combate à insegurança alimentar no Concelho de Loures, com foco no acesso físico, social e económico a alimentos seguros e nutritivos, que atendam às necessidades nutricionais e preferências alimentares dos indivíduos que dependem dessa ajuda, promovendo um estilo de vida ativo e saudável, bem como analisar a importância dessas organizações no combater ao desperdício alimentar. De forma a atingir esse objetivo, a metodologia adotada envolveu a condução de entrevistas semi-estruturadas, que foram exclusivamente aplicadas a um tipo específico de stakeholder, nomeadamente a oito gestores das organizações que integram as iniciativas de ajuda alimentar seguindo um guião de entrevista. Adicionalmente, seguindo um plano previamente definido, que incluiu a análise das formas de recolha, armazenamento e distribuição de alimentos, bem como a caracterização dos diferentes tipos de alimentos disponibilizados, foi realizada observação participante em duas organizações de ajuda alimentar (Refood Loures Tejo e Igreja de São José da Nazaré). Todos os gestores consultados destacaram que o impacto das suas organizações se concretiza essencialmente através da recuperação e redistribuição de alimentos. Os mesmos consideraram que o objetivo foi atingido, na medida em que percecionam que as organizações têm um papel que desempenham no combate à insegurança alimentar. Das observações participantes, constatou-se que apesar de todas as limitações logísticas, ambas as organizações prestam apoio alimentar contínuo com frequência diária no caso da Refood e frequência mensal no caso da Igreja de São José da Nazaré, contribuindo assim para uma amenização da insegurança alimentar que os seus beneficiários enfrentam. No caso da Refood, realça-se o facto de serem redistribuídos excedentes alimentares provenientes de comércio, combatendo o desperdício alimentar. A atuação destas organizações não deve ser vista isoladamente, mas como parte de um sistema mais amplo de políticas públicas e iniciativas comunitárias destinadas a combater a insegurança alimentar. No entanto, a raridade de políticas públicas destinadas a lidar com a insegurança alimentar vem reforçar a importância da existência dessas organizações, que na maioria dos casos são o principal interveniente no combate à insegurança alimentar. Contudo, a maioria dos gestores relata que há barreiras difíceis de ultrapassar, melhorias a realizar e que há uma parte da população em Loures que enfrenta diariamente insegurança alimentar, sem receber qualquer apoio.
- Avaliação dos determinantes de compra da "Maçã de Alcobaça" IGPPublication . Silva, Bruna Santos; Moura, Ana Pinto de; Cunha, Luís MiguelO presente estudo tem como principal objetivo caracterizar os determinantes de compra da Maçã de Alcobaça Certificada por parte dos consumidores portugueses, avaliar o padrão de consumo deste produto no contexto da alimentação habitual e identificar os fatores que influenciam as escolhas e preferências dos consumidores em relação à Maçã de Alcobaça Certificada. Numa primeira fase, foram realizadas 12 entrevistas semiestruturadas. Para assegurar uma maior representatividade, foram implementados critérios de amostragem baseados no sexo, faixa etária, formação e localização geográfica dos participantes. A partir dos resultados obtidos nas entrevistas, foi desenvolvido um questionário estruturado em quatro secções: conceptualização do tema, aplicação do Food Choice Questionnaire (FCQ), caracterização do padrão alimentar e perfil sociodemográfico. A recolha de dados contou com uma amostra de conveniência composta por 166 indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal. Para a análise dos dados, recorreu-se a técnicas de estatística descritiva para avaliar a frequência alimentar, análise fatorial para a construção dos fatores do FCQ, bem como a testes estatísticos para identificar associações e correlações entre as variáveis em estudo. Os resultados demonstraram que os principais critérios de escolha na compra da Maçã de Alcobaça IGP identificados foram o “Apelo sensorial”, a “Preocupação com origem” e “Conteúdo Natural”. Verificou-se ainda que as mulheres atribuem um maior valor a fatores como “saúde”, “preço” e “conveniência”, enquanto os homens são mais sensíveis ao apelo sensorial do produto.
- Estudo exploratório sobre a perceção e conceptualização do vinho do Porto por consumidores portuguesesPublication . Rocha, Maria João da Silva; Moura, Ana Pinto; Cunha, Luís MiguelO vinho do Porto é um dos raros produtos que conseguiu manter-se competitivo nos mercados globais por mais de três séculos, sendo considerado um dos três grandes vinhos do mundo, ao lado de Bordéus e Champanhe. Esta longevidade e prestígio resultam de uma história de sucesso no comércio internacional, suportada por uma estrutura empresarial robusta e consolidada. Nos últimos anos, apesar da tendência global de diminuição do consumo de vinhos, o vinho do Porto tem sido parcialmente compensado pelo mercado nacional e pelo aumento do valor agregado, impulsionado em grande parte pelo crescimento do turismo no nosso país. No entanto, o setor enfrenta desafios significativos, como a necessidade de reverter a tendência negativa nas vendas e aumentar a valorização do produto, enquanto reforça a inovação e competitividade, mantendo sua identidade e sustentabilidade. A globalização traz consigo a rápida disseminação de eventos indesejáveis, como evidenciado pela pandemia de Covid-19. A crescente oferta de vinhos de diversas origens a preços competitivos dificulta a diferenciação qualitativa dos produtos da Região Demarcada do Douro (RDD). Portanto, é necessário reavaliar e redefinir o posicionamento do vinho do Porto no mercado. Este trabalho visou avaliar as perceções e conceptualização do consumidor português em relação ao vinho do Porto, com vista à inovação, rejuvenescimento da imagem do vinho do Porto. A pesquisa também se propôs avaliar o impacto e a força da marca "Porto" como líder de mercado dos vinhos fortificados, e a perceção do consumidor sobre os rigorosos processos de controlo e fiscalização associados à Denominação de Origem Protegida (DOP). Para o efeito, aplicou-se um questionário online a uma amostra de conveniência. Os principais resultados revelaram uma perceção positiva quanto à qualidade do vinho do Porto, mas também evidenciaram o desconhecimento de muitos consumidores sobre as suas categorias, processos de certificação e potencial de consumo fora de contextos tradicionais. As conclusões apontam para a necessidade de reforçar estratégias de comunicação e inovação, especialmente junto de públicos mais jovens, promovendo novas formas de consumo e valorizando os elementos culturais e distintivos do produto.
- Desenvolvimento de uma bolacha com incorporação de farinha de inseto comestível: avaliação da aceitabilidade global e da resposta emocional por crianças em contexto escolarPublication . Amaro, Pedro Daniel Calado; Moura, Ana Pinto de; Cunha, Luís MiguelOs insetos edíveis são um importante contributo para uma alimentação mais sustentável, enquanto fonte proteica que compatibiliza benefícios ambientais e nutricionais, e alternativa à carne tradicional. O estudo das perceções das crianças relativamente aos insetos edíveis é particularmente relevante na definição de estratégias para aumentar a sua aceitação em países ocidentais. O objetivo principal deste estudo foi a avaliação da aceitabilidade global e resposta emocional (nível de nojo) a bolachas (doces e salgadas) com incorporação de farinha de insetos edíveis, por crianças portuguesas dos 10-12 anos, e uma barrinha proteica com farinha de inseto, por crianças portuguesas dos 5-7 anos. Uma amostra de 47 crianças participaram na preparação de 4 receitas de bolachas (2 doces e 2 salgadas) com 4,0% e 8,0% de incorporação de farinha de inseto (espécie Tenebrio molitor) e cenoura de um produtor biológico local. A aceitabilidade foi avaliada com escalas hedónicas e a resposta emocional através de um boletim CATA (Check-all-that-apply) com 11 emojis. Outros dois questionários foram enviados aos pais para avaliar o comportamento alimentar dos filhos (CEBQ) e os motivos de consumo sustentável/aceitação de insetos edíveis. As crianças revelaram boa aceitabilidade e respostas emocionais positivas, com menor preferência pela bolacha doce com 8%. Os pais realçaram a importância da sustentabilidade e da dimensão local e sazonal, afirmam estar familiarizados com insetos edíveis, embora 2/3 nunca tenha experimentado, e revelam nojo de insetos (especialmente visíveis), mas não colocam restrições ao consumo pelos filhos, o que poderá indiciar uma perspetiva de futuro com insetos edíveis.
- Dificuldades no campo do consumo alimentar dos portadores de diabetes Mellitus assistidos no Hospital Provincial de Pembal, Cabo Delgado - Moçambique: estudo de casoPublication . Michal, Soares; Carapeto, CristinaA diabetes mellitus (DM) é um distúrbio metabólico em que o corpo se torna resistente ao efeito da insulina ou não produz a quantidade suficiente dessa hormona para processar a glicose. Como consequência, há uma acumulação de glicose no organismo, o que pode levar a sérias complicações de saúde. De acordo com estudos recentes o número de pessoas com diabetes em todo o mundo aumentou muito sendo que em 2019 se registavam 463 milhões portadoras de DM. A diabetes Mellitus tipo 2 (DMII) é uma doença crónica que se caracteriza por múltiplas complicações. Nos últimos anos a DMII tem-se tornado um problema de saúde pública a nível Mundial. O objetivo deste estudo foi avaliar as dificuldades que os portadores de diabetes enfrentam na composição do seu padrão alimentar. Tendo sido realizada uma pesquisa de campo, de carácter descritivo, transversal, de abordagem qualitativa e exploratória. A pesquisa foi realizada em uma Unidade de Saúde de referência do Norte da província de Cabo Delgado na cidade de Pemba . Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um formulário semi-estruturado, com perguntas sobre os hábitos alimentares dos pacientes, a sua relação com os alimentos após a descoberta da doença, controle da sua dieta alimentar, bem como os impactos negativos na vida do paciente. Os dados foram analisados pelo programa SPSS -Statistical Package for the Social Science e MS Excel avançado, tendo sido analisados dados dos 28 pacientes e 9 profsissonais. No presente estudo participaram 28 pacientes sendo 15 do sexo masculino e 13 do sexo feminino. Verificou-se que a maior parte dos pacientes estavam empregados, dos quais 17,9% tinham acesso fácil à alimentação, 42,9% não tinham acesso fácil à alimentação e 39,3% viviam na incerteza de acesso à alimentação. Verificou-se que os portadores de diabetes mellitus que participaram neste estudo enfrentam muitas dificuldades para a obtenção da sua alimentação, factor que contribui para o agravamento do estado de saúde. Notou-se, também, que os participantes enfrentam várias dificuldades na aquisição de medicação nas farmácias privadas devido a questões financeiras e também devido à falta dos medicamentos no hospital e sendo que Estimativas da International Diabetes Federation (2006) mostram uma prevalência de diabetes em Moçambique em 2003 de 3,1% com um aumento projetado para 3,6% em 2025. Esses fatores justificam o desenvolvimento de estudos não só para detectar, mas também para organizar o processo de intervenção educativa e terapêutica nos diversos estágios desta doença e suas complicações. No entanto, muitos estudos e programas de saúde falham por não levarem em conta os aspectos alimentares, psicológicos, culturais, e sociais, aspectos interpessoais e ainda as reais necessidades psicológicas da pessoa diabética.
- Avaliação da cadeia/fileira de abastecimento de tomate: do produtor do Município de Cela ao cliente do mercado de catinton, Luanda, Angola : um estudo exploratório para o desenvolvimento sustentávelPublication . Calheiros, Joseana da Glória dos Santos; Moura, Ana Pinto de; Oliveira, Maria Rita Marques deOs mercados de alimentos assumem-se como o principal polo de comercialização de produtos agrícolas nacionais a preços acessíveis em Luanda. Por isso, são a opção da maioria famílias luandenses, já que os preços dos produtos agrícolas no retalho moderno, nomeadamente nos supermercados chegam a custar 11 vezes mais, dependo da sua localização e, as hortofrutícolas mais consumidas como é caso do tomate, chegam a custar quatro a seis vezes mais nos supermercados do que nos mercados informais. Pretendeu-se avaliar a cadeia/fileira de abastecimento do tomate, desde a produção, município da Cela, comuna do Waku Kungo, até à sua venda, em contexto urbano Luanda, Angola, em particular no mercado Catintom, dando-se destaque à análise da produção de perdas ao longo da cadeia/fileira de abastecimento e de estratégias para a sua mitigação. Para o efeito, recorreu-se à metodologia qualitativa, entrevistando-se individualmente os atores-chave que atuam na cadeia/fileira do tomate mediante guião préestabelecido: i) produtores de tomate da comuna do Waku Kungo, ii) transportadores, iii) intermediários, iv) vendedoras e vi) clientes/consumidores do mercado do Catintom, dando-se destaque à análise da produção de perdas do tomate ao longo da cadeia/fileira de abastecimento e correspondentes estratégias para a sua mitigação desenvolvidas pelos atores supra citados. Da análise das entrevistas, recorrendo-se à análise temática, constata-se que os produtores, transportadores e intermediários tem práticas essências para evitar as perdas. A vendedoras têm práticas de reutilização das sobras para mitigar a perdas. E as clientes têm praticas próprias de acondicionamento e transporte do tomate para evitar as perdas após a compra. Conclui-se que os produtores a montante e vendedores a jusante da cadeia/fileira alimentar, procuram evitar perdas ao longo da cadeia/fileira de abastecimento de tomate por uma questão económica ou seja para cumprir o ODS 1 irradicação da pobreza e não para cumprir o ODS 12 produção e consumo sustentável.
- Consumo de polvo seco: análise de relatos junto das comunidades de Vila Nova de Milfontes e Longueira/AlmogravePublication . Silva, Margarida Maria Palma Ribeiro da; Seixas, SóniaO polvo comum, Octopus vulgaris, é uma das espécies de cefalópodes mais consumidas em Portugal com crescente número de capturas e valor por kg. Edível na sua quase totalidade, apresenta um elevado valor biológico e baixo teor de gordura. A estrutura muscular do polvo é responsável pela textura rígida quando incorretamente confecionado. O polvo seco é um produto alimentar nutritivo, muito apreciado e de confeção versátil e faz parte da gastronomia litoral mais antiga com tradição de consumo em certas regiões de Portugal. Pretendeu-se com este trabalho analisar os relatos sobre os conhecimentos dos processos de secagem, armazenagem, consumo, gosto e confeção em relação ao polvo seco com vista a viabilizar a sua divulgação e promoção. Escolheram-se as freguesias de Longueira/Almograve e de Vila Nova de Milfontes, no litoral do concelho de Odemira pela tradição de longa data com o polvo seco. Foram aplicados questionários a uma amostra de conveniência constituída por 65 participantes adultos, com média de idade de 64.85 anos (DP = 13.38) e com conhecimentos no processo de secagem. Os resultados obtidos parecem indicar que quem come polvo, desenvolve apetência para comer ainda mais e quanto mais cedo o contacto com o polvo seco, maior a apreciação por este produto. O polvo seco possibilita uma experiência de consumo diferente, elegível para ser um produto de valor acrescentado com potencial gourmet a par com certificação de qualidade.
- Literacia alimentar dos alunos do ensino secundário no Alentejo LitoralPublication . Faria, Dora Natália Baixinho Carvalho; Fernandes, Ana PaulaSabe-se que a alimentação está intimamente relacionada com um bom estado nutricional, sendo essencial à obtenção e à manutenção da saúde. Nesse sentido, em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS), apoiada por diversos parceiros, tem desenvolvido iniciativas promotoras de ambientes alimentares mais saudáveis e/ou que fomentem a literacia alimentar. De forma a avaliar os níveis de literacia alimentar resultante dessas mesmas iniciativas, elegeram-se os alunos do ensino secundário como grupo controlo. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de literacia alimentar dos alunos inscritos no ensino secundário regular nos Estabelecimentos de Educação e Ensino públicos do Alentejo Litoral, no ano letivo 2022/2023, e estabelecer correlações entre o estado nutricional e a aptidão física, e os indicadores de saúde previstos no Programa Nacional de Saúde Escolar vigente (PNSE de 2015) relacionados com a alimentação. Os métodos utilizados tiveram como base a aplicação do General Nutrition Knowledge Questionnaire for Adolescents (GNKQA), validado para a população adolescente portuguesa, a análise dos indicadores de saúde previstos no PNSE e a avaliação da aptidão física, através dos resultados obtidos nos testes da Aplicação FITescola®. Os resultados permitiram concluir que o nível de literacia alimentar no Alentejo Litoral é adequado, e que das variáveis em estudo, o mesmo varia de acordo com o género, sendo o feminino o que apresenta melhores resultados. Também se constatou melhores resultados no grupo que consome fruta e hortícolas diariamente. O nível de literacia alimentar não varia em função do desempenho físico, em qualquer um dos testes aplicados.
- Perspetivas sobre a utilização da rotulagem de precaução de alergénios a nível nacionalPublication . Severino, Joana Filipa Fernandes; Caetano, Fernando J. P.O aumento de alergias e intolerâncias alimentares e de reações anafiláticas tem vindo a crescer consideravelmente nos últimos anos, sendo amplamente evidenciados ao nível científico como uma preocupação emergente de saúde à escala mundial. Provenientes da relação comportamental do indivíduo face à sua ingestão alimentar, a informação disponibilizada no rótulo alimentar é um dos fatores chave para uma aquisição de alimentos segura, contudo, o aumento da Rotulagem de Precaução neste, gerou no consumidor uma perda de credibilidade, insegurança e stresse nas suas escolhas alimentares. Objetivos: Pretende-se analisar as perspetivas existentes ao nível nacional sobre o aumento de Rotulagem de Precaução e o possível impacto na qualidade de vida do consumidor, considerando a identificação da prevalência destas patologias, as principais causas deste aumento e barreiras encontradas, sendo desenvolvida uma proposta de atuação. Os recursos utilizados incidiram-se na revisão bibliográfica e desenvolvimento de 3 inquéritos para os grupos definidos: População em Geral, Profissionais de Saúde e Indústria Alimentar, cujo tratamento estatístico foi efetuado através do programa estatístico “Real Statistics”. A prevalência de alergias e intolerâncias alimentares incidiu-se em 8% e 20%, existindo uma predominância no sexo feminino 75%. A Rotulagem de Precaução tem influência e impacto nas escolhas alimentares do consumidor. As principais barreiras para o seu aumento de utilização, deveu-se a falta de diretrizes, sendo os motivos referidos nos sectores alimentares provenientes da necessidade de cumprir com funções de gestão e de comunicação de risco. O comportamento do consumidor é limitado devido a uma insegurança e dúvida existente sobre a real presença ou não dos alergénios, existindo um nível de risco identificado quando não tida em atenção. À semelhança das perspetivas encontradas a nível mundial, existe uma necessidade aumentada em reformular/atualizar e/ou desenvolver um regulamento e/ou diretrizes, extensíveis e normalizadas a nível mundial que regulem e permitam melhor orientar os sectores alimentares sobre a utilização da Rotulagem de Precaução, mas também, apostar na educação nas demais frentes e possibilitem a aquisição de conhecimento mais sólido sobre os presentes temas abordados, sendo esta, uma excelente ferramenta preventiva e essencial na diminuição da exposição acidental de alergénios. É apresentada uma proposta de uso de pictogramas específicos para a presença de alergénios e quando em quantidade superior a 0,5 mg /100 g do produto alimentar.