Mestrado em Estudos do Património | Master's Degree in Heritage Studies - TMEP
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- A produção têxtil entre os séculos XIX e XX na região de Lisboa: a Fábrica do BenformosoPublication . Emídio, Rui Manuel Ferreira; Évora, Marina Sousa de AlmeidaEm Portugal, o século XIX começa com a assinatura do “Tratado da amizade e do comércio” com a Inglaterra, em 1810. Portugal acabaria por “perder” o Brasil, deixando de ter o algodão ao seu dispor, do qual eramos dependentes em relação ao estrangeiro. Com a Revolução de 1820 houve uma explosão industrial, criando-se 177 fábricas, 35 % das quais da indústria têxtil. No entanto o período seguinte ficou marcado pela guerra civil, que retirou capacidade financeira ao estado para investir na indústria. A chegada da primeira máquina a vapor a Portugal em 1835 e o combate ao Tratado com uma pauta criada em 1837 permitiram alguma evolução, apesar do atraso de Portugal relativamente a diversos países europeus. Depois de vários altos e baixos, foi em 1870, com a mecanização, que se verificou uma explosão da nossa indústria. Nos anos 90 do século XIX, a indústria têxtil cresceu muito com a abertura do mercado das colónias. Finalmente, já no século XX, a indústria ultrapassou a agricultura. É intuito desta dissertação analisar a indústria têxtil em Lisboa, no período referido. Serão referidas quais eram as fábricas têxteis na região de Lisboa (que se situavam na frente ribeirinha, na zona oriental e na zona ocidental) assim como abordar os motivos da estagnação e declínio desta indústria em Lisboa. Como exemplo será feita uma análise mais especifica á Fábrica do Benformoso. Nesta dissertação faremos também referência a Henrique Pereira Taveira, que foi presidente da Associação Industrial Portuguesa de 1893 até 1910.
- O colecionismo em Manuel Teixeira Gomes: contributos para o seu estudoPublication . Silva, Ricardo Manuel da Mota e; Flor, PedroManuel Teixeira Gomes (1860-1941), senhor de uma vasta cultura artística, amante e consumidor de arte, ao longo da sua vida adquiriu – durante o período em que foi diplomata em Londres (1911-1923) em casas de leilões, antiquários e marchands – um conjunto relevante de medalhística, objetos de arte e peças decorativas (ocidentais e orientais). Parte desta coleção foi alienada em quatro leilões realizados na capital inglesa, nos últimos meses de 1923, e o restante enviado para Portugal servindo de recheio à mansão que comprou em Caxias (a casa da Gibalta), onde perspetivava residir após findar o mandato como Chefe de Estado. Contudo, a inesperada renúncia, em dezembro de 1925, ao cargo e o seu autoexílio conduziram ao desmembramento desta coleção através de ofertas a amigos e, em grande medida, de doações a instituições públicas portuguesas como a Casa da Moeda e a museus, como o Museu Nacional de Arte Contemporânea, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional Machado de Castro, o Museu Municipal do Porto e o Museu Municipal da Cidade de Lisboa. Após o seu falecimento, em outubro de 1941, o remanescente da coleção que permanecia na casa da Gibalta rumou a Portimão tendo, entre 1999 e 2007, parte da sua coleção sido comprada em leilões pelo Museu de Portimão o qual conta no seu espaço com o núcleo Manuel Teixeira Gomes – viajante, político e escritor onde estão expostas catorze das cento e seis peças da coleção que futuramente integrará o novo Núcleo Museológico Casa Manuel Teixeira Gomes.
- Do manicómio para o museu: arte bruta em PortugalPublication . Silva, José António Ribeiro da; Gonçalves, Carla AlexandraEsta dissertação pretende contribuir para o levantamento e avaliação da produção, difusão e perceção pública da Arte Bruta. Utilizando como campo de pesquisa a realidade portuguesa, pretendeu-se cruzar as práticas de diversas instituições comprometidas com a Arte Bruta com os fundamentos teóricos que estão na origem do conceito. O entusiasmo gerado pela descoberta das primeiras manifestações de Arte Bruta portuguesa, em meados dos anos 1970, parece ter sido retomado no século XXI, através da criação de um importante núcleo museológico consagrado à Arte Bruta e Arte Singular — a Coleção Treger Saint Silvestre, sediada em São João da Madeira, desde 2014 — mas, também, de projetos que aproximam a Arte Bruta à sociedade, com relevância para o projeto Manicómio, definido pelos seus mentores como o primeiro espaço de criação e inovação de Arte Bruta em Portugal. Através das evidências empíricas, encontradas e analisadas no discurso e nas práticas de artistas, mediadores, colecionadores e divulgadores, esta investigação visa contribuir para a massa crítica conducente à perceção da dinâmica e impacto sociocultural da Arte Bruta em Portugal.
- Educação patrimonial. Como podem as escolas trabalhar o património arqueológico de Oeiras: o caso do povoado pré-histórico de Leceia, um lugar de memóriaPublication . Agostinho, Ana Cristina Schade Vaz; Cardoso, João Luís; Flor, PedroA presente dissertação de mestrado, sob a ótica de uma docente do Ensino Básico e Secundário e colaboradora no Mestrado em Ensino de História da Universidade de Lisboa, mergulha no universo da Educação Patrimonial. Enriquecida pela experiência de coordenação do Clube do Património da Escola Secundária Quinta do Marquês e pelo estudo do património cultural de Oeiras, a investigação pretende revelar o papel fundamental desta vertente educativa na formação de cidadãos conscientes e atuantes. A experiência evidencia que, embora os jovens reconheçam a importância do património, muitas vezes apresentam lacunas emocionais e cognitivas na sua relação com o património local. Assim, a Educação Patrimonial surge como um caminho viável para fortalecer o vínculo entre as novas gerações e o seu legado cultural, promovendo a coesão social e o fortalecimento da identidade num mundo cada vez mais globalizado. O estudo salienta a relevância da Educação Patrimonial na promoção do conhecimento, identificação, valorização e preservação do património local, com ênfase no património arqueológico de Oeiras, particularmente no Povoado PréHistórico de Leceia. Para tal, são propostas ações pedagógicas concretas para reforçar a cooperação entre o ensino formal e as iniciativas educativas informais, aumentando a consciência e o apreço pelo património cultural local. A integração da Educação Patrimonial num currículo escolar flexível, com ênfase na história local e nas dinâmicas culturais, é essencial para oferecer uma experiência educativa mais enriquecedora e significativa. Para assegurar a implementação eficaz de projetos de Educação Patrimonial nas escolas, é imprescindível adotar uma abordagem que envolva toda a comunidade educativa e promova a interdisciplinaridade. Investir numa Educação Patrimonial abrangente e inclusiva é vital para a preservação e valorização do património cultural das comunidades, contribuindo para a construção de uma sociedade mais consciente e participativa. A Educação Patrimonial no século XXI deve ser integrada, participativa, contextualizada e sustentável, reconhecendo-se o seu papel vital na preservação e valorização do património cultural das comunidades. Através da Educação Patrimonial, os alunos desenvolvem o respeito pelas suas raízes e contribuem para a preservação da rica diversidade cultural local, construindo um futuro mais consciente e ligado ao passado.
- São Brás na tradição oral dos romances de cordel e na iconografiaPublication . Prata, César Amadeu de Sousa; Dias, Isabel de Barros; Flor, PedroOs “folhetos”, vendidos por cegos papelistas — os artistas de rua daqueles tempos — espalharam, nas feiras e mercados, notícias de crimes e traições, casos inauditos, milagres, vidas de santos e orações. Genericamente enquadrados na literatura de cordel, ao cruzarem-se com as hagiografias mais antigas, deram origem aos chamados gozos, preces cantadas em festividades religiosas. É o caso do Pliego de gozo de San Blas, documento da Coleção Carderera que se encontra à guarda da Fundación Joaquín Díaz, em Urueña, Valladolid. Exemplos de fervorosa religiosidade popular, os gozos chegaram aos nossos dias, adaptando-se, sem, no entanto, renegarem as suas origens no que respeita a conceito, conteúdo e forma. Esta dissertação pretende dar a conhecer os gozos, nomeadamente o Pliego de gozo de San Blas, relacionando-os com os folhetos. Inicia-se com um enquadramento histórico e geográfico, para depois refletir acerca do papel dos cegos papelistas, sua função social, modo de atuação, repertório e instrumentos musicais utilizados. De seguida apresenta uma reflexão sobre cultura popular e cultura erudita e sobre formas de dar materialidade ao imaterial. A dissertação termina com a apresentação de um percurso biográfico de S. Brás, seguindo-se-lhe a apresentação de formas de cristalização da sua santidade: culto e celebrações no seio da Igreja, hagiografias, iconografia e gozos. A pesquisa e o trabalho efetuados em relação a S. Brás permitem reforçar a ideia da existência da continuidade e permanência de crenças ao longo dos séculos.
- O Palácio do Freixo: entre ruína e salvaguarda, século XVIII a XXPublication . Castro, António José Ferreira de; Câmara, Alexandra Maria Gago daO Barroco nasceu em Roma e expandiu-se pela Europa e pelos antigos impérios coloniais. No norte de Portugal o Barroco tem um dos seus ex-libris no Palácio do Freixo, monumento idealizado pelo conhecido arquiteto, Nicolau Nasoni. A presente dissertação tem por objetivo investigar a história do Palácio do Freixo, contemplando o passado e o presente. O interesse deste trabalho radica no facto de haver muita informação mas não um fio condutor dos acontecimentos históricos, que reúna e sintetize diferentes fontes de informação, por forma a compilar todas as informações que permitam construir e perceber a sua história até aos dias de hoje. Nesta dissertação será dado ênfase ao contexto histórico e geográfico, às características Barrocas inerentes à sua construção, e à sua classificação enquanto Monumento Nacional. Serão também abordadas as inúmeras transformações que o Palácio sofreu, sobretudo, no final do século XX, até à sua reabilitação no ano 2000. Por fim, será dado relevo à atribuição de novas funcionalidades para o Palácio e para o edifício das antigas Moagens Harmonia, em 2005, e que tem permitido a sua preservação e salvaguarda, através do turismo. Através da análise histórica deste importante Monumento Nacional, este trabalho pretende contribuir, não só para o conhecimento da história do Palácio do Freixo, mas também para a necessidade de proteção e utilização responsável do património português.
- A arte indo-portuguesa na IIha de Moçambique: um intercâmbio de formas e de gostosPublication . Teixeira, Sara Martins Domingues de Sousa; Câmara, Alexandra Maria Gago daEsta dissertação tem como propósito dar a conhecer parte do património artístico da Ilha de Moçambique, cuja urgência em o salvaguardar, levou à constituição de importantes núcleos de arte indo-portuguesa, nomeadamente os Museus de Arte Sacra e o de Artes Decorativas, criados pela Comissão de Monumentos e Relíquias Históricas de Moçambique durante o Estado Novo, no virar de 1969 para 1970, altura em que a Ilha se tornava uma atração turística. Nela contextualiza-se a marcada presença indiana na arte aplicada à arquitetura, na arte sacra e no mobiliário existentes na Ilha de Moçambique, onde se preservam peças de elevado valor artístico e histórico, do séc. XVI à primeira metade do séc. XX, resultado da fusão da cultura portuguesa com culturas orientais do Índico. Neste estudo é dado particular enfoque ao património móvel, que constitui as coleções do MUSIM (Museus da Ilha de Moçambique), a instituição estatal tutelada pela cultura na qual se inserem os museus onde se localizam a maior parte das peças nele referidas e apresentadas. A presente investigação engloba igualmente peças de outras coleções estatais e particulares da Ilha de Moçambique e também de Maputo, como uma amostra do que se preservou desta arte em território moçambicano. Este trabalho desvenda, em paralelo, a história e a cultura desta cidade, que é Património da Humanidade e ao revelar-se o caminho percorrido para a salvaguarda do seu legado, registamse as principais ações decorridas nos períodos colonial e no pós-colonial para a sua divulgação e valorização, visando a preservação de memórias coletivas.
- Estudo dos objectos de vitrine da coleção Calouste Gulbenkian: desenvolvimento e proposta de catálogoPublication . Cruz, Ana Isabel Zany Pampulim Martins Caldeira da; Flor, PedroA colecção de arte de Calouste Sarkis Gulbenkian inclui um pequeno conjunto de obras de arte designado por Objectos de Vitrine. A presente investigação procura contextualizar a Categoria Objectos de Vitrine no sistema de organização da Colecção Gulbenkian, bem como caracterizar este conjunto diversificado de pequenos objectos de arte, cuja produção se estende desde a Antiguidade Clássica até ao final do século XIX. Apesar de estarem em exposição desde 1965 no Museu Calouste Gulbenkian, primeiro no Palácio Pombal, em Oeiras, e, mais tarde, no edifício construído de raíz, em Lisboa, somente uma pequena parte tem estado visível ao público visitante, mantendo na sombra toda uma variedade de objectos que surpreendem pela delizadeza e riqueza dos materiais, pela sua manufactura e pela sua origem, entre outros aspectos. Este estudo tem como objectivo principal lançar luz a esses objectos como parte de um todo que é a Colecção Gulbenkian.
- Arquitectura religiosa em Angola: o desconhecido modernoPublication . Matos, Susana Paula Cid de; Câmara, Alexandra Maria Gago daEste trabalho pretende dar a conhecer a significância da Arquitetura Religiosa Moderna em Angola. Articula-se com uma primeira parte de enquadramento sobre o tema da tipologia religiosa no âmbito da arquitetura representativa do Movimento Moderno, seguindose de uma abordagem sobre referências para a Arquitetura Moderna Religiosa em Angola. Na segunda parte do trabalho apresentam-se exemplares que foram erguidos por todo o território e é também um pretexto para contar a história de Angola através da sua arquitetura, mais especificamente, a religiosa. É evidenciada a importância da Igreja Católica na história de Angola e da arquitetura que a mesma produz, num período em que o Estado Novo se depara com a aceitação da inovação, do progresso e da tecnologia.
- Os fornos de cal artesanais de Pataias: história, memória e progressoPublication . Inácio, Tiago Filipe Duarte; Cardoso, João LuísOs fornos de cal de Pataias constituem, atualmente, o maior núcleo de fornos artesanais de cal em território Português (31 fornos). Depois do levantamento geográfico e arqueológico realizado em 2017, encontram-se dois grandes núcleos: o núcleo dos Olhos de Água / Ratoínha com 12 fornos, dispersos numa área aproximadamente três hectares e o núcleo da Brejoeira com 19 fornos dispersos numa área aproximada de quatro hectares. Os dois núcleos distanciam cerca de 500 metros. Desde as primeiras referências, na primeira metade do século XVIII, até à década de 1960, os fornos de cal constituíram uma importante fonte de desenvolvimento socioeconómico para a região. Na década de 1940 atingiu-se o auge de fornos em laboração, contabilizando-se cerca de quatro dezenas. No entanto, será na década de 60, com recurso a novos meios tecnológicos, que a indústria atinge o auge da produção, contabilizando-se cerca de 30 fornos em laboração, alguns a atingir 17 fornadas por ano. Em 1981, apenas existiam 10 fornos de cal ativos. O último cessou atividade em 1995. Não se pode abordar apenas os fornos, mas sim o complexo industrial na qual se encontravam integrados, que incluíam igualmente o barracão – normalmente de grandes dimensões, para resguardo do combustível, os depósitos / tulhas - construções em alvenaria com divisórias no seu interior para o armazenamento cal e ainda pequenos anexos que serviam de arrecadação. O forno é o centro da atividade fabril e o edifício mais importante. Similar a um poço, é construído em tijolo de burro, com um aterro ao seu redor e um portal na parte frontal. O aterro possuiu uma dupla finalidade: suportar a pressão exercida pela pedra nas primeiras horas, e permitir o acesso ao topo do forno de onde era descarregada a pedra, quando o empedre já se encontrava em fase final. Relativamente ao ciclo de produção, a pedra era extraída das pedreiras e transportada para junto do forno. De seguida eram colocadas dentro do forno, formando uma abóbada. Inicia-se a cozedura com dois forneiros alimentando continuamente o forno. O número de dias necessários para a cozedura variava entre os cinco e os sete. Por fim, era realizada a desenforna, armazenamento e comercialização da cal.