História / History
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Browsing História / History by advisor "Avelar, Ana Paula"
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- Bahia e Costa da Mina: dos laços atlânticos e da sua herança religiosa pelas vozes de Ferreira Pires, Alves de Souza e Ribeiro Rocha (1750-1800)Publication . Brito, Rafael Magno Maciel Costa e; Avelar, Ana PaulaA história é mais do que um processo. Ela é uma construção coletiva, fruto das interações humanas e destes com os eventos que os cercam, bem como do tempo histórico em que estes ocorrem. As relações entre a Bahia e a Costa da Mina não foram a exceção. Estes laços atlânticos, em particular no século XVIII, legaram ao Brasil elementos importantes de sua cultura e religiosidade. Foram muitos os pensadores que, ao longo desse processo aportaram suas visões e representações sobre os ditos laços. Porém, as vozes de Vicente Ferreira Pires, Francisco Alves de Souza e Manuel Ribeiro Rocha constituíram marcos analíticos de relevo para uma melhor compreensão do fenômeno em estudo, visto que apresentaram perspectivas complementares, ainda que de densidade variada, nas áreas da escravidão, tráfico negreiro e laços culturais. O ponto essencial foi o debate atemporal entre as três vozes que, escrevendo sobre os respectivos temas em diferentes períodos dos setecentos, adquiriu um caráter atemporal, visto que os três pensadores nunca se leram, mas graças a História puderam travar tal debate.
- Beja setecentista: o senado camarário, poderes e representaçõesPublication . Mósca, Joaquim Filipe; Avelar, Ana PaulaA tese de doutoramento que ora se apresenta, à qual subjaz a renovação teórico- -historiográfica que suportou a ruptura com a doutrinação e o paradigma estadualista herdados de Herculano e da historiografia novecentista, versa sobre o senado camarário bejense, o seu papel no exercício do poder local e as representações que esse mesmo poder assumia no universo setecentista. Porque o poder não se exerce no vazio tomou-se, como ponto de partida, a análise do espaço natural e social onde os agentes do poder camarário viviam e exercitavam as suas funções, no pressuposto de que essas condicionantes, para além da mundividência e do ordenamento jurídico e político coetâneos, se constituíam como os elementos estruturantes que moldavam e orientavam os comportamentos. Caracterizava-se essa mundividência, fundamentalmente, de um ponto de vista social, pela ética e estética barrocas e pela assunção da desigualdade e da excepção, plasmadas no corpus jurídico coevo; de um ponto de vista político, pelo absolutismo e, já na segunda metade do século, pela emergência do despotismo esclarecido; e, de um ponto de vista económico, pela autarcia insolidária e pela regulamentação camarária da economia local. Abrange este estudo, em termos espaciais, a cidade de Beja e o seu termo concelhio durante o período setecentista, até aos finais do reinado josefino. Particular atenção mereceram os processos eleitorais, não somente da oligarquia como dos agentes menores do poder camarário, que esta elegia numa lógica a que não eram estranhos propósitos de criação de redes clientelares baseadas em critérios de amizade, parentesco, fidelidade, honra e serviço instituidores de deveres recíprocos. Tomando como institutos fulcrais do exercício desse poder a Câmara Municipal, a Misericórdia e as ordenanças, adoptou-se uma estratégia de identificação e delimitação dos intervenientes no seu exercício, numa prática de investigação de carácter prosopográfico. Para tal, recorreu-se a um conjunto de fontes que possibilitaram, através do seu cruzamento, delinear uma lógica de compreensão desses protagonistas, em moldes de preeminência política e social e sua consequente estratificação no exercício desse poder. Nesta conformidade, pretendeu-se captar as diferentes estratégias de conquista e manutenção do poder, formas de exercício desse mesmo poder e situações de conflitualidade resultantes desse exercício, não apenas entre os institutos e protagonistas locais, mas entre estes e o poder central.
- De Malaca a Singapura passando por Tugu : retratos de quem tem o mar por berçoPublication . Espada, Maria de Jesus Sequeira; Avelar, Ana Paula; O'Neill, Brian JuanEsta Tese de Doutoramento estrutura-se a partir da análise dos olhares portugueses sobre as comunidades lusodescendentes da Ásia do Sudeste, que nos permite vislumbrar as sucessivas correntes dominantes no modo de vivenciar um espaço e uma comunidade e adivinhar pormenores dos contextos políticos e culturais em que as obras são produzidas. O trabalho parte da origem das comunidades de lusodescendentes no Sudeste Asiático concentrando-se, em particular, em três comunidades sobreviventes em Malaca, Tugu e em Singapura, as quais, do ponto de vista étnico e linguístico, têm o mar por berço. Tratando-se de uma análise do olhar português, é dada primazia aos estudos portugueses, e aos seus enquadramentos filosóficos, políticos e culturais, a par de um traçado geral das escolas do conhecimento e das construções do saber, mas aqui e além referindo outros autores, que auxiliam o entendimento de uma ou outra situação e que são bastas vezes referidos nas obras portuguesas relativas ao tema da cultura crioula. Partindo da ideia de Cultura dos Descobrimentos, é tida em consideração a criação de um corpo discursivo de conhecimento sobre o Oriente, que nasce do volume de informação nova provinda de outras terras com as viagens dos portugueses, mas que não fenece quando elas terminam. Na análise das ideias perspetivadas em obras de autores portugueses que abordaram Malaca, Tugu e Singapura e as comunidades de lusodescendentes, propomo-nos articular as suas concepções com o desenvolvimento dos estudos orientais portugueses e a contextualização política, cultural e intelectual do momento em que as obras foram escritas. Assim, a conjuntura epocal é definida sempre que o fragmento discursivo em análise o invoca, para seu melhor entendimento, e, também assim, se passa os olhos pelo raiar da ideia de Oriente, pelos impérios coloniais e a sua missão civilizadora, pelos nacionalismos e, finalmente, pelo desenvolvimento dos estudos culturais. Em todos e cada um destes passos, tentar-se-á traçar a situação dos estudos orientais em Portugal, acompanhando-a pelo desenvolvimento paralelo das escolas francesa e inglesa. Estas serão, em termos gerais, as perspetivas de análise do olhar português sobre Singapura, limitadas a um conjunto específico de vetores assaz referidos na identificação de uma identidade colectiva: a etnia, a língua e a religião. Já para uma análise do desenrolar da vida das comunidades, assim como para uma melhor visão dos traços da sua identidade actual e da presença de um Portugal no olhar, recorremos a dois tipos de instrumentos: ao estudo dos textos de autores autóctones, por um lado, e à realização de entrevistas in loco, por outro, e a análise dos questionários. Esta análise, permitir-nos-á proceder à apreciação dos traços identitários destas comunidades de lusodescendentes, assim como do papel desempenhado pelos factores etnia, religião e língua na subsistência de uma identidade social e cultural autónoma no contexto pluricultural dos dois países. Procuraremos, enfim, proceder a uma abordagem diferente do tema da mestiçagem e da lusodescendência, almejando compreender imagens e estereótipos construídos, ao longo dos anos, sobre estas comunidades e executando, ainda, e como corolário do nosso trabalho, a nossa própria abordagem do espaço. Para bem atingir estes objectivos, do ponto de vista da metodologia, efetuámos um cruzamento entre a História e a Antropologia, enquanto utensilagens analíticas, já que entendemos que o tema deve ser assim abordado, tendo em conta o objeto de estudo e a respetiva análise de duas comunidades, do ponto de vista histórico, mas também das suas expressões étnicas, sociais e culturais, e a seleção de descritores, os quais referiremos adiante. Por outro lado, para entrevermos a situação atual do padrão sociocultural formado pelas novas formas de ser e de pensar originadas no sincretismo ocorrido nos anos idos de Quinhentos, assim como as teias relacionais construídas entre as comunidades de Malaca, Tugu e de Singapura, tendo em conta que existem inúmeros modos para olhar uma mesma realidade (as esquinas do olhar) clarificámos quais os prismas usuais destes estudos e as nossas opções. Estes serão os descritores escolhidos, que entendemos serem termos com conteúdos significantes fundamentais para o nosso estudo, conceitos estes que direcionam o nosso olhar na investigação da situação atual da comunidade e que sustentarão as nossas leituras e a descrição da observação que fizermos sobre o fenómeno que nos propusemos estudar: os atuais traços identitários de duas comunidades lusodescendentes do Sudeste Asiático. Um dos elementos importantes é a noção de comunidade (definida de forma crítica), a qual passa pela existência de referentes sociais e culturais. Debruçamo-nos, igualmente, sobre a designação da própria comunidade e dos seus membros. Neste campo, concentramo-nos, primeiramente, no que entendemos por lusodescendente, que é um conceito a que se recorre para a descrição dos desígnios da comunidade de Malaca, sendo que consideramos que a lusodescendência se verifica não em termos biológicos ou políticos mas de uma História e um passado. No entanto, ao contrário do sucedido em Malaca e Tugu, na análise da situação atual da comunidade de Singapura, é visível que este conceito não se aplica. Nem os membros desta comunidade se designam deste modo, nem são assim apelidados pelos que os rodeiam. Por este motivo, socorremo-nos do conceito de eurasiano, porque é esse o nome utilizado pela própria comunidade, para além de ser o epíteto pelo qual o governo singaporeano reconhece a comunidade e os seus membros. Para além do elemento nome e do seu conteúdo significante, outros dos descritores que utilizamos para a nossa análise são a família, enquanto agregado familiar, e este último como núcleo constituído pelos comensais, a que corresponde o conceito de família como unidade social constituída pelos co-residentes. Por último, e ainda a respeito das relações entre os membros da comunidade, fomos um pouco mais longe porque consideramos que a sobrevivência da comunidade não passa apenas pelas relações familiares, que lhe dão coesão, mas também pelas teias tecidas pelas relações entre as várias famílias – de amizade ou parentesco. Por este motivo, tivemos em conta um outro descritor relevante: trata-se da noção de “solidariedades primárias” que consideramos ser um pouco mais amplo que o de teias familiares pois abrange as relações do quotidiano, do trabalho, dos rituais, religiosos ou não, das celebrações, etc.
- As elites e o poder local em Porto de Mós (1898-1926)Publication . Carvalho, Maria Adozinda da Luz da Fonseca Cruz; Avelar, Ana PaulaO presente estudo versará sobre as elites e o poder local em Porto de Mós, abrangendo o período compreendido entre 1898 e 1926. Estudaremos as elites em Porto de Mós, que assumiram a sua governança, no período em questão. Nos finais do século XIX e viragem para o século XX, surgiram grandes reformas ao nível do sistema político, crises político-institucionais, e transformações nas instituições administrativas locais e nos municípios. A representar as Câmaras, estava um grupo de indivíduos eleitos, na sua maioria filhos da terra, defendendo os seus direitos e interesses face ao poder vigente. Considerando o papel de relevo que as Câmaras tiveram no país, tentaremos compreender a realidade política local vivida no concelho de Porto de Mós, entre 1898-1926. Analisaremos o processo eleitoral da elite dominante, procurando saber quem exercia os cargos de Presidente e Vereadores do município, a permanência e a rotatividade dos mesmos. Desta forma, verificaremos que as diferentes elites portomosenses procuravam, por um lado, colaborar com o Estado e, por outro, responder às necessidades dos seus munícipes, perpetuando o seu poder, quer na Monarquia, quer na República, uns de fação progressista, outros de fação regeneradora. Os cargos camarários eram ocupados quase sempre à volta dos mesmos indivíduos, rodando de Presidente para Vereador e vice-versa. O exercício desse poder foi, em alguns casos, alternando, quer na Câmara, quer na Santa Casa da Misericórdia.
- O impacto social da Academia de Música da Madeira e da obra do Eng.º Luiz Peter Clode no século XXPublication . Chaminé, Maria Helena Aldinhas; Avelar, Ana PaulaO Conservatório – Escola das Artes da Madeira Eng.º Luiz Peter Clode foi inaugurado em 1946 como Academia de Música da Madeira. Esta escola surge pelo apoio da Sociedade de Concertos da Madeira, a qual impulsionou outras obras de caráter cultural e artístico na região. Luiz Peter Clode foi o mentor de todas estas obras deixando um legado cultural nas artes e no ensino artístico na Madeira. O presente estudo pretende analisar o impacto da atividade cultural, promovida pela obra de Peter Clode e perceber a sua relação com os poderes locais e a identidade e memória coletiva da sociedade madeirense. Este estudo desenvolve-se desde 1943, data da fundação da Sociedade de Concertos da Madeira, e até 1974, ano em que o fundador Peter Clode foi afastado da sua obra.
- Os italianos na Lisboa de 1500 a 1680 : das hegemonias florentinas às genovesasPublication . Alessandrini, Nunziatella; Avelar, Ana PaulaA importância da presença italiana na península ibérica foi objecto de estudo por parte da historiografia portuguesa e estrangeira que se debruçou sobre as influências económicas e culturais destes estrangeiros desde os primórdios até ao século XVII. A pesquisa por nós desenvolvida em torno desta comunidade permitiu avançar com novos dados. Estes completam e aprofundam as teias de relações familiares e interindividuais dos italianos residentes em Lisboa (séculos XVI e XVII) com conceituadas famílias portuguesas, e analisam percursos de vida de mercadores até agora nunca estudados. Mantendo uma constante ligação com o passado e verificando as razões subjacentes ao desenvolvimento dos vários acontecimentos, procura-se no presente trabalho, enquadrar as famílias italianas e a sua actividade no seio da sociedade portuguesa dos séculos em questão, focalizando a atenção sobre a passagem da hegemonia florentina das primeiras décadas de Quinhentos, à hegemonia genovesa, cujo apogeu se afirma a partir do último quartel de Quinhentos. Apresenta-se igualmente os perfis dos protagonistas italianos de modo a desvendar o peso desta comunidade na sociedade portuguesa dos séculos XVI e XVII.
- Representações socioculturais oitocentistas : olhares de Júlio Dinis sobre o quotidiano portuguêsPublication . Pereira, Maria de Jesus Antunes da Cruz; Avelar, Ana PaulaO presente trabalho visa o estudo da sociedade portuguesa das décadas de cinquenta e sessenta do século XIX, através do olhar do escritor Júlio Dinis, uma vez que, na sua obra literária, do teatro e da poesia ao romance, passando pelo conto, nos deixou muitas páginas com retratos socioculturais, reveladores do mundo em que viveu e da sua forma de o encarar e de o sentir. O romancista nasceu no Porto, onde cresceu, estudou, escreveu e viu publicados alguns dos seus contos e romances em O Jornal do Porto, o jornal diário onde também encontramos os anseios e os problemas de homens e mulheres e a presença da mudança de mentalidades a que Júlio Dinis assistia e na qual desejou intervir ativamente, através da sua escrita. No Porto e algures, no reino, entre 1850 e 1870, numa aldeia ou freguesia, famílias e personagens dinisianas, com seus modos de viver e de pensar, poderiam trabalhar e conviver, constituindo o núcleo de uma sociedade em mudança - a mudança que tardava para colocar Portugal na rota da modernidade. Este estudo do romance de costumes de Júlio Dinis, é um contributo para o estudo da sociedade portuguesa em que viveu e escreveu e para a valorização do papel da literatura para o conhecimento e a compreensão da vida em sociedade. No campo da cultura portuguesa, este projeto apresenta-se como proposta de estudo e exploração da relação entre o escritor e a sua obra literária, com a vida intelectual e com o seu contexto político, social e cultural, que conseguimos identificar, reconhecer e questionar através de O Jornal do Porto, um dos diários portuenses.