Relações Interculturais | Intercultural Relations
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- Avaliação da competência intercultural em agências europeias descentralizadas: estudo comparativo entre as agências do domínio da justiça e dos assuntos internos e restantesPublication . Cabaço, João; Ramos, NatáliaA União Europeia dispõe de um conjunto de instituições para atingir os seus objetivos comunitários. Cada uma delas, de acordo com os seus propósitos e fins específicos, deverá contribuir com informação para um bem comum. De entre todas estas instituições da UE, existem as Agências Europeias descentralizadas e que foram criadas para desenvolver funções técnicas e científicas, com o objetivo de informarem e ajudarem as instituições de gestão política da União Europeia a tomar decisões. São estas agências que se ocupam de questões e problemas que afetam a vida quotidiana dos 500 milhões de pessoas que vivem na UE. Estas agências desempenham no espaço comunitário tarefas especializadas em diferentes domínios que vão desde a pesquisa, propostas de regulamentação e fiscalização sobre os alimentos que comemos, à medicação, à educação e direitos fundamentais, à segurança e justiça, entre outros que nos afetam diariamente e que normalmente não paramos para pensar neles. A importância do tema reside na necessidade de promover a paz, a justiça social e a coesão social em sociedades cada vez mais diversas. Através da diversidade intercultural e da gestão da interculturalidade através e da promoção do diálogo intercultural, é possível construir pontes entre diferentes culturas, aumentar a compreensão mútua e prevenir conflitos e exclusão social. Sendo as Agências Europeias organizações constituídas e frequentadas por pessoas provenientes de toda a Europa, interessa saber como é que as relações sociais se desenvolvem, como são negociadas as diferenças culturais e como é que é feita a comunicação entre os pares e com o exterior, onde a compreensão e a aceitação do outro sem discriminações devem ser permanentes e fazer parte dos seus códigos de conduta. O bom desempenho destas agências pode afetar diretamente a vida de muitos outros residentes da UE, mas também de muitos outros que procuram a UE como um espaço comum, saudável, seguro, social e culturalmente enriquecedor e integrativo e não como fonte de discriminação, violência e exclusão. Assim, no nosso estudo a proposta consistiu em analisar estas agências com o objetivo comum de verificarmos qual a perceção sobre diferentes dimensões da competência intercultural e como é que esta faz parte do quotidiano da vida das pessoas dentro destas agências e das suas funções. De uma forma breve, o nosso estudo verificou que, de uma forma geral, não existem diferenças significativas entre as Agências JHA e as Restantes Agências ao nível da perceção e avaliação que fazem sobre a competência intercultural. Porém, e sendo um estudo exploratório constatam-se diversas linhas possíveis para futuras investigações, como por exemplo; constatou-se que cerca de 53% dos funcionários europeus destas agências não possui qualquer formação na área da interculturalidade, e que em comparação entre os dois grupos de agências, são os da JHA que mais formação possuem (55%). De referir que a maioria dos participantes não é atento (60,7%) às barreiras institucionais discriminatórias, e que estes valores são praticamente iguais para ambos os grupos das agências estudadas. Salientamos também que cerca de 30% dos funcionários das Agências Europeias Descentralizadas já se sentiu culturalmente discriminado, em algum momento, dentro da agência onde trabalha. Só com a realização contínua e aprofundada de estudos nestas áreas se pode entender melhor como essas questões afetam o funcionamento das Agências Europeias Descentralizadas e como podem ser abordadas de maneira eficaz, a fim de promover a inclusão, a diversidade e a igualdade de oportunidades para todos os indivíduos que trabalham nestas organizações, bem como a qualidade do seu funcionamento.
- Comportamentos contracetivos de mulheres migrantes : conhecimentos, atitudes e práticas em contexto de diversidade culturalPublication . Lopes, Lídia Maria Mota Correia; Ramos, NatáliaA gravidez não desejada representa um problema de saúde pública a nível mundial, traduzindo-se em graves sequelas para a saúde da mulher, do feto e da criança, tornando-se emergente compreender os vários fatores que podem influenciar a efetiva prática contracetiva. Perante a diversidade cultural e étnica da sociedade portuguesa, com destaque para a população imigrante feminina, considerou-se importante identificar e compreender os conhecimentos, as atitudes e as práticas face aos métodos contracetivos das mulheres de origem africana e brasileira residentes em Portugal, na região de Lisboa. Desenvolveu-se um estudo descritivo, exploratório e transversal, com o recurso a metodologia mista. Foi utilizado o processo de amostragem não probabilística por conveniência; o universo de trabalho é constituído por 75 participantes, mulheres em idade fértil, a viver em Portugal há pelo menos um ano, oriundas do Brasil, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe. A recolha de dados foi efetuada por entrevista semiestruturada e os dados analisados no software SPSS 24.0 (dados quantitativos) e com o recurso à técnica de análise de conteúdo temática (dados qualitativos). Os resultados destacam que as participantes têm conhecimento da existência de um número médio de métodos contracetivos, mas apresentaram, no geral, um nível baixo de conhecimento sobre as suas características. Maioritariamente, apresentaram uma atitude positiva face à contraceção e ao benefício do seu uso, mas a adesão à contraceção revelouse mínima, sendo a prática contracetiva baseada no uso de métodos que exigem um uso correto e consistente para a sua eficácia e que dependem da participação masculina. É necessário que os profissionais de saúde desenvolvam estratégias de comunicação e educação para a saúde adequadas, promovendo a aquisição de conhecimentos por parte da mulher/casal e uma escolha livre e informada do método contracetivo, com ênfase nos grupos mais vulneráveis, considerando a variabilidade e particularidades individual, grupal e cultural.
- A cooperação civil e militar: contributos e desafios da comunicação interculturalPublication . Rocha, Francisco Luís Pereira da; Fontes, José; Joaquim, TeresaO pós Guerra Fria provocou uma mudança qualitativa no panorama político e geoestratégico internacional, bem como nos paradigmas organizacionais e de empenhamento das Forças Armadas. É neste contexto de contingência política - imprevisível e multifacetado, que a Comunidade Internacional se mobilizou para mitigar o sofrimento humano, dando origem a uma alteração na natureza, dimensão e frequência da utilização da componente militar em diferentes tipos de emergências complexas. Os modernos Teatros tornam-se, assim mais abstrusos, envolvendo uma multiplicidade de novos protagonistas e o estreitamento dos contactos entre organismos plurais e distintos, com práxis e contextos culturais dissemelhantes. Este cenário multicultural e interagências - pós-modernidade, para onde as Forças Armadas foram projetadas, para além da tradicional responsabilidade da defesa dos interesses do Estado, acrescem, agora, também, outras incumbências de natureza humanitária, de prevenção de conflitos e do restabelecimento da paz, integrando estas, atualmente, o elenco das principais missões das Forças Armadas. O âmbito desta interação, nem sempre pacífica, impõe renovadas abordagens de compreensão, formação e treino militar, para lidar, de forma adequada, entre outros, com a diversidade cultural. Considerar pois as questões interculturais no estudo da Cooperação Civil e Militar (CIMIC), tentando perceber a heterogeneidade do mundo contemporâneo e das suas dinâmicas socioculturais, representa um contributo imprescindível para a integração das relações entre militares e civis, constituindo-se, por isso, numa verdadeira "ferramenta" de trabalho na elaboração do desenho operacional, e um vetor a explorar para o bom termo das operações militares contemporâneas. É, por conseguinte, inegável a profusão de padrões divergentes e conflituantes evidenciados nestes novos enquadramentos multinacionais - complexos e sensíveis e os dilemas, perspetivas e desafios que eles aportam para o processo comunicacional, pelo que se procurou ressaltar as idiossincrasias da Cultura Militar e as vantagens em promover o desenvolvimento de Competências Comunicativas Interculturais nas FAP.
- 'Criatividade participativa' intercultural : o processo de criação no Tanztheater de Pina BauschPublication . Dias, Teresa Norton; Ribeiro, José da Silva; Emonts, Anne MartinaDa prática de ‘criatividade participativa’ intercultural (re)nasceu, no âmbito da produção do Wuppertaler Ballett, uma diferente e transdisciplinar abordagem de expressão artística: o Teatro-dança, Tanztheater pela mão da coreógrafa alemã Pina Bausch. Com este estudo pretendemos responder a questões ligadas à contribuição, durante o processo de criação, dos bailarinos-atores e das bailarinas-atrizes que, a partir da partilha das suas histórias de vida e através de um processo colaborativo de criação, ajudaram a construir o legado artístico desta coreógrafa pós-modernista. Deste legado, que resultou do seu trabalho enquanto diretora artística do Tanztheater Wuppertal, focar-nos-emos na produção realizada a partir de ‘residências artísticas’, em particular na peça criada a partir da ‘residência artística’, em Lisboa, intitulada Masurca Fogo, cujo processo de trabalho e relação do elenco com a coreógrafa se encontra refletido no documentário do realizador português, Fernando Lopes, com o título Pina Bausch. Lissabon Wuppertal Lisboa (1998). Com a nossa reflexão sobre a relação dos bailarinos-atores e das bailarinas-atrizes com a coreógrafa e a partir do registo em vídeo sobre o seu processo de ‘criação participativa’ pretendemos trazer à discussão a realidade de um coletivo artístico multicultural e as relações interculturais que se estabeleceram no seio do grupo e a partir dele, sem esquecer as obras realizadas e a transculturalidade que refletem.
- De imigrantes a portugueses: a dimensão identitária e estratégica da nacionalidadePublication . Oliveira, Maria Paula Nunes dos Santos Gonçalves de; Horta, Ana Paula BejaEste estudo, de cariz exploratório, teve como principal objetivo compreender as razões que estão na base e foram determinantes na decisão dos cidadãos nacionais de países terceiros à União Europeia, de se tornaram portugueses. Neste âmbito, interessounos, igualmente, pesquisar o impacto do novo estatuto em termos de laços identitários, práticas sociais e culturais. O quadro teórico teve por referência os autores que questionam o papel e o lugar da nacionalidade dentro do tradicional conceito de cidadania agregado ao Estado-nação territorializado e que discutem a necessidade da sua reconstrução fora deste paradigma, bem como o conceito de cidadania estratégica. Com recurso a uma metodologia mista, elegemos como principal instrumento de recolha de dados, o inquérito por questionário, aplicado a uma amostra não probabilística, constituída por 197 indivíduos que acederam à nacionalidade portuguesa. Os dados recolhidos sugerem que os processos, lógicas, dinâmicas e as motivações dos inquiridos, independentemente de a ligação identitária e cultural a Portugal poder existir, são suportadas por razões de ordem, maioritariamente, estratégica e instrumental. Consubstanciam uma forma muito própria e ‘from below’ dos atores sociais contornarem o paradoxo da cidadania que apesar da promessa igualitária da Democracia, há séculos, traça a linha de fronteira entre o ‘Nós’ e os ‘Outros’, entre incluídos e excluídos e no contexto da União Europeia, entre Europeus e não Europeus.
- Direitos humanos em Moçambique : estado e sistema de policiamentoPublication . Nhaueleque, Laura; Fontes, JoséEsta pesquisa apresenta uma análise da evolução histórica e da situação atual dos direitos humanos em Moçambique, com ênfase no tratamento dos DH por parte da Polícia (PRM). O tema escolhido é relevante porque não existem, até hoje, trabalhos académicos que analisam a atuação da Polícia moçambicana em relação às violações por ela praticadas dos direitos humanos dos cidadãos. Em termos metodológicos, a pesquisa adotou uma abordagem puramente qualitativa, visando perceber quais são as razões do uso frequente da violência por parte da Polícia, quais os seus relacionamentos com o poder político e com o poder judiciário, acabando por apresentar uma tipologia de casos de violações dos direitos humanos por parte desta corporação, inspirada à dicotomia de Galtung “estrutura”-“ator”. A pesquisa trouxe, como seu resultado mais significativo, a consideração da violação dos direitos humanos por parte da polícia moçambicana como elemento estrutural da história e da política locais, a partir da análise da evolução constitucional e legislativa do país à luz dos direitos humanos, das etapas fundamentais da PRM e da sua atual organização, da formação que os agentes policiais têm na específica matéria dos direitos humanos. A pesquisa demonstrou que os membros da PRM conhecem os direitos humanos, e que eles geralmente atuam de forma contrária a tais princípios devido a ordens superiores ou, no geral, a questões “de sistema” ou estruturais, que ativam mecanismos de difusa impunidade, códigos do silêncio e de cumplicidade, que envolve os cidadãos, os próprios colegas e superiores dos agentes violadores e, em última instância, os juízes. Por isso a pesquisa demonstrou que, salvo raros casos, o desfecho processual é inexistente; pelo contrário, o desfecho processual pode ser por vezes diferente apenas em casos de atuação puramente individual do polícia violador, com condenações que chegam a ser exemplares.
- Do descolonial ao decolonial na educação brasileira: um estudo de caso das tecnologias educacionais produzidas pela Rede Anísio TeixeiraPublication . Moraes, Joalva Menezes de; Vidal, Nuno; Caetano, João RelvãoA presente tese questiona se as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 enquadram-se em um perfil epistemológico decolonial ou descolonial. Tais legislações impõem o ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígenas nas escolas brasileiras. Sendo assim, a hipótese, aqui defendida, gira em torno da afirmação de que o espírito das legislações é decolonial, ao passo que sua aplicação e efetivação, na prática pedagógica, estão direcionadas à descolonialidade. Adotamos, como bases teóricas, além dos conceitos e diferenciações acerca das epistemologias descoloniais e decoloniais, os estudos relacionados às Epistemologia do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, acrescentando a eles a definição metafórica correspondente ao suleamento de saberes, inspirados nos brasileiros Márcio Campos e Paulo Freire. Como estudo de caso, que nos permitiu verificar indícios de tais abordagens, utilizamos as tecnologias educacionais, como instrumentos que auxiliam na prática educativa de escolas baianas, nomeadamente conteúdos digitais produzidos pela Rede Anísio Teixeira, programa de tecnologias educacionais do Instituto Anísio Teixeira, Secretaria da Educação da Bahia. Para tanto, foram analisadas fotografias still das produções de conteúdos da TV AT (Anísio Teixeira), realizadas entre os anos de 2009 e 2014, utilizando a Análise do Discurso, baseada nas teorias de Michail Backtin, e realizámos 20 entrevistas, sendo 10 com pessoas envolvidas na sua produção e 10 com educadores que atuam hoje na Rede Anísio Teixeira. A partir dos dados obtidos, no percurso metodológico, constatou-se que a aplicação e efetividade das referidas legislações na prática educativa do caso estudado, ainda trilha o caminho da descolonialidade.
- Do sensível nasce a obra do humano: um estudo sobre resistência e superação das epistemologias hegemónicas para outros significados plurais na formação humanaPublication . Lourenço, Sónia Filipa da Silva Santos; Tavares, Manuel; Joaquim, TeresaNo cenário do mundo atual, temos vindo a assistir a crescentes tensões locais, nacionais e globais que acentuam a degradação das relações humanas, fragilizam as democracias e expõem o olhar dual e maniqueísta com que temos sido conduzidos na delineação de estratégias políticas e sociais, que reforçaram/reforçam lógicas de hierarquização e subordinação. Este estudo pretende contribuir com uma proposta decolonial para a formação do ser humano, enfatiza a urgência de um projeto de interculturalidade crítica que reúna novas formas de solidariedade, que aluda ao descentramento do pensar e sentir para aspirar a uma educação de liberdade e esperança. A análise revê fundamentos ontológicos e epistemológicos que justificam a escolha de uma abordagem hermenêutica, conduzida à luz de um referencial decolonial no encontro com a dimensão da arte através da música e a relação desta com o indivíduo que resulte na projeção de uma constelação decolonial, a configuração de muitos centros de ação, em interdependência e equidade, que trará um novo significado ao que se entende essencial no processo de aprendizagem do ser humano. Acreditamos que este novo significado possa revelar-se por meio da linguagem do sensível, via da desconstrução de um pensamento construído pelos filtros da razão fria e hegemónica, no acesso a um conhecimento-outro. A arte, como experiência privilegiada da esfera do sensível, indica-nos que contém em si o potencial de liberdade, da exploração do individual profundo que se integrará e manifestará no coletivo vibrante, contribuindo, assim, para o desafio de uma possível conversão dos atuais paradigmas ontológicos e epistemológicos.
- Ensino a distância e tecnologias digitais enquanto promotores da comunicação e integração educacional e intercultural no ensino superior: oportunidades e desafios na atualidade e em tempos de pandemia Covid-19Publication . Lopes, Ana Cristina Duarte; Ramos, NatáliaEm 2020, com o surgimento da pandemia Covid-19, o mundo foi confrontado com mudanças drásticas que evidenciaram desigualdades sociais entre países e nos países, com maior reflexo nos grupos mais vulneráveis, em situação de pobreza ou migração. Estes desafios verificaram-se na área da educação que, em poucos dias, sofreu uma adaptação de um modelo presencial para um ensino remoto, o que fez renascer o debate sobre o modelo educativo existente, e sobre a disseminação tecnológica no ensino. Estas evidencias motivaram o desenvolvimento do presente estudo, que teve como objetivo perceber o impacto do uso das tecnologias digitais, enquanto facilitadoras da integração educacional e intercultural. A introdução das tecnologias digitais, para além de permitir a manutenção do ensino, pode ainda facilitar a integração de alunos provenientes de diferentes países e culturas, contribuindo para um ensino mais adaptado à realidade do mundo de trabalho global, plural e mutável. No entanto, também apresenta desafios, pois apesar de uma abordagem digital ser mais próxima da realidade social, é mais adaptada a determinados públicos-alvo e mais exigente e potencialmente mais solitária para o aluno, contrariamente ao ensino pré-pandemia, onde a base era a proximidade ao professor evitando que o aluno dependa tanto de si próprio. Para melhor compreender e quantificar o impacto desta dinâmica realizou-se um estudo descritivo e exploratório, de cariz misto (qualitativo e quantitativo). Na fase qualitativa participaram coordenadores e professores de Instituições do Ensino Superior Portuguesas, que deram o seu contributo especializado através de entrevistas individuais semiestruturadas, tendo sido analisados os resultados através de uma análise de conteúdo. A fase quantitativa abrangeu uma amostra não probabilística de alunos de Instituições de Ensino superior portuguesas, recolhida através de uma entrevista online, o que permitiu uma análise estatística descritiva dos dados. Os resultados demonstram que a pandemia impôs desafios como a falta de preparação da maioria das instituições de ensino superior para uma migração tecnológica, o que implica uma necessidade de investimento financeiro, assim como o impacto negativo em termos de efeitos psicológicos que um ensino totalmente a distância pode ter na comunidade educativa que não se identifica com este tipo de modalidade de ensino, ou para os alunos que não têm condições para o frequentar. No entanto, todos os desafios devem ser encarados como oportunidades, e percebeu-se a essencialidade do apoio aos professores bem como destes aos alunos e a necessidade de capacitação de competências digitais, comunicacionais e interculturais através da implementação de ações de formação. Uma abordagem mais tecnológica amplifica a possibilidade de manter um ensino em qualquer circunstância, em paralelo com a facilitação da integração sociocultural de todos os alunos independentemente da sua origem. Estas alterações não só preparam a educação para possíveis novas adversidades futuras, como permitem diminuir desigualdades, conferindo maior inclusão e abertura ao ensino superior.
- A formação continuada de professores(as) da educação rural: da Escola Ativa à Escola da Terra (2009 a 2014)Publication . Melo, Maria Guiomar de; Moreira, Darlinda; Albuquerque, RosanaA tese versa sobre a formação continuada de professores(as) da educação rural e indígena mediante o Programa Escola Ativa e a acção da Escola da Terra, que decorrem de incentivos do Ministério da Educação; e averigua os efeitos desse aprimoramento ao ministrar disciplinas correlatas ao saber tradicional (etnociência, etno-história, etnomatemática etc.) para docentes e gestores das escolas de aldeias Pemon (Makuxi e Taurepang) e Wapixana na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela. As qualificações das instituições académicas públicas visavam ampliar habilidades metodológicas à escolarização a classes multisseriadas da alfabetização à literacia. Parcela dessas instituições não compartilhava o programa, mas considerava opção a maximizar o fortalecimento da escolarização. Tal atitude possibilitou arquitetar a acção da Escola da Terra numa atuação conjunta aos movimentos sociais rurais a partir de 2013. Essas iniciativas governamentais se tornaram renovadoras num país com seis biomas e imensa diversidade cultural ao representar meio a equilibrar a adversidade sociopolítica à escolarização dessa população. Portanto, averigou os procedimentos decorrentes dessas medidas educacionais ao expor, desde a introdução, a fundamentação do tema, o enquadramento teórico e a pesquisa de terreno realizada em anos anteriores em atividade laboral, e deu sequência ao tratar de um breve histórico educacional com ênfase da catequese à escolarização indígena, do ordenamento jurídico à educação, essencial aos fundamentos das metodologias à formação pedagógica, a educação informar versus formar diante do perspetivismo ameríndio do circum-Roraima e a escolarização nesse contexto social. Por fim apresenta o epílogo quando teceu a prospetiva e a conclusão desta investigação.
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