Linguística | Artigos em revistas internacionais / Papers in international journals
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Recent Submissions
- História do português brasileiro e uma breve entrevista com Ataliba Teixeira de CastilhoPublication . Coelho, Izete; Martins, Marco; Osório, Paulo; PauloO texto estabelece um panorama do Projeto 3 da ALFAL(coordenado pelos autores do artigo) e disponibiliza uma entrevista feita ao Professor Ataliba Teixeira de Castilho que é o homenageado do volume 26 da Revista Working Papers em Linguística.
- “Ti Zé quando chupa a mbeta começa a sabular”: para uma análise sociolinguística do calão do português angolanoPublication . Osório, Paulo; João, João Paulino; Cavalieri, RicardoEmbora o português de Angola (PA) siga fundamentalmente a norma do português europeu (PE), existem, na verdade, diferenças significativas entre as duas variedades nas mais diversas estruturas linguísticas. Em Angola, a profusão de contactos entre línguas e povos diversificados, ao longo da sua história, perfila-se como fator preponderante no distanciamento das referidas estruturas, configurando-se, pois, no espaço angolano, um convívio da língua portuguesa com as línguas nativas, maioritariamente de origem Bantu, em ambiente sociolinguístico de imposição idiomática. Esta hibridização resulta numa variedade metaforicamente mestiça, que, a partir do período de pós-independência, fez emergir um calão particular, enquanto emblema da angolanidade. Este estudo, de caráter sociolinguístico, analisa usos do calão no PA, contrastando-os, sempre que possível, com o PE. Recorremos, para o efeito, à análise de um inquérito dirigido a 114 inquiridos, o qual mostrou que o calão angolano tem inclusive influenciado a variedade europeia do português.
- A competência de escrita de alunos do Iº Ciclo do Ensino Secundário dos Municípios do Cambulo e do Chitato e as perceções dos professoresPublication . Coge, Benvindo Salvador; Osório, Paulo; Marcotulio, Leonardo; Evaristo, Jefferson; Vilaça, Cynthia; Kaltner, Leonardo; Marcotulio, LeonardoA presente investigação surge da observação de dificuldades ao nível da competência escrita observada em alunos do Iº ciclo do Ensino Secundário dos municípios do Cambulo e do Chiato da província da Lunda-Norte (Angola). Assim, o pressuposto principal deste estudo é tentar percebermos o que está na origem de determinados desvios de escrita (com particular incidência para a ortografia), para se poderem propor formas de atuação pedagógica no espaço da aula de Português. No entanto, naturalmente que este trabalho toma como ponto fundamental de interpretação dos dados o facto de, em Angola, o português ter dois estatutos, língua segunda para uns e língua materna para outros, o que em muitos casos tem reflexos diretos na aprendizagem dos estudantes. Também foi nosso interesse indagarmos as perceções que os próprios professores têm do desempenho dos seus alunos, tomando-se ainda como linha de reflexão o estatuto que a língua portuguesa tem para esses mesmos professores. Assim, o estudo empírico é duplo: por um lado, analisamos produções escritas dos estudantes destes municípios; e, por outro, refletimos sobre os resultados de um inquérito preenchido por professores.
- O contributo de Wenceslau de Moraes para o estudo das relações linguísticas entre Portugal e o JapãoPublication . Sousa, Maria; Fonseca, Maria do Céu; Osório, Paulo; Dores, Marcus; Lopes, CéliaNum dos muitos livros dedicados à amizade entre Portugal e Japão, Wenceslau de Moraes (1854-1929), viajante apaixonado pela cultura nipónica, refere-se ao seu “passeio filológico, ao longo da gramática japonesa” (2015, p. 87), a título de convite lançado ao leitor. Embora o passeio seja curto no caso da presente obra, Relance da Alma Japonesa, o repto desafia qualquer um a pesquisar outras possíveis incursões filológicas na obra de um autor caracterizado por uma inclinação orientalista, que, na sequência da descoberta do sânscrito, foi também timbre da filologia oitocentista. É esta a linha que se segue no presente trabalho, que pretende revisitar a obra de Wenceslau de Moraes no tocante a matérias de língua e que, considerando a dimensão sempre contrastiva entre Oriente e Ocidente que o autor imprime ao tratamento de tais matérias, se sintetiza na expressão de relações linguísticas entre Portugal e o Japão. Referem-se todos os aspetos linguísticos detetados na obra do autor. Embora se façam alguns cortes, as abordagens linguísticas de Wenceslau de Moraes podem ser organizadas nas áreas de morfologia, sintaxe, léxico, onomástica e paremiologia.
- Na linha do advento histórico da língua portuguesa: norma, variação e mudançaPublication . Machado Filho, Américo; Osório, Paulo; Dores, Marcus; Lopes, CéliaFalado em diferentes latitudes geográficas, o português conformou-se, em seu advir histórico, em língua multicultural e multiespacial de expressão, sendo, na atualidade, referenciador de pluralidades e mediador de variadas perspectivas de representação. Sua trajetória, registrada pela escrita há pelo menos oito séculos, demonstra processos de variação e de mudança. Estes se foram construindo, micro e macroscopicamente, no esteio da história, refletindo as naturezas sintrópica e entrópica a que se sujeitam todas as línguas naturais, isto é, à integração pendular existente entre a energia que compõe e movimenta o seu sistema linguístico e o papel das variáveis aleatoriamente ou randomicamente impulsionadas por seu sistema social. Neste artigo, pretende-se realizar uma incursão a aspectos de variação e de mudança, próprios do português, em diferentes níveis de análise linguística, desde sua origem, no período arcaico, até o português brasileiro, contemporâneo, permitindo-se comparações pontuais com outras variedades da língua portuguesa no mundo, assim como com crioulos de base lexical portuguesa. Sob a ótica da linguística histórica, busca servir de macro esboço do processo de constituição da língua, de forma dinâmica e exemplar, no sentido de sua representação no tempo, cronologicamente avaliado, e no espaço, em que se constituiu e em que hoje se manifesta dialetal e diastraticamente.
- Variação dialetal no português europeu: aspetos linguísticos da variedade da Beira BaixaPublication . Inácio, Joana; Osório, Paulo; Marcotulio, Leonardo; Dores, Marcus; Lopes, CéliaEste trabalho investiga fenómenos fonéticos, morfossintáticos e lexicais com vista a uma abordagem no âmbito da variação dialetal do Português Europeu numa região específica de Portugal continental: a Beira Baixa. Com base na análise de dados extraídos de ficheiros de áudio disponíveis no atlas MADISON (Mapa Dialetal Sonoro), que refletem a linguagem quotidiana, observam-se os seguintes traços dialetais que se distanciam da norma-padrão e que distinguem, assim, a variedade da Beira Baixa: a) fonética: palatalização de a tónico, labialização de e tónico, avanço de vogal recuada [ɐ] para vogal não recuada [e], redução da vogal i, inserção de i em posição final de palavra, palatalização de u, monotongação, realização da africada palatal surda, e supressão da fricativa [s] em posição final de palavra; b) morfossintaxe: preposição a antecedendo o infinitivo do verbo, Ele expletivo, pronomes clíticos em próclise, advérbios de lugar em posição pré-verbal, ao depois; c) léxico: vocábulos distintos da norma-padrão e palavras não dicionarizadas.
- (Im)polidez em diferentes contextos sócio/interculturaisPublication . Albuquerque, Rodrigo; Cabral, Ana Lúcia Tinoco; Seara, IsabelNeste dossiê, rememoramos os contributos de Goffman (1964 [1998]) no que tange à situação negligenciada, à época, por algumas correntes linguísticas: a situação social, que conduz sujeitos, igualmente sociais, na construção conjunta de sentidos, como atividade inerente à interação face a face. Na esteira goffmaniana, regras culturais, em nossa leitura (tanto no contato sócio quanto intercultural), “estabelecem como os indivíduos devem se conduzir em virtude de estarem em um agrupamento e estas regras de convivência, quando seguidas, organizam socialmente o comportamento daqueles presentes à situação” (GOFFMAN, 1963, 1964 [1998]). Historicamente, direta ou indiretamente, tal formulação orientou discussões posteriores, assentadas em um campo (extra)linguístico, tais como o fenômeno da polidez (LAKOFF, 1973; LEECH, 1983; BROWN; LEVINSON, 1987), que, igualmente, são nutridas pelas considerações acerca das atividades da face positiva (necessidade de ser apreciado) e da face negativa (necessidade de ser livre de imposições) (GOFFMAN, 1967), e, de forma diversa, se manifesta em perspectiva sócio/intercultural.
- Poder, persuasão, exibição: análise de mensagens de influenciadoras na rede social InstagramPublication . Seara, IsabelA rede social Instagram afigura-se, na contemporaneidade, como um espaço de comunicação privilegiado, em que os utilizadores podem partilhar e publicar facilmente as suas fotografias e vídeos. Assistimos, por isso, ao surgimento de influenciadoras, mulheres que ganham visibilidade através de publicações na rede social e que promovem marcas através de imagens e de comentários para os produtos que publicitam. Face ao mercado muito competitivo que é criado a partir da rede social, analisam-se neste estudo publicações da página de Instagram de uma influenciadora portuguesa, a fim de recensear, por um lado, as estratégias linguístico-discursivas de posts que veiculam ethè de carácter, de credibilidade e, por outro, as estratégias ao serviço da construção do poder e da persuasão. A análise permite comprovar o recurso à técnica da glamourização, que visa construir um efeito excessivo em relação ao que se quer publicitar para, desta forma, exercer o poder.
- A expressão de emoções no gênero epistolarPublication . Costa, Renata Ferreira; Seara, Isabel; Ferreira
- Mínima onomástica: Um novo gênero acadêmicoPublication . Seide, Márcia Sipavicius; Silva, Paulo Nunes da; Bini, Renan PauloO artigo foca-se na análise de textos do gênero acadêmico Mínima Onomástica, publicados na Rivista Italiana di Onomastica (RIOn). Este gênero, que é novo e não foi ainda descrito no âmbito da Linguística do Texto e do Discurso, tem como principal objetivo apresentar reflexões ou resultados sobre um tópico ou objeto de estudo delimitado da Onomástica. Por meio da aplicação do modelo CARS, ancorado na teorização de Swales (1990, 2004) e na adaptação de Bunton (2002), foi analisada a estrutura composicional de um corpus constituído por 18 textos, sendo dezesseis redigidos em italiano, um em inglês e um em catalão. Dos exemplares estudados, dois passos do modelo CARS (a indicação do tema e a apresentação dos resultados) destacaram-se pela prevalência em todos os textos analisados. Além disso, o passo relativo à contextualização foi identificado na maioria dos textos. Os resultados obtidos permitem sistematizar as principais propriedades retórico-estruturais do gênero Mínima Onomástica e confirmam a sua capacidade de divulgar descobertas, contribuindo para a difusão e o avanço do conhecimento no campo da Onomástica.