Linguística | Capítulos/artigos em livros nacionais / Book chapters/papers in national books
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- A língua portuguesa em (inter)ação: mecanismos de mitigação e envolvimento conversacionalPublication . Almeida, Carla Aurélia deNo quotidiano, os interlocutores põem em prática mecanismos linguístico-discursivos que contribuem para o trabalho colaborativo, isto é, para a coconstrução do sentido e o envolvimento conversacional. Os interactantes acionam um sistema de práticas discursivas, de convenções sociais e de regras de procedimento discursivo que organizam o fluxo temático das interações verbais. No presente texto, teremos como enfoque analítico as sequências humorísticas que ocorrem, regularmente, no discurso oral interativo em Língua Portuguesa. Demonstrar-se-á que o humor constitui uma estratégia de mitigação do conflito que os interlocutores acionam com o objetivo de manter e restabelecer a ordem interacional das trocas discursivas. Verificar-se-á que o funcionamento dos mecanismos indiretos da significação, característicos do discurso humorístico, permite aos interactantes distanciarem-se do que é dito com a reorientação dos rumos discursivos.
- A construção do discurso em ambientes digitais: contributos para o estudo dos rituais verbais de indelicadezaPublication . Antão, Marta; Almeida, Carla Aurélia deO presente trabalho inscreve-se no âmbito da Sociopragmática (Haugh, Kádár & Terkourafi, 2021) e tem como objeto de análise um corpus de interações verbais em ambientes digitais, considerando os mecanismos linguístico-discursivos da indelicadeza verbal que ocorrem no comentário da rede social do Facebook. O estudo tem por base uma análise linguística das estratégias discursivas que configuram, por um lado, a credibilização da imagens do enunciador e, por outro lado, o modo como discursivamente se realiza o descrédito do alocutário visado. Assim, o estudo dos usos linguísticos nas redes sociais permite compreender as dinâmicas e as relações sociais que aqui se estabelecem, possibilitando o levantamento de regularidades discursivas desenvolvidas pelos seus utilizadores e a verificação do modo como a indelicadeza (Culpeper, 2013; Culpeper & Haugh, 2021, p. 315) e o discurso do ódio (Culpeper, 2021) são lexicalizados no contexto específico da comunicação mediada por computador (CMC).
- “‘Eh pá, pere aí, mas pere aí um pouco...’: a dinâmica das trocas interlocutivas em interacções verbais na rádio.”Publication . Almeida, Carla Aurélia deTendo por base um corpus de telefonemas de ouvintes de programas de rádio em Português Europeu, são analisadas as regularidades discursivas que ocorrem no momento estrutural de abertura. Verificamos que estes telefonemas apresentam padrões prototípicos específicos que organizam sequencialmente as interacções na rádio. Analisamos ainda as variações estruturais das sequências de abertura com as respectivas ocorrências de estratégias discursivas específicas deste momento estrutural da interacção verbal. Tratar-se-á de analisar a coerência pragmático-funcional do discurso que diz respeito fundamentalmente às dimensões sequenciais dos actos ilocutórios no âmbito do modelo da Pragmática das Sequências Discursivas (Fonseca, 1992: 269).
- Competência metafórica dos falantes PLH na SuíçaPublication . Almeida, Bárbara; Batoréo, HannaO plurilinguismo é uma característica intrínseca à Suíça, uma vez que para além do plurilinguismo nacional, com quatro línguas oficiais, há um intenso plurilinguismo individual, devido à grande comunidade estrangeira que vive no país. Com um historial de emigração portuguesa que conta já com várias décadas, é fácil perceber o elevado número de crianças e jovens de origem portuguesa a frequentar o sistema escolar suíço. Muitos destes alunos integram o Ensino de Português no Estrangeiro (doravante EPE), em regime facultativo e após o horário das aulas regulares. Dado o elevado número de alunos que frequenta a rede EPE na Suíça, procuramos com o presente estudo conhecer melhor este público, nomeadamente no que à competência metafórica diz respeito. Como o conceito de competência metafórica é abrangente e complexo, foi necessário delimitar o nosso objetivo e decidimos focar-nos nas expressões metafóricas e metonímicas que envolvem os itens lexicais ‘mão’ ou ‘pé’. A opção por estas expressões baseia-se na teoria da corporização, que será abordada no enquadramento teórico, e deve-se ao facto de ambas as palavras serem muito produtivas no léxico figurado tanto na língua portuguesa como na alemã, que são as línguas dominadas pelos participantes deste estudo. Paralelamente, e com vista a delimitar ainda mais o escopo do objetivo, optamos pela análise da competência metafórica do ponto de vista da produção linguística dos falantes. O presente artigo resulta de um estudo exploratório realizado no ano letivo de 2018/2019 com uma amostra composta por 21 alunos dos cursos do EPE da região de Coira (capital do cantão dos Grisões, na Suíça), desenvolvido no âmbito da dissertação de mestrado de Português Língua Não-Materna da Universidade Aberta.
- A linguística cognitiva e o mito da linguagem como instintoPublication . Batoréo, HannaDe entre todos os mitos linguísticos com que lidamos no dia-a-dia (cf. Bauer & Trudgill, 1998), o do mito da Linguagem como Instinto, inerente à tese chomskiana da Linguagem e da respectiva Gramática Universal (cf. Chomsky, 1986; Pinker, 1994), é considerado pela Linguística Cognitiva como o maior mito linguístico de sempre, tal como demonstrado por Evans (2014). No presente artigo, partimos da argumentação utilizada por Evans para refutar este mito, propondo, a seguir, uma reflexão teórica que foca a caracterização da Linguística Cognitiva na qualidade de uma abordagem englobante e plural quer do estudo da Linguagem baseada no uso quer da interacção entre Linguagem e a Cognição.
- IntroduçãoPublication . Batoréo, HannaTrata-se da Introdução ao livro intitulado "Linguagem – Cognição – Cultura: Teorias, Aplicações e Diálogos com foco na Língua Portuguesa (Português Europeu e Português do Brasil)", publicado pela Universidade Aberta. O livro surge a partir da pesquisa desenvolvida no âmbito do núcleo de investigação do Grupo de Cognição, Linguagem e Comunicação Multimodal – CLCM (durante a sua vigência entre 2017 e 2020), ancorado no Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa (CLUNL). É constituído por dezassete artigos da autoria de 15 investigadores portugueses, brasileiros e uma pesquisadora polaca, que trabalham no âmbito da área abrangente da Linguagem e Cognição.
- A aquisição das consoantes líquidas do português europeu em coda por aprendentes chinesesPublication . Zhou, Chao; Freitas, Maria João; Castelo, AdelinaVários estudos sobre aquisição da língua segunda revelam a dificuldade de falantes não nativos na aquisição das consoantes líquidas (e.g. Bradlow 2008, Bradlow et al. 1999, Derrick 2005). Embora haja referências às produções não conformes aos alvos dos aprendentes chineses relativamente às líquidas do Português Europeu (PE), feitas com base na experiência docente (Wang 1991) e em dados de escrita (Nunes 2014), tanto quanto sabemos, investigação sustentada em dados de produção oral não foi ainda desenvolvida para o PE. O PE apresenta quatro consoantes líquidas (as laterais /l/ e / ʎ /, as vibrantes /ɾ/ e /R/) (Mateus et al. 2005). Em coda apenas ocorrem /l/, realizada como [ɫ], e /ɾ/, realizada como [ɾ]. No Chinês Mandarim (CM), existem duas consoantes líquidas, /l/ e /r/ (Duanmu 2005, Lin 2007), apenas /r/ ocorrendo em posição de coda e sendo foneticamente realizada como [ɹ]. O presente trabalho examina a produção das consoantes líquidas do PE em coda por parte de catorze falantes chineses, com idades compreendidas entre os 19 e os 21 anos, tendo dois anos de aprendizagem de português como língua estrangeira (PLE) na China e três meses de imersão em Lisboa. Todos os informantes participavam, no momento da recolha, em aulas de PLE do nível B1(Instituto da Cultura e Língua Portuguesa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e têm o mandarim como única língua materna. Foi efectuada uma recolha de dados através da aplicação de um teste de nomeação, com palavras-alvo dissilábicas ou trissilábicas, com consoantes líquidas em sílaba tónica e nas várias posições de sílaba e de palavra possíveis no PE. As produções dos informantes foram gravadas e a sua transcrição fonética foi concretizada por colaboradores experientes na tarefa. Os resultados mostram que os falantes chineses têm dificuldade em produzir as consoantes líquidas em coda, apresentando uma menor taxa de sucesso em /l/ (16.7%) do que em /ɾ/ (73.8%). Estes dados serão discutidos à luz (i) da relação entre nível segmental e níveis prosódicos (Nespor & Vogel 1986) e (ii) do ‘Speeching Learning Model’ (Flege 1995), segundo o qual os sons com maior contraste fonológico entre a L1 e a L2/LE são os mais fáceis de adquirir. Serão ainda analisadas as estratégias de reconstrução utilizadas pelos informantes, estratégias essas que apontam para a construção de representações fonológicas distintas entre os dois segmentos já no nível B1. Tais dados fornecem indicações para delinear o perfil fonético-fonológico do aprendente chinês de PLE e pistas para a planificação didáctica no domínio do ensino da estrutura sonora do PE como L2/LE.
- A produção de vogais em contexto de processo de redução vocálica em aprendentes chinesesPublication . Castelo, AdelinaPara delinear o perfil fonético-fonológico dos aprendentes chineses de português como língua estrangeira (PLE), é importante avaliar o domínio dos segmentos vocálicos e dos processos fonológicos a eles associados. No entanto, ainda existem poucas informações sobre este aspecto da interfonologia dos aprendentes chineses. Sabe-se, com base na experiência lectiva de professores com muitos anos de ensino, que estes alunos revelam frequentemente dificuldades nas distinções entre vogais baixas e médias, coronais e labiais, e no uso dos ditongos nasais (cf. Wang 1991). Alguns dados empíricos mostram também problemas no domínio do nó Altura de Vogal e sugerem que o processo de elevação e centralização das vogais átonas (redução vocálica) pode constituir uma área crítica (cf. Castelo e Santos 2016). Finalmente, dados de Oliveira (2006), relativos a aprendentes de Português Europeu (PE) com diferentes línguas maternas e em contexto de imersão linguística, indicam claramente dificuldades especiais na activação da redução vocálica. Tendo em conta esta situação, a presente comunicação tem o objectivo de contribuir para o conhecimento do domínio do processo fonológico de elevação e centralização das vogais átonas no PE por parte de aprendentes chineses em contexto de não imersão linguística. Para isso, recorre-se a dados de produção, já que estes constituem um bom meio de análise do conhecimento linguístico, das representações mentais que fazem parte da interfonologia dos aprendentes (e.g. Zimmer e Alves 2012). Assim, são analisadas produções linguísticas de oito informantes chineses, com o mandarim como língua materna, idades compreendidas entre os 17 e os 44 anos e um ano de aprendizagem da língua portuguesa em Macau. Para observar a activação (ou não) do processo de redução vocálica, foi constituído um corpus com pares de palavras morfologicamente relacionadas. Concretamente, foram escolhidos quatro pares de palavras para cada uma das vogais orais do PE, garantindo-se que estes estímulos (i) tinham preferencialmente uma estrutura silábica CV, (ii) apresentavam o padrão acentual paroxítono, (iii) constituíam vocabulário acessível após um ano de aprendizagem da língua estrangeira e (iv) eram imagéticos, facilmente representáveis através de ilustrações. Antes da recolha de dados, foram escolhidas e testadas, com falantes chineses, as imagens que deveriam representar os pares de palavras. Posteriormente, essas ilustrações foram apresentadas aos informantes, através de PowerPoint, tendo estes de as nomear. As produções orais gravadas foram depois transcritas foneticamente por investigadores com experiência na tarefa. Os resultados são apresentados quanto à taxa de sucesso na activação do processo e em função dos traços segmentais envolvidos, para serem discutidos no quadro da Geometria de Traços proposta por Clements & Hume (1995) e adaptada ao PE por Mateus & Andrade (2000). Finalmente, identificam-se os contributos do trabalho para delinear o perfil fonético-fonológico dos aprendentes chineses de PE e as respectivas implicações didácticas.
- Itinerários da escrita académica no ensino superior: um projeto de investigação aplicada sobre textos e génerosPublication . Silva, Paulo Nunes da; Santos, Joana Vieira; Sitoe, Marta ZefaniasEmbora múltiplos géneros do discurso académico tenham sido investigados a partir dos textos (Swales 1990, 2004; Bazerman et al. 2005; Bennett 2011; Rose e Martin 2012), em Portugal, a pesquisa aplica-se sobretudo à literacia académica, entendida por vezes restritivamente como o conjunto de procedimentos inerentes à elaboração de trabalhos académicos (Madeira e Abreu 2004; Oliveira 2018; Correia e Mesquita, 2012). Estudos sobre como se comunica ciência em português são escassos (Bennett 2011, 2014; Carvalho 2008; Barbeiro, Pereira e Brandão 2015; Duarte e Pinto 2015), pelo que se justifica o mapeamento sistemático dos géneros académicos, bem como a elaboração de materiais que promovam a melhoria das competências exigidas a estudantes e investigadores. O presente artigo, que descreve um projeto de investigação sobre géneros académicos justificando as suas potenciais aplicações na formação terciária, explicita os géneros textuais estudados, os objetivos científicos e pedagógicos do seu mapeamento, o enquadramento teórico compósito, ancorado no Interacionismo Sociodiscursivo, as metodologias, os resultados a diferentes géneros, a recolha e disponibilização de corpora e as futuras linhas de pesquisa. Entre as principais conclusões avulta a hipótese de que estará em curso um processo de estandardização na escrita académica em Portugal, por influência de modelos internacionais, bem como a necessidade de elaboração de materiais específicos para o ensino-aprendizagem da comunicação em contexto académico.
- O conceito de género em diversos enquadramentos teóricosPublication . Silva, Paulo Nunes daIn the last few decades, the concept of genre has received particular attention and it has been granted a central spot both in Linguistics and in Language Didactics. It is generally defined and characterized in a consensual way, as similar criteria (numerous and heterogeneous) are applied in different disciplinary areas and theoretical models (Adam, 2001; Maingueneau, 2014). Furthermore, identical classes are set, such as novel, editorial, proceedings, PhD Dissertation, etc.). However, the Systemic-Functional Linguistics conception (Rose and Martin, 2012) discloses relevant differences. Actually, in this theoretical model, the concept of genre refers to distinct categories and, frequently, to text excerpts, and not to complete texts. Therefore, this paper is intended to present remarks on genre conceptions that are inherent in several theoretical frameworks, particularly in the Social-Historical and Dialogical Perspective (Bakhtin, 1986), Systemic-Functional Linguistics (Rose and Martin, 2012), Text Linguistics/Discourses’ Textual Analysis (Adam, 2001, 2008), Discourse Analysis (Maingueneau, 2014) and Sociodiscursive Interactionism (Bronckart, 1997). Attention is focused on the criteria that are used to establish genre classification(s), according to several theoretical frameworks, and on the genre categories that are proposed.
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