CEMRI | Capítulos/artigos em livros nacionais / Book chapters/papers in national books
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Recent Submissions
- Tecnologias digitais, educação e interculturalidade: perspetivas de estudantes e professores do ensino superiorPublication . Ramos, Natália; Lopes, Ana Cristina DuarteA realidade cultural e educacional tem sofrido grandes mudanças, sobretudo desde 2020 devido à pandemia Covid-19 que veio provocar profundas alterações societais. As tecnologias afirmaram-se na educação permitindo ultrapassar grandes desafios. Mas terão as tecnologias digitais sido fundamentais para a inclusão educacional e intercultural? Ao longo de 2021-2022, foram realizadas entrevistas a docentes e estudantes do ensino superior com o objetivo de compreender como é que as tecnologias digitais influenciaram o ensino, permitindo que o mesmo mantivesse a qualidade, acompanhando um momento fundamental de aprendizagens. Comportamentos e qualidades como a adaptabilidade e resiliência de docentes e estudantes foram fundamentais para o sucesso e evolução da educação. Dos resultados destacam-se as expectativas, quer no ensino presencial, quer no ensino a distância, quanto à identificação de pilares que permitam definir políticas e metodologias de ensino e aprendizagem abertas, flexíveis e que aumentem a motivação e preparação estudantil e docente e, por conseguinte, a qualidade da aprendizagem, assentes numa participação cultural e educacional ativa. Um aspeto essencial é a capacitação dos professores quer ao nível da educação e comunicação intercultural, quer ao nível da literacia tecnológica e educacional, de forma a acompanharem as mudanças verificadas e ajudarem a construir uma sociedade inclusiva, equitativa, intercultural, sustentável e empreendedora.
- Canções de embalar: comunicação intergeracional, desenvolvimento humano e património culturalPublication . Ramos, Natália; Ed. ColibriAs canções de embalar, cantos de embalar, acalentar, acalantar, arrular, rular, arrolar, ninar, nanar, como são designadas em países lusófonos, particularmente Portugal e Brasil, continuam vivas no imaginário individual e coletivo, constituindo um valioso património comunicacional, educacional, afetivo, musical, poético, familiar e cultural, transmitido sobretudo pelas gerações femininas, em particular pelas avós e mães. A sua universalidade através dos tempos e dos espaços, evidencia que a humanidade reconhece o valor estruturante destes rituais de tradição imemorial, destes gestos e ritmos ancestrais, primários e universais de acalentar para o adormecimento, a saúde, o bem-estar e o desenvolvimento do ser humano. Transmitidos através da cultura oral, de geração em geração, no seio das famílias e das culturas, os cantos de embalar constituem expressão de amor, de proteção, de segurança, da criatividade e da sensibilidade individual e familiar, bem como da cultura e tradição de cada sociedade. Na cultura portuguesa, valoriza-se a importância dos gestos, vozes e ritmos de embalar, deste envelope postural e sonoro, nas atividades de maternagem, na comunicação e relação dos adultos com as crianças, particularmente das avós e das mães, com as crianças de tenra idade, proporcionando um espaço afetivo e protetor, de desenvolvimento, de harmonia e de reconforto e um meio para acalmar e adormecer a criança de tenra idade.
- Cultura, deficiência e família: abordagem (inter) cultural, de saúde e inclusãoPublication . Ramos, NatáliaO texto analisa e discute representações, estratégias, dinâmicas e processos relativamente ao modo de percecionar, acolher e intervir face à alteridade, à vulnerabilidade e à singularidade humana, nomeadamente à deficiência, na família, na cultura e na sociedade. Destaca-se como essas representações, atitudes, estratégias e políticas, poderão promover o acolhimento, o desenvolvimento, a saúde, os direitos e a inclusão da criança com deficiência e da sua família, ou pelo contrário, favorecer a discriminação, o preconceito, a violência, o sofrimento e a exclusão. Assinala-se a importância do apoio às famílias e aos profissionais que trabalham nesta área, a necessidade de informação, formação e desenvolvimento de competências, estratégias e políticas para um melhor desenvolvimento e acolhimento da criança com deficiência e da sua família, bem como a promoção de cuidados culturalmente competentes, tendo em vista a inclusão e gestão da singularidade humana e da diversidade nas suas múltiplas dimensões.
- O valor das competências interculturais nas equipas das Agências Europeias descentralizadasPublication . Ramos, Natália; Cabaço, JoãoEstivemos dois anos num cenário de pandemia mundial que provocou milhões de óbitos, problemas sociais, economias devastadas, e de repente, quase em ato continuo, entramos num cenário de guerra na Europa, que nos ameaça a todos. No entanto, têm sido as Agências Europeias descentralizadas que, com os seus milhares de funcionários e colaboradores, em trabalho contínuo, têm suportado e influenciado, com conhecimento técnico e científico, as decisões políticas que afetam diretamente os mais de 750 milhões de habitantes na Europa, em matérias como a saúde, segurança, economia, proteção de refugiados, ciência e educação, entre muitas outras. Estas Agências são locais de realidades diárias de multiculturalismo e de grande diversidade de nacionalidades e culturas. Estas organizações são caraterizadas por uma grande diversidade cultural e étnica. Os profissionais destas Agências deverão possuir uma sensibilidade e consciência cultural acrescida, desenvolvendo competências interculturais para uma melhor atuação. Somos constantemente bombardeados de ideias e de manifestações relativas à tolerância, à paz, aos direitos humanos, ao antirracismo, às igualdades de oportunidades, entre tantas outras relacionadas com o multiculturalismo e com as missões prioritárias destas agências, mas também vislumbramos diariamente o outro lado da violência e do conflito multicultural, pelas diversas manifestações de preconceitos, estereótipos, intolerância, racismo, xenofobia, marginalização, exploração e exclusão social, que, apesar de serem “oficialmente” banidas dos diversos serviços e espaços públicos, continuam a manifestar-se de uma forma clara e por vezes sem qualquer tipo de controlo. O objetivo deste artigo foca-se na análise dos diferentes domínios da competência intercultural e nas perceções e importância que estes profissionais dão à mesma, em organizações onde todos têm de cooperar para um objetivo comum. A investigação apresenta dados recentes e originais sobre o objeto da pesquisa, que não se encontra descrito, nem estudado diretamente nas Agências Europeias, revelando e descrevendo fenómenos internos dentro das agências europeias ao nível das componentes da competência intercultural. Podemos encarar a competência intercultural como um processo de desenvolvimento e adaptação aos múltiplos contextos dentro das organizações. O diálogo, a cooperação, a comunicação e a resolução de problemas fazem parte do dia a dia destas organizações, onde a diversidade cultural é um chão comum, daí a possibilidade de se contribuir ainda para uma maior acomodação de boas práticas, para a comunicação e cooperação intercultural dentro e entre organizações, aumentando a sensibilidade e consciência intercultural e a promoção da competência intercultural nas Agências Europeias, onde os cenários europeus e mundiais estão em constante mutação.
- Tecnologias digitais no dia a dia da educação: desafios para a inclusão educacional e culturalPublication . Ramos, Natália; Lopes, Ana Cristina DuarteO mundo mudou, a realidade cultural e educacional que existia em 2020, antes da declaração da pandemia Covid 19, foi alterada profundamente. Por essa via, a preocupação com o futuro da educação, a necessidade de uma comunicação aberta e uma integração educacional e intercultural nunca foi tão emergente como agora. Ao longo do último ano e com vista à identificação de Desafios Educacionais e Culturais na Educação, foram realizadas entrevistas individuais aprofundadas a docentes e foram entrevistados estudantes do ensino superior. Pretendeu-se identificar como é que as tecnologias digitais contribuíram para a manutenção de um ensino de qualidade num momento de crise, assim como os mecanismos que foram implementados com vista a ultrapassar esses desafios. Os dados recolhidos dos depoimentos dos professores e das entrevistas aos alunos mostram que, apesar do sucesso do uso das tecnologias digitais e das práticas educacionais inovadoras, houve dificuldades. A falta de rede de suporte e de socialização no ensino presencial pode ter motivado o agravamento do isolamento e a desmotivação dos alunos mais vulneráveis. Outro aspeto que se identificou como importante é o de continuar a apoiar e capacitar os professores através de uma formação contínua que abranja áreas desde a comunicação intercultural, à pedagógica, e de conteúdo digital. É importante identificar pilares essenciais que contribuam para a criação de oportunidades, definição de metodologias abertas, flexíveis, e de políticas educativas que contribuam para garantir a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa para todos os alunos, do ponto de vista educacional e multicultural, em especial para os mais vulneráveis ao nível social e psicológico. As tecnologias permitem a aproximação de culturas e facilitam a inclusão, desde que integradas em políticas adequadas à realidade estudantil e educacional, propiciando uma melhoria contínua no ensino, tornando-o cada vez mais inclusivo e de qualidade numa era mundial de desafios nacionais e globais sem precedentes.
- Migração, trabalho e cinema documentário: abordagem no contexto europeuPublication . Serafim, José; Ramos, Maria da Conceição Pereira; Ramos, NatáliaO objetivo deste texto é trazer uma reflexão sobre o binómio migração e trabalho e a sua representação através do cinema documentário. A crise social e política atual, bem como as catástrofes ambientais e os conflitos políticos e armados, como as guerras que o mundo enfrenta na atualidade, sobretudo no contexto europeu com a atual guerra da Ucrânia, reflete-se em estratégias de acolhimento de grandes parcelas da população que deixam o seu país, nomeadamente ucranianos que deixam a Ucrânia invadida pela Rússia, em situação de migração forçada e de refúgio. As imagens da guerra e de pessoas a abandonarem a sua terra natal, a Ucrânia, têm sido frequentes em todos os meios de comunicação social do mundo desde 24 de fevereiro de 2022. Um dos maiores documentaristas da atualidade, o ucraniano Sergei Loznitsas, nas suas obras documentais abordou a questão das lutas e guerras vividas pela população ucraniana, bem como as consequências desastrosas para a população após o fim do conflito, como em Maïdam (2014) e Donbass (2018). Portugal, antes da atual guerra na Ucrânia, contava já com um expressivo número de migrantes ucranianos no seu território, desde a década de 1990 (Ramos, 2007), sendo atualmente esta comunidade de imigrantes a segunda maior no país e este conflito irá aumentar o número de refugiados e emigrantes que se instalarão em Portugal. Alguns filmes documentários realizados em Portugal nestes últimos anos procuram representar a situação vivenciada por migrantes nas suas variantes e/imigração. A título de exemplo, o filme Lisboeta (Sérgio Tréfaut, 2004) visa contribuir para a elaboração de uma reflexão sobre a complexa questão do deslocamento de pessoas que, por razões muito diversas, se veem obrigadas a deixar os seus países de origem em busca de melhores condições de vida em países de acolhimento.
- Integração profissional das pessoas com deficiência ou incapacidadePublication . Ramos, Maria da Conceição PereiraA inserção laboral e a gestão da deficiência no local de trabalho colocam grandes desafios à sociedade, aos cidadãos com deficiência, aos empregadores, ao Estado e às políticas e estratégias nacionais, europeias e internacionais. Tem havido nas últimas décadas debates em torno dos direitos das pessoas com deficiência que envolvem os domínios da educação, do emprego, da autonomia pessoal e do envolvimento social, além das garantias legais, mas é ainda reduzida a investigação nesta matéria, nomeadamente em Portugal. Conseguir um lugar no mercado de trabalho é uma tarefa difícil para os cidadãos com deficiência ou incapacidade em comparação com os que não têm qualquer deficiência. A integração profissional desta população vulnerável requer considerar especificidades associadas ao emprego, à formação, às condições de empregabilidade, à luta contra a discriminação, à saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho. As transformações ocorridas nos modelos de organização e gestão laborais nos últimos anos, o aumento do desemprego e a intensificação do trabalho trazem novos riscos profissionais para a saúde e segurança dos trabalhadores com deficiência ou incapacidade. Há que promover a saúde nos locais de trabalho, ações de prevenção para garantir um trabalho seguro e saudável, o que implica adaptar o trabalho às necessidades do homem e da mulher e configurar adequadamente os postos de trabalho, as tarefas e os equipamentos ao tipo de deficiência, pois muitos locais de trabalho não estão preparados para integrar as funções dos trabalhadores com deficiências e incapacidades. A ergonomia, a formação, a informação e a sensibilização dos diferentes atores são essenciais. É fundamental aplicar as recomendações das Estratégias e Planos Nacionais, Europeus e Internacionais em matéria de deficiência e de saúde e segurança no trabalho (SST). É importante que o tipo de cuidados de saúde implementados no local de trabalho se adeque às necessidades individuais dos trabalhadores e à atividade profissional da organização. Há que melhorar a empregabilidade das pessoas com deficiência através de medidas que sensibilizem as empresas e informem os empregadores acerca das capacidades das pessoas com deficiência e dos seus diferentes tipos de limitações. Há necessidade de maior responsabilização social na sociedade e no meio laboral, de forma a promover condições de igualdade de participação e inclusão dos cidadãos com deficiência. O governo tem um papel de relevo em fazer cumprir uma legislação eficiente anti discriminatória e em certificar a harmonização de políticas públicas, de forma a oferecer aos cidadãos com deficiência e incapacidade e aos empregadores incentivos e apoios na procura de emprego e na contratação destes trabalhadores, evitando a sua exclusão.
- Comunicação em saúdePublication . Ramos, NatáliaA área da comunicação em saúde é de grande importância na formação, investigação e intervenção no domínio da saúde e da psicologia, inscrevendo-se numa perspetiva sistémica, multidimensional e multi/interdisciplinar e vindo responder a novas questões e desafios das sociedades globais contemporâneas, em particular no setor da saúde, nomeadamente às novas configurações no âmbito da saúde, comunicação e interculturalidade. Muitos dos desafios enfrentados pela saúde estão relacionados com questões comunicacionais. São, igualmente, cada vez mais os utentes e profissionais de saúde, particularmente os que vivem e trabalham em contextos multi/interculturais, que se queixam de dificuldades provenientes de problemas de comunicação em saúde. A articulação e a gestão dos domínios da saúde e da comunicação colocam novos paradigmas e desafios no campo da prevenção, informação e literacia em saúde, revelando-se fundamentais para melhorar a adesão e a qualidade das práticas clínicas e a compreensão dos determinantes e comportamentos de saúde, para promover competências comunicacionais, interculturais e tecnológicas, bem como o bom funcionamento das organizações de saúde e para a definição de políticas de saúde.
- Cultura, psicologia e saúdePublication . Ramos, NatáliaO conhecimento aprofundado das relações entre cultura e indivíduo, entre cultura, psicologia e saúde e o desenvolvimento de competências interculturais, revela-se importante e constitui um desafio para os diferentes profissionais, principalmente psicólogos que trabalham nos vários setores, em particular em contextos interculturais e no domínio clínico e da saúde, tanto ao nível nacional, como ao nível da cooperação internacional e da ajuda humanitária, o qual promoverá a qualidade da sua intervenção e o bem-estar e a saúde dos indivíduos, grupos e comunidades, assim como a construção de sociedades plurais, inclusivas, solidárias e sustentáveis. O desenvolvimento de competências interculturais constitui, igualmente, uma exigência e responsabilidade ética, cívica e profissional para fazer face à complexidade, heterogeneidade, conflitualidade e diversidade individual e cultural do mundo global atual, sendo fundamental para todos os que vivem e trabalham nas sociedades contemporâneas.
- Redes sociais, migrações e transnacionalismoPublication . Cordeiro, Ana Paula