Didática das Línguas - Multilinguismo e Educação para a Cidadania Global | Language Didactics - Multilingualism and Education for Global Citizenship
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- Análise dos problemas de disciplinas existentes de português nos institutos de línguas estrangeiras da China e soluções correspondentesPublication . Li Wenting, Cristina; Gale, Ana Maria Mão Ferro Martinho CarverApós a entrada no novo século, o processo de democratização do ensino superior acelerou, ao mesmo tempo que se estreitou a relação entre o ensino superior e o desenvolvimento socioeconómico. O crescente acesso ao ensino superior na China conduziu a uma mudança fundamental nas oportunidades de emprego dos detentores de um grau universitário, nomeadamente com cursos de línguas estrangeiras, que enfrentam uma pressão crescente no mercado de trabalho. A sociedade chinesa tem demonstrado particular preocupação com grupos especiais, criando por exemplo escolas de formação profissional de línguas estrangeiras. Na base da sua própria experiência no ensino de português na China, a autora pretende contribuir para a evolução profissional na área da educação e ensino desta língua. Neste contexto, deixa algumas sugestões para a reforma dos cursos de Língua Portuguesa nos Institutos de Línguas Estrangeiras de Formação Profissional, área da sua especialização académica.
- Citizenship and english as a foreign language symbiosis in mainstream schooling: a key to intercultural democratic educationPublication . Leão, Isabel Ponce de; Ceia, Carlos; Matos, Ana GonçalvesIn light of globalisation, amongst other factors, UNESCO urges societies at large to promote a culture of peace and non-violence, global citizenship and appreciation of cultural diversity through inclusive and equitable education. Now due to the pandemic caused by SARS Cov2, this appeal has become more compelling. If children and youngsters have to learn how to mediate and cooperate with people in culturally diverse democratic societies and contribute to a more inclusive, just and peaceful world, this might be possible with the promotion of intercultural democratic education. This goal may also entail that borders between subjects are broken through creative interdisciplinary approaches. In the context of Foreign Language Education, it is argued that innovative educational approaches should consider the guidelines by the Reference Framework of Competences for Democratic Culture (Council of Europe, 2018) and Content and Language Integrated Learning, which can be combined to promote the development of Intercultural Citizenship Education. Based on these theoretical frameworks, this study examines whether two groups of disengaged and low achieving 14-year-old learners in mandatory education in Portugal, during a school year, develop democratic competences, through English as a Foreign Language within a CLIL approach. The CLIL model B3 entails teaching the Citizenship and Development discipline in English and the model B4 inserts citizenship content in the English language classroom through an international project involving Portugal and Turkey. This empirical study relies on quantitative and qualitative methods to analyse the learning process and its progress. Given the investigation findings, the doctoral thesis suggests that these approaches have benefits for low-achieving learners. The interdisciplinary models provide learners with opportunities to become more prepared citizens to interact and mediate in cross-cultural and global contexts, exploring their plurilingual resources. Furthermore, it is argued that Content and Language Integrated Learning can integrate Intercultural Citizenship Education and become Intercultural Citizenship and Language Integrated Learning.
- A cor do silêncio ou o trabalho com o texto poético no ensino secundário: contributos para a construção de um modelo didático dinâmicoPublication . Ruivo, Alexandra Cristina de Faria Maurício; Coutinho, Maria Antónia Diniz CaetanoA presente investigação insere-se no campo da Didática do Português língua materna, centrando-se no trabalho com o texto poético no ensino secundário. Num mundo em constante mudança, cujas alterações sociais se dão rapidamente, o ensino de poesia pode contribuir para o seu entendimento. Enquadrado pelos referenciais curriculares em vigor, o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, as Aprendizagens Essenciais, a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania bem como os perfis profissionais/referenciais de competência, o estudo tem uma vincada componente prática, suportada por um quadro teórico que conjuga o agir didático com o pensamento filosófico. A educação para o pensamento crítico e criativo implica abordagens diferenciadas e inovadoras, em que o pensamento de ordem superior é estimulado. O texto poético caracteriza-se por ser complexo, pelo que se apresentam estratégias de leitura para as quais concorrem a metodologia de Matthew Lipman através do Programa de Filosofia para Crianças (FpC). O estudo levado a cabo assenta no relato de práticas tidas ao longo dos anos com especial incidência no trabalho de leitura do poema Google Maps, do poeta Rui Lage. Percorrendo toda a investigação, bem como o trabalho realizado no passado, ressoa uma questão: como leem poesia os alunos do ensino secundário? Na procura de um entendimento mais profundo da problemática, participaram no estudo uma turma do 9.º ano de escolaridade e uma turma de 12.º ano, com quem se dinamizaram duas sessões de FpC, seguidas da realização da interpretação escrita do poema. A compreensão de leitura de Google Maps foi ainda aplicada a um grupo de alunos do 12.ºano, tendo-se seguido o método tradicional de análise do texto literário com a resposta a um questionário. Na análise dos dados seguiu-se um método misto, conjugando análise estatística com análise de conteúdo.
- Desenvolvimento de materiais didáticos audiovisuais para uma plataforma de aprendizagem, com vista ao apoio do ensino e aprendizagem da compreensão do oral do português como língua não materna em contexto asiáticoPublication . Pereira, João Paulo Raposo; Gale, Ana Maria Mão-de-Ferro Martinho CarverOs materiais didáticos constituem um elemento intrínseco do processo educativo, assumindo um papel fundamental no ensino e aprendizagem de línguas. A configuração destes reflete a evolução dos suportes, assim como das teorias linguísticas e de aprendizagem. Atualmente, novos desafios se levantam a quem desenvolve materiais didáticos, decorrentes das características do ambiente comunicacional global, que passam por promover a aquisição de novas literacias, associadas à compreensão e domínio das formas digitais de representação da informação. Nesse sentido, este trabalho consiste na apresentação de uma proposta de materiais didáticos para o ensino e aprendizagem do Português como Língua Não Materna, ao nível da compreensão de textos audiovisuais. Mais concretamente, propomos desenvolver materiais didáticos audiovisuais com vista à integração de uma plataforma de aprendizagem criada para o efeito, a que se deu o nome de Português à Vista, tendo como público-alvo os professores e aprendentes da Licenciatura de Estudos de Tradução Português-Chinês da Universidade de São José em Macau. Procura-se, assim, dar resposta não só à falta de materiais deste tipo, como também ir ao encontro das dificuldades que os aprendentes dos vários níveis de proficiência linguística normalmente evidenciam em relação à compreensão de textos orais, e que são particularmente sentidas no que respeita aos recursos audiovisuais. Por outro lado, pretende-se promover a utilização de abordagens recentes na área do ensino da compreensão do oral de línguas não maternas – nomeadamente da abordagem metacognitiva –, ainda muito ausentes nos materiais didáticos, no sentido de desenvolver a consciência do aprendente em relação ao processo auditivo e à utilização de estratégias que aumentem os índices de compreensão. Teve-se ainda em conta a evolução das técnicas e abordagens de exploração didática do vídeo e os resultados da investigação da área da Aprendizagem de Línguas Assistida por Computador. O trabalho apresenta o processo de desenvolvimento dos materiais, assim como da plataforma de aprendizagem, e inclui a testagem dos materiais realizada pelos destinatários dos mesmos.
- e-Learning e formação profissional: cenários e estratégias didáticas para o ensino de língua inglesa (LE/L2)Publication . Silva, Paula Alexandra Valente da; Childs, Jeffrey Scott; Barros, Daniela Melaré VieiraEm pleno século XXI, as tecnologias digitais trouxeram uma nova forma de pensar a formação profissional. A pandemia de Covid-19, que chegou a Portugal no início de 2020, obrigou as entidades formadoras a descobrirem novas formas de trabalho, socorrendo-se de ferramentas online que permitissem dar continuidade à sua atividade até então, maioritariamente, presencial. Neste contexto, a Formação a Distância (FaD) alterou os paradigmas e incitou a uma nova relação entre o conhecimento e os indivíduos que reconhecem os desafios da cultura digital e a necessidade de aprender a aprender. Este trabalho de investigação levado a cabo no Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP (IEFP) promove uma discussão acerca desse tipo de ensino, tendo como principal objetivo criar e implementar um modelo didático para o ensino de língua inglesa na formação profissional a distância (MDFP@) que possibilite aos jovens e adultos desenvolverem as competências comunicativas e digitais. A questão central de investigação é “como estruturar um modelo didático em e-Learning para o ensino da língua inglesa na formação profissional a distância?”. A metodologia utilizada pressupõe uma abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando a Metodologia de Desenvolvimento (Development Research) estruturada em três etapas: Investigação Preliminar, Inserção Teórica e Testagem Empírica. Por fim, apresenta-se a análise e reflexão sobre o processo e resultados. Pretende-se avaliar todas as fases do modelo para expor, a posteriori, cenários e estratégias didáticas para o ensino de língua inglesa na formação profissional a distância. Os formadores são o principal público-alvo deste trabalho de investigação. Através de toda a investigação realizada, conclui-se que os cenários e as estratégias didáticas para o ensino de língua inglesa a distância mais adequados contemplam um modelo didático pedagógico estruturado na seleção e organização de conteúdos, na formulação de objetivos e competências, na elaboração do instructional design personalizado e com diversos estilos e formatos na utilização de conteúdos digitais, no recurso a diferentes estratégias de comunicação síncrona e assíncrona e na avaliação ao longo do percurso formativo.
- Perceção de acento e redução vocálica na aquisição fonológica em PL2 : implicações para a prática pedagógicaPublication . Tavares, Gabriela Pereira; Susana Correia; Andrea DemeAtualmente, a promoção oficial da língua portuguesa em universidades no estrangeiro abrange cerca de 90 países, através de cátedras académicas, leitorados e acordos de cooperação, e Centros de Língua Portuguesa (Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, 2016a). Na Hungria, o português está presente em nove universidades, duas das quais com um professor nativo de português europeu (PE). Os materiais didáticos para o Português L2 (PL2) utilizados na Hungria incluem livros publicados em Portugal para um público mais vasto de aprendentes e livros criados especificamente para aprendentes húngaros. Os manuais publicados em Portugal incluem uma variedade de material auditivo, mas não se destinam especificamente a falantes nativos de húngaro. O material concebido para os alunos húngaros de PL2 é constituído por dois manuais e um volume de exercícios, mas nenhum deles inclui exercícios auditivos. Uma breve consulta ao material disponível para o ensino do PL2 revela lacunas no que respeita à aquisição fonológica e, especificamente, a exercícios auditivos e de pronúncia. Embora nas últimas décadas a investigação sobre perceção de fala em L2 tenha atraído a atenção de investigadores, e a produção científica nesta área se tenha multiplicado e desenvolvido consideravelmente, os estudos sobre PL2 nas áreas da perceção da fala e aquisição fonológica ainda são escassos, o que condiciona a criação de material didático que reflita conhecimento baseado em evidência. O presente trabalho tem como objetivo contribuir para diminuir esta lacuna. O tema desta tese foi motivado pela observação em sala de aula de problemas específicos observados em aprendentes húngaros na aquisição da fonologia do PE, nomeadamente com as vogais reduzidas [ɐ] e [ɨ], bem como com o acento de palavra. Relativamente a este último, estudos anteriores demonstraram que os falantes nativos húngaros apresentam insensibilidade a contrastes de acento de palavra, isto é ‘surdez acentual’ (Honbolygó et al., 2017; Peperkamp et al., 2010; Peperkamp & Dupoux, 2002). Quanto às vogais átonas do PE [ɐ] e [ɨ], estas encontram-se ausentes no inventário vocálico húngaro e, até ao momento, não foram publicados estudos sobre a perceção destas vogais por falantes nativos húngaros. No entanto, as dificuldades e o percurso de aprendizagem dos nativos desta língua podem ser facilmente identificados nas produções escritas dos aprendentes, em sala de aula. No caso de [ɐ], os estudantes apresentam o hábito sistemático de transcrever esta vogal reduzida como , que no sistema húngaro representa inequivocamente a categoria /ɛ/. Este problema é observável tanto em níveis de aprendizagem iniciais como em níveis mais avançados, embora menos frequentemente. Já no que diz respeito a [ɨ], embora se observem algumas dificuldades iniciais, os aprendentes parecem aperceber-se rapidamente de que, na fala, esta vogal é frequentemente apagada, ao contrário do que acontece com [ɐ]. Finalmente, vale a pena mencionar que os problemas descritos acima – vogais reduzidas e acento de palavra – estão fortemente interligados, uma vez que, em português, as vogais reduzidas ocorrem principalmente em sílabas átonas. Além disso, a redução das vogais é a principal pista acústica para a perceção de acento para os falantes nativos de PE (Correia et al., 2015; Delgado-Martins, 1986). A relação entre vogais reduzidas e acento de palavra é, portanto, de grande importância na aquisição do PL2. A questão específica que orienta este trabalho é a de compreender como falantes cuja língua não inclui as vogais reduzidas [ɐ] ou [ɨ] e que não distingue contrastes de acento de palavra adquirem estas propriedades do PE. Para além desta questão, pretendemos também investigar qual o método mais eficiente para adquirir estas características. Para averiguar estas questões, foram conduzidos dois estudos. O primeiro estudo consistiu num teste de identificação (forced-choice identification task with goodness-of-fit rating). Neste estudo foram analisados resultados de 78 participantes, que identificaram as nove vogais orais do PE a partir das nove vogais húngaras. Os resultados mostraram que as vogais portuguesas [ɐ] e [ɨ] são identificadas maioritariamente como as categorias húngaras /ɛ/ e /y/, respetivamente. Estes resultados sugerem os seguintes problemas: primeiro, existe um conflito na perceção de [ɐ], uma vez que tanto [ɐ] como [ɛ] são identificados pelos falantes húngaros como /ɛ/. Segundo, os ouvintes húngaros também apresentaram problemas na perceção das vogais [ɛ], [e] e, em menor grau, [i]. Com base nos resultados recolhidos nesta experiência, selecionámos então as vogais portuguesas a treinar por aprendentes húngaros: as vogais-alvo da presente tese, [ɐ] e [ɨ], e as vogais [ɛ], [e] e [i]. O segundo estudo consistiu num treino percetivo, que incluiu três intervenções, conduzidas paralelamente em três grupos de aprendentes húngaros de PL2: uma intervenção focada nas vogais orais do PE acima mencionadas (Grupo Vowels), uma intervenção focada em contraste de acento suprassegmentais (Grupo Stress), e uma intervenção focada nas vogais orais e acento do PE (Grupo Vowels & Stress). Os treinos foram completados por 66 aprendentes húngaros inscritos em cursos de PL2 Nível Iniciação, recrutados em nove universidades da Hungria. Cada intervenção teve a duração de seis semanas, tendo os aprendentes de completar uma sessão por semana. As sessões consistiram em tarefas de discriminação AX e AXB, com cerca de 10 ou 15 minutos cada. Antes e depois do treino, os participantes completaram um pré-teste e um pós-teste. Estes consistiram em tarefas de intruso (oddity tasks), e testaram a discriminação das vogais orais centrais e anteriores do PE, assim como do acento de palavra a nível suprassegmental. Todas as etapas – testes, sessões de treino e questionários – foram conduzidas online. No que diz respeito a alterações na discriminação das vogais, a análise dos resultados mostrou que, no geral, nenhum dos três grupos melhorou significativamente na discriminação das vogais-alvo, nem mesmo os grupos cujas intervenções focaram contrastes vocálicos – Vowels e Vowels & Stress. No entanto, na análise dos resultados de cada contraste observou-se que os três grupos melhoraram na discriminação dos contrastes [ɐ]-[ɛ] e [ɐ]-[ɨ], embora neste último caso a melhoria tenha sido apenas ligeira. Relativamente à discriminação de contrastes de acento de palavra, os grupos cujo treino focou este aspeto – Grupo Stress e Grupo Vowels & Stress – apresentaram uma melhoria significativa na perceção de acento de palavra, comparativamente ao Grupo Vowels. A análise mostrou ainda que o Grupo Stress apresentou melhorias mais visíveis do que o Grupo Vowels & Stress. Os resultados do estudo do treino percetivo permitiram-nos apresentar diferentes conclusões. Primeiro, a trajetória de aquisição de vogais não é homogénea, uma vez que os participantes apresentaram melhorias apenas alguns contrastes vocálicos. Especificamente, os aprendentes húngaros de PL2 apresentaram uma melhoria mais visível no contraste que prevíamos ser o mais problemático: [ɐ]-[ɛ]. Contrariamente, nos contrastes envolvendo as vogais [ɛ], [e] e [i], os participantes revelaram mais dificuldades. Segundo, a melhoria observada na discriminação de contrastes de acento de palavra mostra que a ‘surdez acentual’ pode ser ultrapassada com um treino adequado, e em pouco tempo (6 semanas). Terceiro, um treino que combine vogais e acento de palavra não é mais eficaz do que treinos que foquem estas propriedades separadamente. No entanto, acrescentamos que a análise dos resultados também não apresenta evidência estatística de que um treino que combine vogais e acento de palavra seja menos eficaz. Finalmente, os resultados mostram que aprendentes húngaros de PL2 no nível inicial da aprendizagem da L2 beneficiam de um treino percetivo que foca uma propriedade suprassegmental (acento de palavra), mas não de um treino percetivo que foca uma propriedade segmental (vogais). Este facto sugere que, tal como para a L1, na aquisição da perceção de fala em L2, as propriedades suprassegmentais precedem as segmentais. No entanto, esta conclusão deve de ser interpretada com precaução, uma vez que os resultados podem ser específicos do contexto do estudo realizado. Os estudos apresentados nesta tese apresentam evidência empírica que, esperamos, possa vir a contribuir para uma melhor compreensão do processo de aquisição de fala do PL2. Além disso, com este trabalho, pretende-se também contribuir para o desenvolvimento de material didático a partir de conhecimento cientificamente adquirido.
- O uso de materiais autênticos com estudantes A1 no ensino de português língua não materna para fins específicosPublication . Caeiro, Pedro Miguel Branco; Correia, SusanaOs materiais autênticos revestem-se de grande importância no ensino de uma língua não materna para fins específicos, uma vez que replicam situações da vida real e, se o estudante conseguir compreender e produzir textos escritos e/ou orais da sua área profissional, as suas necessidades têm uma maior probabilidade de serem supridas. No entanto, a utilização de materiais autênticos, mais ou menos adaptados, nem sempre é fácil de concretizar no ensino de uma língua não materna para fins específicos, especialmente em níveis de proficiência iniciais, dadas as limitadas competências de compreensão oral ou escrita dos estudantes. Nesta tese, será ainda abordada a importância da elaboração de materiais baseados em tarefas na aprendizagem de uma língua para fins específicos e da autenticidade na elaboração dos materiais didáticos, como forma de motivar e preparar os estudantes para o uso da língua no desempenho das suas funções profissionais. Finalmente, é discutido o uso de materiais autênticos nos níveis iniciais de aprendizagem de uma língua e as adaptações a que esses materiais têm de ser submetidos para que a sua utilização seja possível. A vertente empírica desta tese consistiu na aplicação de questionários a estudantes e professores dos cursos de língua não materna para fins específicos de nível A1 lecionados pelo Instituto Português do Oriente, em Macau, de forma a conhecer a sua opinião acerca da autenticidade dos materiais didáticos utilizados e a sua eficácia no processo de aprendizagem. Foi ainda disponibilizado um questionário a outros professores de português língua não materna, com o propósito de saber se e como estes produzem materiais didáticos autênticos. Os resultados destes questionários demonstram que é possível utilizar, com eficácia, materiais autênticos no nível A1, desde que devidamente adaptados, e também a concordância de estudantes e professores acerca da maior eficácia do uso de materiais autênticos. A partir destes resultados, são feitas recomendações acerca do uso de materiais autênticos no ensino uma língua não materna para fins específicos.