Centro de Estudos Globais | Artigos em revistas nacionais / Papers in national journals
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Browsing Centro de Estudos Globais | Artigos em revistas nacionais / Papers in national journals by Sustainable Development Goals (SDG) "04:Educação de Qualidade"
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- Alteridade e humanismo em VieiraPublication . Pinto, PorfírioAs “descobertas” e “conquistas” ibéricas dos séculos XV e XVI obrigaram a Europa a repensar a sua relação com o “outro”, com uma “nova humanidade”, nomeadamente com o “negro” e com o ameríndio. E se o negro-africano foi objeto de tráfico esclavagista, entre a aceitação geral e a inevitabilidade “para o bem das colónias”, o “índio” americano esteve no âmago de um debate acerca de “direitos”, que certamente conduziria às modernas declarações de “direitos humanos”. O presente ensaio parte deste contexto geral, para se centrar na abordagem vieirina desta “nova humanidade”.
- Bullying homofóbico: crenças e práticas de estudantes do ensino superior em PortugalPublication . Neves, Sofia; Borges, Janete; Vieira, Cristina Pereira; Sousa, AnaO presente estudo teve como objetivo caracterizar as crenças e as práticas de um grupo de 369 estudantes do Ensino Superior português, 282 do sexo feminino e 84 do sexo masculino, com uma média de idades de 21.49, relativamente ao bullying homofóbico. A partir do preenchimento de uma ficha sociodemográfica e de três Inventários, concluiu-se que os homens praticam e sofrem mais bullying homofóbico do que as mulheres. Os/As estudantes portugueses/as que praticam comportamentos violentos contra pessoas lésbicas e gays (LG) apresentam crenças mais conservadoras sobre a orientação sexual LG e sobre o género do que os/as que não praticam. As pessoas que revelam crenças sobre a orientação sexual LG mais conservadoras são também aquelas que revelam crenças de género mais conservadoras (r=0.423, p<0.001). Os homens revelam crenças sobre a orientação sexual LG mais conservadoras (t(102.046)=-4.908,p<.001), sendo também os que praticam mais violência contra pessoas LG.
- Comparing NPS users in nightlife settings and online communitiesPublication . Henriques, Susana; Silva, Joana Paula; Van Hout, Marie Claire; Hearne, Evelyn; Benschop, Annemieke; Korf, Dirk; Bujalski, Michal; Wieczorek, Łukasz; Werse, Bernd; Felvinczi, Katalin; Dąbrowska, Katarzyna; Kaló, Zsuzsa; Kamphausen, Gerrit; Nabben, TonEste artigo relata a comparação entre dois grupos de usuários de Novas Substâncias Psicoativas (NPS): usuários em ambientes noturnos e usuários em comunidades on-line. Foi realizada uma pesquisa quantitativa em seis países da UE (Alemanha, Hungria, Irlanda, Holanda, Polônia e Portugal) com uma amostra de conveniência de usuários adultos (18 anos ou mais) de NPS atuais (12 meses). Os participantes preencheram um questionário on-line ou com caneta e papel. Foram alcançados 2.757 entrevistados nos seis países europeus durante a coleta de dados nos dois grupos de usuários considerados. A comparação foi baseada em características sociodemográficas, padrões de uso e mercado. Os grupos de NSP usados são: misturas de ervas e/ou canabinoides sintéticos; estimulantes de marca e/ou estimulantes/empatogênicos/nootrópicos obtidos puros; psicodélicos; dissociativos; e outras NSP. A Internet e os mercados virtuais assumem grande relevância tanto para a vida noturna quanto para as comunidades on-line. As diferentes políticas de drogas e a localização geográfica diversa entre os países participantes são as principais características que afetam os resultados, ou seja, a presença/ausência de algumas substâncias ou o conceito legal de NSP. A comparação entre usuários em ambientes de vida noturna e usuários on-line destacou tendências substanciais no uso de NPS entre países e grupos de usuários. Novas oportunidades no mercado de drogas foram impulsionadas por desenvolvimentos tecnológicos na Internet.
- Dinâmicas de construção de um ‘mega agrupamento’ de escolas: uma abordagem sistémica luhmannianaPublication . Salgueiro, João Esteves; Henriques, SusanaO texto que se apresenta parte da possibilidade de as dinâmicas de construção de um ‘mega agrupamento’ poderem fazer ressaltar elementos inovadores sustentados na produção de mecanismos autopoiéticos. Para o efeito, convoca-se a teoria dos sistemas sociais do sociólogo alemão Niklas Luhmann, numa abordagem teórica e metodológica, utilizando-se como instrumentos de recolha de dados a entrevista semidiretiva e notas de campo. Para a análise do corpus documental recorre-se ao método de análise de conteúdo.
- Os guarda-chuvas cintilantes de Teolinda Gersão: um risco no tempoPublication . Sequeira, Rosa MariaO diário Os guarda-chuvas cintilantes de Teolinda Gersão é um texto de natureza híbrida que nos estimula a reconsiderar a questão teórica dos géneros literários. Apresentado como diário no subtítulo, expõe uma escrita experimental e revolucionária que questiona a tradição dos géneros e o registo intimista. Sendo uma reflexão especulativa da escrita sobre ela própria, desvenda a própria ambiguidade do género diário e desafia fronteiras conhecidas ao assumir a crise das formas na literatura atual. Através do lúdico, do surreal e do fantástico e também de um narrador instável inominado, este texto nega o traço individualizante próprio da escrita diarística, assim alargando as possibilidades impostas pelas convenções e iludindo o controlo da interpretação. Teolinda Gersão, tal como Gide, prefere a incoerência à ordem que deforma e a estética fragmentária do fragmento que este texto adota é uma estratégia para escrever subjetivamente, evitando as armadilhas de um imaginário e de uma pretensa transmissão da veracidade do eu. Deste modo o fragmento coaduna-se bem com a arquitetura polifónica, contrariando a tendência dos diários de se centrarem numa única voz. Consideram-se alguns momentos de inflexão na tradição do diário, nomeadamente francesa, anglo-saxónica e de expressão portuguesa para concluir que o Diário de Teolinda Gersão ocupa um lugar à parte em que são dissolvidas as noções de verdade e sujeito do discurso e em que o absurdo se intrica na desmontagem crítica do quotidiano burguês. Pelo seu caráter experimental e contestatário, este texto é um desafio para o leitor.
- História do Eneagrama: da tradição oral à escrita e a globalização de um sistema de autoconhecimentoPublication . Jardim, Jacinto; Franco, José Eduardo; Pereira, AnabelaDado o atual uso global do Eneagrama no estudo da personalidade, constata-se a necessidade premente de esclarecer a sua origem e evolução. A dispersão dos dados sobre quem protagonizou a propagação deste sistema origina muitas vezes dúvidas e equívocos. Nesse sentido, com este artigo pretende-se sistematizar a história das origens do Eneagrama e da sua evolução, até se tornar num fenómeno global, tendo como foco as principais figuras históricas. Para isso, realizou-se a revisão da literatura que aborda o Eneagrama do ponto de vista histórico. Resumidamente, chegou-se à conclusão de que a sua verdadeira origem é desconhecida. Segundo alguns estudiosos, tem cerca de 2.500 anos e foi conhecido por Pitágoras e outros sábios da antiguidade; segundo outros, coube à tradição sufi (Afeganistão) preservar o conhecimento da sua utilização. Mas todos afirmam que esta sabedoria milenar foi transmitida de mestre para discípulo, oralmente, dentro das escolas iniciáticas. A partir de 1920, tudo começa a ficar mais claro, quando chegou ao Ocidente (Europa) através das ideias e do trabalho do filósofo russo G.I. Gurdjieff. Permaneceu em grupos restritos até 1960, começando a ser efetivamente difundido a partir da década de 70. Tendo em consideração o impacto atual deste sistema, propõe-se que seja definido um projeto amplo de investigação sobre cada uma das figuras que se destacaram na formulação e divulgação do Eneagrama.
- Humanidades e universidade: que passado e que futuro?Publication . Franco, José Eduardo; Paolinelli, Luísa Marinho AntunesO projeto de Universidade de que somos herdeiros, desenvolvido na Idade Média, nasce assente no princípio da universalidade, no diálogo entre disciplinas e na demanda do conhecimento à luz de um ideário de procura da unidade dos saberes, garantindo ao mesmo tempo a sua autonomia epistemológica na construção de um saber mais holístico sobre a complexidade do ser humano e do cosmos. As disciplinas englobadas hoje nas «Humanidades» desempenhavam um papel central numa formação que se pretendia o mais possível unificadora das etapas de produção de conhecimento disciplinar fragmentário. Com a crescente deriva da especialização na construção do conhecimento e com a valorização das áreas científico-técnicas em nome de exigências económico-sociais, as tradicionais Humanidades têm sofrido uma secundarização no quadro universitário, correndo o risco, em alguns casos, do seu desaparecimento. É, assim, fulcral refletir sobre o seu lugar e futuro, entendendo a Academia como território de produção de saber aberto, com uma formação abrangente e englobante, de interação e construção de visões globais de conhecimento, contra os perigos da fragmentação ou coisificação. Esta assumida defesa das Humanidades passará por vencer a velha dicotomia entre Humanidades, pouco valorizadas da construção de um saber universitário, e as Ciências ditas «científicas» ou «duras», de forma a que se possa contribuir para humanizar e responsabilizar o conhecimento em nome de uma humanidade plenamente humana.
- A oratória «profética» do Padre António VieiraPublication . Pinto, PorfírioO presente artigo aprofunda uma intuição de Margarida Vieira Mendes: toda a obra de Vieira tem um substrato “biográfico”, isto é, o autor revela‑se através dos seus escritos. Fundamentalmente, Vieira entende-se e age como um “profeta”, à maneira dos profetas bíblicos. Mas não pensemos apenas na sua obra “profética”, onde ele prevê um futuro glorioso para Portugal; também nos Sermões, e particularmente os “sermões morais” (de intervenção social), revelam o género retórico do rib, tão particular aos antigos profetas bíblicos de Israel.
- Uma paixão de Vieira pelo Oriente no tempo da protoglobalização?Publication . Franco, José EduardoEste artigo parte de uma pergunta que se tornou uma hipótese de pesquisa: o Padre António Vieira teria tido uma paixão e um interesse devotado pelo Oriente, no plano intelectual, missionário ou cultural, e, neste horizonte geográfico, de modo especial pela China? A averiguação da vida e de toda a vasta obra escrita de Vieira permitir-nos-á responder e analisar as referências ao Oriente e, particularmente, as perceções, as alusões e as representações do império chinês, de modo a extrair e compreender os significados da presença deste povo e deste imenso país nos escritos deste renomado missionário do Brasil e pregador régio do rei de Portugal, D. João IV. A partir desta recolha, da classificação das referências sínicas e da sua análise, o nosso estudo ponderará criticamente até que ponto e de que modo poderemos ou não afirmar que Vieira teria tido uma paixão pelo Oriente, à semelhança do que aconteceu com muitos dos seus confrades jesuítas no período moderno e que motivou uma significativa vaga de missionários ocidentais para aquele quadrante geográfico do mundo, então em fase de protoglobalização.
- Projetos educativos de escolas complexas: como construir?Publication . Silva, Nuno Miranda e; Henriques, SusanaEm Portugal, os projetos educativos das escolas foram concebidos como instrumentos de mobilização das comunidades educativas, capazes de influenciar o ensino e aprendizagem, mas, atualmente, seguem lógicas empresariais que esperam que as escolas sejam previsíveis. Contudo, as escolas são ambientes complexos, dados a imprevistos, o que requer instrumentos organizativos diferentes. Então, é necessário resolver este vazio teórico-prático e responder à questão: Como se constroem projetos educativos em escolas complexas? Fazemo-lo, sob a lente da Teoria da Complexidade que, por contradizer as expectativas de certeza e causalidade da modernidade, transtorna instrumentos em uso e reclama por métodos diferentes. Aqui analisamos os seus impactos da complexidade na construção de projetos educativos e convocamos as diferenças entre os sistemas ordenados (como as empresas) e os sistemas complexos (como as escolas) para apresentar a estrutura que deve presidir à construção de projetos educativos em ambientes complexos: circunstâncias (em vez de diagnósticos), experiências (em vez de atividades), histórias (em vez de metas) e coerência (em vez de visão). Concluímos que, no contexto da complexidade, as escolas requerem que se construam compromissos em vez de projetos educativos.