Browsing by Issue Date, starting with "2023-10-28"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Equinoides fósseis das coleções ultramarinas do LNEG (Museu Geológico e Litoteca)Publication . Pereira, PedroO Laboratório Nacional de Energia e Geologia alberga nas suas instalações (Litoteca e Museu Geológico) um valioso arquivo histórico e científico constituído pelas coleções de amostras (rochas, minerais e fósseis) colhidas durante os estudos e levantamentos de campo realizados pelos exploradores, naturalistas, prospetores e missionários que, entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, contribuíram para o conhecimento da geologia das antigas províncias ultramarinas portuguesas. O estudo dessas coleções resultou em grande número de publicações de mérito internacional, nas quais foram descritas muitas espécies novas para a ciência. Esta apresentação pretende destacar os exemplares fósseis de equinoides (alguns ainda por estudar) existentes nestas coleções, provenientes de Angola, Cabo Verde e Moçambique. De entre este material, destaca-se particularmente, a presença do material-tipo das onze (duas do Miocénico e nove do Cretácico) espécies de equinoides de Angola descritas pelo paleontólogo suíço Perceval de Loriol, entre 1887 e 1905. Tem particular relevância histórico-científica, Rhabdocidaris capelloi de Loriol, 1887, não só por ter sido o primeiro equinoide fóssil a ser descrito em território ultramarino português, mas também, por o seu holótipo ter sido trazido de Angola pelos famosos exploradores portugueses Hermenegildo Capello e Roberto Ivens.
- Os guarda-chuvas cintilantes de Teolinda Gersão: um risco no tempoPublication . Sequeira, Rosa MariaO diário Os guarda-chuvas cintilantes de Teolinda Gersão é um texto de natureza híbrida que nos estimula a reconsiderar a questão teórica dos géneros literários. Apresentado como diário no subtítulo, expõe uma escrita experimental e revolucionária que questiona a tradição dos géneros e o registo intimista. Sendo uma reflexão especulativa da escrita sobre ela própria, desvenda a própria ambiguidade do género diário e desafia fronteiras conhecidas ao assumir a crise das formas na literatura atual. Através do lúdico, do surreal e do fantástico e também de um narrador instável inominado, este texto nega o traço individualizante próprio da escrita diarística, assim alargando as possibilidades impostas pelas convenções e iludindo o controlo da interpretação. Teolinda Gersão, tal como Gide, prefere a incoerência à ordem que deforma e a estética fragmentária do fragmento que este texto adota é uma estratégia para escrever subjetivamente, evitando as armadilhas de um imaginário e de uma pretensa transmissão da veracidade do eu. Deste modo o fragmento coaduna-se bem com a arquitetura polifónica, contrariando a tendência dos diários de se centrarem numa única voz. Consideram-se alguns momentos de inflexão na tradição do diário, nomeadamente francesa, anglo-saxónica e de expressão portuguesa para concluir que o Diário de Teolinda Gersão ocupa um lugar à parte em que são dissolvidas as noções de verdade e sujeito do discurso e em que o absurdo se intrica na desmontagem crítica do quotidiano burguês. Pelo seu caráter experimental e contestatário, este texto é um desafio para o leitor.