Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPI
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- O 25 de Abril na literatura para crianças e jovensPublication . Figueiredo, Maria Augusta da Fonseca Pires; Bastos, GlóriaResumo - No contexto da literatura para crianças e jovens em Portugal, constatamos que existem várias obras que tomam como elemento temático a Revolução de Abril de 1974, contribuindo para a fixação, na memória, desse momento da nossa História colectiva. As primeiras edições surgem no final da década de setenta, mas a maior afluência dá-se nos anos 90, sobretudo em 1999, aquando da data comemorativa da Revolução. Desde então, têm aparecido novas publicações, destinadas a várias faixas etárias, que revisitam a Revolução de Abril e o tempo imediatamente anterior e posterior. O crescente investimento da Literatura, na partilha desses conhecimentos, retrata a preocupação cívica de vários autores, que continuam a empenhar-se na luta contra o esquecimento. Verificamos também que essa temática é abordada segundo várias perspectivas, possibilitando por vezes ao leitor uma reflexão e análise pessoais sobre os acontecimentos. No desenvolvimento do trabalho realizado, procurámos, após um breve enquadramento teórico, reflectir sobre as relações da História com a Literatura, mas, essencialmente, sobre a História na Literatura Infanto-Juvenil. Cientes de que todos os textos sobre esta temática contribuem para a construção de uma memória e identidade colectivas, ensaiámos uma leitura analítica de algumas obras, procurando compreender o que nelas há de mais marcante face à problemática que estudámos. Este estudo avança, também, com uma proposta de tipologia, tentando agrupar os vários livros segundo três categorias: “a História na ficção”, “a História ficcionada” e “livros predominantemente informativos”, realçando em cada uma delas o contributo que oferecem para a compreensão de um período ainda pouco conhecido e valorizado pelas nossas crianças e jovens
- Al Berto in lugares : o deambular da melancolia lunar do corpoPublication . Reis, Graciosa Maria Ferreira Curto; Bello, Maria do Rosário LupiO corpus deste trabalho verifica os lugares vividos ou revisitados por Al Berto e estabelece alguns pontos de confluência da sua escrita com Cesário Verde, Fernando Pessoa e Arthur Rimbaud. Explora ainda o deambular do corpo-texto a partir de tópicos que vinculam a subjectividade da escrita sobre a sua própria existência, onde motivos como a melancolia, a solidão, o homoerotismo e a morte são os eixos principais.
- Alfabetização de crianças caboverdianas em língua portuguesa como língua não materna : o ensino da leituraPublication . Pereira, Júlia Ramos Melício; Batoréo, HannaCabo Verde é um país de características bilingue, onde coexistem duas línguas: a Língua Materna – o Crioulo de Cabo Verde (CCV) ou a Língua Caboverdiana (LCV) e a Língua Não Materna – o Português que é a língua oficial e, portanto, a língua utilizada no processo de ensino e de aprendizagem. Esta situação gera conflitos tanto a nível linguístico como a nível cultural. As duas línguas apresentam algumas semelhanças lexicais, o que conduz, muitas vezes, a equívocos e erros linguísticos que dificultam a criança na aprendizagem, em particular, da leitura que constitui a base para a aprendizagem de outros saberes. A aprendizagem da leitura, na Língua Não Materna, requer um desenvolvimento da linguagem oral em Língua Portuguesa, para que o raciocínio da criança seja estimulado através de exercícios lúdicos e abordagens cognitivistas e construtivistas. Deste modo, as competências de processamento fonológico na aquisição das competências da leitura são importantes para a discriminação do texto escrito e favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura. A criança, através da descoberta, começa a elaborar conceitos no sentido de conseguir realizar de forma funcional a sua relação com a língua escrita. Adoptando uma metodologia de estudo de caso, e através de questionários, observação directa e recolha de informação documental, esta dissertação apresenta e analisa aspectos ligados à alfabetização de crianças caboverdianas no início da escolaridade e à aprendizagem da leitura como suporte básico para a aprendizagem da Língua Não Materna. Os subsídios recolhidos ao longo deste estudo, apresentados nesta dissertação contribuirão para fazer progredir o ensino da leitura e, também, para implementar com sucesso a aprendizagem da leitura por parte dos alunos, desenvolvendo a prática da leitura e as expectativas em descobrir a multiplicidade das dimensões da experiência nesse domínio e contribuir para uma relativa compreensão das competências do modo oral e do escrito.
- O Algarve arcaico de Lídia Jorge : ventos de mudançaPublication . Gouveia, Fernando; Teixeira, Rui de AzevedoLídia Jorge iniciou a sua carreira literária com o romance O Dia dos Prodígios, publicado em 1980. É um romance de espaço, no contexto do Algarve dos anos setenta do século passado, em acelerada transformação duma sociedade rural arcaica num espaço cosmopolita de turismo de lazer. Depois de ter abordado outros temas e contextos, voltará reiteradamente a este espaço no conto A Instrumentalina e em dois romances marcantes, O Vale da Paixão e O Vento Assobiando nas Gruas. No presente trabalho analisamos o que há de comum nestas obras, fazendo uma comparação do contexto, das histórias narradas, do efeito do real, das personagens e da linguagem do discurso. Abordamos ainda a questão da especificidade da escrita no feminino e suscitamos a possibilidade de existência de alguns elementos autobiográficos da autora. Pomos em evidência o papel das personagens femininas. Concluímos com a ideia de que a construção das obras e as múltiplas referências intertextuais permitem entendê-las como um macrotexto.
- Cousas do Preste : da verdadeira informação à história de Etiópia : visões da Etiópia em Francisco Álvares e Pêro PaisPublication . Rodrigues, Armanda Paula de Freitas Marques Martins; Avelar, Ana Paula
- D. João I : um retrato épico : o mito do rei (re)fundador na epopeia setecentista Joanneida ou a liberdade de Portugal defendida pelo Senhor Rey D. João IPublication . Ventura, Luís Miguel Martins; Dias, Isabel de Barros
- Da "boca do corpo" aos "olhos da alma": o embodied self no português europeu : uma abordagem cognotivaPublication . Castanho, Arlindo José Nicau; Batoréo, HannaO presente trabalho perfilha a noção, comummente aceite no âmbito das modernas Ciências Cognitivas, de que o embodiment é a condição básica dos nossos sistemas perceptivos e cognitivos. De acordo com o conceito basilar de embodiment, percepção e cognição encontram-se intimamente ligadas, e tal interdependência não pode deixar de reflectir-se nos nossos processos de conceptualização e de expressão linguística. Estes pressupostos fazem prever que o embodiment condicione fortemente as conceptualizações respeitantes ao nosso próprio Eu, à relação entre o Eu e o corpo e à relação entre o corpo e as suas partes e órgãos. Seguindo a escala de relações acabada de apresentar, empreendemos sucessivamente, no âmbito do Português Europeu: a análise das modalidades de referência ao Eu e das conceptualizações que lhes são subjacentes; a análise da conceptualização do corpo, e da relação entre este e as suas partes, através de termos e expressões capazes de ilustrar amplamente tais mecanismos conceptuais. A linguagem encontra-se enraizada no corpo – embodiment “restrito” – e no ambiente físico-social – embodiment “generalizado” –, e é essa dependência da língua, em relação ao organismo e ao ecossistema, que faz com que se não possa falar sem se recorrer sistematicamente a processos de figuração ancorados na realidade material circunstante, tais como as metáforas e as metonímias. Em virtude das conceptualizações metonímica, metafórica e híbrida (porque estes dois processos figurativos se encontram, em muitos casos, intimamente coligados), a referência ao corpo e às partes ou órgãos do corpo demonstra-se, pois, no Português Europeu como nas outras línguas (mas é o Português Europeu que nos interessa prioritariamente), marcadamente polissémica. Procurámos dar conta dessa polissemia generalizada, através da análise de alguns termos básicos da taxonomia somática corrente e de algumas expressões referentes ao corpo e às suas funções perceptivas e cognitivas. Essas análises estearam-se na consulta e comparação sistemática dos verbetes que um grupo seleccionado de dicionários monolingues dedica a tais termos e expressões, bem como nos dados que sobre os mesmos nos fornece o corpus informático de elaboração de textos jornalísticos de que sistematicamente nos servimos. Isso não nos impediu de recorrer oportunamente a outras fontes documentais, sempre que estas nos tenham disponibilizado outros dados igualmente pertinentes, não presentes nas fontes documentais básicas. A análise dos dados linguísticos facultados pelas diversas fontes pautou-se, em linhas muito gerais, pelos seguintes dois princípios, próprios da Linguística Cognitiva: a) a focalização preferencial da análise linguística sobre a componente semântica; b) consequentemente seja a a) seja ao espírito que é próprio da Linguística Cognitiva, o pleno desenvolvimento da análise semântica implica uma genuína aplicação do princípio da Transdisciplinaridade, o que se traduz numa contínua atenção aos constructos propostos pela Neurofisiologia, pela Psicologia Aplicada, pela História da Língua, pela Iconologia, pela Antropologia Cultural, etc. Uma Linguística Cognitiva “fechada em si própria” seria, com efeito, uma contradição: uma abordagem cognitiva dos fenómenos linguísticos que prescinda dos métodos de análise propriamente linguísticos – ou que os trate como acessórios – não é, obviamente, Linguística; e uma Linguística que prescinda dos elementos fornecidos pelas outras Ciências Cognitivas – ou que os trate como meramente acessórios – não pode ser dita Cognitiva. No final do trabalho, esperamos ter amplamente demonstrado: a) a validade dos princípios acabados de enunciar; b) a inevitabilidade do recurso à metáfora e à metonímia, no Português Europeu (ainda que a mesma seja extensiva, muito provavelmente, a todas as línguas; mas só no caso do Português Europeu nos é dado averiguá-lo cabalmente); c) a interpenetração e interdependência dos processos de conceptualização metafórica e metonímica (sendo igualmente válido, neste caso, o parêntese da alínea precedente).
- Da decadência à regeneração: Jacinto e o percurso de auto-descoberta em a Cidade e as SerrasPublication . Carvalho, Cristina Henriques Bernardes; Piedade, Ana NascimentoResumo - “Eu penso que o riso acabou – porque a humanidade entristeceu. E entristeceu – por causa da sua imensa civilização. (...) Quanto mais uma sociedade é culta - mais a sua face é triste. (...) O Infeliz está votado ao bocejar infinito. E tem por única consolação que os jornais lhe chamem e que ele se chame a si próprio – O Grande Civilizado.” Eça de Queiroz, “A Decadência do riso”, in Notas Contemporâneas, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, 2000, pp.165-166 Estando no século XXI, século em que se menospreza cada vez mais o primordial, o essencial, e se valoriza cada vez mais uma civilização, aparentemente, mais “civilizada”, aparece-nos A Cidade e As Serras como antevisão de uma realidade muito actual. O embrião deste trabalho nasce da perplexidade e da curiosidade perante a modernidade de uma obra como A Cidade e As Serras, obra livro que se tornou intemporal sendo, por isso mesmo, um clássico que se adapta a todas as épocas. O ponto de partida desta dissertação é a palavra “bocejo”, exteriorização do tédio, característico de uma sociedade civilizada em decadência. Símbolo de um sentimento pessimista que se difunde por toda a sociedade portuguesa e que é bem visível e notório em toda a obra de Eça de Queiroz sendo este tema um dos mais explicitados e desenvolvidos por este autor. Em A Cidade e As Serras, as raízes do tédio que provém quase sempre da desocupação, vão dar à ociosidade. A falta de ocupação mental ou física é então, o grande motor que faz desenvolver o tédio. A solução encontrada baseia-se no equilíbrio, na regeneração através da auto-descoberta entendida como uma experiência pessoal; uma perspectiva individual da evolução que se vai concretizando num determinado trajecto existencial
- Discurso publicitário turístico: abordagem cognitivaPublication . Espadeiro, Helena Sofia Garrido; Batoréo, HannaNa presente dissertação, faz-se a descrição e a análise de um Corpus de textos publicitários turísticos, à luz dos pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva. Por que motivo consegue o Corpus reunido ser eficaz na comunicação publicitária e atingir uma faixa significativa da população consumidora é a questão-matriz à qual se pretende responder. Deste modo, demonstra-se a pertinência da abordagem cognitiva da linguagem, nomeadamente das hipóteses subjacentes à Teoria da Metáfora Conceptual aplicada ao Discurso Publicitário, sob a forma de Estereótipos, Inovação e “Fórmulas Fixas” num Corpus baseado na linguagem-no-uso, mediante o qual se atesta a interacção entre a linguagem, a cognição e a experiência corporal, cultural, social e individual do mundo. Com efeito, o texto publicitário consegue ser eficaz no processo de comunicação e sensibilizar uma franja considerável do público visado pela sua riqueza expressiva. De forma inquestionável, as metáforas e as metonímias conceptuais, os esquemas imagéticos, a polissemia, o protótipo, os estereótipos e as “fórmulas fixas” associadas à intertextualidade constituem recursos linguísticos e cognitivos que revelam a imaginação a que a linguagem se presta na edificação de novas realidades. Esta tarefa reclama do leitor uma competência discursiva (sintáctico-semântica) e enciclopédica com vista à descodificação da mensagem. O texto publicitário assume-se, pois, como uma manifestação poderosa de argumentação no que respeita a utilização da linguagem, ao influir nas aspirações do público
- A distância convergente: Eça de Queiroz e Guilherme de Azevedo: correspondentes da Gazetta de Notícias do Rio de JaneiroPublication . Trabucho, Isabel Cristina do Vale Lages; Piedade, Ana NascimentoResumo - Tendo como ponto de partida as relações entre Literatura e Jornalismo, debruçamo-nos sobre a importância da imprensa em Oitocentos, nomeadamente o folhetim no qual se inscreve o texto cronístico. O periodismo terá sido, no século XIX, berço de muitos escritores que utilizaram a crónica, género híbrido, para veicular um complexo retrato social. Os correspondentes jornalísticos no estrangeiro enviavam as imagens das culturas europeias, através da sua numerosa produção cronística, referindo e comentando os mais variados aspectos de uma realidade que se revelava aos seus olhos. Entre 1880 e 1882, Eça de Queiroz e Guilherme de Azevedo eram correspondentes de imprensa (o primeiro de Inglaterra e o segundo de Paris) para a Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. As suas crónicas e outra prosa não ficcional veicularam aos leitores do referido periódico a reflexão sobre os grandes acontecimentos ou as minudências das situações a que assistiram ao longo do tempo que viveram nesses países europeus. Apesar da distância pessoal e geográfica entre ambos, estes grandes escritores e jornalistas da Geração de 70, amigos comuns de Ramalho Ortigão, ofereceram ao seu público leitor carioca diferentes visões dessas duas nações consideradas, no último quartel do século, como os pólos culturais do mundo