Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPI
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- Três retratos femininos em Os MaiasPublication . Serejo, Lina Maria Henriques; Piedade, Ana NascimentoEste trabalho analisa três personagens femininas de Os Maias, de Eça de Queiroz, verdadeiramente notáveis pela coragem e determinação com que lutam pela mudança dos seus destinos, mesmo que para isso tenham de praticar adultério: Maria Monforte, Maria Eduarda e a Condessa de Gouvarinho. Através do adultério Maria Monforte insurge-se contra as normas discriminatórias de uma sociedade que ao homem tudo permite, mas que espartilha a liberdade de acção da mulher, os seus sentimentos e emoções. Ela mostra a sua independência face à mesquinhez de todos aqueles que, por viverem presos à aparência, não consumam as suas paixões. Embora não consiga legitimar as suas relações, Maria Eduarda não é uma mulher fácil e inconstante. É a força das circunstâncias e a necessidade de sobrevivência que a atiram sucessivamente para os braços de dois homens que não ama. Quando encontra a verdadeira paixão, avassaladora e sem limites, o seu passado estigmatiza-a. No entanto, detentora de uma forte consciência moral, luta até ao fim para provar que é uma “boa mulher”. A Condessa de Gouvarinho, presa num casamento por conveniência, é notável pela irreverência e audácia que revela no jogo de sedução em que envolve Carlos da Maia. Apaixonada, luta com tenacidade por uma relação que alie o amor ao prazer físico, provando estar à frente da sua época. Para ela o adultério é a única forma de saciar o desejo, por isso ela se apresenta sempre picantemente tentadora. Estas personagens mostram bem a força da mulher oitocentista que tenta libertar-se dos rígidos códigos que a oprimem.
- Do sentimento em Florbela EspancaPublication . Pereira, Custódia de Jesus Gonçalves; Coelho, Paula MendesDo Sentimento em Florbela Espanca tem como principal objecto de estudo os sentimentos patenteados em Livro de Mágoas, Livro de Soror Saudade e Charneca em Flor; alicerçando-se em quatro eixos: Florbela, a mulher; Enquadramento sócio-cultural; Sentimentos; o Cânone e os Manuais Escolares. Assim, temos Florbela enquanto mulher comum, o seu nascimento obscuro, o percurso pessoal e académico. Contextualizando, foi feita uma breve abordagem ao Ultimato inglês, o qual se repercutiu na sociedade e na literatura portuguesas. Simultaneamente, percepciona-se um Portugal mergulhado na ignorância, devido a um deficitário sistema de ensino, onde o analfabetismo grassava, sobretudo no feminino. Florbela emerge nesse contexto, tornando-se incómoda para alguns críticos e para a sociedade patriarcal, pela ousadia da palavra e pela força dos sentimentos, dos quais é feito um estudo diacrónico, enquanto temática estruturadora de sentido, o que permite apreender a sua evolução enquanto poetisa. A sua poesia institui uma ruptura com os dogmas sociais. Despojada de preconceitos, abre-se aos outros e à natureza, embora a mágoa surja, por vezes, inculcando o desalento, numa pluralidade de sentimentos que fazem dela uma poetisa ímpar, de difícil catalogação. Florbela inovou o soneto pela temática, pelo ritmo, pela plasticidade e musicalidade da palavra, em sugestivas metáforas, em sonoras aliterações, pela força do vocábulo e da exclamação, pela despersonalização, através de inúmeras imagens do “Eu” poético, as suas máscaras, que, paradoxalmente, conduziram à personalização, ao “Eu” procurado, que a catapultou para o século XX e para o cânone literário português, como atestam, entre outros, os Manuais Escolares
- A obra de Alves Redol para criançasPublication . Figueiredo, Anabela de Oliveira; Bastos, GlóriaO principal objectivo desta dissertação consistiu em fazer uma análise mais aprofundada da obra para crianças e jovens de Alves Redol, uma área que se tem mantido na penumbra, no conjunto dos títulos escritos pelo romancista. O trabalho foi dividido em três partes: na primeira parte desenvolvemos a contextualização do escritor na sua época, com uma breve abordagem à temática do neo-realismo e às várias obras do autor; na segunda parte apresentamos, de uma forma mais sucinta, a literatura para crianças no tempo de Alves Redol, numa época de grande controle ideológico com reflexos no ensino e na cultura; na última parte fazemos uma análise textual dos livros que o romancista escreveu para crianças e jovens, destacando os aspectos lúdicos, didácticos e pedagógicos, o legado cultural, as vivências rurais, alguns valores, comportamentos e atitudes das personagens, presentes nessas obras. O estudo permitiu ainda compreender possíveis interligações existentes entre os textos que o escritor escreveu para crianças e jovens e os livros para adultos, tendo por base aspectos políticos, sociais, educacionais e culturais dominantes na época em que Alves Redol viveu e escreveu – o Estado Novo
- Transcrição e análise de uma colectânea sebastianista do século XIXPublication . Delgado, Dulce Alexandra de Oliveira Lopes; Tavares, Maria José FerroResumo - No presente trabalho faz-se a transcrição e análise de uma colectânea manuscrita de textos de vários autores e épocas, escrita entre 1815 e 1835, que têm em comum um carácter profético, nacionalista e sebastianista. Dos volumes manuscritos faz parte um diário esparso, com a anotação de acontecimentos vão suscitando admiração ou curiosidade ao autor, ou que sirvam para demonstrar a iminência da vinda de D. Sebastião e do advento do império português. Constata-se que o sebastianismo tinha ainda, no séc. XIX, bastantes seguidores e que a crença num desígnio divino para Portugal marcava sensivelmente a mentalidade de alguns grupos eruditos. O ponto de vista do compilador da colectânea analisada é valorizado pela relativa raridade de testemunhos contrários à ideologia liberal que triunfa na primeira metade do século XIX. Cotejam-se aspectos do sebastianismo com outros tipos de milenarismo e messianismo, verificando que essas crenças e esperanças surgem ou se renovam em épocas conturbadas com perigo para a conservação da identidade nacional
- Discurso publicitário turístico: abordagem cognitivaPublication . Espadeiro, Helena Sofia Garrido; Batoréo, HannaNa presente dissertação, faz-se a descrição e a análise de um Corpus de textos publicitários turísticos, à luz dos pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva. Por que motivo consegue o Corpus reunido ser eficaz na comunicação publicitária e atingir uma faixa significativa da população consumidora é a questão-matriz à qual se pretende responder. Deste modo, demonstra-se a pertinência da abordagem cognitiva da linguagem, nomeadamente das hipóteses subjacentes à Teoria da Metáfora Conceptual aplicada ao Discurso Publicitário, sob a forma de Estereótipos, Inovação e “Fórmulas Fixas” num Corpus baseado na linguagem-no-uso, mediante o qual se atesta a interacção entre a linguagem, a cognição e a experiência corporal, cultural, social e individual do mundo. Com efeito, o texto publicitário consegue ser eficaz no processo de comunicação e sensibilizar uma franja considerável do público visado pela sua riqueza expressiva. De forma inquestionável, as metáforas e as metonímias conceptuais, os esquemas imagéticos, a polissemia, o protótipo, os estereótipos e as “fórmulas fixas” associadas à intertextualidade constituem recursos linguísticos e cognitivos que revelam a imaginação a que a linguagem se presta na edificação de novas realidades. Esta tarefa reclama do leitor uma competência discursiva (sintáctico-semântica) e enciclopédica com vista à descodificação da mensagem. O texto publicitário assume-se, pois, como uma manifestação poderosa de argumentação no que respeita a utilização da linguagem, ao influir nas aspirações do público
- "Quatrocentos Mil Sestércios" de Mário de Carvalho: intertextualidade para a escolaPublication . Hilário, Rui Filipe Alves; Sequeira, Rosa Maria
- O 25 de Abril na literatura para crianças e jovensPublication . Figueiredo, Maria Augusta da Fonseca Pires; Bastos, GlóriaResumo - No contexto da literatura para crianças e jovens em Portugal, constatamos que existem várias obras que tomam como elemento temático a Revolução de Abril de 1974, contribuindo para a fixação, na memória, desse momento da nossa História colectiva. As primeiras edições surgem no final da década de setenta, mas a maior afluência dá-se nos anos 90, sobretudo em 1999, aquando da data comemorativa da Revolução. Desde então, têm aparecido novas publicações, destinadas a várias faixas etárias, que revisitam a Revolução de Abril e o tempo imediatamente anterior e posterior. O crescente investimento da Literatura, na partilha desses conhecimentos, retrata a preocupação cívica de vários autores, que continuam a empenhar-se na luta contra o esquecimento. Verificamos também que essa temática é abordada segundo várias perspectivas, possibilitando por vezes ao leitor uma reflexão e análise pessoais sobre os acontecimentos. No desenvolvimento do trabalho realizado, procurámos, após um breve enquadramento teórico, reflectir sobre as relações da História com a Literatura, mas, essencialmente, sobre a História na Literatura Infanto-Juvenil. Cientes de que todos os textos sobre esta temática contribuem para a construção de uma memória e identidade colectivas, ensaiámos uma leitura analítica de algumas obras, procurando compreender o que nelas há de mais marcante face à problemática que estudámos. Este estudo avança, também, com uma proposta de tipologia, tentando agrupar os vários livros segundo três categorias: “a História na ficção”, “a História ficcionada” e “livros predominantemente informativos”, realçando em cada uma delas o contributo que oferecem para a compreensão de um período ainda pouco conhecido e valorizado pelas nossas crianças e jovens
- O estereótipo no donjuanismoPublication . Sobrinho, Maria Manuela de Sá; Sequeira, Rosa MariaO Mito de D. Juan ainda continua vivo ou, pelo contrário, extinguiu-se, tornando-se uma lenda ligada ao donjuanismo? Esta foi a principal interrogação que motivou a autora deste trabalho. Confrontados com um número de obras e de opiniões muito considerável a respeito deste mito, pretendeu-se, num primeiro momento, fixar uma noção de mito que permitisse fundamentar a sua existência nas sociedades históricas e na actualidade. Partindo principalmente da valorização da linguagem na construção do mito, sugerida por Roland Barthes em Mitologias, e por Luís Cencillo em Mito, Semántica e realidad, procurou-se encontrar na linguagem de sedução um espaço de trabalho, aberto à aplicação de uma análise literária pragmática, que permitisse uma compreensão do Mito de Don Juan. Servindo-se particularmente das leituras de Ruth Amossy a respeito do estereótipo, a autora estendeu este estudo à produção literária donjuanina na literatura portuguesa, particularmente às mais representativas em termos de reconhecimento literário e de actualidade, a saber: A Morte de D. João, de Guerra Junqueiro; D. João e Máscara, de António Patrício; D. João e Julieta, de Natália Correia; D. João no Jardim das Delícias, de Norberto Ávila e D. Giovanni ou o Dissoluto Absolvido, de José Saramago. A autora desta dissertação de mestrado concluiu que o Mito de Don Juan, enquanto mito da palavra, não é identificável com um mito literário. Não foi a literatura que criou o mito de D. Juan, mas foi o Mito de D. Juan que se apropriou da literatura, particularmente do teatro, como o espaço ideal para a sua concretização material de mito por excelência da palavra
- A personagem D. Pedro na narrativa portuguesa do dealbar do século XXI: Inês de Portugal, de João Aguiar: A trança de Inês, de Rosa Lobato Faria: A Rainha morta e o Rei Saudade, de António Cândido FrancoPublication . Rodrigues, Pedro Jorge; Vasconcelos, Ana IsabelResumo - O presente trabalho incide simultaneamente sobre a figura histórica do rei D. Pedro I e sobre o seu reflexo enquanto personagem literária. Num primeiro momento, tentamos reconstruir uma imagem deste monarca, necessariamente parcelar, focando a sua dupla faceta histórica e mítica. Fazemo-lo a partir dos documentos oficiais do seu reinado e da escrita historiográfica dos séculos seguintes. Analisamos ainda o modo como a literatura se apropriou dos dados históricos, acrescentando-lhes uma dimensão mítica. Numa segunda fase, após a necessária definição do corpus narrativo no qual incide o nosso estudo (Inês de Portugal, de João Aguiar; A Trança de Inês, de Rosa Lobato de Faria; A Rainha Morta e o Rei Saudade, de António Cândido Franco), reflectimos brevemente sobre os autores e o modo como abordam o mito inesiano, bem como sobre as características gerais dos três romances escolhidos e a respectiva apropriação das fontes históricas. Procedemos ainda a uma breve abordagem dos conceitos de romance histórico e de pós-modernismo, particularmente no que diz respeito à situação desse subgénero narrativo e à difusão das mencionadas tendências literárias em Portugal, nas décadas finais do século XX. Centrando-nos definitivamente na personagem D. Pedro, efectuamos a necessária identificação das diversas teorias relativas a classificação, caracterização e construção da personagem narrativa, elementos essenciais para o subsequente estudo prático. Para tal, analisamos comparativamente os três romances sob diversos ângulos, sempre com o objectivo de estabelecer relações de semelhança ou oposição entre as entidades literárias construídas pelos três autores. Assim, para além de algumas tipologias classificativas inerentes à personagem narrativa (e, especialmente, de cariz histórico), são sucessivamente abordadas diferentes áreas que consideramos relevantes, como a descrição física, o discurso privilegiado, a actuação da personagem, as suas relações com os outros, as ligações que estabelece a nível metafísico ou com construções hipodiegéticas, a interacção com os espaços e com os tempos narrativos e, finalmente, a própria concepção da entidade narradora. Apontamos, enfim, as conclusões possíveis, tanto no que se refere aos traços comuns aos romances sob análise, como em relação aos aspectos que indicam diferenças significativas nas distintas concepções da personagem central que decidimos estudar
- A distância convergente: Eça de Queiroz e Guilherme de Azevedo: correspondentes da Gazetta de Notícias do Rio de JaneiroPublication . Trabucho, Isabel Cristina do Vale Lages; Piedade, Ana NascimentoResumo - Tendo como ponto de partida as relações entre Literatura e Jornalismo, debruçamo-nos sobre a importância da imprensa em Oitocentos, nomeadamente o folhetim no qual se inscreve o texto cronístico. O periodismo terá sido, no século XIX, berço de muitos escritores que utilizaram a crónica, género híbrido, para veicular um complexo retrato social. Os correspondentes jornalísticos no estrangeiro enviavam as imagens das culturas europeias, através da sua numerosa produção cronística, referindo e comentando os mais variados aspectos de uma realidade que se revelava aos seus olhos. Entre 1880 e 1882, Eça de Queiroz e Guilherme de Azevedo eram correspondentes de imprensa (o primeiro de Inglaterra e o segundo de Paris) para a Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. As suas crónicas e outra prosa não ficcional veicularam aos leitores do referido periódico a reflexão sobre os grandes acontecimentos ou as minudências das situações a que assistiram ao longo do tempo que viveram nesses países europeus. Apesar da distância pessoal e geográfica entre ambos, estes grandes escritores e jornalistas da Geração de 70, amigos comuns de Ramalho Ortigão, ofereceram ao seu público leitor carioca diferentes visões dessas duas nações consideradas, no último quartel do século, como os pólos culturais do mundo