Linguística / Linguistics
Permanent URI for this community
Browse
Browsing Linguística / Linguistics by Title
Now showing 1 - 10 of 229
Results Per Page
Sort Options
- Abordagem cognitiva do domínio da polissemia pelos alunos de português língua não materna : a construção do alcance semântico das palavrasPublication . Barbeiro, Célia Lavado Mendes Jorge Pereira; Batoréo, HannaO fenómeno recente da imigração em Portugal coloca à escola portuguesa o desafio de acolher e integrar os alunos migrantes. A sua presença na escola exige uma atenção especial na aquisição/aprendizagem do Português enquanto língua não materna ou língua segunda, por ser esta a língua veicular dos conhecimentos escolares e porque do seu domínio depende a plena integração dos alunos migrantes. O presente estudo pretende conhecer as competências manifestadas, no que respeita à aquisição do léxico e, especificamente, ao domínio da polissemia, por parte de um grupo de alunos eslavos, do 3.º ciclo do ensino básico, que frequenta escolas da região de Leiria, cujas línguas maternas são o Ucraniano e/ou o Russo. Pretendemos, também, conhecer dificuldades de aquisição da língua portuguesa pelos alunos em causa, a fim de fundamentar propostas didácticas que favoreçam essa aquisição. Para a caracterização do domínio lexical apresentado pelo grupo de alunos eslavos de Português Língua Não Materna (PLNM), foram aplicados um teste de vocabulário e um conjunto de testes de conhecimento polissémico, por nós especificamente elaborados para o efeito. Os resultados alcançados pelos alunos de PLNM foram confrontados com os dos alunos de Português Língua Materna (PLM). No que respeita aos resultados dos testes linguísticos, os alunos eslavos, em média, revelam um domínio de vocabulário em Português significativamente inferior ao do grupo de referência, independentemente do seu tempo de residência em Portugal. Os resultados dos testes de conhecimento polissémico aplicados mostram que os alunos de PLNM, de um modo geral, conhecem os significados prototípicos dos itens lexicais que integram o teste, bem como os significados cujo grau de saliência se situa num nível próximo da prototipicidade dos referidos itens. Verificou-se que as dificuldades reveladas pelos sujeitos eslavos no domínio lexical se devem, por um lado, ao desconhecimento de vocábulos de uso menos comum ou de baixa frequência e, por outro lado, à falta de capacidade de expressarem com precisão os significados solicitados. A partir do nosso estudo e tendo em vista a promoção da competência lexical, designadamente no que diz respeito ao domínio da polissemia, apresentamos algumas propostas de actividades pedagógicas e didácticas susceptíveis de serem desenvolvidas no âmbito do ensino-aprendizagem do Português Língua Não Materna.
- O acento de palavra do PLE em aprendentes chineses: alguns contributos e investigação futuraPublication . Castelo, AdelinaUma melhor compreensão da aquisição fonológica de uma língua não materna possibilita não só um conhecimento mais aprofundado sobre o funcionamento da linguagem e a aquisição de línguas estrangeiras e segundas, como também uma identificação de indicações úteis para uma melhor discussão e compreensão da fonologia da língua-alvo e até várias implicações e aplicações práticas (nomeadamente ao nível do ensino da pronúncia e de aspetos da compreensão e da expressão orais). O acento de palavra constitui, precisamente, um dos aspetos a desenvolver no âmbito desta aquisição fonológica: um domínio adequado da produção e da discriminação do acento de palavra é fundamental para favorecer o reconhecimento auditivo dos itens lexicais (e.g. Tremblay, 2014), impedindo, por exemplo, que a produção incorreta de está [ta] como [eta] ou [ita] leve o ouvinte a interpretá-la como uma tentativa de produção de esta sem ativação da redução na vogal átona final. Considerando o cada vez maior número de aprendentes chineses de Português como Língua Estrangeira (PLE) e as dificuldades que estes parecem mostrar no domínio do acento de palavra, a investigação desta propriedade na interfonologia dos aprendentes torna-se muito relevante. Existem já vários estudos sobre a aquisição fonológica do português europeu como língua não materna, junto de diferentes grupos de aprendentes, no que diz respeito às consoantes (e.g. Yang, Rato & Flores, 2015; Zhou, 2017), às vogais (e.g. Oliveira, 2006; Vaz da Silva, Coimbra, Teixeira & Moutinho, 2007; Castelo & Santos, 2017; Castelo & Freitas, 2019) e até ao processo fonológico de redução vocálica (e.g. Oliveira, 2006). No entanto, até onde sabemos, a aquisição do acento de palavra tem sido objeto de pouca investigação própria (cf. Castelo, 2018). Assim sendo, esta comunicação tem dois objetivos: (i) sistematizar alguns contributos, já presentes na literatura, para a compreensão da aquisição do acento de palavra do PLE em aprendentes chineses; (ii) partir desses contributos para apresentar sugestões de investigação futura sobre o tema. Para concretizar estes objetivos, são sistematizados os dados conhecidos sobre a aquisição do acento de palavra, que estão disponíveis em Castelo e Santos (2017) e Castelo (2018). O primeiro estudo observa o uso do acento (tónico e gráfico) em textos que integram o COPLE2 – Corpus de Português Língua Estrangeira/Língua Segunda (Antunes et al., 2015) e que foram produzidos por 7 informantes chineses de diferentes níveis de proficiência. A taxa de sucesso no uso do acento nos textos orais está próxima dos 100%, o que contrasta com a identificação de dificuldades feita por professores experientes no ensino de PLE a aprendentes chineses (cf. Castelo et al., 2018). Em Castelo (2018) apresentam-se os resultados de um estudo em sala de aula (tipo de estudo defendido como relevante por autores como Munro & Derwing, 2015). O estudo-piloto, conduzido numa disciplina de Laboratório de Língua, envolve 12 estudantes chineses da licenciatura em Português que começaram a aprender a língua seis meses antes. São usados dois conjuntos de tarefas para avaliar o desempenho no acento lexical: (i) leitura oral não preparada de um texto curto e discriminação de pares de palavras / frases que diferem na posição de um acento; (ii) leitura oral preparada e discriminação de pares de palavras / frases que diferem na posição de um acento. Os resultados mostram taxas de sucesso de 73% a 86%, uma diferença estatisticamente significativa associada à preparação ou não da leitura oral e correlações entre produção e perceção, além do impacto de variáveis linguísticas. A análise dos resultados obtidos neste estudo e a comparação com os resultados de Castelo & Santos (2017) permitem também refletir sobre algumas questões metodológicas. Os estudos sistematizados constituem a base para propostas de investigação futura sobre a aquisição do acento de palavra do PLE por aprendentes chineses, destacando-se questões a responder e perspetivas a adotar, grupos de informantes a observar, bem como algumas opções metodológicas a realizar.
- Acquisition of Portuguese mid vowels by Chinese Mandarin native speakers: some data on perceptionPublication . Castelo, Adelina; Zhou, Chao; Amorim, ClaraPrior research reveals that, when acquiring European Portuguese (EP), L1-Mandarin learners with beginning ([1]) and more advanced proficiency levels ([2]) neutralise the distinction between /e/ and /ɛ/ to the low vowel in their L2-Portuguese production. Given that major L2 speech learning models ([3], [4], [5]) assume a tight link between L2 speech perception and production, we speculate that the observed production difficulty can be ascribed to misperception: the two target vowels are perceptually assimilated to an L1 category. In this work, we explicitly tested this perception-based account by assessing how L1-Mandarin learners perceptually categorise EP /e/ and /ɛ/. 70 L1-Mandarin learners, whose Portuguese proficiency level was measured by LextPT ([6]), performed a forced-choice identification task. The test stimuli are 36 disyllabic paroxytone pseudowords with target vowels always in stressed position (12 CVCV items × 3 talkers). The perceptual results show that L1-Mandarin learners fail to discriminate between the two EP vowels, as shown in Figure 1. In stark contrast to previous production studies ([1], [2]), where the vowel distinction is somehow preserved (otherwise the confusability would have been bidirectional as well), the current results suggest that the two speech modalities may not develop in tandem in L2 speech learning. Moreover, a mixed-effects logistic regression does not find an effect of L2 proficiency on learners’ perceptual performance. No evidence thus indicates that the observed perceptual difficulty will be mitigated with an increase in L2-Portuguese proficiency.
- O acto ilocutório de oferta em portuguêsPublication . Almeida, Carla Aurélia deTendo por base o enquadramento teórico da Análise do Discurso e da Análise da Conversação, o presente texto tem como enfoque analítico as dimensões sequenciais e interativas dos atos ilocutórios de oferta e de convite tal como eles se realizam num corpus de interações verbais do quotidiano.
- Alfabetização de crianças caboverdianas em língua portuguesa como língua não materna : o ensino da leituraPublication . Pereira, Júlia Ramos Melício; Batoréo, HannaCabo Verde é um país de características bilingue, onde coexistem duas línguas: a Língua Materna – o Crioulo de Cabo Verde (CCV) ou a Língua Caboverdiana (LCV) e a Língua Não Materna – o Português que é a língua oficial e, portanto, a língua utilizada no processo de ensino e de aprendizagem. Esta situação gera conflitos tanto a nível linguístico como a nível cultural. As duas línguas apresentam algumas semelhanças lexicais, o que conduz, muitas vezes, a equívocos e erros linguísticos que dificultam a criança na aprendizagem, em particular, da leitura que constitui a base para a aprendizagem de outros saberes. A aprendizagem da leitura, na Língua Não Materna, requer um desenvolvimento da linguagem oral em Língua Portuguesa, para que o raciocínio da criança seja estimulado através de exercícios lúdicos e abordagens cognitivistas e construtivistas. Deste modo, as competências de processamento fonológico na aquisição das competências da leitura são importantes para a discriminação do texto escrito e favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura. A criança, através da descoberta, começa a elaborar conceitos no sentido de conseguir realizar de forma funcional a sua relação com a língua escrita. Adoptando uma metodologia de estudo de caso, e através de questionários, observação directa e recolha de informação documental, esta dissertação apresenta e analisa aspectos ligados à alfabetização de crianças caboverdianas no início da escolaridade e à aprendizagem da leitura como suporte básico para a aprendizagem da Língua Não Materna. Os subsídios recolhidos ao longo deste estudo, apresentados nesta dissertação contribuirão para fazer progredir o ensino da leitura e, também, para implementar com sucesso a aprendizagem da leitura por parte dos alunos, desenvolvendo a prática da leitura e as expectativas em descobrir a multiplicidade das dimensões da experiência nesse domínio e contribuir para uma relativa compreensão das competências do modo oral e do escrito.
- Alguns contributos da linguística para a classificação dos textos literáriosPublication . Silva, Paulo Nunes daNas duas últimas décadas, vários autores das áreas da Linguística Textual e da Análise do Discurso (entre os quais se destacam Jean-Michel Adam, André Petitjean e Dominique Maingueneau) teorizaram sobre classificações textuais e respetivos critérios definitórios. Essas reflexões permitiram esclarecer e sistematizar algumas questões que são importantes do ponto de vista teórico e particularmente úteis para o contexto didático, nomeadamente no âmbito de disciplinas em que a análise de textos é central. O objetivo do presente artigo consiste em recensear os seus principais contributos, aplicando-os às classificações dos textos literários, e, em particular, à sua abordagem na sala de aula. A reflexão começa por incidir sobre i) a distinção entre classificações que assentam num único critério (tipos de textos, tipos de sequências textuais) ou em mais do que um critério (tipos de discurso, géneros) (Petitjean 1989), e ii) a explicitação da natureza dos critérios inerentes a essas classificações (Adam 2001, Maingueneau 1998). Apresentadas estas propostas, são sublinhadas as que consideramos mais pertinentes usar em contexto didático, e aplicadas a textos literários recomendados pelos programas de Português do ensino básico e secundário. Por fim, são dissecadas as propriedades que permitem inserir alguns desses textos nas classes em que consensualmente são incluídos (com destaque para textos dos géneros romance, epopeia, conto e soneto). Pretende-se, deste modo, apresentar uma sistematização operatória de classes de textos literários que seja aplicável na sala de aula e que esteja em conformidade com o que está previsto nos programas de Português. A dimensão pedagógica da reflexão constituirá um apoio aos professores do ensino básico e secundário na didatização dos conceitos abordados. As reflexões apresentadas são extensíveis a textos de outros géneros literários (como a novela, a cantiga, o auto, etc.), de outros tipos de discurso (como o discurso jornalístico, o discurso académico, etc.) ou de géneros avulsos (como a carta, o horário, o relatório, etc.).
- ApresentaçãoPublication . Seara, Isabel; Gomes Alonso Dominguez, Michelle
- Apresentação [de] "Funcionalismo e Cognitivismo: o viés cognitivista da gramática funcional"Publication . Batoréo, Hanna; Oliveira, Mariangela Rios de; Aguiar, Milena Torres deTrata-se da apresentação do número temático da Revista SOLETRAS, dedicado à divulgação de resultados mais recentes da investigação linguística desenvolvida no Brasil, que se fundamenta na interface da investigação funcionalista e cognitivista. O texto é da responsabilidade das organizadoras do número temático da Revista. Os catorze artigos reunidos na presente publicação assumem a vertente cognitivista que premeia os estudos funcionalistas da linguagem, desde a sua fase inicial, a partir da década de 70 do século XX, de inspiração norte-americana (p. ex., Bolinger, Givón, Thompson e Hopper, entre outros), até ao que se entende, no Brasil, pelo "viés cognitivista da gramática funcional" e que se manifesta quer no chamado Funcionalismo Clássico, correspondente, em termos gerais, às últimas décadas do século XX, quer na fase atual destes estudos, nomeada de Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU). Este rótulo diz respeito à incorporação da abordagem construcional da gramática à investigação funcionalista da linguagem, ocorrida a partir dos anos iniciais do século XXI (cf. Rosário e Oliveira 2016).
- Apresentação [do] Dossiê "O Português como Língua Pluricêntrica"Publication . Ribeiro, Alexandre do Amaral; Almeida, Carla Aurélia de; Osório, PauloA escolha da temática para este dossiê – O Português como Língua Pluricêntrica – prende-se com as motivações que esta questão suscita, tanto num plano mais teórico, quanto numa dimensão mais prática no seio da própria Linguística Aplicada. O presente texto visa apresentar o dossiê “Português como Língua Pluricêntrica" editado por Alexandre Ribeiro; Carla Aurélia de Almeida e Paulo Osório em 2022, que está integrado no número temático intitulado "Português: Língua de Muitas Pátrias" da revista Caderno Seminal Digital, nº42, revista eletrónica do Instituto de Letras e da Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Publicações Dialogarts), julho de 2022 [e-ISSN: 1806-9142].
- Apresentação do "Corpus" de português língua estrangeira/língua segunda – COPLE2Publication . Antunes, Sandra; Mendes, Amália; Gonçalves, Anabela; Janssen, Maarten; Alexandre, Nélia; Avelar, Antonio; Castelo, Adelina; Duarte, Inês; Freitas, Maria João; Pascoal, José; Pinto, JorgeNeste artigo, apresentamos um novo corpus do Português LE / L2 (COPLE2), composto por dados de escrita e de fala produzidos por alunos estrangeiros de Português da Universidade de Lisboa. O nosso objetivo é reforçarmos os dados que temos sobre a aprendizagem do Português como língua estrangeira (LE). Julgamos que o COPLE2 constituirá um bom recurso para professores e investigadores, uma vez que irá fornecer dados empíricos para: (i) identificar erros gerais de aprendizagem do Português L2; (ii) servir de base a manuais e a outros materiais didáticos destinados a grupos específicos de estudantes; e (iii) usar estes dados na formação de professores, tendo em conta a análise das correções dos professores.