DOUTORAMENTO | PHD THESIS
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Browsing DOUTORAMENTO | PHD THESIS by Sustainable Development Goals (SDG) "08:Trabalho Digno e Crescimento Económico"
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- Comunidades virtuais de prática : contextos educacional, profissional e sociedade civilPublication . Rocha, Maria Antonieta; Pereira, AldaFace à atual ecologia da Web 2.0 e poder da Rede global, o presente estudo desenvolve uma análise da importância e enriquecimento que verdadeiras comunidades virtuais de prática potenciam bem como, a fim de que possam ser disseminadas, averigua as suas características e boas práticas em três diferentes contextos: educacional, profissional e sociedade civil. As opções metodológicas da nossa investigação recaíram na adoção de uma abordagem qualitativa e estudos de caso múltiplos. Relativamente à recolha de dados optámos inicialmente pela observação à dinâmica das sete comunidades a que se seguiram entrevistas semi-diretivas e um questionário online aos membros de todas as comunidades estudadas. A análise efetuada evidenciou que, das sete comunidades estudadas, apenas a comunidade em contexto educacional e as duas em contexto profissional se afiguram como comunidades virtuais de prática. Constatou-se ainda que no contexto da sociedade civil, ao invés de comunidades virtuais de prática, encontrámos uma tendência para a existência de redes. Emergiu da análise dos casos estudados que para a formação e proliferação de uma comunidade virtual de prática – identificada no contexto educacional e profissional - é determinante a vontade expressa de um conjunto de indivíduos que se identifiquem, entre si, e com um domínio reconhecido como relevante num espaço sem hierarquia explícita, não tutelar nem tutelado, sem demasiada estruturação. A resposta à dúvida colocada como a partilha de experiência assume-se fundamental para alimentar estas comunidades. Verificámos ainda que, para que uma comunidade virtual de prática seja dinâmica e possa proliferar, importa ter em conta alguns aspetos: (a) rejeição de controlo; (b) democracia; (c) liderança horizontal e partilhada; (d) estruturação moderada; (e) tecnologia facilitadora de interação e dinâmica; (f) conhecimento anterior entre alguns membros. Por último, constatámos a importância de comunidades virtuais de prática constituídas por pares, fora de controlo empresarial ou tutelar, mas antes enquanto formas organizativas informais. Com efeito, estas propiciam a partilha e discussão das temáticas e atividades inerentes a cada carreira profissional.
- O conhecimento em desenho e organização do trabalho no âmbito da gestão de produção e operaçõesPublication . Lopes, José Manuel Dias; Gonçalves, Amílcar; Barata, José Manuel MonteiroO objectivo geral da investigação é a caracterização do paradigma do Desenho e da Organização do Trabalho, existente no âmbito do corpo de conhecimentos da especialização em Produção e Operações da área científica da Gestão. Esta caracterização articulou-se em três vertentes: Cartografia do conhecimento actual; Evolução temporal do conhecimento; e Presença dos legados históricos. Cada uma destas vertentes foi avaliada através de um estudo empírico específico. A cartografia do conhecimento actual foi estabelecida a partir da análise dos artigos publicados em três revistas especializadas em gestão de operações: o Journal of Operations Management, o International Journal of Operations e Production Management e o Production and Operations Management. Este estudo permitiu a seguinte conclusão geral: O tema Desenho e Organização do Trabalho tem uma incidência muito diminuta na actual investigação em Gestão da Produção e Operações. A investigação actual em Gestão da Produção e Operações pode ser agrupada taxionomicamente nas seguintes três categorias: i) Técnicas Clássicas, ii) Interface Recursos Humanos/Gestão de Produção e Operações, e iii) Organização da Produção e do Trabalho. Estudos com outra amostra de artigos demonstraram a potencialidade deste esquema taxionómico. A investigação sobre o tema centra-se fundamentalmente na actividade industrial, em especial no sector automóvel, discutindo temas como: a Lean Production e a abordagem sociotécnica. Observa-se também um cisma que divide a investigação de base europeia da investigação de base europeia da investigação realizada nos E.U.A. Na análise da segunda vertente – evolução temporal do conhecimento – o estudo incidiu sobre os artigos de uma única publicação o International Journal of Production Research. Foram analisados todos os artigos publicados desde 1961. Essa avaliação permitiu constatar que: Existe uma redução da incidência da investigação em Desenho e Organização do Trabalho, no âmbito da Gestão da Produção e Operações, de cerca de 10% dos artigos publicados nas décadas de 60 e 70, para cerca de 2% na actualidade. Essa diminuição de incidência da investigação referida é um fenómeno que afecta em particular a gestão de operações, não sendo um fenómeno generalizado a outras áreas do conhecimento. A investigação demonstrou ainda uma alteração significativa em relação ao enfoque da pesquisa publicada. Assim, na década de 60 predominam as pesquisas no âmbito das Técnicas Clássicas. Após esse primeiro período nenhuma das três categorias domina a investigação. A terceira vertente do estudo incidiu sobre a presença dos legados históricos. A investigação centrou-se nos manuais de gestão de operações. A pesquisa realizada permitiu sustentar que: A Gestão Científica tem uma presença muito relevante no conhecimento actual acerca do Desenho e da Organização do Trabalho, no âmbito da Gestão da produção e Operações. Essa presença manifesta-se principalmente ao nível das técnicas e dos métodos de intervenção nas empresas, onde domina, largamente, o Estudo do Trabalho. No tocante aos conceitos e aos modelos globais de organização do trabalho, o domínio referido anteriormente não é tão evidente. Assim, confirma-se que a influência da Gestão Científica no conhecimento actual da Gestão da Produção e Operações se faz, essencialmente, através do contributo de R. Barnes, e tendo por base o modelo de intervenção por ele estruturado (Estudo dos Tempos e dos Movimentos). Os resultados da presente dissertação devem ser avaliados tendo em conta os desenvolvimentos recentes, relativos aos aspectos de ordem comportamental no âmbito da gestão de operações. Neste enquadramento pode afirmar-se que o interesse pelas questões de ordem comportamental em geral, e pelas questões do trabalho em particular, só se manterá no seio da gestão de operações, e só será útil numa perspectiva conjunta operações/área comportamental, se estiver assente nas especificidades e particularidade da gestão de operações. Conclui-se, em termos gerais, pela urgência de que a gestão de operações recorra aos seus clássicos, criando em definitivo as suas raízes, criando a sua agenda e a sua visão particular da problemática do trabalho.
- Ensino a distância e formação contínua : uma análise prospectiva sobre a utilização do ensino a distância na formação profissional contínua de activos em PortugalPublication . Lagarto, José Reis; Trindade, Armando RochaNuma altura de profundas transformações a todos os níveis, desde sociais a tecnológicas, os trabalhadores no activo e as empresas sentem necessidade de garantir a permanente actualização das suas competências. A formação a distância parece poder ser uma das respostas. Nesta tese procura-se saber se, a curto ou médio prazo, parte significativa dos activos portugueses poderá fazer a sua formação contínua em regime de ensino a distância e em que condições é que isso poderá ocorrer. Para dar resposta a esta questão, analisa-se numa primeira fase a situação das qualificações de base da população portuguesa, bem como as tendências de evolução nos próximos anos. Igual análise se faz, também, quanto aos níveis de literacia informática existente. Identifica-se e analisa-se ainda a actual estrutura de formação de base ao nível do sistema de ensino secundário vocacional e da sua capacidade de aumentar as respostas positivas a este nível de qualificações. Numa segunda fase faz-se a análise da evolução dos sistemas de formação a distância e da influência que as novas Tecnologias da Informação e Comunicação lhes trouxeram. Identificam-se e caracterizam-se os operadores mais importantes existentes em Portugal. Para sedimentar esta análise estudam-se três casos distintos e complementares de instituições de formação que utilizam regimes de formação a distância, nomeadamente o "Centre National d'Enseignement à Distance" de França, a "Open Learning Foundation/Open Learning Company" do Reino Unido e o "PROFISSS - Projecto de Formação Inicial Qualifícante para a Solidariedade e Segurança Social" de Portugal. As conclusões dos estudos de caso, associadas às evidências encontradas na fase anterior, dão origem às conclusões, materializadas por um conjunto de constatações e da proposição de vários cenários organizativos para possível enquadramento do mercado da oferta do ensino e formação a distância em Portugal.
- A harmonização de direitos no direito europeuPublication . Caetano, João Relvão; Cunha, Paulo Ferreira da; Carmo, HermanoO objectivo de harmonização jurídica ou de direitos consta, desde a sua origem, dos tratados que instituíram as Comunidades e a União Europeias, sobretudo do Tratado de Roma (hoje Tratado da Comunidade Europeia). As alterações sofridas por estes, ao longo dos sucessivos processos de revisão, acentuaram a importância do ideal de harmonização jurídica. Porém, não se sabe, com rigor, o que significa. Por outras palavras, desconhece-se, em termos gerais, o modo como se concretiza praticamente, bem como os objectivos específicos que, em sua homenagem, são prosseguidos ou os valores que a animam. De facto, não existe sobre a matéria nenhuma definição legal, nem consenso doutrinal ou jurisprudencial. Podemos mesmo dizer que, até hoje, não houve grande interesse pelo estudo da questão, em termos gerais. O estudo de profunda incerteza existente não causa espanto, dado que a palavra “harmonização” aparece no direito europeu primário sob várias formas e visando cumprir finalidades muito diversas. Só no Tratado da Comunidade Europeia está prevista uma dezena de formas de harmonização cuja diferença é flagrante: harmonização de legislações, de disposições de outra natureza, de normas e práticas, das condições de emprego, de vida e de trabalho, dos sistemas sociais, de processos específicos previstos no Tratado, das condições de aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas, de normas técnicas, de exigências várias. Há também, em menor número, situações em que expressamente se proíbe a harmonização, como é o caso das acções levadas a cabo nos domínios do emprego, da educação, da formação prifissional e da juventude, em que se afasta a possibilidade da harmonização das disposições legislativas e regulamentares dos Estados-membros. Poder-se-ia pensar que a harmonização jurídica é um processo legislativo, geral ou específico. Chegaram a ser avançadas algumas propostas nesse sentido, mas em qualquer casos frágeis. Por um lado, porque no direito europeu primário se encontram referências indistintas e, por isso, geradoras de muitas dúvidas, a um conjunto crescente de noções que, além de se recobrirem mutuamente, mostram diferentes finalidades de regulação, nem sempre de natureza legislativa. Referimo-nos às noções de harmonização, coordenação,aproximação, compatibilização e convergência de legislações, políticas, práticas, etc. Acresce ainda que todas estas noções apontam para a utilização dos mesmos instrumentos de direito e, sobretudo, todas elas individualmente consideradas servem propósitos de regulamentação muito distintos. Além de tudo o que dissemos, dois factores mais recentes mostraram a importância de se estudar a questão e de a moldar em termos inovadores e úteis: a verificação de uma significativa taxa de insucesso da intervenção político-jurídica europeia, falando apenas em áreas em que a Comunidade e a União Europeias são competentes; e a verificação da existência de elementos novos que visam estruturar e determinar as relações entre o Direito Europeu e os Direitos Nacionais segundo um paradigma diferente. Foi esse um dos objectivos da Constituição Europeia e é esse, em todo o caso, o espírito de muitas iniciativas actuais, cujo elemento principal é o traçado de uma nova linha de demarcação das competências nacionais e europeias. A tendência é para fixar previamente uma zona própria de intervenção legislativa europeia, com a atribuição do domínio desta função às autoridades europeias, enquanto que a actividade administrativa é essencialmente deixada aos Estados. Concomitantemente, alarga-se o campo da intervenção europeia aos novos pilares da segurança e das relações externas. Por uma via exclusivamente dogmática, é impossível compreender o que sugnifica a harmonização de Direitos. E não há utilidade nenhuma em falar de harmonização em sentido impróprio ou caso a caso. Por isso o estabelecimento do conceito ou, mais do que isso, a compreensão da realidade político-jurídica que lhe subjaz é oportuna. É o que se faz na presente investigação, segundo um procedimento hermenêutico de alargamento dos horizontes, de modo a captar o sentido do pulsar do projecto de unidade europeia que se auto-nomeou inúmeras vezes, e se continua a revelar, através de uma palavra que, em si mesma, na sua abrangência, tem uma história que é a própria História política, jurídica e cultural da Europa. Este facto é muito significativo, no momento em que a Comunidade e a União Europeias vivem uma crise grave e se manifestam linhas de desenvolvimento jurídico incompatíveis: deverá a Europa abrir-se ou fechar-se interna e externamente? Que instrumentos político-jurídicos deverá utilizar e com base em que finalidades? Esta linha de investigação é inovadora e chega a resultados concretos, nomeadamente por referência a um problema a que chamámos o problema da contribuição das empresas para os sistemas (nacionais) obrigatórios de segurança social, onde se perspectivam linhas diferentes de desenvolvimento do direito europeu e dos direitos nacionais e, por essa via, do próprio projecto de integração europeia.
- Línguas e culturas nas comunicações de exportação : para uma política de línguas estrangeiras ao serviço da internacionalização da economia portuguesaPublication . Salomão, Ricardo; Marques, Maria Emília Ricardo; Hagen, StephenO processo de globalização a que assistimos tem vindo a provocar transformações profundas. A crescente internacionalização das economias vem determinar uma crescente importância – e valor – às competências em Línguas e Culturas. Especialmente num contexto global que impele fortemente a economia portuguesa para a internacionalização, as Línguas e Culturas nas Comunicações de Exportação revelam-se um factor vital para o necessário desenvolvimento das trocas comerciais além das nossas fronteiras. A provisão destas competências tem sido tradicionalmente concebida a nível dos sectores da educação e da formação. Propõe-se neste estudo uma intervenção mais centrada no seio dos exportadores, procurando sensibilizá-los para a sua importância, intervindo assim no âmbito da procura, de forma a dinamizar igualmente a oferta. Tendo em conta a ausência de estudos de necessidades destas competências junto dos exportadores portugueses, tornou-se necessário caracterizar a realidade portuguesa neste domínio e identificar instrumentos de acção que garantam a identificação, a análise e a validação dos recursos necessários no domínio das Línguas e Culturas, e, com especial atenção para a posterior provisão. Assim, esta pesquisa tem como Objectivo Central: Identificar e caracterizar um instrumento que poderá apoiar e incentivar as Empresas Exportadoras portuguesas a definirem uma estratégia de comunicação (que lhes permita actuar nos mercados estrangeiros, beneficiando do domínio das respectivas Línguas e Culturas) e que, ao mesmo tempo, constitua o suporte estruturante ao serviço de uma Política de Línguas Estrangeiras Portuguesa. Procura-se, em consequência, articular este objectivo central com os seguintes cinco Objectivos Específicos: Caracterizar a área científica da Política de Língua e do Planeamento Linguístico em geral, e da Política de Línguas Estrangeiras, em particular. Identificar e caracterizar as necessidades, em Línguas e Culturas estrangeiras, das empresas exportadoras portuguesas Identificar, descrever e avaliar instrumentos de acção, de preferência já testados em outros países, construindo um modelo de adaptação à realidade portuguesa. Identificar e caracterizar outros instrumentos importantes para a prossecução de uma política de provisão de competências em Línguas e Culturas Estrangeiras, política essa sintonizada com as necessidades das empresas exportadoras portuguesas. Desenhar um modelo funcional concertado dos instrumentos de provisão de Línguas e Culturas no âmbito de uma Política de Línguas Estrangeiras. Seguindo uma metodologia de Pesquisa de Desenvolvimento, foram utilizadas diversas técnicas de investigação. Procurou-se caracterizar o universo das necessidades de formação em línguas e culturas das empresas exportadoras portuguesas, através de dois inquéritos, um de natureza quantitativa e outro de natureza qualitativa, através ainda de diversas entrevistas, algumas das quais estão acessíveis nos Anexos, e, enfim, através de 13 estudos de caso, cujas fichas estão igualmente nos Anexos. Caracteriza-se o instrumento - que constitui o objectivo principal da pesquisa - construído a partir do Modelo Europeu desenvolvido pelo Prof. Stephen Hagen, implementado e experimentado em múltiplos países europeus. Figura ainda, nos Anexos, uma entrevista com o responsável por esta implementação em Espanha, escolhido, pela proximidade, como exemplo. A viabilidade deste instrumento foi validada por um painel de Associações Empresariais, Câmaras de Comércio, entidades oficiais e PME. Finalmente são propostos dois outros instrumentos que, em articulação com o anterior, poderão servir de base para estruturar e concertar uma Política de Línguas Estrangeiras.
- Militares contratados : vivência e reinserção : da vivência à reintegração sócio-profissional dos oficiais do exército em regime de contrato, no mercado civil de trabalhoPublication . Cobra, Jorge Filipe de Oliveira Gonçalves; Neto, João Batista Nunes Pereira; Carmo, HermanoO avanço científico e tecnológico conduziu à substituição dos exércitos de massas por forças de elite, de dimensões reduzidas. Este facto e o de todos os cidadãos terem direitos iguais pôs em causa a conscrição. Em consequência os estados tiveram de recorrer ao recrutamento de voluntários para manter as Forças Armadas. Esta tarefa é tanto mais espinhosa quanto maior for a prosperidade desses estados e das entidades empregadoras que concorrem, no mercado de trabalho com as Forças Armadas. Estas tiveram de criar sistemas de incentivos muito apelativos tanto no que se refere ao período do contrato, como ao da reinserção na vida activa civil. Portugal possui um quadro legal adequado e regulamentado, mas a falta de coordenação entre as entidades envolvidas e a escassez de meios financeiros dificultam o recrutamento dos mais aptos, pelas Forças Armadas, que têm de recorrer aos Centros de Emprego. Esta situação torna ansiosos, quanto ao futuro, os voluntários em regime de contrato, frustra as expectativas dos ex-contratados e provoca desconforto nos militares do quadro permanente, face à dificuldade ou impossibilidade de concretizar um seu eventual desejo de reconversão profissional. Desta forma, a nossa investigação assenta essencialmente na dinâmica do recrutamento, da retenção e da reinserção dos militares contratados que passam alguns anos das suas vidas no interior da organização militar. Do estudo efectuado, concluímos que: 1) a variável «vínculo institucional» é importante na formação de atitudes e comportamentos nos militares do Exército; 2) existe cepticismo por parte dos militares contratados no que respeita à inserção ou reinserção no mercado civil de trabalho; 3) o «Sistema de Incentivos» é encarado como factor motivador para o recrutamento e não como mecanismo actuante de reintegração socioprofissional.
- Ordo AB Chao: diálogos sobre os direitos humanosPublication . Pires, Rui Miguel Borges; Caetano, João Relvão; Vidal, NunoA presente investigação procede a uma incursão pela História, Antropologia, Filosofia, Política e Direito, a fim de discutir a importância dos Direitos Humanos como gramática e fundamento do Estado de Direito e da Democracia na Europa, assim como também no mundo com o qual a Europa se relaciona. Dando-se especial atenção ao que se passa na União Europeia, procura definir-se uma fórmula que possibilite responder ao objetivo político e cultural de uma Europa unida, em torno de valores e princípios, permitindo-lhe dar respostas eficazes aos problemas complexos que enfrenta e que fazem as pessoas, mais do que crer, descrer da viabilidade do projeto de construção europeia. Nesta investigação, discutem-se as diferentes conceções de Direitos Humanos, dentro e fora da Europa (em particular da União Europeia) e da civilização ocidental, dando-se especial atenção à discussão sobre o caráter universal ou particular dos Direitos Humanos, assim como aos grandes desafios colocados pelo multiculturalismo e perspetivas afins ou concorrentes. O ponto central da investigação passa por perceber que tipo de respostas podem ser dadas ao desejo de construção de uma Europa unida, próspera e solidária.
- The influence of cinema in destination image and place identity to foster tourism and cultural relations between Portugal and IndiaPublication . Lavaredas, Rosa Alexandra Meira da Cruz; Caetano, João Relvão; Saraiva, António; Desai, Purva H.O setor das viagens e turismo afirma-se como motor de desenvolvimento em vários domínios. Para além do impacto económico, amplamente estudado, que a atividade tem a nível mundial, outros campos de estudo têm vindo a demonstrar o potencial que este setor pode ter para a promoção da compreensão cultural e fomento da proximidade entre povos. O desenvolvimento de políticas adequadas às necessidades da procura sem colocar em causa o bem-estar das comunidades recetoras é, hoje, fator diferenciador de destinos que pretendam promover a sustentabilidade da atividade. Neste contexto, compreender as motivações turísticas e a influência que os meios de comunicação de massa podem ter na decisão de viajar torna-se útil para desenvolver estratégias promocionais eficientes, direcionar a oferta existente e criar produtos que atendam às necessidades do mercado. Sendo Portugal um destino turístico em franco crescimento, uma diversificação da oferta e desenvolvimento de novos mercados emissores pode afirmar-se como uma aposta segura para o contínuo desenvolvimento da atividade. Dado que a Índia é o segundo maior mercado emissor de turistas, a nível mundial, e com quem Portugal partilha um património cultural comum, este destino merece a atenção do Turismo de Portugal, que se encontra a desenvolver esforços de promoção no mercado indiano. O desenvolvimento de políticas conjuntas entre os governos indiano e português parece estar a atrair notoriedade na indústria cinematográfica indiana, que visa um mercado de aproximadamente 1,324 mil milhões de pessoas, e que nos últimos anos tem vindo a aumentar, gradualmente, o número de produções filmadas em Portugal. Para além de criar ou reforçar as relações políticas entre países e desenvolver o turismo, o Cinema pode fomentar o desenvolvimento cultural e aproximar nações. Neste sentido, parece relevante explorar o fenómeno denominado turismo cinematográfico. A revisão da literatura demonstra que o Cinema é, simultaneamente, um agente modulador de comportamentos e um refletor cultural, podendo assumir-se como um veículo de aproximação cultural e ferramenta de marketing de destino. Na qualidade de agente modulador, entende-se que, quanto mais um destino turístico é apresentado na tela, maior é a probabilidade da decisão de viajar ocorrer. ‘Decisão de viajar' entra no presente estudo como variável dependente, com interesse primário para a pesquisa. Embora possa ser abordada sob diferentes perspetivas, a sua variância será, aqui, explicada pela variável independente 'Cinema'. No entanto, como o processo de decisão de viajar é influenciado por diferentes fatores, as variáveis que aparentam ter um impacto significativo na tomada de decisão de viajar e que podem ser alavancadas pelo Cinema foram integradas no estudo. Estas variáveis, que surgem quando o Cinema influencia a decisão de viajar ('imagem de destino', 'identidade de lugar' e 'atributos de destino'), foram consideradas como variáveis intervenientes. Dado que o cinema influencia a imagem e a identidade do lugar que os viajantes têm com o destino representado na tela, entendeu-se que a decisão de viajar para destinos turísticos é mediada pela imagem e atributos do destino e identidade do lugar. Por outro lado, a identidade do lugar influencia tanto a decisão de viajar para destinos turísticos quanto a imagem percecionada do destino. Neste sentido, existindo tal relação, a imagem do destino, mediada pelos atributos de destino e identidade do lugar também influencia a decisão de viajar para destinos turísticos. Sendo o Cineturismo um campo de pesquisa académica relativamente recente, o potencial do Cinema como ferramenta de marketing turístico já foi demonstrado. A revisão da literatura revela que a pesquisa efetuada até ao momento abre caminho para aprofundar o conhecimento sobre o peso que cada atributo fílmico tem na motivação para viajar e na imagem de destino e o efeito que a identidade do lugar tem na formação da imagem de destino e o seu papel mediador com o Cinema. Relativamente ao estudo do contributo que as produções cinematográficas podem ter para a aproximação cultural entre Portugal e Índia, a produção científica é parca. Na expectativa de dar resposta às lacunas encontradas na literatura, a presente investigação pretende analisar o impacto do Cinema na imagem e atributos do destino, identidade de lugar e decisão de viajar com vista ao desenvolvimento do turismo e das relações culturais entre a Índia e Portugal. Como forma de alcançar o objetivo central, esta investigação procurou aprofundar o conhecimento sobre: (I) O impacto do Cinema, imagem e atributos do destino e identidade do lugar na decisão de viajar; (ii) A influência do Cinema na imagem e atributos de destino e identidade de lugar; (iii) Os hábitos cinematográficos e comportamento de viagem de turistas Portugueses e Indianos; (iv) A perceção do destino India e Portugal para turistas Portugueses e Indianos. Sendo uma temática complexa, realizou-se um estudo quantitativo, tendo sido dada preferência ao inquérito por questionário como instrumento de recolha de dados, o qual foi distribuído, em ambiente virtual, a uma amostra de 262 indivíduos de nacionalidade portuguesa e indiana. Foram aplicados testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade da distribuição da amostra. De forma a garantir a validade das escalas utilizadas na mediação de resultados, foi feita uma análise fatorial exploratória. A consistência das escalas utilizadas para análise foi obtida através do cálculo do valor do Alpha de Cronbach, utilizando um grau de significância de 0,05. A análise dos dados foi feita com recurso a ferramentas descritivas e testes inferenciais (Ex.: Teste-T, Anova univariada, modelos de regressão linear e análise de mediação, entre outros). O estudo foi precedido por uma análise de variáveis sociodemográficas como género, idade, escolaridade e sua influência nas variáveis em estudo. Concluiu-se que o género não influencia os hábitos cinematográficos dos participantes, nem a perceção dos atributos de destino, identidade de lugar e imagem dos destinos turísticos. Em relação à idade, os resultados revelam que esta não tem qualquer influência sobre os atributos de destino. No entanto, verificam-se diferenças, estatisticamente significativas, entre gerações ao nível do cinema, identidade de lugar e imagem de destino. No que respeita à escolaridade, o impacto apenas se verifica na identidade do lugar, já que níveis de ensino superior estão associados a uma menor identidade com o lugar. Os resultados sugerem ainda que o consumo de cinema é altamente influenciado pela idade e grau de escolaridade. Uma educação avançada e gerações mais velhas tendem a apresentar um menor consumo de filmes. Apesar do esforço colocado nesta investigação, não foi possível confirmar integralmente o modelo teórico construído para a pesquisa, uma vez que a maioria das relações entre as variáveis não foi confirmada. O impacto do Cinema na decisão de viajar não foi estatisticamente validado pelos resultados obtidos. Tendo o mesmo sucedido com a imagem e atributos de destino e identidade de lugar. Esta resultados corroboram conclusões de estudos anteriores sobre Cineturismo que defendem que os destinos turísticos não são suficientemente atrativos por si só e que são necessários esforços de promoção adicional para que o Cinema gere interesse turístico e induza a decisão de viajar. Relativamente ao impacto do Cinema na imagem e atributos de destino e identidade de lugar concluiu-se que esta influência existe. Quanto maior for a exposição do destino turístico numa película cinematográfica, mais forte se torna a imagem percecionada sobre o mesmo. Concluiu-se também que atributos de destino e identidade de lugar são fortes componentes da imagem de destino e, quanto mais forte for a identidade do lugar, mais positiva é a imagem de destino. Acrescenta-se, ainda, que a identidade do lugar atua como mediador entre Cinema e imagem de destino, uma vez que, o Cinema cria no espetador a identidade com o lugar através dos atores, celebridades e personagens que aparecem no écran e com as quais a audiência se identifica. Contribuições teóricas significativas, que resultaram da presente investigação, são apresentadas nos modelos teóricos de decisão de viajar por influência fílmica e, imagem de destino cinematográfica. A compreensão do impacto do Cinema na decisão de viajar de turistas portugueses e indianos foi importante para avaliar o seu uso enquanto ferramenta de desenvolvimento das relações turística e cultural entre a Índia e Portugal. Da pesquisa concluiu-se que ambos os povos são grandes consumidores de cinema e afirmam deixar-se influenciar por este canal no que respeita à decisão de viajar. Os géneros fílmicos que mais cativam a audiência são as comédias, testemunhos reais, ação e documentários. Relativamente à imagem de destino, ambos os grupos apresentam opiniões favoráveis. Os atributos mais valorizados, tanto na Índia como em Portugal, são as atrações naturais e culturais, mas também o ambiente em geral e a segurança. Quanto à identidade com o lugar, os indianos, apesar de menos predispostos para deixar que esta variável influencie a sua decisão de viajar, demonstram ter uma maior afinidade com Portugal do que aquela que os portugueses parecem ter para com a Índia. Ao nível da identificação com o lugar, sobressai o sentimento de liberdade de expressão (que os Indianos valorizam em Portugal) e o sentimento de pertença (que os portugueses admitem encontrar na Índia). Apesar das limitações impostas por uma amostra que, não permite a generalização dos resultados, no que respeita à análise que visa a relação Portugal/Índia, os resultados obtidos estão em consonância com vários estudos identificados na revisão da literatura e constituem uma abordagem exploratória. Espera-se ter aberto caminho que incentive o estudo mais aprofundado do Cinema no desenvolvimento de relações culturais e económicas que aproximam as nações.
- Trabalho infantil em Moçambique e sustentabilidade social : perceção das crianças envolvidas no garimpo na Província de ManicaPublication . Manhice, Antonieta; Amador, Filomena; Carmo, HermanoMoçambique é uma parcela do planeta com uma população agora estimada em 26 milhões de habitantes, de acordo com informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 52% dos quais constituem população infantil (UNICEF, 2014). Este dado representa desafios para a capacidade do Estado para satisfazer a demanda pelos cuidados de saúde, educação, emprego. Trabalho Infantil em Moçambique e Sustentabilidade Social: Perceção das crianças envolvidas no garimpo na Província de Manica é o título de uma tese, um estudo de caso que, a partir de uma metodologia fenomenológica pretende apresentar um quadro aproximado de um fenómeno pouco conhecido e, ao mesmo tempo, denunciar uma prática cuja vivência potencia efeitos a médio prazo que condicionam o bem-estar da criança. O estudo centra-se na observação do contexto da exploração do trabalho infantil, nomeadamente em atividades de garimpo, analisando também a forma diferenciada como as diferentes culturas olham para a criança, a evolução histórica desses mesmos olhares até à emergência em épocas mais recentes dos direitos da criança. Passamos em revista a perspetiva histórica do trabalho infantil até desembocar na criação da Organização Internacional do Trabalho. Contextualizamos o trabalho infantil em Moçambique e ainda descrevemos a atividade do garimpo no âmbito do fenómeno. A análise procura compreender a perceção que as crianças têm da sua participação no garimpo nos âmbitos social, económico e ambiental. Os resultados do estudo apresentam um quadro estrutural do fenómeno que evidencia uma experiência mais negativa do que positiva. A experiência não denota uma satisfação sustentável das necessidades sociais, económicas e educativas das crianças. A experiência das crianças decorre num contexto social onde o tema é tratado de forma marginal, numa sociedade que não tem a magnitude do fenómeno, por isso numa sociedade pouco informada sobre a problemática, num país onde os níveis de pobreza atingem 60% da população, onde há muita legislação aprovada mas a Lei do Trabalho é omissa quanto ao prevenir o fenómeno. Uma questão fica no ar: estará o país a construir o ideal de Desenvolvimento Sustentável?