Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPM
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Browsing Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPM by advisor "Dias, Isabel de Barros"
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- D. Manuel I: o homem "real" e o herói "construído”Publication . Carrilho, Fernanda da Costa; Dias, Isabel de BarrosA presente dissertação, D. Manuel I ─ o homem “real” e o herói “construído”, pretende evidenciar o papel da Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel e das Ordenações Manuelinas na construção da memória histórica e literária deste rei. Assim, o trabalho teve como ponto de partida a figura do rei D. Manuel I, vista de duas vertentes: por um lado, a construção da sua imagem na Crónica e, pelo outro lado, o modo como se projeta, enquanto rei, ou seja, senhor da ordem e da lei, nas Ordenações. O reinado de D. Manuel (1495-1521) apresenta-se como uma das épocas mais ricas da história de Portugal e o felicíssimo rei, como o apelidou Damião de Góis, foi, de facto, o protagonista de um dos períodos históricos emblemáticos da pátria lusitana. Sobretudo a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel, encomendada pelo seu filho D. Henrique, que pretendia perpetuar os feitos heroicos do pai enquanto personagem ativa da história de Portugal, permite-nos observar a vida atribulada do rei, do seu reinado e, consequentemente, do reino que não se limitava a uma porção da Península Ibérica mas que constituía um império, já, pelo mundo fora. Se, por um lado, a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel apresenta uma descrição que se perfila como factual (apesar de muitas vezes embelezada) do reinado de D. Manuel I, as Ordenações Manuelinas transportam-nos para a realidade dura do reino e para o modo como o soberano assume os seus deveres de legislador. Por conseguinte, a partir da Crónica de Damião de Góis e das Ordenações Manuelinas procuramos observar a construção da imagem do monarca-herói, pelo cronista, em oposição ao monarca-homem e rei que as Ordenações plasmam e de como a imagem do soberano, que ambas as obras apresentam, convergem ou divergem perpetuando-se na história e na literatura subsequentes.
- Isabel de Aragão, Rainha Santa, no período medieval e na atualidade, uma visão comparatista entre textos literários e historiográficosPublication . Costa, Isabel Maria Marques; Dias, Isabel de BarrosFilha de D. Pedro III de Aragão, esposa do Rei D. Dinis, sexto rei de Portugal, Isabel de Aragão, canonizada pela Igreja Católica, foi objeto de inúmeros estudos de cariz historiográfico, assim como biografias e romances históricos sobre a sua vida. Tendo em conta que a contemporaneidade continua à procura de figuras e mitos medievais, o romance histórico e as biografias promovem narrativas sobre este período, reconstruindo e relevando o passado histórico. Pretende-se neste estudo apresentar uma visão comparativa do que sobre a rainha Santa Isabel foi veiculado por quatro obras: o texto editado em 1921 por José Joaquim Nunes, Vida e Milagres de Dona Isabel, Rainha de Portugal; o romance de Vitorino Nemésio, Isabel de Aragão Rainha Santa, editado em 2002; a biografia de Maria Filomena Andrade, com o título Isabel de Aragão Rainha Santa, Mãe Exemplar, de 2014; e, por último, o romance histórico de 2016, de Isabel Machado, A Rainha Santa. Tentámos reconstruir uma imagem desta personalidade, focando a sua dupla faceta, histórica e literária / mítica. Neste sentido, analisámos, sobretudo, a forma como a Literatura se apropriou dos dados históricos, apresentando as diferentes descrições que os autores elaboraram sobre os acontecimentos vividos pela Rainha Santa Isabel, de modo a apreciar a originalidade de cada autor na sua abordagem à vida da mesma.
- O itinerário de Egéria [séc. IV] : olhares sobre um olharPublication . Oliveira, Rosa Manuela Barbosa; Dias, Isabel de BarrosWe intend to perform an exercise in systematic and pedagogical understanding that Egeria’s pilgrimage held in the fourth century and which resulted in an Itinerary which, though incomplete, arrived to the present day. We put so our “look”, trough the look of various authors, to give us back the experiences and the “look” of Egeria in a reality so different from ours.
- Lendas sintrenses recolhidas e relatadas por Luiz da Cunha de Oliveira: divulgação e estudo da obraPublication . Sá, Carla Maria Ribeiro; Dias, Isabel de BarrosEste tema surgiu a partir da descoberta de um texto datilografado, ainda por editar, cedido por Eugénia Martins, viúva de Consiglieri Martins, à Biblioteca Municipal de Sintra. Pretende-se assim proceder à divulgação desta obra, complementada pelo respetivo estudo. O trabalho que agora se apresenta, no que ao estudo se refere, centrou-se na apresentação dos Testemunhos Orais, recolhidos na obra em estudo, entendendo-os como forma de conhecimento, dado que se trata de textos que têm como característica comum a pesquisa de explicações para o enigma que envolve a vivência humana. De índole fantástica e/ou fictícia, as lendas combinam factos reais e históricos com factos irreais que são meramente produto da imaginação humana. Um pouco por todos os países do mundo, as lendas frequentemente fornecem explicações plausíveis e, até certo ponto, aceitáveis para acontecimentos que não têm explicações científicas comprovadas, como eventos misteriosos ou sobrenaturais. É precisamente esse o caráter das lendas recolhidas por Luiz da Cunha de Oliveira, que aqui apresentamos e estudamos. Ao refletir sobre a recolha e relato das Lendas e Tradições recolhidas no concelho de Sintra, na década de sessenta do século passado, este trabalho procura também perceber as interseções entre a história e a literatura. Acreditamos que esta via de estudo possibilita uma maior flexibilidade para se pensar a história e os vários elementos que formam a sua representação, bem como possibilidades alternativas de produção de conhecimento, nomeadamente no quadro da história de um concelho. A pesquisa apoia-se numa abordagem metodológica qualitativa de análise literária e de procedimento histórico, incidindo o processo na pesquisa documental, no estudo do conteúdo da obra e numa entrevista exploratória.
- Memória e imaginário medievais em quatro relatos de conquistaPublication . Marcante, Isabel Maria Pessanha; Dias, Isabel de BarrosTendo como base quatro narrativas medievais de conquista – o relato epistolográfico De Expugnagtione Lyxbonnensi, A Conquista de Lisboa aos Mouros, os poemas narrativos Quomodo sit capta Sanctarem ciuitas a rege Alfonso comitis Henrici filio, a Tomada de Santarém e a Tomada de Alcácer do Sal, Quomodo capta fuit Alcaser a Francis e, por fim, a crónica sobre a conquista definitiva do Algarve, Coroniqua de como Dom Payo Correa Mestre de Santiago de Castella tomou este Reino do Algarve aos Moros - este trabalho pretende analisar o imaginário e a memória ali fixados por escrito, considerando que os textos são também a expressão de mentalidades e do imaginário veiculados através da produção de imagens visuais contidas nos textos, encontrando-se aliados a certas intenções e inseridos num determinado contexto histórico. As imagens transmitidas pela narrativa permitem também a consolidação de certos ideais e tratando-se, como no presente trabalho, de textos referentes a batalhas de conquista que ocorreram em diferentes momentos dos chamamentos às Cruzadas, eles permitem transmitir também imagens de uma gesta e de acontecimentos que eram a celebração de determinados ideais e valores praticados ao serviço da Fé.
- Mouras, mouros e mourinhos encantados em lendas do norte e sul de PortugalPublication . Marques, Amália; Dias, Isabel de BarrosLendas, mitos e contos acompanham a humanidade desde sempre, pois encerram uma função cosmogónica e explicam fenómenos para os quais o homem comum não consegue dar explicação. Na sua migração, estas narrativas fundem-se com as singularidades das zonas por onde viajam. Sofrem as transformações que os narradores, através de um processo oral, lhes vão conferindo. Decorrente da sua origem humilde, a literatura oral tradicional foi, durante muito tempo, entendida como inferior. Em Portugal, como por toda a Europa, só com o Romantismo se assiste a um revivalismo literário destas narrativas, na medida em que contêm um apelo intrínseco às origens, enaltecendo assim o espírito patriótico. Surgem, então, vários autores que coligem lendas e contos populares portugueses. Neste âmbito, a presente dissertação, " Mouras, Mouros e Mourinhos Encantados em Lendas do Norte e Sul de Portugal", tem por base um estudo comparativo de lendas nortenhas e sulistas com a finalidade de detetar diferenças e/ou semelhanças no que concerne estas figuras encantadas, consoante as zonas em que se inserem. Com este intuito, analisamos um corpus representativo, mas limitado, pois seria impossível o estudo de um maior número de textos pela limitação que uma tese de mestrado implica. Desta investigação resulta uma categorização das várias características das mouras, mouros e mourinhos, de acordo com as suas ações, atitudes, modo como se apresentam perante o ser humano, preferência por determinados locais, manifestações em horas consideradas do “entreaberto”, entre muitas outras particularidades. Usualmente, é atribuído maior destaque às mouras, pelo que considerámos particularmente interessante estudar simultaneamente os mouros e mourinhos. Constatámos a evidência de muitas diferenças, mas igualmente algumas semelhanças. No que respeita aos mouros, salienta-se a distinção entre "mouros históricos" e "mouros míticos". Relativamente às mouras, o seu papel de encantada, mas também de sedutora ou ainda de vítima do encantamento paterno. Já os mourinhos, afiguram-se escassos a norte, mas abundantes a sul, com a peculiaridade de surgirem sempre de barrete encarnado. Numa perspetiva histórica, em que os mouros são sinónimo de muçulmanos e, portanto, infiéis, maus e inimigos dos cristãos, estes possuem um vasto repertório de hábitos que não coincidem com os das populações católicas. Como tal, despertam nestas a curiosidade e é-lhes atribuído um sem número de feitos, riquezas, poderes que em tudo se assemelham ao contacto com o sobrenatural. Ao surgirem encantados, nomeadamente as mouras e mourinhos, visto que os mouros raramente ocorrem nessa condição, acabam por encarnar a manifestação do desconhecido junto das populações, mas também a vontade do contacto com o outro mundo e a esperança de que, de algum modo, a vida se prolongue além da morte. Todavia, são muitas as situações em que aos mouros é associada a ideia do “outro” independentemente da nacionalidade que possam ter. Esta alteridade reflete a memória histórica das populações, remetendo para todos os que passaram pelas povoações e comunidades enquanto intrusos, aos quais não é reconhecida uma verdadeira identidade ou pertença a esses grupos.
- O Mouro e o Turco : a percepção do outro no romanceiro português e na canção épica croataPublication . Ramljak, Katarina; Dias, Isabel de BarrosRomanceiro e canção épica integram-se numa forma de arte que circulou, oralmente, ao longo de várias gerações e que reflete o modo de vida de uma comunidade, e que é habitualmente conhecida como Literatura tradicional de transmissão oral. Não sendo reservada para pessoas especializadas nem limitada a certos espaços, podia ser contada/cantada por qualquer pessoa em qualquer lugar, tanto nos momentos de trabalho como nos momentos de descanso. O imaginário popular usa-a como um catalisador de identidade e revela tudo aquilo que perturba, fascina e assusta os membros da certa comunidade. Por isso, no nosso entender, é uma maneira privilegiada de ler e sentir a história não só dos reis e das batalhas, mas também do povo e da sua maneira de processar as alterações históricas e integrá-los na sua visão do mundo. Como anuncia o próprio título deste trabalho, o nosso objetivo prende-se com a análise da percepção do Outro representada através das figuras do Mouro no romanceiro português e do Turco na canção épica croata. Levando em consideração os diferentes contextos históricos e geográficos, o interesse deste estudo comparativo é ver em que medida podemos falar de semelhanças nessa percepção por tratar-se de duas culturas cristãs invadidas por outras muçulmanas, em Portugal moura e na Croácia turca. O trabalho é constituído principalmente pela análise de dois corpus, um português e outro croata, e da sua comparação, à qual juntamos o contexto histórico com o qual visamos explicar não só as narrativas que se prendem com acontecimentos e personagens históricos, mas também tentar aproximar as sociedades das épocas em questão cujo imaginário criou as imagens de Mouros e Turcos aqui analisadas. Para o corpus vamos considerar os romances de tradição oral moderna recolhidos em Ferré, Pere (2000), Romanceiro Português da Tradição Oral: versões publicadas entre 1828-1960. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e as canções épicas recolhidas em Delorko, Olinko (1964), Narodne epske pjesme I. Zagreb: Matica hrvatska Zora.
- Pecados de mulheres : a cosmovisão medieval : das constituições sinodais e livros de penitenciais ao Horto do esposo e contos populares e lendas, coligidos por José Leite de VasconcellosPublication . André, Carolina Limas Soares; Dias, Isabel de BarrosA dissertação «Pecados de Mulheres - a Cosmovisão Medieval: das Constituições Sinodais e Livros de Penitenciais ao Horto do Esposo e Contos Populares e Lendas, Coligidos por José Leite de Vasconcellos», procede à análise comparativa de textos normativos, (dos séculos XIII ao XV), com a obra Horto do Esposo (séculos XIV- XV) e com Contos Populares e Lendas, compilados por José Leite de Vasconcellos (dos finais do século XIX ao início do século XX), no que diz respeito a pecados de mulheres. Numa primeira fase, foram estudadas constituições enunciadas em sínodos de Lisboa, Porto e Braga e também apresentadas no Tratado de Confissom e no Libro de las Confesiones, de Martín Pérez, onde identificámos diversos pecados da carne e os do espírito cometidos por mulheres. Num segundo momento, foram examinados pecados de mulheres existentes em exempla no Horto do Esposo e relacionados com os pecados encontrados nos textos normativos. Graças a esta comparação, foi possível encontrar, no Horto do Esposo indícios de uma visão pessoal e subjectiva sobre a mulher e seus pecados. Finalmente, a análise dos Contos Populares e Lendas permitiu verificar que os pecados da carne e do espírito analisados em textos normativos e no Horto ainda permaneciam no universo imaginário popular. Independentemente desta base comum, ressalta, nos textos tradicionais, a valorização da esperteza da mulher que, impunemente, dissimulava os pecados da carne e manipulava o marido conseguindo manter o seu casamento. Frequentemente, a mulher que cometia pecados do espírito, também consegue obviar eventuais castigos. Estas constatações sugerem a minimização dos pecados em estudo no quadro da tradição popular. A este nível, os textos medievais e tradicionais diferem consideravelmente. Para tal concorrerá, além da distância temporal e de alguma consequente suavização de costumes, a diferença básica de ponto de vista que separa textos normativos produzidos em ambiente clerical de textos populares onde a vertente satírica e anti-clerical se faz notar.
- Os portugueses e a imagem do outro na obra de Álvaro Velho Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia e na Carta a El Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil de Pêro Vaz de CaminhaPublication . Ferreira, Carla Maria Oliveira; Dias, Isabel de BarrosO presente trabalho tem por objectivo analisar a imagem do Outro. A construção da imagem na alteridade na obra de Álvaro Velho Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia e na Carta a El Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil de Pêro Vaz de Caminha, dois autores e duas obras incontornáveis para o estudo dos primeiros olhares dos portugueses nos encontros com o Outro, no início do século XVI. A pesquisa realizada sobre o tema teve por base a comparação entre as duas obras, no que à percepção do Outro se refere e à imagem que dele é veiculada. Procurámos destacar algumas diferenças de mentalidade e, de entre a extraordinária riqueza informativa dos dois textos, sublinhámos alguns aspectos que nos pareceram mais significativos como a indumentária, a nudez, as paisagens, a alimentação, os casamentos e a cultura. A necessidade de divulgar os feitos realizados levou os autores portugueses a descrever o que de novo encontraram, o estranho e a maravilha, atraindo assim a atenção e a admiração de quem lia os seus textos. As informações reunidas e divulgadas por estes relatos permitem-nos compreender melhor o modo como o Outro foi visto e como a sua imagem foi construída, na confluência entre experiência, memória e cultura.
- A presença materna em contos da literatura tradicional : uma leitura da sua intervenção em contos tradicionais portugueses que retratam o processo de crescimento/autonomização da criançaPublication . Quitério, Helena Sandra Fernandes; Dias, Isabel de BarrosCom este trabalho pretendemos analisar a intervenção de figuras femininas em contos do ciclo “A Gata Borralheira”, da obra Contos Populares e Lendas de José Leite Vasconcelos. Tentaremos perceber como a figura e caráter da presença materna interfere no processo de crescimento/autonomização da criança. A heroína é transportada até cenários muito próximos da sua realidade quotidiana, onde esta se vai deparando com problemas que necessitam de ser ultrapassados e, naturalmente, causadores de situações de dilema. Estes dilemas e a forma como a heroína os enfrenta irão ajudar a criança a compreender que só evoluirá psicologicamente se, tal como a heroína, for capaz de os enfrentar e que, para tal, pode sempre contar com uma presença materna espelhada na figura da mãe, madrasta, fada-madrinha, ou mesmo na figura animal. Para a autonomização da criança, será necessário que esta consiga penetrar nesta dimensão simbólica e ir extraindo, do mundo da fantasia para o mundo real, as orientações que lhe vão sendo transmitidas.