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- A decoração do pronaos do túmulo de Petosíris: temas, cenas, estilos e técnicasPublication . Sales, José das CandeiasDescoberto no final do ano de 1919, em Tuna el-Guebel, o túmulo de Petosíris foi imediata e metodicamente escavado até 8 de Março de 1920 por Gustave Lefebvre e desde então reconhecido como detendo um valor excepcional para a história da arte do século IV a.C. quando as escolas indígenas produzem os seus últimos exemplares e quando aparecem no Egipto as primeiras manifestações da arte grega. No que diz respeito à decoração interna do pronaos, se, por um lado, o túmulo de Petosíris denota a forte influência grega no estilo e na técnica dos coloridos baixos-relevos, por outro, reproduz temas e cenas existentes, por exemplo, na decoração dos túmulos menfitas do Império Antigo e dos túmulos tebanos do Império Novo. Os temas tratados denotam, portanto, uma continuidade histórica digna de registo que nos interessa tratar, num quadro de similaridades/ originalidades a eles subjacente.
- Gregos versus egípcios na Alexandria ptolomaica : o caso excepcional do culto a SerápisPublication . Sales, José das CandeiasNascido de uma justaposição de ideias e de concepções egípcias e gregas, o culto ao deus Serápis de Alexandria é o testemunho paradigmático da inegável influência exercida pelo Egipto sobre os Gregos, em geral, e sobre os Gregos imigrados, em particular. A introdução do culto de Serápis na cidade capital dos Ptolomeus respondeu à necessidade de harmonização intercultural dos dois mais importantes agrupamentos populacionais de Alexandria e constituiu um factor de superação das antíteses vencidos/ vencedores, antigos/ modernos, autóctones/ estrangeiros entretanto desenvolvidas com a ocupação grega do Egipto. O recurso à religião, neste caso à criação de um novo deus, como agente moderador e modelador da realidade social é um facto de profundo significado ideológico, justamente numa época, como foi a época helenística, marcada pelos sincretismos e pelas simbioses culturais-religiosas e numa cidade como Alexandria caracterizada pelo seu forte pendor cosmopolita. O sucesso do novo deus no encontro cultural e civilizacional das populações urbanas resultou da combinação dos seus caracteres multiculturais e favoreceu simultaneamente a preservação das memórias e das identidades das duas culturas e a nova dimensão nascida da obrigatória coexistência.
- Les monnaies de l’époque ptolémaïque au PortugalPublication . Sales, José das CandeiasNo Egipto lágida, a moeda conheceu uma apreciável e significativa circulação e foi um importante meio de difusão e de propaganda político-ideológica da dinastia nascida do diádoco de Alexandre Magno. As peças monetárias ptolomaicas, pelos tipos, símbolos, inscrições e metal que usaram, identificam-nos e «falam-nos» do poder que as emitiu. As moedas veiculam os emblemas do rei, o seu retrato, o seu nome e proclamam, assim, a sua soberania. Em consequência, o rei é o detentor por excelência da riqueza e do prestígio. A programação e a emissão monetária reforçam simultaneamente a soberania e a glória. Este artigo constitui, no essencial a comunicação apresentada ao Eighth International Congress of Egyptologists, realizado em 2000 no Cairo. Nele apresentamos e estudamos algumas das moedas ptolomaicas existentes em museus portugueses, nomeadamente no Instituto de Antropologia Professor Mendes Corrêa do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e no Museu Nacional de Arqueologia Dr. Leite de Vasconcelos (MNA), em Lisboa. As metáforas de comunicação a que estas moedas recorreram inserem-se na mundividência helénica que, como ideal e protótipo cultural, todos os reis helenísticos demandaram e proclamaram. Elas veiculam a imagem que o rei pretendia transmitir do reino e das suas relações com os deuses.
- La monnaie des Ptolémées : les séries de Ptolémée IPublication . Sales, José das CandeiasDans l’Égypte ptolémaïque, le monnayage du fondateur de la dynastie lagide, Ptolémée, est un exemple d’un projet politique personnel. Il a été le créateur d’un nouveau, original et pérenne système d’émission, en même temps qu’il a transformé les types monétaires pour célébrer les mérites de la nouvelle dynastie. Ces émissions monétaires illustrent un processus assez caractéristique de rupture graduelle avec le passé.
- Estratégias de refundação do estado egípcio na Época Ptolomaica : a Aegyptiaca de ManetonPublication . Sales, José das CandeiasA análise histórica dos primeiros anos da dinastia lágida (objectivamente os reinados dos três primeiros Ptolomeus: Ptolomeu I Sóter, Ptolomeu II Filadelfo e Ptolomeu III Evérgeta I) deve considerar uma vertente subliminar mas activa da sua actuação em prol da definição e operação de um conjunto de estratégias voltadas para aquilo que podemos chamar «a refundação da monarquia e do Estado». Essas estratégias, tomadas como um todo e entendidas como acções intencionais de propaganda e de ideologia, denotam, cada uma de sua forma, a atenção do poder real lágida pelas particularidades culturais dos seus súbditos e a natureza mais profunda desse poder no sentido de promover e alcançar uma verdadeira refundação do Estado egípcio, adaptado ao novo contexto (cosmopolita, urbano e monetário) e aos novos desafios e às novas exigências que colocava (aceitação e legitimação dinástica, justaposição sócio-demográfica e coexistência político-cultural das populações). A Aegyptiaca ou História do Egipto de Maneton, redigida em grego, cerca de 280 a.C., no reinado de Ptolomeu II Filadelfo, constitui neste particular um documento fundamental sobre a vida política, social e religiosa dos antigos Egípcios e um instrumento vital nessa acção estratégica de redefinição e refundação do Estado egípcio. No sentido de isolarmos cabalmente as perspectivas múltiplas e cruzadas que convergem e que emergem desta obra, parece-nos essencial considerar as suas condições de produção, transmissão e recepção. A «arqueologia» da produção permitir-nos-á clarificar os principais objectivos da redacção manetoniana e, a partir daí, compreender os mecanismos propagandístico-ideológicos que ela serviu e utilizou.
- A Batalha de Ráfia (217 a.C.) e o “nacionalismo” egípcio do Período PtolomaicoPublication . Sales, José das CandeiasNo Egipto ptolomaico, o final do reinado de Ptolomeu IV Filopator (221-205 a.C.) e o reinado de seu filho, Ptolomeu V Epifânio (205-180 a.C.), marcam um período de inflexão da história política e económica da dinastia com repercussões irreversíveis na actuação e no reconhecimento da instituição real que, paulatinamente, conduzirão o país para a órbita de Roma. Um evento-chave que assinala esta alteração estrutural da história ptolomaica foi a Batalha de Ráfia (22 de Junho de 217 a.C.), disputada ao sul de Gaza, na Palestina, opondo Ptolomeu IV Filopator do Egipto e o rei selêucida Antíoco III, o Grande. Pela primeira vez na história militar lágida, ao lado das habituais falanges de soldados gregos e macedónios, formaram-se falanges egípcias. Esta «inovação sensacional» mostrar-se-ia decisiva para o desenrolar da história da dinastia. De facto, a vitória militar por que se saldou a batalha de Ráfia para o lado ptolomaico teve resultados paradoxais a nível interno: o inusitado concurso de cerca de 20.000 soldados indígenas provocou uma progressiva reivindicação de participação política e de valorização social por parte destes, o que levou a sedições internas e ao despertar da consciência nacional egípcia, motivadas nuns casos, agravadas noutros, pela tradicional concepção de poder e pela própria crise económico-financeira que começara a generalizar-se.
- Poder e iconografia no antigo EgiptoPublication . Sales, José das CandeiasNeste livro reflecte-se directamente sobre o poder e a iconografia no antigo Egipto, dois vectores estruturantes do modus vivendi político desta civilização. Independentemente das formas que manifesta, dos domínios sobre que incide e das funções que preenche, há em todas as sociedades um considerável impulso para o poder. Anterior à própria obtenção do poder ou, uma vez alcançado, concomitante com o seu exercício, o desejo de poder sustenta um conjunto de práticas directamente preocupadas com a sua obtenção, manutenção e transmissão. Numa sociedade como a do antigo Egipto, o impulso do poder é particularmente notório nas elites, designadamente na poderosa e quase sempre omnipresente instituição real. A realeza egípcia de todas as épocas procurou sempre influenciar a sociedade no sentido de garantir a sua supremacia, para o que desenvolveu e aplicou ao longo dos séculos uma tipologia mais ou menos rígida de práticas e ritos para alcançar esse pretendido efeito. Na época dos Ptolomeus, as suas representações, as suas pinturas e os seus baixos-relevos pretenderam, de igual forma, impor concepções e práticas de poder. Utilizando um vocabulário artístico-iconográfico milenar, os Ptolomeus reivindicaram o antigo prestígio da noção de faraó através de atitudes político-ideológicas de total identificação e assunção dos dogmas, rituais e emblemas egípcios mais ortodoxos. A sua iconografia carrega uma indisfarçável carga ideológica e propagandística.
- A noção de transmissão hereditária do poder nas titulaturas dos PtolomeusPublication . Sales, José das CandeiasOs elementos constantes nos Nomes do protocolo dos Ptolomeus reflectem uma profunda conceptualização civilizacional e representam um verdadeiro receptáculo de conceitos, ideias e valores de enorme significado e valor histórico-ideológico. Através do seu estudo podemos isolar uma série de indicações sobre as componentes do conceito monárquico vigente entre os séculos III e I a.C. Neste texto, procuramos demonstrar que a mais importante diferença e característica do protocolo dos Ptolomeus em relação ao de outros faraós do Egipto antigo é a particular ênfase colocada na questão da hereditariedade carnal como vector essencial na transmissão do poder político.
- Lutas sociais e políticas no Egipto ptolomaico : o cisma dinástico de Horuennefer e AnkhuenneferPublication . Sales, José das CandeiasO objectivo principal deste texto é reflectir sobre o cisma dinástico protagonizado pelos faraós nativos Horuennefer e Ankhuennefer, entre 207/ 206 e 187/186 a.C. Com o apoio explícito do clero tebano de Amon, esta revolta tebana foi a mais importante, a mais longa e a mais eficaz acção de resistência política ao poder dos governantes ptolomaicos (reinados de Ptolomeu IV Filopator e Ptolomeu V Epifânio).
- The ptolemies : an unloved and unknown dynasty : contributions to a different perspective and approachPublication . Sales, José das CandeiasThe fifteen Ptolemies that sat on the throne of Egypt between 305 BC (the date of assumption of basileia by Ptolemy I) and 30 BC (death of Cleopatra VII) are in most cases little known and even in its most recognized bibliography, their work has been somewhat overlooked, unappreciated. Although boisterous and sometimes unloved, with its tumultuous and dissolute lives, their unbridled and unrepressed ambitions, the intrigues, the betrayals, the fratricides and the crimes that the members of this dynasty encouraged and practiced, the Ptolemies changed the Egyptian life in some aspects and were responsible for the last Pharaonic monuments which were left us, some of them still considered true masterpieces of Egyptian greatness. The Ptolemaic period was indeed a paradoxical moment in the history of ancient Egypt, as it was with a genetically foreign dynasty (traditions, language, religion and culture) that the country, with its capital in Alexandria, met a considerable economic prosperity, a significant political and military power and an intense intellectual activity, finally became part of the world and Mediterranean culture.