CEMRI | Teses
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing CEMRI | Teses by Sustainable Development Goals (SDG) "03:Saúde de Qualidade"
Now showing 1 - 8 of 8
Results Per Page
Sort Options
- Comportamentos contracetivos de mulheres migrantes : conhecimentos, atitudes e práticas em contexto de diversidade culturalPublication . Lopes, Lídia Maria Mota Correia; Ramos, NatáliaA gravidez não desejada representa um problema de saúde pública a nível mundial, traduzindo-se em graves sequelas para a saúde da mulher, do feto e da criança, tornando-se emergente compreender os vários fatores que podem influenciar a efetiva prática contracetiva. Perante a diversidade cultural e étnica da sociedade portuguesa, com destaque para a população imigrante feminina, considerou-se importante identificar e compreender os conhecimentos, as atitudes e as práticas face aos métodos contracetivos das mulheres de origem africana e brasileira residentes em Portugal, na região de Lisboa. Desenvolveu-se um estudo descritivo, exploratório e transversal, com o recurso a metodologia mista. Foi utilizado o processo de amostragem não probabilística por conveniência; o universo de trabalho é constituído por 75 participantes, mulheres em idade fértil, a viver em Portugal há pelo menos um ano, oriundas do Brasil, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe. A recolha de dados foi efetuada por entrevista semiestruturada e os dados analisados no software SPSS 24.0 (dados quantitativos) e com o recurso à técnica de análise de conteúdo temática (dados qualitativos). Os resultados destacam que as participantes têm conhecimento da existência de um número médio de métodos contracetivos, mas apresentaram, no geral, um nível baixo de conhecimento sobre as suas características. Maioritariamente, apresentaram uma atitude positiva face à contraceção e ao benefício do seu uso, mas a adesão à contraceção revelouse mínima, sendo a prática contracetiva baseada no uso de métodos que exigem um uso correto e consistente para a sua eficácia e que dependem da participação masculina. É necessário que os profissionais de saúde desenvolvam estratégias de comunicação e educação para a saúde adequadas, promovendo a aquisição de conhecimentos por parte da mulher/casal e uma escolha livre e informada do método contracetivo, com ênfase nos grupos mais vulneráveis, considerando a variabilidade e particularidades individual, grupal e cultural.
- Comunicação em saúde : percepção de pessoas negras e pardas face à representação da terceira fase da campanha publicitária de combate à Sífilis no BrasilPublication . Almeida, Anderson; Ramos, Natália; Lacerda, JucianoDesde o século XV que o mundo convive com a sífilis, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema Pallidum. Desde o seu surgimento até hoje, a doença segue em alerta por todo o mundo e preocupa autoridades de saúde, mesmo existindo tratamento e cura. Um grande desafio societal é ter um comportamento sexual responsável e o compartilhamento de informação adequada por meio de uma comunicação assertiva. No Brasil esse cenário não é diferente. Por isso, o governo brasileiro, por intermédio do Ministério da Saúde, decretou em 2016 que o país enfrentava uma epidemia de sífilis. O Tribunal de Contas da União, por meio do Acórdão 2019/2017, determinou a execução de variadas e inovadoras ações de comunicação com o objetivo de impactar mais efetivamente a problemática da doença e robustecer a questão dos cuidados preventivos da população brasileira. A partir disso, entrou em atividade o “Projeto de Resposta Rápida ao Enfrentamento da Sífilis nas Redes de Atenção”, popularmente conhecido como “Sífilis Não”. Entre as ações do projeto, na área de comunicação, estavam a criação de seis campanhas publicitárias que informassem a população sobre a doença, estimulassem a testagem, o tratamento e a cura. Este trabalho de pesquisa debruça-se sobre a terceira campanha criada, intitulada de “Eu sei, você sabe? ”, lançada durante a pandemia da Covid-19, nas redes sociais do projeto “Sífilis Não”. Num país onde 56,1% da sua população é composta por negros e pardos, segundo o IBGE (2021), e que tem uma raiz histórica com a essa etnia, é fundamental analisar se a campanha publicitária criada que contempla essa parcela de brasileiros e brasileiras, principalmente, em função dos números da doença no país apontarem para uma infecção mais acentuada nesse público e entre os 20 e 40 anos. A partir das peças publicitárias criadas, o estudo organizou cinco grupos focais (Trad, 2009) com pessoas negras e pardas que, a partir de olhares subjetivos, propiciaram a análise de conteúdo da pesquisa (Bardin, 2011). Ademais, tornou possível discutir questões éticas, de interculturalidade, contexto na publicidade e situação de discriminação com o objetivo de promover resultados a serem apresentados ao Ministério da Saúde, a fim de se tornar uma importante ferramenta para o desenvolvimento de uma comunicação assertiva com parte significativa da população do Brasil. A pesquisa revelou, a partir do resultado das análises, que o conteúdo empregado nas peças publicitárias se mostrou próspero uma vez que apontamentos importantes na interpretação e identificação do material foram feitos (Bardin, 2011). Essa constatação dialoga diretamente com a pretensão da campanha em estabelecer uma relação emissor-receptor salutar no que diz respeito à busca pela conscientização, prevenção, tratamento e cura da sífilis. O alinhamento de todo o conteúdo informacional (Bauer e Gaskell, 2017), com a presença maioritária de pessoas negras e pardas, além da pluralidade de idades presentes, géneros e etnias gerou reconhecimento, por identificar características gerais do povo brasileiro. As tecnologias acessíveis, utilizadas na campanha publicitária, mostraram-se assertivas, visto o envolvimento, cada vez mais efetivo, das sociedades com as plataformas digitais de informação e entretenimento, bem como de relacionamento interpessoal.
- Famílias imigrantes, cuidados aos idosos e género: um estudo de famílias imigrantes no Luxemburgo com familiares idosos no país de origemPublication . Gonçalves, Maria da Conceição Loureiro; Ramos, NatáliaA crescente globalização e o aumento da mobilidade humana são realidades incontestáveis no mundo contemporâneo. Os indivíduos, as culturas e as formas de compreender o mundo atravessam fronteiras, alterando estilos de vida e estabelecendo novos vínculos noutras geografias. Outra realidade refere-se ao envelhecimento populacional e às preocupações relacionadas com os cuidados aos idosos. Num cenário de migração, estas questões adquirem grande dimensão. O fenómeno do envelhecimento populacional preocupa os familiares, as instituições governamentais e políticas e a sociedade. O presente estudo procura compreender como os familiares da pessoa idosa gerem o seu quotidiano e os cuidados à distância. Para tal, foi adotada uma abordagem qualitativa de caráter indutivo. Numa perspetiva interseccional de relações de género, procurou-se compreender as práticas dos cuidados, as dificuldades e as (des)igualdades que permeiam essas relações no contexto familiar dos entrevistados. A pesquisa sublinha que a interseccionalidade das relações de género no âmbito dos cuidados à distância apresenta complexidades e desafios para os familiares, considerando as dimensões culturais, económicas, sociais e emocionais envolvidas. Ademais, destaca que os cuidados à distância são frequentemente atribuídos às mulheres, refletindo normas culturais tradicionais, além de sentimentos de dever moral e filial. Assim como sentimentos de culpa, impotência e tristeza. O estudo revela a importância dos meios de comunicação em rede na aproximação das famílias e na partilha dos cuidados à distância. A investigação permitiu-nos avaliar a complexidade dos cuidados transnacionais, abrir reflexões para estudos futuros e apontar caminhos para novas abordagens.
- Imigrantes acadêmicas, suas carreiras interrompidas e construção de identidades e saúde mental: tudo em nome de um amorPublication . Queiroz, Gláucia Maria de; Joaquim, TeresaEste estudo visou investigar a saúde mental e bem-estar de imigrantes acadêmicas latinas que se mudaram para a Alemanha devido a uma relação de conjugalidade com uma pessoa de nacionalidade alemã que aí reside. São centrais as questões relacionadas à vida profissional dessas mulheres, sua construção de identidade – com destaque para a identidade bicultural e a profissional – assim como a importância da maternidade nesse contexto. A literatura é rica em estudos que têm como foco os imigrantes mais vulneráveis, ou seja, refugiados e imigrantes indocumentados. O presente estudo, entretanto, focaliza mulheres latinas com formação acadêmica, as barreiras que elas encontram para inserir-se no novo mercado laboral, o papel da maternidade e o impacto da (in)satisfação vivenciadas no campo laboral sobre seu bem-estar e sua saúde mental. Ao todo, 215 mulheres responderam o inquérito online e a informação foi analisada estatisticamente. Dez dessas mulheres foram entrevistadas e a informação obtida foi analisada usando o método análise de conteúdo. Posteriormente usou-se a o método de triangulação para aprofundar a análise combinando os resultados quantitativos com os qualitativos. Os resultados apontam uma correlação entre a importância da vida laboral para a identidade e a saúde mental das imigrantes.
- Migração e saúde : adaptação, stress e bem-estar psicossocial de enfermeiros portugueses em contexto migratório no espaço europeuPublication . Teixeira, Mário Rui Pereira; Ramos, NatáliaO presente estudo procurou identificar, compreender e analisar as vulnerabilidades, riscos psicossociais, stress, saúde e bem-estar psicossocial de enfermeiros portugueses em contexto migratório noutros países europeus. Como ponto de partida empírico utilizou-se uma metodologia mista que conciliou como instrumentos de recolha de dados as entrevistas semiestruturadas e o inventário Brief-COPE a imigrantes portugueses que viviam e trabalhavam nos seguintes países: Bélgica, Irlanda, Liechtenstein, Noruega, Reino Unido e Suíça. Os principais resultados indicam que a maior parte dos stressores físicos experienciados em contexto migratório são similares aos enfrentados pelos enfermeiros nativos, com exceção do trabalho em turnos de 12 horas ou mais, e o fator climático, ambos stressores físicos específicos no contexto estudado. O idioma, a discriminação, a separação da família e dos amigos e a maternidade em situação migratória são os principais stressores psicossociais que afetaram a saúde e o bem-estar destes imigrantes. Na sua perspetiva, é na dimensão linguística e comunicacional que os imigrantes, numa fase inicial, sentiram as maiores dificuldades. Face às evidências empíricas, concluiu-se que a maioria destes enfermeiros migrantes considera que a sua saúde e bem-estar melhoraram bastante, associando esta condição à melhoria do seu nível económico e de qualidade de vida, e fazendo um balanço positivo da sua integração nestas geografias de destino. Contudo, para 31,5% dos participantes a saúde e bem-estar pioraram a nível do sistema musculoesquelético e da saúde mental, pelo que seria pertinente aprofundar os fatores que podem explicar o agravamento da saúde e bem-estar em situação migratória.
- Mulheres e migrações forçadas em Portugal: adaptação, resiliência e integração socialPublication . Sampaio, Catarina; Ramos, NatáliaEsta investigação procura ampliar o conhecimento da realidade psicossocial de mulheres que, em contexto de migração forçada, chegaram a Portugal, explorando as principais dificuldades do percurso migratório e os principais fatores protetores que facilitaram os seus processos de resiliência, adaptação e integração social. Para tal, foram relevados os significados que as protagonistas atribuem às suas experiências, recolhidos através de nove entrevistas semiestruturadas e em profundidade, a mulheres oriundas do Iraque, da Síria e da Líbia. É também a partir das suas perceções que se analisam questões de género e a forma como estas se relacionam com dimensões religiosas, familiares, sociais, psicológicas e culturais. A investigação coloca em evidência um acervo de vulnerabilidades desencadeadas pela experiência migratória e pela pertença de género, o que justifica a análise intersecional. Os resultados revelam um conjunto de adversidades no acolhimento, destacando-se: isolamento e distância familiar e do grupo social; dificuldades de acesso ao emprego qualificado; falta de suporte institucional; fracas condições habitacionais; desconhecimento da língua; desconhecimento dos serviços de saúde; não reconhecimento de grau académico e discriminação. Por outro lado, são identificados diversos fatores protetores que auxiliam a integração no país recetor, evidenciando-se: estabelecimento e manutenção de redes sociais; recurso a redes sociais digitais; segurança; emprego; domínio da língua; religião; suporte institucional; acesso à saúde; acesso à educação; participação cívica e política; desporto; questões de género relacionadas com empoderamento e maior autonomia. Espera-se que a presente investigação possa incentivar o debate e a reflexão sobre estratégias e políticas de integração em Portugal, promovendo medidas de atuação adequadas às necessidades de mulheres em contexto de migração forçada.
- Saberes e práticas de mães angolanas sobre os cuidados ao recém-nascido: contributos para melhorar a intervenção em saúde infantil e promover cuidados de saúde culturalmente competentesPublication . Tavares, Elsy; Ramos, NatáliaO período neonatal é crítico na vida de uma criança, pela sua maior vulnerabilidade e maior risco de morte. Assim, os cuidados realizados ao recém-nascido (RN) revestem-se da maior importância e têm reflexos na sua saúde futura. A cultura, mitos e crenças revelamse num conjunto de saberes tradicionais que muitas vezes prevalecem perante os conhecimentos científicos, levando a práticas de cuidados com consequências negativas para a saúde, como é o caso da onfalite. Em Angola, existe um elevado número de mortes nos recém-nascidos, sendo a septicemia uma das principais causas. Mantendo-se a tendência atual, entre 2017 e 2030, prevê-se que cerca de 60 milhões de crianças morrerão em todo o mundo, sendo metade recém-nascidos (UNIGME, 2017). Estas evidencias motivaram-nos a desenvolver o presente estudo, que teve como objetivo estudar os saberes e práticas de mães angolanas nos cuidados ao recém-nascido, nomeadamente ao coto umbilical. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, comparativo e transversal que tem por base uma metodologia sobretudo de cariz qualitativa. Optamos por uma amostra não probabilística por conveniência. Solicitamos a participação de informadores qualificados para dar o seu contributo especializado sobre o tema. Utilizamos a triangulação de meios de colheita de dados através da entrevista semiestruturada, observação fílmica, fotográfica, observação direta e registo em grelha de observação. Realizamos o tratamento através de estatística descritiva e de análise de conteúdo. Os principais resultados evidenciam que os saberes e as práticas de mães angolanas nos cuidados ao recém-nascido, nomeadamente ao coto umbilical, derivam da componente empírica transmitida maioritariamente pela família através das gerações, e sobretudo pelas avós do recém-nascido e da componente científica atráves dos profissionais de saúde. O tempo de permanência na cidade de Luanda, das mães naturais de várias províncias de Angola, pode ser indicador da aculturação à cidade e a razão de algumas semelhanças nos seus testemunhos quando comparadas com as mães naturais de Luanda. Contudo, observamos que as mães com experiência migratória revelam alguns comportamentos distintos das mães naturais de Luanda, nomeadamente, ao mencionar com mais frequência o álcool como conhecimento prévio, sendo no entanto, as mães naturais de Luanda que mais o utilizam de forma isolada como prática nos cuidados ao coto umbilical. As práticas nos cuidados ao coto umbilical revelam uma variedade de meios e de produtos tradicionais, traduzindo-se em práticas incorretas e com consequências nocivas para o recém-nascido. Constatamos que existem mães que mesmo referindo conhecer a prática recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), optam por manter os cuidados tradicionais. Perante a elevada influência cultural nos cuidados das mães angolanas recomendamos o investimento na formação de profissionais no âmbito de cuidados de saúde culturalmente competentes, contribuindo para a capacitação das mães e diminuição da morbimortalidade neonatal em Angola.
- Sexualidades juvenis : continuidades e mudanças : um estudo qualitativo no distrito do PortoPublication . Vieira, Cristina Pereira; Silva, Luísa Ferreira da; Vilar, DuarteA modernidade tardia conduziu a noção de sexualidade no sentido da plasticidade em que os indivíduos conduzem os relacionamentos numa direcção da fluidez através de lógicas subjectivas de construção e reconstrução que aceitam a diversidade como norma (Plummer, 2003a; Weeks, 1985). Enquadrados/as numa variedade de contextos socializadores, surgem e circulam mensagens múltiplas, informativas e normativas de regulação pelo saber-poder. Tendo presentes as transformações da sociedade portuguesa nas últimas três décadas, tendo em conta o facto social do risco da sida e a consequente medicalização da sexualidade (educação sexual e prevenção) e fazendo uso do conhecimento de que o saber leigo resiste à regulação das práticas do quotidiano pela normatividade da medicina, a pesquisa define como objectivos a análise da sexualidade dos jovens do ponto de vista da construção identitária que implica a socialização, a informação, a reflexividade da ciência e as escolhas individuais. Pretende-se perceber como se desenvolve a relação do/da jovem com a sua sexualidade, numa sociedade em que à socialização primária se acrescenta uma poderosa socialização secundária e a multiplicidade de propostas abre um vasto leque de possibilidades de escolha. A pesquisa dirige-se aos significados presentes no relato de experiências relativas à socialização, modelos, orientações e lógicas relacionais/sexuais. A pesquisa recorre ao método qualitativo de grupos de discussão (com jovens, rapazes e raparigas, portugueses, entre os dezassete e vinte e cinco anos de idade) para, através do “efeito da sinergia” provocada pelo próprio cenário grupal, perceber a construção da identidade sexual no sentido de consciência de auto-construção dos processos da sua afirmação com sentido de autonomia. Os resultados mostram a subjectividade das lógicas leigas em que a sexualidade aparece incrustada a valores, símbolos e significados que ultrapassam a lógica da racionalidade científica e relativizam a adesão à sua normatividade. Ajustamentos, construções próprias e individuais deixam perceber o sentido plural da sexualidade. Os/as jovens dão a perceber que edificam uma sexualidade feita de escolhas onde podem prevalecer concepções mais centradas em paradigmas tradicionais ou mais dirigidas por paradigmas modernos.