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- Comunicação em saúde : percepção de pessoas negras e pardas face à representação da terceira fase da campanha publicitária de combate à Sífilis no BrasilPublication . Almeida, Anderson Augusto Silva de; Ramos, Natália; Lacerda, JucianoDesde o século XV que o mundo convive com a sífilis, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema Pallidum. Desde o seu surgimento até hoje, a doença segue em alerta por todo o mundo e preocupa autoridades de saúde, mesmo existindo tratamento e cura. Um grande desafio societal é ter um comportamento sexual responsável e o compartilhamento de informação adequada por meio de uma comunicação assertiva. No Brasil esse cenário não é diferente. Por isso, o governo brasileiro, por intermédio do Ministério da Saúde, decretou em 2016 que o país enfrentava uma epidemia de sífilis. O Tribunal de Contas da União, por meio do Acórdão 2019/2017, determinou a execução de variadas e inovadoras ações de comunicação com o objetivo de impactar mais efetivamente a problemática da doença e robustecer a questão dos cuidados preventivos da população brasileira. A partir disso, entrou em atividade o “Projeto de Resposta Rápida ao Enfrentamento da Sífilis nas Redes de Atenção”, popularmente conhecido como “Sífilis Não”. Entre as ações do projeto, na área de comunicação, estavam a criação de seis campanhas publicitárias que informassem a população sobre a doença, estimulassem a testagem, o tratamento e a cura. Este trabalho de pesquisa debruça-se sobre a terceira campanha criada, intitulada de “Eu sei, você sabe? ”, lançada durante a pandemia da Covid-19, nas redes sociais do projeto “Sífilis Não”. Num país onde 56,1% da sua população é composta por negros e pardos, segundo o IBGE (2021), e que tem uma raiz histórica com a essa etnia, é fundamental analisar se a campanha publicitária criada que contempla essa parcela de brasileiros e brasileiras, principalmente, em função dos números da doença no país apontarem para uma infecção mais acentuada nesse público e entre os 20 e 40 anos. A partir das peças publicitárias criadas, o estudo organizou cinco grupos focais (Trad, 2009) com pessoas negras e pardas que, a partir de olhares subjetivos, propiciaram a análise de conteúdo da pesquisa (Bardin, 2011). Ademais, tornou possível discutir questões éticas, de interculturalidade, contexto na publicidade e situação de discriminação com o objetivo de promover resultados a serem apresentados ao Ministério da Saúde, a fim de se tornar uma importante ferramenta para o desenvolvimento de uma comunicação assertiva com parte significativa da população do Brasil. A pesquisa revelou, a partir do resultado das análises, que o conteúdo empregado nas peças publicitárias se mostrou próspero uma vez que apontamentos importantes na interpretação e identificação do material foram feitos (Bardin, 2011). Essa constatação dialoga diretamente com a pretensão da campanha em estabelecer uma relação emissor-receptor salutar no que diz respeito à busca pela conscientização, prevenção, tratamento e cura da sífilis. O alinhamento de todo o conteúdo informacional (Bauer e Gaskell, 2017), com a presença maioritária de pessoas negras e pardas, além da pluralidade de idades presentes, géneros e etnias gerou reconhecimento, por identificar características gerais do povo brasileiro. As tecnologias acessíveis, utilizadas na campanha publicitária, mostraram-se assertivas, visto o envolvimento, cada vez mais efetivo, das sociedades com as plataformas digitais de informação e entretenimento, bem como de relacionamento interpessoal.
- Alfabetização de falantes de português em contexto bilíngue: estratégias centradas na tecnologia educacionalPublication . Eerola, Evelyse Caetano; Costa, Rinaldo Vitor da; Barbas, Maria da Costa Potes Franco Barroso Santa-ClaraO presente estudo consiste numa pesquisa conduzida acerca de estudantes bilíngues envolvidos no processo de alfabetização em língua portuguesa, no contexto da cidade de Helsinquia, Finlândia. Destacando-se a utilização de tecnologias como elementos coadjuvantes e impulsionadores nesse contexto educacional específico. O trabalho constitui um estudo de caso descritivo, no qual a investigação acontece de forma ativa e imersa no ambiente da pesquisa. O contexto da investigação é delimitado à Escola Europeia de Helsinquia, onde, ao longo de quatro anos, dedicou-se ao ensino de português língua materna de indivíduos inseridos em um contexto bilíngue e, mesmo, multilíngue. Este estudo propõe uma focalização temporal específica nas experiências pedagógicas durante dois anos letivos (2020 e 2022), nos quais um grupo de alunos foi objeto de intervenção no período correspondente à pré-alfabetização e alfabetização, com a utilização ativa de tecnologias como principal método pedagógico. No âmbito dessa conjuntura, as tecnologias desempenharam um papel mitigador no desafio de educar alunos de diversas faixas etárias, imersos simultaneamente na alfabetização em outras línguas adicionais, enquanto empregavam o português de maneira exclusiva durante as atividades em sala de aula. A pesquisa evidenciou que a exploração de experiências tecnológicas revelou-se extremamente vantajosa, proporcionando progressos notáveis no tocante ao processo de alfabetização e letramento.
- Contextos de mudança: efeitos na identidade profissional de professoresPublication . Alemão, Rosália Silva; Mouraz, AnaEste estudo investiga os efeitos das mudanças contextuais, profissionais e pessoais no desenvolvimento profissional e na (re)construção da identidade de professores portugueses do Ensino Básico e Secundário, em exercício na Região Autónoma dos Açores, com carreiras temporalmente representativas. Utilizando uma abordagem qualitativa e fenomenológica, baseada em narrativas biográfico-profissionais, realizaram-se entrevistas aprofundadas a três professores com 25 a 30 anos de experiência. A análise dos dados, conduzida com o software MAXQDA24, revelou que as políticas educativas, os contextos escolares e os eventos pessoais desempenham um papel crucial na evolução da identidade profissional dos docentes. Os resultados destacam a resiliência como um fator central na adaptação às mudanças e na manutenção do compromisso com a profissão. Além disso, observou-se que a identidade profissional dos professores evolui de uma abordagem centrada no conteúdo para uma perspetiva focada no bem-estar e no desenvolvimento dos alunos. Ainda em evidência, neste estudo, o contributo de programas de formação contínua que vão além do aperfeiçoamento de competências profissionais e técnicas, englobando o desenvolvimento de competências emocionais e sociais que suportam a resiliência e fortalecem a identidade profissional. Embora os resultados sejam significativos, a natureza qualitativa do estudo e a condicionante geográfica (Açores) limita a generalização para outros contextos. Pesquisas futuras poderiam explorar esses temas em grupos maiores e mais diversificados, bem como em estudos longitudinais.