DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORAMENTO
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Browsing DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORAMENTO by Sustainable Development Goals (SDG) "02:Erradicar a Fome"
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- Avaliação da segurança dos suplementos alimentares de desporto e perspetiva do seu consumo pelos utilizadores de ginásios na Ilha do Faial: um estudo exploratórioPublication . Andrade, Paulo Miguel Correia; Caetano, Fernando J. P.; Moura, Ana Pinto deO consumo de suplementos alimentares desportivos está enraizado no meio desportivo. A sua utilização é comum e até incentivada aos praticantes de desporto, independentemente do tipo ou intensidade de exercício. Este trabalho teve como principal objetivo avaliar a oferta e a procura dos suplementos alimentares desportivos comercializados nas lojas e ginásios da ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores, quer ao nível da sua segurança, quer em relação às perceções dos seus utilizadores de ginásio quanto ao seu consumo. Recorreu-se, para o efeito, ao levantamento dos suplementos alimentares desportivos comercializados nos ginásios e na única loja de desporto e à realização de entrevistas individuais a praticantes de exercício nos ginásios daquela ilha. Verificou-se que a separação das substâncias é efetuada pela utilização de processos tradicionalmente usados em química extrativa e os solventes são álcoois como o metanol e o etanol. A utilização de líquidos iónicos, não é ainda uma alternativa considerada pela indústria alimentar para a extração das substâncias presentes nos suplementos, por não ser economicamente rentável. Das entrevistas realizadas aos 40 participantes, constata-se que os participantes estão familiarizados com os conceitos alimentação saudável, as suas vantagens e os obstáculos à sua realização. No entanto, procuram suplementos para essencialmente melhorar o seu desempenho desportivo, recuperar da fadiga e melhorar a sua saúde, mencionando não encontrar qualquer inconveniente que lhes impedisse de consumir suplementos alimentares. A maioria dos nossos entrevistados indicou obter informações na escolha de suplementos por autoiniciativa, através da procura da informação na Internet ou em revistas da especialidade, adquirindo posteriormente os produtos de acordo com as suas pesquisas. Os suplementos reportados pelos participantes como os mais consumidos foram as proteínas e os multivitamínicos.
- Composição corporal, ingestão nutricional e perceção da influência da alimentação na prática desportiva em atletas praticantes de futsal: um estudo exploratórioPublication . Brum, Sílvia; Moura, Ana Pinto de; Franchini, BelaO futsal é uma modalidade desportiva relativamente recente e, embora seja uma modalidade em crescimento, até ao momento não existem recomendações nutricionais para praticantes de futsal. Contudo sabe-se que a alimentação influência significativamente o rendimento desportivo, dada a alimentação ser o veículo de obtenção de energia e nutrimentos. A presente investigação procurou avaliar a composição corporal, a ingestão nutricional e hábitos de sono e de treino de atletas de futsal Sénior Masculinos do Campeonato Nacional da II Divisão de Futsal - Série Açores, bem como avaliar a perceção destes atletas da influência da alimentação na prática desportiva. Recorreu-se à antropometria para avaliação da composição corporal (n=68) e à aplicação de questionários às 24 horas anteriores em 3 dias distintos para avaliação da ingestão alimentar (n=20) utilizando o programa informático Nutrium® e à entrevista como técnica de recolha de informação para avaliação da perceção (n=20), utilizando o programa informático QSR Nvivo 10®. Embora a maioria dos atletas apresente uma composição corporal saudável, detetou-se elevada prevalência de excesso de peso, sobretudo nos atletas que participaram da avaliação da ingestão nutricional e perceção. Da avaliação da ingestão nutricional verificou-se inadequação, isto é, baixa em energia e hidratos de carbono e elevada em lípidos e álcool. Do discurso dos atletas demonstrou-se que os mesmos entendem o conceito de alimentação saudável, embora a maioria admita poder melhorar a sua alimentação, sendo que a falta de tempo e a dificuldade em abandonar os alimentos preferidos foram os principais obstáculos identificados à prática de uma alimentação saudável. Em relação ao desempenho, os atletas referiram poder melhorá-lo, através de certos alimentos a evitar ou a promover. Uma minoria dos atletas consumia suplementos para melhoria do desempenho.
- Desafios de transição de agricultura de subsistência para uma agricultura sustentável no corredor de Nacala, Moçambique, 2005-2020Publication . Dzucule, Pedro Daniel; Moura, Ana Pinto de; Azeiteiro, UlissesAs propostas da agricultura sustentável ainda são minoritárias, incipientes, até mesmo marginalizadas, em certos contextos sociais, políticos e económicos da produção agrícola moçambicana, muito embora se reconheça que algumas regiões do mundo se tem avançado consideravelmente nesta direção com a implementação de políticas públicas de extensão e assistência técnica, de pesquisa agrícola, de aporte de recursos financeiros em programas específicos para a produção agrícola sustentável, dentre outras. De facto, encontrar e aplicar vias que possibilitam uma transição da agricultura de subsistência para formas mais sustentáveis que atendam a exigências económicas, sociais e ambientais, envolve mudanças estruturais de médio e longo prazo, especialmente no seio do contexto agrícola atual favorável ao agronegócio e ao aprofundamento de certos princípios da “Revolução Verde”. Este trabalho tem como objetivo central, caracterizar a dinâmica dos programas de desenvolvimento agrário no corredor de Nacala, de 2005 a 2020, tendo em conta os princípios da agricultura sustentável. Em termos de objetivos específicos, pretende-se analisar o paradigma do desenvolvimento agrário, de 2005 a 2020, questionando-se se a abordagem da transformação estrutural da agricultura de subsistência para agricultura comercial assenta em vetores de sustentabilidade. Visa ainda identificar os fatores que proporcionaram o avanço ou a estagnação da agricultura no corredor de Nacala para o período em questão, tendo em conta as políticas e reformas agrárias concebidas depois da Independência, bem como identificar as principais barreiras/destorções no processo do desenvolvimento agrário no corredor de Nacala. Visa finalmente propor um modelo de agricultura para o corredor de Nacala, tendo por base princípios de sustentabilidade. Para o efeito, recorrendo-se a uma metodologia mista, envolvendo 225 participantes - produtores, fóruns, associações, empresas, cooperativas, ONG, investigadores agrários, técnicos e extensionistas- utilizaram-se os seguintes instrumentos de recolha de dados: Análise Documental; b) Entrevista; c) Questionário; d) Grupos focais; e) Observação. Do estudo efetuado, evidencia-se que o conceito de agricultura sustentável é questionável, considerando, entre outros fatores, a dificuldade em se determinar a sustentabilidade de qualquer sistema. A proposta centra-se na transição da agricultura familiar de subsistência para uma agricultura sustentável. A escolha da agricultura de subsistência está relacionada com multifuncionalidade da agricultura familiar, que além de produzir alimentos e matérias-primas, gera mais de 80% da ocupação no sector rural Moçambicano.
- From food waste to resources: the impact of a socio-environmental project on the communityPublication . Nogueira, Anne; Fernandes, Ana Paula; Alves, FátimaA insegurança alimentar e o desperdício de alimentos são abordados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da atual Agenda 2030, desenvolvidos pelos países membros das Nações Unidas (ONU). Cada um dos estados-membros da ONU promoveu planos, programas, estratégias e / ou legislações aprovadas, destinados a lidar com o desperdício e a perda de alimentos (DPA) ao mesmo tempo em que alcançam os objetivos de todos os ODS. Essas participações efetivas são descritas por cada país num Relatório Nacional voluntário divulgado pela ONU na sua Plataforma de Conhecimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para ajudar a União Europeia (UE) a alcançar os ODS, a UE desenvolveu uma estratégia para reduzir o desperdício e a perda de alimentos, uma vez que a redução de DPA pode também: 1) lutar contra as alterações climáticas, através da redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE); 2) ajudar na erradicação da fome e da desnutrição, por meio da redistribuição dos alimentos resgatados; 3) gerar poupança económica para produtores e distribuidores; 4) ter impactos sociais positivos na vida das populações empobrecidas; 5) fortalecer os sistemas alimentares. Esta estratégia, denominada Estratégia Farm to Fork, apresenta uma série de ações que visam uma transição mais rápida para um sistema alimentar sustentável a qual deve ter um impacto ambiental neutro ou positivo, reverter a perda de biodiversidade, ajudar a mitigar as mudanças climáticas, garantir a segurança alimentar, nutrição e saúde pública, e preservar a acessibilidade dos alimentos. As políticas da UE com relação ao DPA são postas em prática pelos membros da UE aprovando leis ou implementando outras iniciativas para prevenir, reciclar ou reutilizar o DPA. Em Portugal, para promover a redução do desperdício alimentar através de uma abordagem integrada e multidisciplinar, a Presidência do Conselho de Ministros instituiu a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA). Um dos objetivos da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA) é identificar, avaliar e monitorizar as necessidades de adaptação da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (ENCDA) e do Plano de Ação de Combate ao Desperdício Alimentar (PACDA), apresentando relatórios periódicos ao Ministro da Agricultura. Depois de promover um inquérito às partes interessadas ao longo da cadeia alimentar, durante o 3º trimestre de 2020, o CNCDA concluiu que, exceto no canal HORECA: 1) houve um aumento nas doações / excedentes de alimentos resgatados, embora o canal HORECA não tenha seguido esta tendência global; 2) em todos os setores de atividade, a perceção geral era de que a pandemia COVID-19 tinha contribuído para a redução do desperdício de alimentos. Em simultâneo com as políticas internacionais e nacionais, os movimentos civis surgiram com o foco no combate ao desperdício, em todas as suas dimensões, da produção ao consumo. Esses movimentos têm como objetivo unir várias partes interessadas em uma luta ativa contra o desperdício de alimentos usando abordagens e possibilidades inovadoras. Uma das abordagens para combater a insegurança alimentar das famílias de baixos rendimentos, consiste em organizações de ajuda alimentar que resgatem e redistribuem os excedentes alimentares, do canal HORECA e do setor de distribuição. Como resultado, a adequação dos alimentos ou refeições distribuídas por cantinas sociais, mercearias solidárias ou bancos de alimentos têm sido objeto de investigação científica em diversos países. No entanto, os alimentos fornecidos nas organizações estudadas são, principalmente, ou adquiridos pela organização ou adquiridos por doadores que posteriormente doam esses alimentos à organização, ou ainda, em quantidades menores, resultantes de sobras de alimentos. Nessas organizações, devido ao seu custo e às necessidades de logística de transporte e refrigeração, os alimentos frescos costumavam ser fornecidos em quantidades baixas ou muito baixas. Como resultado, o teor de nutrientes das refeições e cestas de alimentos geralmente carece de vitaminas e minerais. Além disso, os resíduos alimentares sendo um reservatório de hidratos de carbono, proteínas, lípidos e outros macro e micronutrientes orgânicos e inorgânicos, podem ser considerados como uma fonte material na indústria de alimentos, indústria de ração animal ou indústria farmacêutica como aromatizantes e fragrâncias, antioxidantes, aditivos e suplementos alimentares. No entanto, como os processos de extração industrial exigem know-how e consomem mais tempo, materiais, energia e recursos humanos, a maneira mais favorável do ponto de vista ambiental de aumentar o ciclo de alimentos é usá-los como estão, para alimentar a população em insegurança alimentar. Tanto quanto sabemos, nenhuma outra investigação mediu e avaliou a contribuição de alimentos frescos ou preparados na hora, para uma dieta equilibrada de famílias de baixos rendimentos. Assim, nesta tese de doutoramento, pretendeu-se explorar as formas como o desperdício de alimentos é reciclado, focando principalmente no processo que leva ao consumo humano, medindo seus resultados no que diz respeito à quantidade de micro e micronutrientes reaproveitados, para a contribuição para uma alimentação equilibrada, para o alívio da insegurança alimentar e, finalmente, para a contribuição para o alcance dos ODS. Com base na lacuna de investigação identificada acima, esta tese é regida por quatro questões investigativas principais: a) Com é que o desperdício de alimentar está a ser reutilizado? b) Como é que os alimentos reciclados podem contribuir para a dieta equilibrada de famílias de baixos rendimentos? c) Qual é o conteúdo nutricional dos alimentos resgatados e redistribuídos veiculados por uma organização de ajuda alimentar, em relação aos valores de doses diárias recomendadas? d) Como é que o processo de reciclagem e redistribuição de alimentos pode contribuir para o cumprimento dos ODS? Derivando destas questões, foram estabelecidos seis objetivos principais de pesquisa: i) Fornecer uma atualização sobre o que foi encontrado para aumentar a reutilização do desperdício alimentar como um material ou fonte de energia, mas também para encontrar soluções de uso de desperdícios alimentares para consumo humano. ii) Avaliar o contributo dos alimentos frescos ou acabados de confecionar, resgatados e redistribuídos como complemento da alimentação das famílias de baixos rendimentos, de acordo como guia alimentar português (Roda dos Alimentos), utilizando a organização Refood-Leiria como estudo de caso. Esta avaliação é feita, em primeiro lugar, apenas considerando os dados categorizados como alimentos redistribuídos pertencentes à Roda dos Alimentos Portuguesa. Em segundo lugar, são considerados os dados totais, pertencentes ou não à Roda dos Alimentos Portuguesa, o que permite também a terceira avaliação, que consiste em comparar os alimentos reciclados, na organização do estudo de caso, com o padrão alimentar da população portuguesa em geral. iii) Quantificar os nutrientes dos alimentos resgatados e redistribuídos na organização do estudo de caso. iv) Avaliar como esses nutrientes contribuem para aliviar a insegurança alimentar das famílias beneficiárias. v) Avaliar as formas pelas quais o processo de reaproveitamento de alimentos frescos pode contribuir para o alcance dos ODS. vi) Propor uma estratégia para tornar o processo de resgate e redistribuição de alimentos uma atividade perene, naturalmente integrada na vida dos cidadãos. O projeto de investigação escolhido leva naturalmente a um desenvolvimento de pesquisa sequencial. A questão-chave inicial no início desta pesquisa foi “O que está a ser feito para melhorar a reutilização dos alimentos, principalmente para consumo humano?”. Após pesquisa exploratória da literatura, realizou-se a reflexão crítica, identificou-se uma possível organização do estudo de caso, foram estabelecidas questões de pesquisa mais específicas e consequentes objetivos iniciais. Além disso, um projeto à escala de uma tese de doutoramento requer constante aperfeiçoamento e adaptação. Assim, num processo iterativo, os objetivos iniciais i), ii) e iii) foram expandidos para iv), v) e vi). Em termos de materiais, novamente num processo iterativo, paralelamente à constante pesquisa bibliográfica, foram solicitadas autorizações, na organização do estudo de caso, para recolha de dados relativos aos alimentos redistribuídos e dados sociodemográficos. Foram pesquisadas e selecionadas ferramentas adequadas para avaliar o conteúdo nutricional dos alimentos redistribuídos e sua adequação, bem como valores de referência nutricional e guias alimentares. Para medir a insegurança alimentar, foi selecionada a Escala de Experiência em Insegurança Alimentar (FIES). Os programas utilizados na análise e tratamento dos dados foram o Food Processor Plus® (ESHA Research, Salem, Oregon), Microsoft Excel Office® 365 e IBM® SPSS® Statistics versão 27 para Windows®. Esta tese tem um formato cumulativo e baseia-se em três publicações científicas com revisão por pares, resultantes das diferentes fases da investigação. As publicações foram organizadas em três partes principais. A Parte I é baseada no capítulo do livro “Rerouting Food Waste for Climate Change adaptation: the paths of research”, apresentado no 4th World Symposium on Climate Change Adaptation WSCCA- 2021), que decorreu em paralelo com a COP26 em Glasgow, Scotland, a 3 de novembro de 2021, e aceite como capítulo do livro 4th World Symposium on Climate Change Adaptation Book - “Climate Change Strategies: handling the challenges of adapting to a changing climate”, a publicar na editora Springer. Fornece uma compilação de como a investigação para a reutilização de DPA tem evoluído desde a crise económica de 2008, para encontrar soluções inovadoras de uso de DPA tanto como fonte de biomateriais e bioenergia, como para consumo humano para combater a insegurança alimentar. Os resultados são discutidos sob as seguintes perspetivas: distribuição geográfica da instituição do autor, categorias temáticas e palavras-chave dos autores. Foram identificadas as tendências atuais e previsíveis na gestão de resíduos alimentares como matéria-prima e para a segurança alimentar. Verifica-se que os campos de interesse da pesquisa de DPA têm sido, por um lado, o desperdício alimentar como fonte de matériaprima para a produção dos biocombustíveis e dos biomateriais e, por outro lado, a reciclagem dos resíduos alimentares para consumo humano, como solução para a insegurança alimentar. A Parte II é baseada no artigo “The Contribution of Up-Cycled Food Waste to a Balanced Diet of Low-Income Households” publicado na revista Sustainability (2021), 13 (9): 4779. https://doi.org/10.3390/su13094779 e compreende a avaliação da contribuição de alimentos frescos ou recém confecionados, resgatados e redistribuídos para complementar a dieta familiar de baixo rendimento, de acordo com o guia alimentar português (Roda dos Alimentos), tendo como estudo de caso a organização Refood-Leiria. Em primeiro lugar, apenas são considerados os dados categorizados como alimentos redistribuídos pertencentes à Roda Alimentar Portuguesa. Em segundo lugar, são tidos em consideração os dados totais, pertencentes ou não à Roda dos Alimentos Portuguesa, o que permitirá também a terceira avaliação que consiste na comparação dos dados recolhidos, relativos a alimentos resgatados e redistribuídos, com o padrão alimentar da população portuguesa em geral. Os resultados sugerem que os alimentos reciclados podem contribuir para uma alimentação mais equilibrada em termos de “Batata, Cereais e Produtos de Cereais”, “Legumes”, “Carne, Peixe, Marisco e Ovos” e “Frutas”, ambos de acordo com a Roda Alimentar Portuguesa e em comparação com a população portuguesa em geral. A Parte III é baseada no artigo “The Nutritional Content of Rescued Food Conveyed by a Food Aid Organization”, publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health (2021), 18(22):12212. https://doi.org/10.3390/ijerph182212212. Concentra-se na determinação do conteúdo nutricional de cestas de alimentos fornecidos pela nossa organização de estudo de caso. Todos os itens de cestas de alimentos são pesados, em três rodadas de pesagem durante um período de quatro meses. A Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (FIES) foi aplicada para medir a insegurança alimentar das famílias. Os resultados mostraram que, no nosso estudo de caso de organização de ajuda alimentar, as doações de alimentos contribuem substancialmente para a ingestão da Dose Diária Recomendada (DDR) de energia, macro e micronutrientes. Ao avaliar como esses nutrientes contribuem para aliviar a insegurança alimentar das famílias beneficiárias, concluímos que a perceção de insegurança alimentar é independente da quantidade de nutrientes servidos. Tanto quanto sabemos, este é o primeiro estudo que mede o conteúdo nutricional de alimentos resgatados frescos ou recém confecionados, redistribuídos por uma organização de ajuda alimentar. Essas três partes são acompanhadas de um capítulo anterior, uma introdução geral à tese, e um último capítulo sobre as reflexões e conclusões finais em que as questões de pesquisa são respondidas. Limitações do estudo, bem como uma perspetiva sobre futuras investigações estão incluídas no último capítulo desta tese, seguidas pela bibliografia compilando todas as fontes citadas de todos os capítulos. Ao final da tese, são fornecidos dois apêndices, nos quais estão organizados todos os materiais de pesquisa relevantes, como os diagramas metodológicos da Parte II e da Parte III, Escala de Insegurança Alimentar em Língua Inglesa e Língua Portuguesa. O Apêndice B contém o diagrama da metodologia usado na parte II, e o Apêndice C contém todos os materiais usados na parte III.
- Influência da religião na alimentação nas comunidades Católicas e Adventistas do Sétimo Dia em Cabo Verde: um estudo exploratórioPublication . Semedo, Daniel António Tavares Varela; Moura, Ana Pinto deA alimentação é um fator imprescindível para a manutenção da vida e faz parte da rotina diária das pessoas. A nível individual, a escolha alimentar é influência por diversos fatores, destacando-se o sensorial, o preço, a conveniência, a saúde/bem-estar, bem como a sustentabilidade ambiental ou a religião este último inserido na cultura de um povo. A presente investigação visa avaliar de que modo a religião influência a alimentação, nomeadamente junto de comunidades Católicas e Adventistas do Sétimo Dia, em Cabo Verde. Para o efeito, utilizou-se uma metodologia qualitativa, recorrendo-se a entrevistas semiestruturadas. Através da análise dos relatos discursivos aos 30 participantes, mediante a categorização dos mesmos, foi possível identificar três grandes categorias: i) relação do participante com a sua religião; ii) influência da religião na alimentação; e iii) avaliação das práticas alimentares propostas pela religião para a saúde/bem-estar. Verificou-se que os participantes Adventistas do Sétimo Dia estão mais envolvidos com a religião, do que os participantes Católicos. Por outro lado, verificou-se que para os Adventistas do Sétimo Dia, a religião influência diariamente as escolhas alimentares, ao nível da compra e do consumo, enquanto que essa influência faz-se notar nos Católicos principalmente em momentos pontuais (Quarta-feira de Cinzas e nas Sextas-feiras que precedem a Páscoa). Finalmente, os Adventistas do Sétimo Dia destacam que a prática da sua religião trás benefícios para a sua saúde e bem-estar, contrapondo com os Católicos que não identificaram benefícios diretos para a saúde pelo facto de praticarem esta religião, embora tenham referido que a mesma contribui para o seu bem-estar.
- A integração dos jovens refugiados sírios na cidade de Gaziantep, TurquiaPublication . Peixoto, Carolina Isabel Morais; Costa, PauloA presente investigação procura compreender como decorre o processo de integração de jovens refugiados sírios que vivem em Gaziantep, uma cidade turca a 120km da fronteira com a Síria. Inserida na área de estudos sobre refugiados e migrações forçadas, é através do recurso às histórias de vida de três jovens que se partilha a experiência de quem viveu em primeira mão este fenómeno, jovens que foram forçados a deixar a sua cidade na Síria, Alepo, entre os anos de 2013 e 2015, e a construir uma nova vida em Gaziantep. Este trabalho envolveu a escuta de narrativas, memórias, e uma disponibilidade por parte dos jovens em relembrar e contar as suas histórias com todas as experiências, dificuldades e sofrimento associados, na sua infância, ao longo do trajeto e durante o processo de integração em Gaziantep. Ao expor o percurso de vida dos jovens desde a sua infância na Síria ao presente momento, é possível conhecer o contexto migratório dos refugiados sírios na Turquia, a sua realidade social, cultural e económica, verificando se as políticas de integração existentes se adequam às necessidades deste grupo. Fatores como a aprendizagem da língua turca, a continuação do percurso escolar, ter condições laborais dignas e a não-discriminação revelaram-se essenciais para uma integração de sucesso dos jovens na cidade.
- A memória coletiva do Holocausto na União Europeia do século XXIPublication . Trigo, Jorge Ricardo Martins; Martins, MargaridaNa tentativa de encontrar um património comum e uma memória coletiva a todos os seus Estados-Membros, uma identidade para legitimar o crescente processo de integração europeu, a União Europeia encontrou no Holocausto um evento histórico que amplamente seria reconhecido e assimilado no seio desta, como algo a não repetir e a evitar no futuro. O uso desta memória coletiva veio assim quebrar com os postulados tradicionais de se estabelecer uma identidade nacional ou regional baseada no recordar de narrativas positivas do passado, atribuindo à união a capacidade de definir a sua razão de ser na atualidade como uma união caracterizada pela paz, inclusão e diversidade de povos e culturas, onde a dignidade e respeito pelos direitos humanos são os valores pelas quais as diversas sociedades europeias se regem. No entanto, e ainda que aceite oficialmente por todos os Estados-Membros, o princípio do século XXI foi marcado pelo questionamento do estatuto enaltecido desta memória e o conflito com a necessidade dos seus membros verem reconhecidas as suas narrativas e memórias nacionais e regionais. Também as medidas a adotar na proteção e luta contra a negação do Holocausto geraram discussões internas, onde as diversas tradições legislativas se manifestaram perante a tentativa da União Europeia impor supostas limitações à liberdade de expressão. Para além disso, e apesar de todo o esforço efetuado, a eficácia da mesma é questionável, sendo possível de identificar uma União Europeia afetada pelo surgimento e subida ao poder de vários partidos e movimentos de extrema-direita, bem como pela crescente presença de sentimentos e crimes de origem antissemitas, crimes raciais e de ódio.
- Novas tecnologias de processamento alimentar: avaliação da perceção do consumidorPublication . Teixeira, Rute; Moura, Ana Pinto de; Cunha, Luís MiguelO objetivo deste trabalho consistiu na avaliação das atitudes dos consumidores portugueses em relação às novas tecnologias alimentares, com vista à sua segmentação, a qual permitirá o desenvolvimento de estratégias de comunicação adaptadas aos diferentes segmentos. Os consumidores foram entrevistados nas suas residências, selecionadas por recurso a técnicas de random route. De modo a garantir uma maior representatividade implementaram-se critérios de amostragem por quotas, controladas por sexo, faixa etária e localização (áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa). O questionário apresenta um conjunto de sete grupos de perguntas com as seguintes dimensões: i) subescalas Apelo Sensorial e Conveniência Alimentar do Food Choice Questionaire; ii) Inovação Agroalimentar; iii) Preocupação com o Preço/Custo dos Alimentos; iv) Conhecimentos sobre Nutrição; v) Neofobia e Neofilia Alimentares; vi) Neofobia e Neofilia em relação a novas tecnologias alimentares e vii) Suspeição associada a novos alimentos. Realizou-se uma análise fatorial exploratória, utilizando a Análise Fatorial em Componentes Principais de forma a reduzir os itens originais em diferentes fatores, com rotação Varimax. A consistência interna foi testada usando o α de Cronbach. O agrupamento K-means foi aplicado sobre os fatores resultantes. Todos os fatores produziram alta consistência, com um α de Cronbach entre 0,669 e 0,948. A análise de clusters rendeu quatro segmentos de consumidores. Os fatores Apelo Sensorial, Preço e Conveniência foram as dimensões mais importantes na escolha alimentar. Os consumidores portugueses apresentam aversão ao risco em relação às inovações agroalimentares. Os dados também indicam que há pouca adoção de inovação entre os portugueses, além de indicar um alto nível de neofobia em relação às novas tecnologias alimentares, contudo apresentam um baixo nível de neofobia em relação a novos alimentos, mas associado a altos níveis de suspeição.
- Ordo AB Chao: diálogos sobre os direitos humanosPublication . Pires, Rui Miguel Borges; Caetano, João Relvão; Vidal, NunoA presente investigação procede a uma incursão pela História, Antropologia, Filosofia, Política e Direito, a fim de discutir a importância dos Direitos Humanos como gramática e fundamento do Estado de Direito e da Democracia na Europa, assim como também no mundo com o qual a Europa se relaciona. Dando-se especial atenção ao que se passa na União Europeia, procura definir-se uma fórmula que possibilite responder ao objetivo político e cultural de uma Europa unida, em torno de valores e princípios, permitindo-lhe dar respostas eficazes aos problemas complexos que enfrenta e que fazem as pessoas, mais do que crer, descrer da viabilidade do projeto de construção europeia. Nesta investigação, discutem-se as diferentes conceções de Direitos Humanos, dentro e fora da Europa (em particular da União Europeia) e da civilização ocidental, dando-se especial atenção à discussão sobre o caráter universal ou particular dos Direitos Humanos, assim como aos grandes desafios colocados pelo multiculturalismo e perspetivas afins ou concorrentes. O ponto central da investigação passa por perceber que tipo de respostas podem ser dadas ao desejo de construção de uma Europa unida, próspera e solidária.
- Perceções sobre as vulnerabilidades socioambientais atuais e futuras face às alterações climáticas no sector agrícola: estudo exploratório no município do Cadaval, PortugalPublication . Alves, João Teixeira; Alves, Fátima; Nicolau, Paula BacelarAs alterações climáticas, enquanto fenómeno multidimensional e complexo, desafiam as sociedades a conhecer e antecipar os seus impactes atuais e futuros, de modo a identificar as medidas e estratégias capazes de as enfrentar, seja pela mitigação, seja pela adaptação. A presente dissertação, centrando-se no domínio das perceções dos agentes locais ligados ao sector agrícola, pretendeu identificar e compreender, a partir da sua posição e perspetivas, quais os impactes das alterações climáticas no sector agrícola e, consequentemente, quais as estratégias de adaptação a essas alterações na região delimitada pelo município do Cadaval, território rural marcadamente agrícola, e, por isso, vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. Recorrendo a um inquérito por questionário aplicado a agricultores locais, procuramos caracterizar as suas perceções relativamente às alterações climáticas, seus impactes e vulnerabilidades atuais e futuras na atividade agrícola. Recorremos ainda, em 25 de outubro de 2019, à realização de um grupo focal com nove stakeholders locais, que incluiu representantes das organizações de produtores agrícolas e florestais, das adegas cooperativas, do ordenamento florestal e do território, de grupos de apoio ao financiamento e de associações cívicas e ambientais, com o objetivo de conhecer as suas perceções sobre as alterações climáticas, quais os impactes locais, bem como as suas posições face à adaptação e mitigação. Em termos gerais, as informações recolhidas permitem-nos constatar que as alterações climáticas são percebidas essencialmente como resultado da ação humana e os nossos respondentes estão cientes dos efeitos dessas alterações na agricultura, que referem já se fazem sentir. Desconhecem, no entanto, o processo de emissão de gases de efeito estufa (GEE) da atividade agrícola, o que os impede de identificar os processos de mitigação dessas emissões. Em relação ao futuro, os agricultores inquiridos temem sobretudo a quebra da produtividade nos pomares, a falta de disponibilidade de água e a falta de frio no Inverno, necessário a uma floração regular. Por outro lado, referem que com as alterações climáticas a produção vitivinícola poderá beneficiar de um incremento de produção. Em suma, os agricultores e stakeholders envolvidos na pesquisa, estão cientes dos efeitos das alterações climáticas, manifestam-se disponíveis para a mudança de práticas agrícolas e entendem ter uma palavra a dizer nas tomadas de decisão sobre a adaptação às alterações climáticas no sector agrícola.