Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPI
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Browsing Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPI by advisor "Batoréo, Hanna"
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- Alfabetização de crianças caboverdianas em língua portuguesa como língua não materna : o ensino da leituraPublication . Pereira, Júlia Ramos Melício; Batoréo, HannaCabo Verde é um país de características bilingue, onde coexistem duas línguas: a Língua Materna – o Crioulo de Cabo Verde (CCV) ou a Língua Caboverdiana (LCV) e a Língua Não Materna – o Português que é a língua oficial e, portanto, a língua utilizada no processo de ensino e de aprendizagem. Esta situação gera conflitos tanto a nível linguístico como a nível cultural. As duas línguas apresentam algumas semelhanças lexicais, o que conduz, muitas vezes, a equívocos e erros linguísticos que dificultam a criança na aprendizagem, em particular, da leitura que constitui a base para a aprendizagem de outros saberes. A aprendizagem da leitura, na Língua Não Materna, requer um desenvolvimento da linguagem oral em Língua Portuguesa, para que o raciocínio da criança seja estimulado através de exercícios lúdicos e abordagens cognitivistas e construtivistas. Deste modo, as competências de processamento fonológico na aquisição das competências da leitura são importantes para a discriminação do texto escrito e favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura. A criança, através da descoberta, começa a elaborar conceitos no sentido de conseguir realizar de forma funcional a sua relação com a língua escrita. Adoptando uma metodologia de estudo de caso, e através de questionários, observação directa e recolha de informação documental, esta dissertação apresenta e analisa aspectos ligados à alfabetização de crianças caboverdianas no início da escolaridade e à aprendizagem da leitura como suporte básico para a aprendizagem da Língua Não Materna. Os subsídios recolhidos ao longo deste estudo, apresentados nesta dissertação contribuirão para fazer progredir o ensino da leitura e, também, para implementar com sucesso a aprendizagem da leitura por parte dos alunos, desenvolvendo a prática da leitura e as expectativas em descobrir a multiplicidade das dimensões da experiência nesse domínio e contribuir para uma relativa compreensão das competências do modo oral e do escrito.
- Da "boca do corpo" aos "olhos da alma": o embodied self no português europeu : uma abordagem cognotivaPublication . Castanho, Arlindo José Nicau; Batoréo, HannaO presente trabalho perfilha a noção, comummente aceite no âmbito das modernas Ciências Cognitivas, de que o embodiment é a condição básica dos nossos sistemas perceptivos e cognitivos. De acordo com o conceito basilar de embodiment, percepção e cognição encontram-se intimamente ligadas, e tal interdependência não pode deixar de reflectir-se nos nossos processos de conceptualização e de expressão linguística. Estes pressupostos fazem prever que o embodiment condicione fortemente as conceptualizações respeitantes ao nosso próprio Eu, à relação entre o Eu e o corpo e à relação entre o corpo e as suas partes e órgãos. Seguindo a escala de relações acabada de apresentar, empreendemos sucessivamente, no âmbito do Português Europeu: a análise das modalidades de referência ao Eu e das conceptualizações que lhes são subjacentes; a análise da conceptualização do corpo, e da relação entre este e as suas partes, através de termos e expressões capazes de ilustrar amplamente tais mecanismos conceptuais. A linguagem encontra-se enraizada no corpo – embodiment “restrito” – e no ambiente físico-social – embodiment “generalizado” –, e é essa dependência da língua, em relação ao organismo e ao ecossistema, que faz com que se não possa falar sem se recorrer sistematicamente a processos de figuração ancorados na realidade material circunstante, tais como as metáforas e as metonímias. Em virtude das conceptualizações metonímica, metafórica e híbrida (porque estes dois processos figurativos se encontram, em muitos casos, intimamente coligados), a referência ao corpo e às partes ou órgãos do corpo demonstra-se, pois, no Português Europeu como nas outras línguas (mas é o Português Europeu que nos interessa prioritariamente), marcadamente polissémica. Procurámos dar conta dessa polissemia generalizada, através da análise de alguns termos básicos da taxonomia somática corrente e de algumas expressões referentes ao corpo e às suas funções perceptivas e cognitivas. Essas análises estearam-se na consulta e comparação sistemática dos verbetes que um grupo seleccionado de dicionários monolingues dedica a tais termos e expressões, bem como nos dados que sobre os mesmos nos fornece o corpus informático de elaboração de textos jornalísticos de que sistematicamente nos servimos. Isso não nos impediu de recorrer oportunamente a outras fontes documentais, sempre que estas nos tenham disponibilizado outros dados igualmente pertinentes, não presentes nas fontes documentais básicas. A análise dos dados linguísticos facultados pelas diversas fontes pautou-se, em linhas muito gerais, pelos seguintes dois princípios, próprios da Linguística Cognitiva: a) a focalização preferencial da análise linguística sobre a componente semântica; b) consequentemente seja a a) seja ao espírito que é próprio da Linguística Cognitiva, o pleno desenvolvimento da análise semântica implica uma genuína aplicação do princípio da Transdisciplinaridade, o que se traduz numa contínua atenção aos constructos propostos pela Neurofisiologia, pela Psicologia Aplicada, pela História da Língua, pela Iconologia, pela Antropologia Cultural, etc. Uma Linguística Cognitiva “fechada em si própria” seria, com efeito, uma contradição: uma abordagem cognitiva dos fenómenos linguísticos que prescinda dos métodos de análise propriamente linguísticos – ou que os trate como acessórios – não é, obviamente, Linguística; e uma Linguística que prescinda dos elementos fornecidos pelas outras Ciências Cognitivas – ou que os trate como meramente acessórios – não pode ser dita Cognitiva. No final do trabalho, esperamos ter amplamente demonstrado: a) a validade dos princípios acabados de enunciar; b) a inevitabilidade do recurso à metáfora e à metonímia, no Português Europeu (ainda que a mesma seja extensiva, muito provavelmente, a todas as línguas; mas só no caso do Português Europeu nos é dado averiguá-lo cabalmente); c) a interpenetração e interdependência dos processos de conceptualização metafórica e metonímica (sendo igualmente válido, neste caso, o parêntese da alínea precedente).
- Discurso publicitário turístico: abordagem cognitivaPublication . Espadeiro, Helena Sofia Garrido; Batoréo, HannaNa presente dissertação, faz-se a descrição e a análise de um Corpus de textos publicitários turísticos, à luz dos pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva. Por que motivo consegue o Corpus reunido ser eficaz na comunicação publicitária e atingir uma faixa significativa da população consumidora é a questão-matriz à qual se pretende responder. Deste modo, demonstra-se a pertinência da abordagem cognitiva da linguagem, nomeadamente das hipóteses subjacentes à Teoria da Metáfora Conceptual aplicada ao Discurso Publicitário, sob a forma de Estereótipos, Inovação e “Fórmulas Fixas” num Corpus baseado na linguagem-no-uso, mediante o qual se atesta a interacção entre a linguagem, a cognição e a experiência corporal, cultural, social e individual do mundo. Com efeito, o texto publicitário consegue ser eficaz no processo de comunicação e sensibilizar uma franja considerável do público visado pela sua riqueza expressiva. De forma inquestionável, as metáforas e as metonímias conceptuais, os esquemas imagéticos, a polissemia, o protótipo, os estereótipos e as “fórmulas fixas” associadas à intertextualidade constituem recursos linguísticos e cognitivos que revelam a imaginação a que a linguagem se presta na edificação de novas realidades. Esta tarefa reclama do leitor uma competência discursiva (sintáctico-semântica) e enciclopédica com vista à descodificação da mensagem. O texto publicitário assume-se, pois, como uma manifestação poderosa de argumentação no que respeita a utilização da linguagem, ao influir nas aspirações do público
- Heróis, vilões, vítimas e emoções no discurso jornalístico em relação ao terrorismo : de Nova Iorque a Madrid e Londres : uma abordagem cognitivaPublication . Land, Ana Isabel Correia Mendes e; Batoréo, HannaEm Heróis, vilões, vítimas e emoções… a linguagem-no-uso de um jornal português publicado nos EUA (Portuguese Times) é utilizada para analisar e explicar o modo como compreendemos as emoções primárias presentes em três ataques terroristas: EUA (2001), Madrid (2004) e Londres (2005). Começámos por reflectir sobre o conceito de emoção e sobre as suas implicações. De seguida, apresentámos os fundamentos teóricos capazes de demonstrar o carácter cognitivo das emoções. De acordo com este quadro teórico, as emoções são consideradas objecto de estudo das ciências cognitivas devido ao seu carácter cognitivo. Após precisarmos ser a abordagem seguida a da Linguística Cognitiva – Lakoff e Johnson (1980), Lakoff (1987), Zoltán Kövecses (1986, 1990, 1991, 1998, 2000, 2003[2000]) Kövecses e George Lakoff (1987), Batoréo (2000, 2003a , 2004c), Abrantes (1999, 2001a, 2001b, 2002) e Silva (1997, 1999, 2003) – e os instrumentos utilizados na análise do corpus a metáfora e metonímia, esperámos não só poder demonstrar o carácter conceptual das emoções encontradas, mas também explicar a sua ocorrência e frequência. Com base no contexto geral do terrorismo e especificamente de acordo com a perspectiva da metáfora conceptual do CONTO DE FADAS DA GUERRA JUSTA, antecipámos encontrar um predomínio de emoções negativas e de emoções com fortes motivações físicas. Através de um levantamento exaustivo de segmentos linguísticos foi-nos possível identificar as emoções presentes no corpus em relação a cada um dos ataques e, através dos instrumentos cognitivos seleccionados, determinar o seu conteúdo conceptual. Os resultados confirmaram um predomínio de emoções negativas e o forte conteúdo conceptual das emoções medo e raiva