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  • A Rainha Taiá de Maurice de Waleffe: um contributo literário para a globalização do antigo Egipto
    Publication . Sales, José das Candeias; Mota, Susana
    O fascínio pelo antigo Egipto e a utilização, adaptação e recriação das suas temáticas – o que se designa por Egiptomania – assegurou, a par da Egiptologia, a perenidade e proximidade da cultura desta civilização. Uma das áreas onde a presença do Egipto é identificável é a Literatura. Esta civilização, com tudo o que a caracteriza – a arte, a religião, a escrita, a simbologia, as impactantes figuras históricas, etc. – apresenta-se aos escritores como um cenário ideal para ser explorado e (re)contado das formas mais diversas, o que, obviamente assegurou também a contínua disseminação do saber sobre ela. O nosso texto visa explorar, no âmbito dos estudos da Recepção do antigo Egipto, um romance histórico, publicado pela primeira vez em 1906, em Paris, e que a realidade contemporânea – a descoberta do túmulo do faraó Tutankhamon – conduziu não só a uma nova edição, em 1923, como fez com que tivesse chegado a Portugal em folhetim e depois em livro em 1924. Trata-se de Le Péplôs vert. Moeurs égyptiennes (depois La Reine Taïa – Roman des temps pharaoniques) da autoria de Maurice de Waleffe.
  • Em busca do touro Ápis pelos caminhos da mitologia do antigo Egipto
    Publication . Sales, José das Candeias
    Os antigos egípcios acreditavam que o touro poderoso representava a personalidade do próprio faraó. O touro estava, de facto, intimamente associado ao estado faraónico desde o início da história egípcia. Na mitologia egípcia, de todos os touros sagrados o que maior projecção alcançou, como deus agrário da fecundidade, da vegetação renascida e da ressurreição, foi, seguramente, o touro Ápis, associado em Mênfis aos deuses Ptah e Osíris. Na sua condição de touro ágil, vigoroso e viril, Ápis era um intermediário consistente entre o mundo dos vivos e o dos mortos, além de ser um propiciador de fertilidade e renascimento quando associado ao deus-sol.
  • A “religião invisível” nas inscrições tumulares de Petosíris
    Publication . Sales, José das Candeias
    Numa primeira análise, as 152 inscrições funerárias e biográficas inscritas no interior do túmulo-templo de Petosíris, sumo sacerdote de Djehuti, em Tuna el-Guebel (Hermópolis Oeste), surgem-nos como uma amálgama desconexa de ideias justapostas, sem qualquer sistematização ordenadora por parte do seu Autor. Uma análise mais profunda, porém, permite-nos detectar a «religião invisível» que motivou e orientou o seu registo e encontrar um conjunto de núcleos agregadores da reflexão moral-filosófica nelas contida. Além do relato existencial específico sobre o sumo sacerdote de Tot que comportam, encerram também um conjunto de princípios morais, sapienciais, que manifestam que as opções individuais de cada Homem em termos de apego ou de indiferença religiosa determinam o seu grau de consecução e de participação nos favores divinos na vida terrena e na prometida vida eterna.
  • Petosiris, the «Pharaoh»: a usurper or a restorer of the order?
    Publication . Sales, José das Candeias
    In the textual inscriptions of the inner chapel of the Τomb of Petosiris at Tuna ᾽el-Gebel, and in the iconography of the outer halls of the facade, there are several traces of the use by this high priest of epithets and expressions associated with the pharaonic protocol, as well as the performance of typical functions and ritual acts traditionally performed by Egyptian pharaohs. Never before had been witnessed such political audacity. Does the disappearance of the traditional indigenous central power, close, strong and effective, caused by the 2nd Persian Domination, and the political and administrative disorders around the ancient city of Hermopolis Magna, explain this usurpation of functions and privileges? Is this merely a case of abuse of potestas sacerdotalis? Are we before an exceptional example of priestly consciousness due to the decline of the traditional pharaonic royal model? This paper will try to shed light on these questions.
  • Political ideas expressed by visual narratives: the case of the Ptolemaic Egyptian temples
    Publication . Sales, José das Candeias
    The kings from the Ptolemaic dynasty are represented in the divine temples of Edfu, Philae and Kom Ombo by garments, emblems and traditional Egyptian symbols, doing the typical gestures established by the political tradition, with the clear goal of being accepted as legitimate kings in the line of the ancient Egyptian pharaohs. In fact, using the millennial artistic vocabulary available, the Ptolemies filled the columns, the walls and the pylons of the great temples with bas-reliefs and scenes of high symbolic codified value. These expressive visual narratives, often in areas of free access for the population, asserted the prestige of the kingship. There is then an intentional ideological and propaganda value linked to these representations that justify the designation of «visual ideological narratives», that is, scenes of political nature with an effective scenic effect. To understand the visual impact and the ideological meaning of these representations in sacred spaces is consequently to enter in the core of the Ptolemaic political thought, enlighten their motivations, know their practices, interpret their messages and decode their goals.
  • Política(s) e cultura(s) no antigo Egipto
    Publication . Sales, José das Candeias
    Reflectir sobre a história egípcia e entender as características e componentes da sua política - talvez seja melhor dizer das suas políticas -, além de estimulante (pela captação das subtilezas e nuances a elas associadas no decurso dos múltiplos períodos da sua longa histórica), é essencial pela compreensão que induz da própria comunidade egípcia (antropologia política), que se perspectivava a si mesmo como viável pela existência, presença e acção do faraonato, a que, compreensivelmente, pelo seu carácter central e vital no seu modo de vida, atribuía um carácter sagrado. Paralela e intrinsecamente, há, porém, uma subliminar força agregadora que organiza e dá coerência aos modelos político-institucionais defendidos, bem como a muitos outros modelos e comportamentos colectivos e individuais: falamos da cultura, entendida no seu sentido mais amplo e antropológico, como um conjunto de qualidades mentais (crenças, ritos, memórias, mitos, símbolos, códigos, valores morais e éticos, tabus) e aspectos comportamentais (hábitos, cerimónias, tradições, aspectos técnicos, acções expressivas e/ ou manifestas), estruturais ou de superfície, adquiridos e transmitidos através de um processo, mais ou menos longo, de aprendizagem social, formal e/ou informal, colectiva e/ ou individual, feita de estímulos-respostas-reforços. Também aqui, para sermos completamente rigorosos, é preferível usar o plural culturas se quisermos captar os diversos traços e elementos culturais e os seus pressupostos, as alterações, adaptações e flutuações que com o tempo e com a história o «complexo cultural» egípcio foi conhecendo. Como grandes linhas de investigação, as questões políticas e culturais associadas à antiga história do Egipto podem ajudar à definição e cruzamento de várias perspectivas de análise, ao percepcionar das múltiplas tensões e até, nalguns casos, contradições existentes no modo de vida egípcio e ao estabelecimento e determinação de tipologias de conduta suficientemente válidas para explicar e interpretar a vida no Vale do Nilo.
  • Estudos de egiptologia : temáticas e problemáticas
    Publication . Sales, José das Candeias
    A egiptologia é um domínio de estudo de elevadíssimo interesse e fascínio para os especialistas e para o público em geral. Todavia, no panorama editorial português, apesar das notáveis aquisições dos últimos anos, não abundam os títulos científicos disponíveis de autoria portuguesa. Ampliar o número desses trabalhos, tornando fácil e cómodo o seu acesso, foi a nossa intenção primordial com a edição destes Estudos de Egiptologia - Temáticas e Problemáticas. O volume congrega um conjunto de textos publicados ao longo dos últimos anos a que se juntam alguns inéditos. Trata-se, no fundo, de uma série de reflexões e perspectivas que fui apresentando de alguns temas e problemas de egiptologia.
  • A Fortaleza de Buhen: um ponto estratégico para o Egipto do Império Médio
    Publication . Sales, José das Candeias
    Um dos principais desafios que se colocou aos faraós egípcios do Império Médio foi suster as incursões das tribos nómadas (os "corredores da areia") pela fronteira oriental do Delta que, nos períodos anteriores, tinham perturbado a ordem social e administrativa do estado egípcio. Para o efeito, construíram uma linha defensiva de fortificações em frente do Sinai (a chamada "Muralha do Príncipe") e multiplicaram as expedições militares na região. No sul, a Baixa-Núbia foi integrada no território egípcio e na zona da Segunda Catarata do Nilo e construíram-se também numerosas fortificações por toda a região. Estas fortalezas, de grandes dimensões, parecem, porém, ter excedido os propósitos estritamente militares. A análise das suas estruturas parece demonstrar, de facto, outro tipo de preocupações e de objectivos: a linha de fortalezas de Kuch (designação em língua egípcia para a Núbia), zona de maior concentração de fortalezas, tinha uma dupla função: controlar as mercadorias provenientes das minas núbias e do Sul (jóias, peles de leopardo, marfim, etc.) e assinalar o efectivo poder egípcio sobre os núbios e a Núbia. Neste aspecto, a antiga fortaleza de Buhen - a primeira a ser construída na XII Dinastia, no reinado de Senuseret III, por volta do ano 1860 a.C., na margem esquerda do Nilo - é um bom exemplo, de enorme valor estratégico, facilitador do controle das caravanas e das embarcações de mercadorias, devido à escassa largura do rio na área, que nos permite caracterizar a acção e a intenção dos faraós deste período
  • Serpentes na colecção egípcia do Museu Calouste Gulbenkian
    Publication . Sales, José das Candeias
    Tendo presente que a serpente é o animal mais representado na arte egípcia, efectuamos neste texto o levantamento e tratamento das serpentes existentes nos objectos expostos da colecção egípcia permanente do Museu Calouste Gulbenkian – Lisboa, bem como nos constantes nas reservas, através de uma grelha dupla: serpentes-hieróglifos e serpentes-insígnias, incluindo neste último grupo as serpentes-uraeus usadas por faraós e deuses nas suas frontes e as serpentes solarizadas de protecção a monumentos/ edifícios.
  • A criação do mundo no Genésis, na cosmogonia hermopolitana e na teologia menfita
    Publication . Sales, José das Candeias
    O relato inicial da criação do mundo de Génesis, cap. 1, é sobejamente conhecido. Nesta narrativa há um conjunto de elementos que possibilitam o estabelecimento de paralelos e de comparações com outros existentes em narrativas cosmogónicas egípcias, como as elaboradas em Hermópolis e em Mênfis, nomeadamente. As cosmogéneses hermopolitana e menfita, organizadas em torno da existência e acção de uma ogdóade de deuses (quatro casais ou forças dinâmicas do mundo não criado), no primeiro caso, ou do deus Ptah, o deus egípcio que criou o mundo através do pensamento deliberado e do discurso executivo, no segundo, com modelos narrativos distintos entre si, apresentam, porém, uma concepção e uma descrição do mundo pré-cósmico e cósmico que ecoa, de alguma forma, no Génesis. Sem pretendermos estabelecer causalidades forçadas ou mesmo inexistentes, procuraremos reflectir sobre os momentos criacionais mencionados nesses textos e sobre a linguagem usada nas narrativas em causa para descrever os actos demiúrgicos envolvidos e as suas consequências.