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- A integração das TIC no ensino secundário em Cabo Verde : um estudo de casoPublication . Silva, José da Cruz Andrade e; Amante, LúciaActualmente, um desafio permanente se coloca ao sistema educativo em todo o mundo devido aos impulsos decorrentes das incomensuráveis possibilidades que as TIC oferecem ao processo de ensino e aprendizagem e na mudança que elas acarretam nas atitudes dos agentes educativos e na própria estrutura escolar. Em Cabo Verde as TIC têm despertado interesse dos responsáveis da educação no concernente ao seu uso em contexto pedagógico e a existência de projectos voltados para sua utilização no ensino secundário é uma realidade. Com efeito, iniciou-se no ano lectivo 2009/2010 a experiência de integração das TIC em duas escolas secundárias do país. Porém, volvidos cinco anos, importa saber como estão sendo vivenciadas estas experiências, particularmente no que diz respeito à disponibilidade e acessibilidade das TIC por parte dos principais agentes educativos, a forma como se organiza a escola para colocá-las à disposição destes, o grau de satisfação dos professores com relação à sua formação em TIC, as atitudes dos professores e alunos face as TIC e o nível de sua utilização em contexto de sala de aula. De modo que, o problema em estudo centra-se em saber como está a decorrer o processo de integração das TIC no ensino secundário, no âmbito das atuais políticas de incentivo ao uso das tecnologias na educação. Do ponto de vista metodológico optamos por um estudo de caso de natureza exploratória (Yin, 1993; Gil, 1994; Morgado, 2012) e para recolher os dados aplicamos dois inquéritos por questionário, em formato papel, um dirigido a alunos, (uma turma por ano) e outro a todos os professores da escola em estudo. Foram também realizadas duas entrevistas a dois dirigentes da escola. A escolha de fontes quantitativas (inquéritos) e qualitativas (entrevistas) tem base de sustentação nos argumentos apresentados por Yin (1994) e Coutinho (2005). As conclusões do estudo apontam para o reconhecimento de que há ainda muito por fazer no tocante à integração pedagógica das TIC, principalmente no que tange à disponibilidade das TIC (a maioria dos alunos não tem acesso aos computadores e não existem softwares), na organização da escola (falta de técnicos qualificados, e inexistência de projecto pedagógico para uso das TIC), na formação dos professores (necessidade de formação continua) e na ausência das TIC nas práticas pedagógicas, conforme nos ensina a literatura especializada sobre a integração das TIC (Pelgrum, 2001; Paiva, 2002; Silva & Miranda, 2005; Amante, 2007; OIE, 2008, Sunkel, 2009; Barbosa & Loureiro, 2011).
- Introdução aos Sistemas Integrados de Gestão de Bibliotecas: como avaliar Integrated Library Systems?Publication . São Mamede, HenriqueA tarefa de avaliar ILS é necessária para que se possa escolher o sistema de gestão da biblioteca mais apropriado, ou seja, que melhor responde às necessidades da biblioteca no que concerne à automatização das suas operações.
- Políticas e dinâmicas da formação contínua e dos Centros de Formação de Associação de Escolas : as perceções dos seus diretoresPublication . Cardoso, Jorge Manuel Ralha; Grave-Resendes, Lídia; Barreto, Maria AntóniaAs medidas educativas políticas que desde 1992 orientam a formação contínua de professores do ensino não superior foram sujeitas a variações que se refletiram nas suas dinâmicas e em particular nas dos Centros de Formação de Associação de Escolas, os quais surgiram naquele ano como uma inovação organizacional, mas que também têm sido sujeitos a alterações, encontrando-se a aguardar desde a publicação do atual Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (11 de fevereiro de 2014) do enquadramento legal que regulamente a sua ação. O presente estudo, de âmbito nacional, teve como objetivo saber quais são as perceções dos Diretores dos Centros de Formação de Associação de Escolas acerca das políticas e dinâmicas destas estruturas organizativas e do próprio sistema de Formação Contínua de Professores. Para isso, começámos por definir um quadro teórico que analisou as perspetivas teóricas da formação contínua de professores, as perspetivas organizacionais dos Centros de Formação de Associação de Escolas e a evolução diacrónica no que concerne às políticas delineadas e às dinâmicas desenvolvidas. Deste modo, a informação pertinente analisada permitiu-nos desenvolver o estudo empírico aplicando uma triangulação de técnicas de recolha e tratamento de dados, designadamente: entrevistas semiestruturadas a quatro Diretores de Centros de Formação de Associação de Escolas de diferentes regiões e cuja análise de conteúdo foi importante para a elaboração do questionário aplicado a uma amostra de 64 Diretores dos Centros de Formação de Associação de Escolas, cerca de 70 % do universo destas entidades a nível nacional. A recolha de dados das entrevistas e a análise estatística do questionário possibilitou-nos atingir os objetivos da investigação e retirar sinteticamente as seguintes principais conclusões: os Diretores dos Centros de Formação de Associação de Escolas percecionam positivamente a sua ação de proximidade a nível local e negativamente o apoio e os incentivos da administração educativa.
- Os modernistas e a (des)construção do ineludívelPublication . Vila Maior, DionísioReflexão sobre alguns pontos centrais, no estudo do discurso estético-literário e ideológico modernista: a relação do eu individual com o eu coletivo; a dimensão carnavalesca do manifesto; a guerra almadiana e a (pre)visão do "homem completo"; o gesto vanguardista; o discurso literário e a representação da crise civilizacional; a "Grande Devastação" (por aqui se pressentindo a fundamentação de importantes matrizes teóricas que enquadram, variavelmente, a prática estética, mas essencialmente ideológica, dos mais interventivos modernistas portugueses); a modernidade e a “tradição oculta” de princípios humanistas essenciais.
- Caracterização de uma conta de vidro proveniente do povoado fortificado calcolítico da Moita da Ladra (Vila Franca de Xira)Publication . Gonçalves, António P.; Soares, António; Oliveira, Maria José; Alves, Luis Cerqueira; Valério, Pedro; Cardoso, João LuísThe full excavation of the fortified Chalcolithic settlement of Moita da Ladra by one of us (J.L.C.) has shown the existence of a single archaeological layer corresponding to the occupation of the site during the second half of the 3rd millennium BC. Among the archaeological remains collected during the field campaigns there is a bead, with a spheroid shape, longitudinally fractured, presenting a black matrix with numerous whitish spots. The fracture presents a vitreous greasy surface, and exposes a suspension cylindrical bore. Various techniques were used to identify the material that was used in the manufacture of the artifact, including CHN elemental analysis, EDXRF, μ-PIXE and XRD, conducted by the other authors. It was found that the material is not organic (carbon is absent), presenting significant amounts of the elements Si, K, Ca, Ti, Fe, Sr, Zr, and Sb. The X-ray diffraction spectra indicates that the material has an essentially vitreous nature, being the whitish particles dispersed in the vitreous mass identified as quartz. μ-PIXE results show a chemical composition that is consistent with an artificial glass, which implies a much more recent chronology for the bead than that of the Chalcolithic archaeological layer where it was recovered. Thus, although the bead was recorded from a Chalcolithic context, its provenance must be ascribed to the Late Bronze Age occupation recorded nearby and resulting from the early Phoenician trade.
- A metáfora do mar : do imaginário de Ulisses aos homens dos dórisPublication . Pernas, António José dos Santos; Carreto, Carlos F. ClamoteO objetivo desta dissertação, intitulada, “A metáfora do mar: do imaginário de Ulisses aos homens dos dóris” centra o seu ponto principal de estudo à volta do imaginário marítimo português. Num país com ligações estreitas com o mar, importa olhar para a viagem oceânica no sentido de explorar a condição odisseica na qual o real converge plenamente com o imaginário, desde os tempos de Homero a Luís de Camões e, tendo o seu alcance principal, num grupo de pescadores, conhecidos, como os homens dos dóris. Na contextualização desta dissertação traçou-se uma panorâmica sobre as vivências destes homens em alto mar, contrastando todo um sentido alegórico e simbólico, revestido, na figura do herói mítico, Ulisses. No regresso – imaginário de ausência – fundamentam estes homens o seu dia-a-dia, solitário, submisso e sacrificado, em prol da família que os aguarda, ansiosamente, em terra. Assumindo o sagrado, como uma forma de regresso, navegam, tal como Ulisses, pelo olhar e acabam por percorrer uma trajetória marítima e de vida, onde se descobrem, interiormente. Esta investigação acabou por concluir ser possível tecer analogias, entre os homens dos dóris e o imaginário do herói Ulisses, criando-se uma contiguidade que fortalece e transporta os homens dos dóris à ressurreição do mito de Ulisses. Através da arte de pescar à linha do bacalhau, foi possível perceber a ligação e o poder que o mito conjuga na metáfora do mar. Depois nas memórias guardarão os homens dos dóris toda essa metáfora. E assim poderão proporcionar às gerações futuras, uma herança cultural em forma de identidade narrativa.
- Apresentação [do] Dossier "100 Anos da Geração de Orpheu"Publication . Vila Maior, Dionísio
- Ensinar em comunidade virtual de aprendizagem : a emergência da presença de ensino distribuída no desenvolvimento de uma comunidade de investigaçãoPublication . Paz, João; Pereira, AldaEsta investigação realiza um estudo de caso de uma Unidade Curricular de um Mestrado online cujo design instrucional assenta na formação e desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem e se caracteriza igualmente por uma utilização da Web Social em complemento do Ambiente Virtual de Aprendizagem institucional. Sobre o pano de fundo de uma taxonomia de três paradigmas de educação online, adota o modelo da Comunidade de Investigação para conceptualizar e operacionalizar o estudo. As questões de investigação abordadas incidem sobre a formação e desenvolvimento da Comunidade Virtual de Aprendizagem e em que medida a abertura à Web Social a configura, o modo como se desenvolve essa comunidade em termos de Presença Social, Presença Cognitiva e Presença de Ensino e como emerge, e evolui, a Presença de Ensino Distribuída ao longo da Unidade Curricular. A metodologia utilizada é o estudo de caso assente em métodos mistos com design de triangulação de instrumentos e fontes, nomeadamente, análise documental, inquérito por questionário aos estudantes, entrevista semiestruturada à Coordenação de Curso e ao Professor, análise de conteúdo das interações online e análise estrutural de redes sociais. Para o efeito utilizámos instrumentos já validados mas foi igualmente necessário desenvolver uma reformulação do modelo de codificação da Presença de Ensino mais bem adaptado para o estudo da sua distribuição. Os resultados confirmaram, nalguns casos, as previsões ou expectativas do modelo da Comunidade de Investigação mas não noutros, nomeadamente na evolução da Presença de Ensino Distribuída. Em termos de evolução da Comunidade de Investigação, os resultados parecem apontar uma maior dependência da natureza das atividades educacionais do que do decurso temporal. Um aspeto especialmente relevante foi a identificação de um grau de Presença de Ensino com origem nos estudantes que, embora decrescente ao longo do tempo, mostra que, em maior grau do que usualmente se pensa, uma comunidade de aprendizagem efetiva inclui fenómenos de ensino que não têm apenas origem no professor.
- Participatory approaches in higher education's sustainability practices : a mixed-methods study leading to a proposal of a new assessment modPublication . Disterheft, Antje; Caeiro, Sandra; Azeiteiro, Ulisses; Leal Filho, WalterTransformar as Instituições do Ensino Superior (IES) pode ser visto como um dos grandes desafios na transição para um futuro mais sustentável. A estas instituições tem sido atribuído um papel importante na mudança de paradigma no sentido de permitir que as gerações atuais e futuras possam viver de modo saudável e em harmonia com os ecossistemas. Este papel assume múltiplas funções e desafios. As IES são desafiadas a repensarem a sua missão institucional, as suas estruturas e o funcionamento dos seus cursos, como por exemplo a necessidade dos conteúdos se abrirem para a inter- e transdisciplinaridade, mas também a repensarem a sua missão e finalidade educativa. Na perspetiva dos estudantes enquanto futuros líderes e decisores, estes devem estar habilitados com as competências necessárias para serem capazes de enfrentar os complexos desafios com que as sociedades de hoje estão confrontadas. Assim, as IES devem ser convidadas a reformularem os seus currículos para a literacia da sustentabilidade. Os esforços relacionados com a Educação para a Sustentabilidade (ES) / Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) são a prova de um movimento crescente de investigadores e atuação dedicadas à investigação, à ação e ao debate e prática sobre como envolver as IES nessas mudanças institucionais e educacionais. Um número crescente de IES já começaram a responder com estratégias diversas para a implementação da sustentabilidade e transformação institucional. O conceito de participação tem sido considerado útil neste contexto enquanto contributo e reforço da governação institucional e para o discurso da EDS na promoção de uma cidadania democrática. As abordagens participativas têm ganho crescente atenção nestes esforços, mas permanecem muitas vezes vagas e não sendo consideradas nos procedimentos de avaliação da sustentabilidade. Existe uma escassez de estudos sobre as dimensões da participação no âmbito da implementação da sustentabilidade no ensino superior, e uma incompreensão desses processos, tanto na prática da realização de um processo participativo, bem como na avaliação da sustentabilidade. Para a implementação da sustentabilidade as abordagens participativas podem e devem ser vistas como cruciais na mudança de paradigma para a sustentabilidade e contribuir para a integração do conceito de sustentabilidade na cultura universitária. Mesmo que a participação seja, em parte, considerada nas práticas de avaliação existentes, ainda não está claro o que medir, e como medir os processos participativos. Abordagens holísticas são muitas vezes anunciadas, mas os métodos de avaliação reducionistas são os mais frequentemente seguidos. O foco parece estar colocado no desempenho e benchmarking, levantando preocupações de que as práticas de avaliação da sustentabilidade possam atender mais às necessidades de mercado do que às necessidades da sociedade e da sua transformação. Apesar de em alguns casos de aplicação, apenas um número reduzido de instituições seguir uma abordagem integradora da sustentabilidade na sua organização, a designada ‘whole-institution approach’. Há tendências unilaterais de alguma forma enganadoras de "tornar-se verde" (greenwashing), impulsionado por necessidades do mercado, pelas vantagens de marketing, e pelos benefícios económicos, aumentando contudo os riscos do designado greenwashing. Partindo deste estado atual dos conhecimentos, foram delineados três objetivos principais de investigação: (i) Estudar os conceitos de ES/EDS, da ciência da sustentabilidade e da avaliação da sustentabilidade, com foco em abordagens participativas dentro de iniciativas de sustentabilidade em instituições de ensino superior; (ii) Identificar os fatores críticos de sucesso e possíveis critérios de avaliação para abordagens participativas na implementação da sustentabilidade do ensino superior; (iii) desenvolver um modelo conceptual de suporte à avaliação da qualidade de um processo participativo em termos de eficácia e potencial de transformação da comunidade académica, em iniciativas para a sustentabilidade. Para responder a estes objectivos, foi analisado como as IES envolvem as suas comunidades nas iniciativas de educação para a sustentabilidade e como essas iniciativas são avaliadas. Em resposta à necessidade de abordagens mais holísticas, propõe-se um novo modelo de avaliação, o modelo INDICARE. O estudo segue um desenho de investigação com métodos mistos utilizando entrevistas semi-estruturadas, grupos focais, workshops e apontamentos sobre observações de campo como levantamentos qualitativos; e questionários como método quantitativo, bem como contínuas revisões de literatura e triangulação de dados. A pesquisa foi desenvolvida em fases de investigação sequenciais, inspirada no método Delphi. Como primeiro passo, foi realizada uma revisão da literatura e reflexão crítica sobre a ciência para a sustentabilidade e a educação para o desenvolvimento sustentável, como teorias de base e campos emergentes de investigação para uma transição a universidades (mais) sustentáveis. A seguir, realizou-se uma sistematização das ferramentas de avaliação de sustentabilidade aplicadas nas IES, para analisar em que medida a participação da comunidade no campus é efetuada. Esta análise foi utilizada para preparar entrevistas semi-estruturadas e grupos focais com profissionais da área da sustentabilidade (n = 51), a trabalharem no ensino superior, de 22 países diferentes, a fim de identificar os fatores críticos de sucesso e possíveis critérios de avaliação para abordagens participativas. A análise foi realizada de acordo com a análise qualitativa de conteúdo e suportada num software de análise de dados qualitativos, o NVivo 10. Os resultados foram então utilizados para desenvolver o modelo de avaliação, que foi discutido e ajustado ao longo de seis fases de feedback, tendo sido apresentada a professores, investigadores, profissionais comunitários e estudantes de doutoramento (n = 98) durante conferências, workshops e encontros universitários, em cinco países diferentes. Os resultados das entrevistas e grupos focais sugerem que o sucesso das abordagens participativas é dependente das condições estruturais das instituições e dos indivíduos envolvidas, destacando a importância de aptidões específicas e competências para os processos participativos. A EDS no ensino superior está associada à capacitação e “empoderamento” (empowerment), e tem evoluído de uma abordagem mais restrita da sustentabilidade ambiental para aspetos da sustentabilidade social. Além disso, os participantes desta investigação deram evidências empíricas relacionadas, por um lado com algumas das dificuldades associadas ao envolvimento dos atores-chave, destacando por exemplo, a falta de recursos, a reduzida credibilidade e a frustração. Por outro lado realçaram aspetos positivos, como o aumento da aceitação, a confiança, o maior diálogo e o otimismo. No que diz respeito a possíveis critérios de avaliação, os resultados mostram que os processos participativos podem ser melhor avaliados a partir de uma perspectiva de aprendizagem social e aprendizagem organizacional enfatizando critérios não-lineares para a qualidade do processo em termos de profundidade e significado, bem como critérios em termos de produção de conhecimento e inovação. As respostas apontaram também embora implicitamente para a necessidade de considerar a aprendizagem transformadora no âmbito do double and triple - loop learning, se for de facto incorporada uma cultura de participação para a sustentabilidade, e sublinham o impacto forte na governação institucional. Com base nesses resultados, e inspirados na teoria de sistemas, bem como nos princípios da biofilia e das abordagens ecocêntricas, o modelo de avaliação INDICARE aqui proposto centra-se na avaliação da qualidade e no caráter transformador do processo participativo. O modelo fornece um conjunto preliminar de trinta e dois indicadores e práticas, agrupados em três categorias de i) contexto, ii) processo e iii) transformação. Estas categorias seguem uma perspectiva integradora, reconhecendo as interligações e conexões entre o contexto no qual o processo participativo acontece, o desenho do processo e a sua execução, bem como as transformações que podem acontecer durante e a posteriori de uma iniciativa participativa. No seu conjunto visam capturar as características não-lineares de processos participativos. O processo de avaliação em si é considerado como um exercício estimulador e não como uma ferramenta de controlo, e enfatiza a ligação entre a reflexão pessoal e as atividades comunitárias. Os indicadores e práticas sugeridos neste modelo pretendem não só ajudar a avaliar a participação no processo de transição para uma universidade (mais) sustentável, mas também para contribuir positivamente para o debate em curso em torno da sustentabilidade no ensino superior, e para incentivar especialmente novas perspectivas sobre as dimensões de participação. Para que processos participativos se tornem transformadores, o modelo INDICARE sugere a mudança da avaliação orientada para o desempenho no sentido de uma avaliação orientada para o “empoderamento” (empowerment) que ligue o crescimento individual ao coletivo. De acordo com as conclusões deste estudo as IES devem refletir mais profundamente sobre o que pode significar a adoção de uma perspectiva sistémica no âmbito da implementação da sustentabilidade e na procura da contribuição para a justiça sócio-ecológica. É essencial abrir espaços para práticas mais transformadoras para lidar com a complexidade da sustentabilidade. Muitas vezes, ainda se notam percepções reducionistas, expressas em estruturas organizacionais fragmentadas, tornando a inter- e transdisciplinaridade mais difícil. A terminologia em torno de abordagens integradoras organizacionais (whole-institution approach) baseia-se em novas formas de colaboração, contrariamente às atuais estruturas hierárquicas e modelos de gestão mais tradicionais. Entendendo as universidades como laboratórios vivos, estas instituições podem proporcionar excelentes oportunidades para envolver toda a comunidade (interna e externa) num discurso significativo para a sustentabilidade e servindo de exemplo para outro tipo de organizações. Este estudo pretende dinamizar o debate global sobre a sustentabilidade no ensino superior, nomeadamente propondo uma abordagem inovadora e mais holística na avaliação, que visa experienciar a interligação das relações homem-natureza, combinando com exercícios de reflexão, que possam assim responder melhor ao desafio para uma transformação ao nível individual e institucional, sem a qual os princípios da sustentabilidade serão dificilmente postos em prática. Esta investigação abre novos debates e conduzirá certamente a futuros estudos que serão necessário para melhor entender a implementação da sustentabilidade. Futuros estudos podem centrar-se, por exemplo, nos processos de aprendizagem transformadora e aproximações holísticas no seu impacte e potencial para o crescimento pessoal bem como para a transformação institucional, verificando também a eficácia deste tipo de processos. Mais investigação é necessária para entender as motivações nas quais se baseiam os esforços para a sustentabilidade, nomeadamente ao nível institucional, para poder responder melhor aos desafios de transformação e servir o bem comum. Neste âmbito, podem explorar-se novos métodos de colaboração, como a Teoria U ou o Dragon Dreaming, para perceber a sua capacidade de adaptação ao contexto universitário e melhorar processos colaborativos. Em geral, tal investigação poderia incidir sobre as interfaces da ciência-sociedade e sobre o seu potencial para a mudança em direção a um paradigma mais sustentável, colocando a investigação ao serviço dos sistemas sócio-ecológicos.
- As ferramentas da Web: um canivete multifacetado nas malhas da avaliação digital alternativaPublication . Oliveira, RicardoJá não é novidade para nenhum setor da sociedade que nos deparamos com um cenário tecnológico de inúmeras e diárias transformações digitais, fenómeno que muito se deve à galopante evolução da Internet. Os diversificados serviços que advêm da Web, como se de um canivete multifacetado se tratasse, proporcionam aos seus utilizadores uma comodidade e rapidez de acesso à informação nunca antes vivida. É este o local privilegiado onde, cada vez mais e com maior facilidade, os utilizadores procuram o que pretendem, tanto para fins profissionais e académicos como para fins pessoais ou de entretenimento. Viver, nos dias de hoje, completamente à margem da tecnologia digital e de todas as suas potencialidades, significa perder a riqueza da interatividade das ferramentas online que temos ao nosso dispor. É também por estas razões que as ferramentas da Web devem ter a oportunidade de entrar no ensino, desde que com pretensões pedagógicas bem delineadas. As ferramentas da Web têm contribuído na área da educação, para diversas funções: planficar, gerir, conceber e desenvolver conteúdos e atividades. É no seguimento destes atributos da Web que, inevitavelmente nos últimos anos, a avaliação digital tem tido um papel de maior relevo. No entanto, muito caminho haverá para trilhar, tanto ao nível teórico (conceções) como ao nível prático (instrumentos e estratégias). Este breve estudo, de caráter exploratório, remete-nos para uma abordagem teórico-prática, atendendo que não só pretende descrever algumas conceções como também apresentar sugestões pedagógicas, ao nível dos instrumentos de avaliação alternativos e suas possíveis aplicações.