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  • Gregos versus egípcios na Alexandria ptolomaica : o caso excepcional do culto a Serápis
    Publication . Sales, José das Candeias
    Nascido de uma justaposição de ideias e de concepções egípcias e gregas, o culto ao deus Serápis de Alexandria é o testemunho paradigmático da inegável influência exercida pelo Egipto sobre os Gregos, em geral, e sobre os Gregos imigrados, em particular. A introdução do culto de Serápis na cidade capital dos Ptolomeus respondeu à necessidade de harmonização intercultural dos dois mais importantes agrupamentos populacionais de Alexandria e constituiu um factor de superação das antíteses vencidos/ vencedores, antigos/ modernos, autóctones/ estrangeiros entretanto desenvolvidas com a ocupação grega do Egipto. O recurso à religião, neste caso à criação de um novo deus, como agente moderador e modelador da realidade social é um facto de profundo significado ideológico, justamente numa época, como foi a época helenística, marcada pelos sincretismos e pelas simbioses culturais-religiosas e numa cidade como Alexandria caracterizada pelo seu forte pendor cosmopolita. O sucesso do novo deus no encontro cultural e civilizacional das populações urbanas resultou da combinação dos seus caracteres multiculturais e favoreceu simultaneamente a preservação das memórias e das identidades das duas culturas e a nova dimensão nascida da obrigatória coexistência.
  • The smiting of the enemies scenes in the mortuary temple of Ramses III at medinet Habu
    Publication . Sales, José das Candeias
    The ritual scenes of smiting the enemies are a topos of the Egyptian ico-nography of military nature which goes through Egyptian history almost in its entirety, from the 4th millennium BC until the 2nd century AD. Regarding to the New Kingdom there are innumerable known and sig-nificant cases that we can evoke as examples. There is, however, one ex-traordinary example, by the profusion of that kind of scenes in almost every room and its components, which arises a noteworthy emphasis: the mortuary temple at Medinet Habu, built for Ramses III (c. 1182 – 1151 BC), second pharaoh of the 20th Dynasty and for many scholars the last great pharaoh of the New Kingdom. In this text we will pass in detailed review these scenes, explaining and interpreting the underlying ideological message as the function of its recur-rent and appealing iconographic utilization, as in the function of the space-architectural localization where they are to be found at the Medinet Habu complex.
  • La monnaie des Ptolémées : les séries de Ptolémée I
    Publication . Sales, José das Candeias
    Dans l’Égypte ptolémaïque, le monnayage du fondateur de la dynastie lagide, Ptolémée, est un exemple d’un projet politique personnel. Il a été le créateur d’un nouveau, original et pérenne système d’émission, en même temps qu’il a transformé les types monétaires pour célébrer les mérites de la nouvelle dynastie. Ces émissions monétaires illustrent un processus assez caractéristique de rupture graduelle avec le passé.
  • Amamentar no Egipto antigo : do prazer na relação materno-infantil à ideologia
    Publication . Sales, José das Candeias
    Este artigo é dedicado à consideração e à análise do fenómeno da amamentação no Egipto antigo que, na nossa óptica, entra no campo de uma arqueologia das emoções, com conexões estreitas com o erotismo, o amor e o prazer, categorias do repertório afectivo de todos os tempos. Procuramos neste estudo não nos restringir aos vectores habituais associados ao prazer (o diálogo erótico dos corpos, as sensações do amor carnal, o desejo, a sensualidade), mas reflectir justamente sobre o prazer entendido de uma forma bem mais ampla, neste caso o prazer e a paixão inerentes à relação materno-infantil e expressos/ vividos através do acto de amamentar/ ser amamentado. Iniciamos o tratamento do tema com uma incursão relativamente alargada no universo mental egípcio, no que diz respeito à concepção de vida terrena e às suas principais etapas, onde a problemática da amamentação se insere. Depois, o nosso esforço hermenêutico concentra-se, sobretudo, especificamente, sobre as cenas de amamentação patentes nas paredes dos templos do antigo Egipto (baixos-relevos e pinturas) com o objectivo de determinar as motivações e as finalidades subjacentes à sua produção e inclusão nos respectivos contextos artístico-arquitectónicos.
  • Estratégias de refundação do estado egípcio na Época Ptolomaica : a Aegyptiaca de Maneton
    Publication . Sales, José das Candeias
    A análise histórica dos primeiros anos da dinastia lágida (objectivamente os reinados dos três primeiros Ptolomeus: Ptolomeu I Sóter, Ptolomeu II Filadelfo e Ptolomeu III Evérgeta I) deve considerar uma vertente subliminar mas activa da sua actuação em prol da definição e operação de um conjunto de estratégias voltadas para aquilo que podemos chamar «a refundação da monarquia e do Estado». Essas estratégias, tomadas como um todo e entendidas como acções intencionais de propaganda e de ideologia, denotam, cada uma de sua forma, a atenção do poder real lágida pelas particularidades culturais dos seus súbditos e a natureza mais profunda desse poder no sentido de promover e alcançar uma verdadeira refundação do Estado egípcio, adaptado ao novo contexto (cosmopolita, urbano e monetário) e aos novos desafios e às novas exigências que colocava (aceitação e legitimação dinástica, justaposição sócio-demográfica e coexistência político-cultural das populações). A Aegyptiaca ou História do Egipto de Maneton, redigida em grego, cerca de 280 a.C., no reinado de Ptolomeu II Filadelfo, constitui neste particular um documento fundamental sobre a vida política, social e religiosa dos antigos Egípcios e um instrumento vital nessa acção estratégica de redefinição e refundação do Estado egípcio. No sentido de isolarmos cabalmente as perspectivas múltiplas e cruzadas que convergem e que emergem desta obra, parece-nos essencial considerar as suas condições de produção, transmissão e recepção. A «arqueologia» da produção permitir-nos-á clarificar os principais objectivos da redacção manetoniana e, a partir daí, compreender os mecanismos propagandístico-ideológicos que ela serviu e utilizou.
  • Ideologia e propaganda real no Egipto ptolomaico (305-30 a.c.)
    Publication . Sales, José das Candeias; Tavares, António Augusto
    Sabendo de antemão que a ideia real era estruturante na realidade político-cultural da Macedónia e do Egipto e que a inserção dos Lágidas foi marcada por uma permanente tensão entre as interpretationes Graeca e Aegyptiaca, a problemática principal de estudo e análise nesta obra são as modalidades propagandísticas e ideológicas a que a realeza lágida recorreu para harmonizar essas tradições de forma satisfatória, isto é, segundo os seus desejos de dominação e governação. A propaganda real lágida, como estratégia de persuasão e técnica de transmissão dos ideais de realeza, reflecte, obviamente, a ideologia monárquica que a inspirou e foi organizada de forma intencional para condicionar os comportamentos dos súbditos e para conquistar a hegemonia institucional no Egipto ptolomaico. A propaganda e a ideologia real dos Lágidas ocupam, assim, o território que se situa entre a condição verdadeira e histórica da monarquia lágida em território egípcio e os modelos de comportamento que as culturas macedónica-helénica e a egípcia para ela traçaram. Isto equivale a dizer que a visão que transmitiram da sociedade e do seu funcionamento não é um reflexo fiel dos seus mecanismos históricos. Como sistema de representação tendente a satisfazer e preservar os interesses da realeza, a ideologia dos Lágidas foi marcada pela permanente tentativa de articulação, feita de inevitáveis ajustes-desajustes, dos valores directamente envolvidos. Inevitavelmente, a própria duração do quadro cronológico em que se situa o trabalho exigiu alguma plasticidade e flexibilidade das representações e dos valores, não obstante uma matriz estrutural global mais ou menos fixa. A ideologia dos Lágidas não fugiu, por isso, a uma característica idiossincrática do fenómeno ideológico, isto é, a sua vertente dinâmica, cúmplice da própria transformação do devir histórico. Todo o nosso esforço de pesquisa e de concatenação dos factos foi desenvolvido no sentido de traçar um quadro interpretativo alargado e sistematizado sobre os mecanismos e comportamentos políticos dos Ptolomeus no Egipto, nos últimos quatro séculos a.C., a partir dos vários tipos de fontes disponíveis, que pusesse particularmente em evidência os fundamentos ideológicos do seu poder e que apontasse a comunicação entre os diferentes domínios e subdomínios da ideologia e entre as suas diversas formas de expressão. Formalmente, a obra está dividida em sete capítulos. No capítulo I, intitulado genericamente Características gerais da monarquia lágida traça-se, naturalmente de forma sucinta, um quadro das principais características e dos momentos mais significativos da actuação ideológica dos reis da dinastia lágida. Nos outros seis capítulos, de acordo com a problemática de estudo definida, procuram-se os nexos de ligação entre as medidas e preocupações de afirmação e de propaganda de Ptolomeu I Sóter I e dos seus descendentes no trono do Egipto e a história e mentalidade macedónica e grega, por um lado, e as multimilenares história e tradição ideológica faraónicas, por outro. Na maior parte dos casos recorreu-se às fontes primárias, em grego e em egípcio, com o objectivo de se conseguir um maior aprofundamento e entendimento das temáticas ou das perspectivas de interpretação em causa. Não se deixou necessariamente de utilizar reputadas edições críticas de fontes, permanentemente atentos ao estudo comparativo e ao cotejo da versão com a fonte original, de forma a garantir o procurado rigor científico do estudo.
  • O touro na mitologia egípcia : Ápis, cerimónias, insígnias e epítetos reais
    Publication . Sales, José das Candeias
    Os antigos Egípcios acreditavam que o touro poderoso representava a personalidade do próprio faraó. O touro estava, de facto, intimamente associado ao Estado faraónico, estando presente ao nível dos regalia (cauda taurina) e significativamente nos próprios epítetos reais (ka nakht). Na mitologia egípcia, de todos os touros sagrados o que maior projecção alcançou, como deus agrário da fecundidade, da vegetação renascida e da ressurreição, foi, seguramente, o touro Ápis, associado em Mênfis aos deuses Ptah e Osíris. Na sua condição de touro ágil, vigoroso e viril, Ápis era um intermediário consistente entre o mundo dos vivos e o dos mortos, além de ser um propiciador de fertilidade e renascimento quando associado ao deus-Sol. A sua participação, literalmente ao lado do faraó, na «corrida ritual», importante cerimónia no âmbito da concepção ideológica do poder real, reforçou ainda mais a sua importância no seio do panteão egípcio.
  • Poder e iconografia no antigo Egipto
    Publication . Sales, José das Candeias
    Neste livro reflecte-se directamente sobre o poder e a iconografia no antigo Egipto, dois vectores estruturantes do modus vivendi político desta civilização. Independentemente das formas que manifesta, dos domínios sobre que incide e das funções que preenche, há em todas as sociedades um considerável impulso para o poder. Anterior à própria obtenção do poder ou, uma vez alcançado, concomitante com o seu exercício, o desejo de poder sustenta um conjunto de práticas directamente preocupadas com a sua obtenção, manutenção e transmissão. Numa sociedade como a do antigo Egipto, o impulso do poder é particularmente notório nas elites, designadamente na poderosa e quase sempre omnipresente instituição real. A realeza egípcia de todas as épocas procurou sempre influenciar a sociedade no sentido de garantir a sua supremacia, para o que desenvolveu e aplicou ao longo dos séculos uma tipologia mais ou menos rígida de práticas e ritos para alcançar esse pretendido efeito. Na época dos Ptolomeus, as suas representações, as suas pinturas e os seus baixos-relevos pretenderam, de igual forma, impor concepções e práticas de poder. Utilizando um vocabulário artístico-iconográfico milenar, os Ptolomeus reivindicaram o antigo prestígio da noção de faraó através de atitudes político-ideológicas de total identificação e assunção dos dogmas, rituais e emblemas egípcios mais ortodoxos. A sua iconografia carrega uma indisfarçável carga ideológica e propagandística.
  • Termes et concepts dans le protocole pharaonique des Lagides : le cas du nom d’Horus
    Publication . Sales, José das Candeias
    Os Nomes do protocolo onomástico dos Lágidas reflectem uma profunda conceptualização civilizacional e assumem um significado histórico que deve ser valorizado, pela sua coerência, significado e importância. Os Nomes são fórmulas condensadas de história, vestígios actuantes do passado e programas ideológicos de existência. Não se trata apenas de meras expressões litânicas e retóricas de obrigatória utilização, mas de verdadeiros receptáculos de conceitos, ideias e valores, ou seja, autênticas fórmulas concentradas de história e de ideologia. Aceitando a titulatura real como fonte histórica, o nosso objectivo é abordar especificamente a titulatura dos faraós lágidas, através do caso particular do Nome de Hórus (NH), no sentido de estabelecermos um quadro preciso das suas morfologia e significação histórica, com destaque para a unidade minimal ḥwnw e para as expressões wr-pḥty, Ḥpw-cnh ̬e it.f.
  • A noção de transmissão hereditária do poder nas titulaturas dos Ptolomeus
    Publication . Sales, José das Candeias
    Os elementos constantes nos Nomes do protocolo dos Ptolomeus reflectem uma profunda conceptualização civilizacional e representam um verdadeiro receptáculo de conceitos, ideias e valores de enorme significado e valor histórico-ideológico. Através do seu estudo podemos isolar uma série de indicações sobre as componentes do conceito monárquico vigente entre os séculos III e I a.C. Neste texto, procuramos demonstrar que a mais importante diferença e característica do protocolo dos Ptolomeus em relação ao de outros faraós do Egipto antigo é a particular ênfase colocada na questão da hereditariedade carnal como vector essencial na transmissão do poder político.