Loading...
23 results
Search Results
Now showing 1 - 10 of 23
- Fases de ocupação e cronologia absoluta da fortificação calcolítica do Outeiro Redondo (Sesimbra)Publication . Cardoso, João Luís; Soares, António; Martins, José M. MatosEstes resultados cronométricos deverão ser comparados com a cronologia absoluta já determinada para outros sítios pré-históricos da região de Lisboa. Da análise estatística das datas de radiocarbono para Leceia, o sítio arqueológico do Neolítico Final/Calcolítico com mais datas e mais bem datado dessa região, verifica-se que os contextos atribuíveis ao Calcolítico Inicial são datáveis do intervalo de tempo 2830-2520 cal BC (1!) ou de 2870-2400 cal BC (2 !) e os do Calcolítico Pleno do intervalo de tempo 2660-2210 cal BC (1 !# ou de 2850-1950 cal BC (2 !) (CARDOSO & SOARES, 1996). A ocupação da Moita da Ladra, atribuível ao Calcolítico Pleno, e com um conjunto apreciável de datas de radiocarbono, é datável do intervalo 2440-1950 cal BC (1 !) ou de 2560-1820 cal BC (2 !) (SOARES, CARDOSO & MARTINS, e.p.). Datas isoladas ou em pequenos conjuntos existem para outros contextos das Penínsulas de Lisboa e Setúbal (SOARES & CABRAL, 1993), as quais se integram bem nas cronologias atrás referidas. Valerá a pena relembrar as datas determinadas para o Castro da Rotura, dada a sua proximidade espacial em relação ao Outeiro Redondo e ao paralelismo existente entre as cerâmicas dos dois povoados. Segundo GONÇALVES & SOUSA (2006), para “um nível com cerâmicas finamente incisas, incluindo taças caneladas, aproximável do que hoje chamamos «Calcolítico Inicial»”, com paralelos estreitos no Calcolítico Inicial de Outeiro Redondo, foi datado de 4110±50 BP (OxA-5538) e 4075±55 BP (OxA-5537), enquanto que um “nível onde dominam as cerâmicas com decoração em folha de acácia ou crucífera (Calcolítico médio?)” foi datado de 3810±50 BP (OxA-5540) e 3820±50 BP (OxA-5539). Também todas estas datas se integram bem e confirmam a cronologia determinada para o Outeiro Redondo.
- A estação arqueológica de Salamansa (ilha de São Vicente, República de Cabo Verde)Publication . Cardoso, João Luís; Soares, AntónioApresentam‑se os principais resultados obtidos nas duas missões arqueológicas patrocinadas pelo Centro Português de Actividades Subaquáticas (CPAS) à ilha de São Vicente (República de Cabo Verde), em 1998 e em 2005. Em 1998, confirmou‑se o efectivo interesse arqueológico do sítio, localizado sobre o mar, em local abrigado da vasta baía de Salamansa, situada na parte setentrional da ilha, tendo‑se registado a respectiva extensão e estratigrafia e procedido à colheita de amostras para datação. Embora os resultados dessa campanha tivessem sido publicados, indicando estação de carácter habitacional, revelada pela notável acumulação de conchas, acompanhada de abundantes fragmentos de cerâmicas manuais, de produção africana, mantinha‑se indefinida a sua verdadeira natureza. Impunha‑se, assim, proceder à escavação integral da área que ainda subsistia da estação — sujeita de forma contínua a forte erosão marinha — bem como à colheita de novos materiais para datação, de forma a confirmar as conclusões preliminares anteriormente obtidas, objectivos que se concretizaram em 2005. Deste modo, foi possível concluir que, contrariando a hipótese, de início considerada, de poder corresponder a um testemunho da ocupação da ilha em época anterior à chegada dos Portugueses — hipótese que já as primeiras datas de radiocarbono contradiziam — se trata de um sítio onde uma unidade habitacional construída por muros de pedra seca, de planta ortogonal, revela inspiração europeia, aliás sublinhada pelos materiais exumados, onde estão representados produtos com tal origem, como cachimbos de caulino, vidros, faianças portuguesas, e projécteis de armas de fogo, a par de objectos oriundos do Extremo Oriente, num quadro dominado pelas produções cerâmicas africanas. Esta situação evidencia um estabelecimento cuja ocupação se centrou no século XVII, conforme indicam os materiais recolhidos e os resultados das datações obtidas, francamente aberto aos contactos de longa distância, apesar do isolamento do local escolhido. Os restos faunísticos recolhidos, com a presença deburro e de boi, sugerem um estacionamento sedentário, sendo a alimentação assegurada essencialmente pela captura de tartarugas, pela pesca e pela recolecção de moluscos marinhos (especialmente grandes lapas) e complementada pelo consumo de cabra, que poderia ser doméstica ou caçada, dado o estado selvagem a que retornou ali esta espécie. na última parte do trabalho, discutem‑se as diversas hipóteses susceptíveis de explicar esta estação — desde um entreposto comercial relacionado com a exploração agro‑pecuária da ilha de Santo Antão, passando por pequeno estabelecimento especializado de apoio à navegação, com a produção de carne salgada de tartaruga, até ter constituído refúgio relacionado com a intensa pirataria vigente à época no arquipélago, tendo presente os elementos históricos conhecidos, que, aliás, indicam que o início da ocupação permanente de São Vicente só se produziu a partir da segunda década do século XIX. Seja como for, a forte componente cultural africana revelada pelo espólio destes primeiros ocupantes da ilha expressa‑se também pelos rituais que terão envolvido o abandono do estabelecimento, com o enterramento de dois vasos emborcados sob o chão da habitação explorada, e a deposição de uma pequena taça, nas mesmas circunstâncias, junto à parede da mesma, do lado externo.
- O espólio metálico do Outeiro de S. Bernardo (Moura) : uma reapreciação à luz de velhos documentos e de outros achadosPublication . Cardoso, João Luís; Soares, António; Araújo, Maria FátimaEstuda-se o espólio metálico recolhido por Manuel Heleno em sondagens por si orientadas, na companhia de J. Fragoso de Lima, no povoado calcolítico do Outeiro de S. Bernardo (Moura). O acesso a documentação manuscrita inédita, pertencente até época recente à família de Manuel Heleno, na qual é descrita as condições do achado de cada uma das peças estudadas, permitiu que agora se atribuísse ao conjunto o significado e importância que lhe é devido. As análises químicas realizadas por XRF dispersiva de energias, sublinharam tal realidade, ao evidenciarem o carácter homogéneo da sua composição (cobre + arsénio, este como elemento vestigial) e, por conseguinte, a elevada probabilidade de utilização de uma mesma tecnologia de fabrico e do recurso às mesmas fontes de abastecimento. Trata-se do mais importante conjunto de artefactos metálicos domésticos atribuíveis a uma única ocupação campaniforme reconhecida no ocidente peninsular. A tipologia dos artefactos de uso utilitário, conquanto se integre ainda no Calcolílico, evidencia já algumas diferenças face às peças homólogas características do Calcolítico Pleno da Estremadura e do Sudoeste português, o mesmo se verificando com os materiais coevos da bacia extremenha (ou média) do Guadiana. No que respeita às armas, nenhuma figura actualmente entre o espólio conservando; trata-se de um punhal com lingueta, de um outro munido de um par de chanfros de encabamento simétricos, provavelmente reforçado na folha, e de uma ponta Palmela, que confirmam a atribuição cronológico-cultural do conjunto ao campanifonne. A peça mais importante é uma ponta de javalina, cujos únicos paralelos peninsulares se resumem ao célebre conjunto do dólmen de La Pastom (Sevilha), às duas peças soltas recolhidas à superncie no povoado de La Pijotilla (Badajoz) e, bem mais próximo, ao exemplar mutilado recolhido em escavação arqueológica no Cerro dos Castelos de São Brás (Serpa); O estudo comparativo realizado sobre tais peças, conduziu ã conclusão de esta arma não ser incompatível com a cronologia do conjunto em que se integra, situável nos últimos séculos do III Milénio a.c. A importância do espólio metálico agora publicado, confere ao povoado do Outeiro de S. Bernardo o estatuto de sítio metalúrgico Calcolítico, ou pelo menos de centralizador do comércio de artefactos de cobre (hipótese reforçada pelo achado de um possivel lingote), sendo as peças agora estudadas, utilizadas no local ou destinadas a serem exportadas para outros locais, integrando-se nos circuitos transregionais (incluindo matérias-primas como o cobre sob a forma de lingotes) estabelecidos no decurso do Calcolítico entre a Estremadura portuguesa e o Alentejo. Este papel de destaque na coordenação destas actividades é ainda reforçado, por um lado, pela posição estratégica do sítio face ao vale do Guadiana e, por outro, pela sua proximidade das minas pré-históricas de cobre existentes na margem esquerda portuguesa do Guadiana, explorando tanto o cobre nativo, como os carbonatos cupríferos. Esta realidade é consentânea com a conhecida na região de Badajoz, na qual os povoados campaniformes e, entre estes, os fonificados, foram os que mais se dedicaram às actividades metalúrgicas.
- O povoado campaniforme fortificado da Moita da Ladra (Vila Franca de Xira, Lisboa)Publication . Cardoso, João Luís; Soares, António; Martins, José M. MatosO povoado calcolítico muralhado de Moita da Ladra implanta‑se no topo de uma elevada chaminé vulcânica, que domina todo o estuário do Tejo. O pretendido prosseguimento da exploração de uma pedreira de basalto no local determinou a sua escavação integral. As estruturas identificadas são de carácter defensivo e habitacional. As primeiras integram uma muralha de contorno elipsoidal, em parte desaparecida, mas cujo comprimento foi possível estimar em cerca de 80 m, possuindo a largura de cerca de 44 m, englobando duas torres maciças e uma entrada, voltada para o estuário do Tejo, que se estende do lado sul. O enorme esforço construtivo envolvido em tal operação explica‑se, sobretudo, pela preocupação de conferir visibilidade acrescida ao dispositivo implantado no topo da elevação, até pelo contraste oferecido com a coloração negra dos basaltos subjacentes. Esta evidência conduz a admitir que, a par da função defensiva corporizada pelo recinto muralhado – e talvez mais importante do que ela – estaria implícita, na sua construção, a necessidade de marcar fortemente o lugar, constituindo um verdadeiro marco construído na paisagem. Por outro lado, a implantação deste povoado calcolítico pode relacionar‑se com o controlo do acesso à vasta bacia interior correspondente à várzea de Loures, cuja rede de drenagem se articula, a montante, com a bacia hidrográfica do rio Sizandro, na parte vestibular da qual se localiza o povoado calcolítico fortificado do Zambujal. A única fase de ocupação identificada, condiz, por seu turno, com o facto de a edificação do dispositivo muralhado ter sido efetuada de uma única vez, correlativa de camada pouco potente contendo espólios arqueológicos escassos mas diversificados, caracterizados pela associação das cerâmicas decoradas do grupo «folha de acácia/crucífera» a produções campaniformes, de técnica pontilhada, integrando vasos marítimos e vasos com decorações geométricas. As datações de radiocarbono indicam que a ocupação do povoado se verificou na segunda metade do 3.º milénio a.C., tal como se observou noutros sítios altos e fortificados da região, como Penha Verde e Leceia, sendo coeva dos pequenos sítios abertos de encosta onde comunidades campaniformes de raiz familiar se dedicavam às atividades agropecuárias. As diferenças na qualidade dos recipientes campaniformes característicos de ambos os tipos de implantação indica que nos primeiros se sediaram as elites a quem caberia o controlo dos territórios respetivos, como foi o caso dos habitantes da Moita da Ladra. Por outro lado, a coexistência de produções campaniformes e não campaniformes do grupo «folha de acácia/crucífera», configura uma realidade cultural cuja importância foi devidamente valorizada no presente artigo.
- Cronologia absoluta para o campaniforme da Estremadura e do sudoeste de PortugalPublication . Cardoso, João Luís; Soares, AntónioMais de vinte datas de radiocarbono são actualmente conhecidas para contextos campaniformes na Estemadura e no Sul de Portugal. Por outro lado, escavações recentes isolaram contextos campaniformes bem definidos, que foram datados. Estes dados permitem novas interpretações para o fenómeno campaniforme, bem como o estabelecimento de uma cronologia mais precisa para o mesmo.
- Compositional and microstructural outlook of grave goods from Anta do Malhão and Soalheironas (Portugal): the diachronic use of arsenical copper in southwestern Iberian PeninsulaPublication . Valério, Pedro; Silva, Rui J. C.; Soares, António; Araújo, Maria Fátima; Cardoso, João LuísAlthough in recent years the prehistoric metallurgy of southwestern Iberian Peninsula has become increasingly well understood, the southernmost region still requires additional research. This work presents the technological study of artefacts from burial contexts located in this area, namely the necropolises of Anta do Malhão and Soalheironas (Algarve region). Typologies of metalwork and pottery ascribe the single inhumation at Anta do Malhão to a late phase of the “Ferradeira Horizon” (last quarter of the 3rd millennium BC), while assigning the necropolis of cists at Soalheironas to an earlier phase of the Middle Bronze Age (1st half of the 2nd millennium BC). The elemental and microstructural composition of artefacts was established by micro-energy dispersive Xray fluorescence spectrometry, optical microscopy and scanning electron microscopy with X-ray microanalysis. Results show artefacts made of arsenical copper alloys (2.01–3.40% As) with very low iron content (< 0.05% Fe). The microstructures display deformed equiaxed grains with annealing twins and slip bands, evidencing cycles of hammering and annealing, followed by a finishing hammering operation. The integration of results in the prehistoric metallurgy of southwestern Iberian Peninsula suggests a shared technological tradition, while a more comprehensive discussion discloses important developments involving the increased production of strainhardened tools and weapons, together with a rising substitution of the copper metal by arsenical copper alloys from the 3rd to the 2nd millennium BC.
- Metallurgical production from the Chalcolithic settlement of Moita da Ladra, PortugalPublication . Pereira, Filipa; Silva, Rui J. C.; Soares, António; Araújo, Maria Fátima; Cardoso, João LuísThe Chalcolithic site of Moita da Ladra, on the right bank of the River Tagus, near Vila Franca de Xira (Portugal), was mainly settled during the second half of the 3rd millennium BC. The large amount of metal artifacts and metallurgical remains recovered at the site indicates local metallurgical activities. Chemical and microstructural characterization of 62 copper-based artifacts and 8 metallic nodules from the settlement are presented. Micro-EDXRF, optical microscopy, SEM-EDS and Vickers microhardness testing were applied in this research. Elemental determinations show artifacts containing variable amounts of arsenic. Forty-five percent of the artifacts have an arsenic content at impurity level (As < 2 wt.%), while the remaining items range from 2.0 wt.% to 5.4 wt.% As. Microstructural analysis shows that artifacts were shaped by hammering and annealing cycles, being 33% of the artifacts finished by cold working. Metallic nodules were produced by smelting operations, and are chemically consistent with the analysed artifact collection. Results are compared with those obtained by similar researches carried out on important contemporary materials from the same geographical area (Portuguese Estremadura) and other Iberian regions (Southern Portugal and Western Andalusia).
- Metallurgical production evidences in the chalcolithic settlement of Moita da Ladra (Vila Franca de Xira, Portugal)Publication . Cardoso, João Luís; Pereira, Filipa; Silva, Rui J. C.; Soares, António; Araújo, Maria FátimaThe archaeological site of Moita da Ladra is na emblematic settlement located at Vila Franca de Xira (Portugal), occupied predominantly during the second half of the 3rd millennia BC (Chalcolithic period). The presente study focuses on the chemical and microstructural characterization of selected artefacts and metallic nodules (metallurgical remains) found there. Its goal is to contribute to a better comprehension of the primitive copper-based metallurgy on the Portuguese estremadura, where other importante chalcolithic sites are located.
- Compositional and microstructural characterization of grave goods from Anta do Malhão and Soalheironas: an insight into the diachronic use of arsenical copper from the 3rd to the 2nd Millennium BCPublication . Valério, Pedro; Silva, Rui J. C.; Soares, António; Araújo, Maria Fátima; Cardoso, João Luís
- Last interglacial Iberian Neandertals as fisher-hunter-gatherersPublication . Zilhão, J.; Angelucci, Diego E.; Igreja, Marina Araújo; Arnold, L. J.; Badal, E.; Callapez, Pedro M.; Cardoso, João Luís; d’Errico, F.; Daura, J.; Demuro, M.; Deschamps, M.; Dupont, C.; Gabriel, Sónia; Hoffmann, D. L.; Legoinha, P.; Matias, H.; Soares, António; Nabais, M.; Portela, P.; Queffelec, A.; Rodrigues, F.; Souto, P.Marine food–reliant subsistence systems such as those in the African Middle Stone Age (MSA) were not thought to exist in Europe until the much later Mesolithic. Whether this apparent lag reflects taphonomic biases or behavioral distinctions between archaic and modern humans remains much debated. Figueira Brava cave, in the Arrábida range (Portugal), provides an exceptionally well preserved record of Neandertal coastal resource exploitation on a comparable scale to the MSA and dated to ~86 to 106 thousand years ago. The breadth of the subsistence base—pine nuts, marine invertebrates, fish, marine birds and mammals, tortoises, waterfowl, and hoofed game—exceeds that of regional early Holocene sites. Fisher-hunter-gatherer economies are not the preserve of anatomically modern people; by the Last Interglacial, they were in place across the Old World in the appropriate settings.
- «
- 1 (current)
- 2
- 3
- »