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Sequeira, Rosa Maria

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  • Da consciência crítica intercultural è educação para a cidadania global
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    A leitura literária pode melhor desenvolver a empatia pelo Outro, a simpatia inclusiva e a consciência crítica intercultural, traços que os modelos de competência intercultural mencionam. No entanto, a literatura não é geralmente mencionada nestes modelos que também ignoram a aprendizagem de línguas estrangeiras. Este artigo discute o importante papel da literatura e da aprendizagem de línguas quer para comunicação intercultural quer para uma educação para a cidadania global essenciais na promoção da paz. Com uma pedagogia adequada, a literatura na aprendizagem de línguas pode melhor contribuir para a formação do falante intercultural, desenvolver a consciência crítica intercultural, a capacidade de diálogo e de lidar com situações delicadas sem julgamentos e medos.
  • As trevas e a luz: histórias de migrações para o Brasil
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    O primeiro romance de Assis Brasil, Um quarto de légua em quadro, foi publicado em 1976 no Brasil e em 2005 em Portugal, tendo inspirado a longa metragem de Paulo Nascimento, "Diário de um novo mundo". O enredo abrange o período conturbado da formação das regiões coloniais no século XVIII e as primeiras migrações europeias para o continente americano numa altura enm que a questão do Rio da Prata estava no centro das disputas luso-espanholas. O testemunho do narrador, um médico que é uma figura paternal a quem todos recorrem e um mediador no diálogo com o poder, exprime uma perspetiva esclarecida e assume a linha da literatura de testemunho que relaciona a literatura e a violência. Esta narrativa contrasta com outra história de migração de final feliz que relata a mesma viagem de uma família árabe quase dois séculos depois. Estre artigo analisa esta oposição nos termos pelos quais o fenómeno da migração é descrito e o passado é recuperado e redimensionado.
  • A literatura na aula de língua estrangeira e a competência intercultural
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    O Quadro Europeu Comum de Referência para as línguas do Conselho da Europa, documento que atualmente orienta o ensino aprendizagem das línguas no espaço europeu, menciona a competência plurilingue e pluricultural como princípio organizador dos curricula de línguas. A ênfase na competência plurilingue e pluricultural, complexa e compósita, pressupõe que um melhor conhecimento de diferentes línguas e culturas contribui para o respeito mútuo e melhor comunicação numa Europa de identidades e culturas múltiplas. Neste contexto, embora se reconheça que “as literaturas nacionais e regionais dão um contributo da maior importância para a herança cultural europeia” e que elas são “um recurso comum e precioso a ser protegido e desenvolvido” (op. cit: 89), acabam por prevalecer no documento os descritores de competências comunicativas que, de pendor mais educativo ou mais linguístico, são sobretudo pragmáticos e funcionais numa abordagem que explicitamente pretende ser “orientada para a ação” (op. cit.: 29). Acresce que, assumindo um programa sociopolítico que pretende potenciar o intercâmbio de pessoas num contexto pan-europeu e a comunicação entre os cidadãos europeus para lá de fronteiras linguísticas e culturais, as novas tecnologias da informação e comunicação são encaradas como um fator a não depreciar. O meu ensaio pretende demonstrar as virtualidades do texto literário para a promoção da competência plurilingue e pluricultural, ao mesmo tempo que considera alguns obstáculos estruturais e conceptuais no ensino da literatura em língua estrangeira, abordando a análise de práticas e fazendo sugestões metodológicas, não ignorando as novas possibilidades que as TIC vieram proporcionar.
  • Aporias e limites da educação literária
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    Este texto constitui uma reflexão sobre a noção de crise que atravessa os estudos literários e sobre a grande disparidade de posições sobre a questão dos métodos e do cânone. A correlação entre uma determinada conceção de literatura e o tratamento pedagógico de que esta é objeto é analisada ao longo do tempo, desde as certezas da educação clássica até às viragens mais recentes de ênfase sociológica. São ainda apontados alguns caminhos que reafirmam a possibilidade do ensino da literatura que implica o trabalho a partir de duas áreas complementares: factos históricos e filológicos como condição preparatória da compreensão e métodos de leitura e interpretação que envolvem o conhecimento da historia e convenção do literário.
  • Contos migratórios de Dora Nunes Gago
    Publication . Cavaco, Paulo; Sequeira, Rosa Maria
    De acordo com a conceção de Søren Frank (2008), que defende que a migração só se pode inscrever na obra literária pela conjugação do conteúdo – as temáticas abordadas e / ou a condição migrante das personagens –, com a forma – as estratégias discursivas implementadas –, propomo-nos analisar os contos que constituem a obra Travessias – Contos Migratórios (2014) de Dora Nunes Gago. Partindo da reflexão em torno das designações “contos migratórios” e conto de/sobre migração, procurar-se-á identificar as estratégias discursivas postas ao serviço das temáticas tratadas e, desse modo, constatar em que medida o conceito de migração se converte numa característica intratextual da obra literária e não meramente um tema literariamente explorado.
  • A personagem migrante em As maçãs azuis
    Publication . Cavaco, Paulo; Sequeira, Rosa Maria
    Este artigo analisa a possibilidade da narrativa autobiográfica As Maçãs Azuis: Portugal e Goa 1948-1961 (1987) de Edila Gaitonde ser considerada uma obra de literatura de migração. Para tal, analisar-se-ão duas questões consideradas centrais na Literatura de Migração: a questão da identidade híbrida da personagem migrante e a questão da fronteira, aspetos intimamente relacionados entre si. O percurso da protagonista é o de um ser migrante, marcado pela mudança e pelo movimento, que atravessou constantemente fronteiras, não só físicas, mas também, e sobretudo, culturais, sociais, linguísticas e político-ideológicas. Em virtude de ter contraído matrimónio com um médico nacionalista hindu e opositor ao regime colonial português, os desafios enfrentados pela personagem estão marcados pelo seu encontro com o Oriente (ou com as diversas realidades sociopolíticas e culturais da Índia) aquando da mudança para essa parte do globo, assim como pelo combate político ao partilhar com o esposo os valores da democracia e o sonho de uma Goa independente. A transposição constante de fronteiras repercutiu-se na identidade açoriana-portuguesa-católica-ocidental da protagonista, em resultado das relações de vária ordem (pessoais, familiares ou sociais) estabelecidas com a heterogeneidade de comunidades existentes em Goa ¾ a comunidade portuguesa constituída pela população oriunda da metrópole e que estava no território ao serviço do Estado Português, representando-o, e as comunidades autóctones cristã e hindu de Goa. A integração da personagem nesse espaço sociocultural levou a uma reconfiguração da sua identidade, que se traduziu na formação de uma identidade híbrida, a qual favoreceu, por seu turno, o equilíbrio almejado pela personagem com vista a conciliar a sua identidade cultural ocidental com a das comunidades existentes no Oriente, particularmente a hindu, procurando evitar ou minimizar o choque cultural.
  • Raul Brabndão e a crise social
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    El-Rei Junot de Raul Brandão incide num momento de crise social em Portugal que corresponde ao período das invasões francesas, tratando o espaço temporal que vai da ida da corte portuguesa para o Brasil ao seu regresso. Dificilmente enquadrável quer na narrativa de fundo histórico quer na ficção que pretende reproduzir o espírito de uma época, El-Rei Junot elege como interesse principal a dramatização do humano. O que adquire protagonismo é o discurso de 1ª pessoa num comentário dos factos que assume um tom de protesto ou grito para serem ouvidos. Não só El-Rei Junot de Raul Brandão constitui uma experiência estética isolada no tratamento habitual da História naquilo a que se convencionou chamar romance histórico, como toda a sua obra é original no panorama literário português. Este romance-ensaio é um exemplo do Expressionismo que não floresceu em Portugal.
  • Literatura e mediacrítica na aprendizagem de línguas estrangeiras
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    A presente reflexão incide na presença da literatura nos meios audiovisuais, muito particularmente através da mediacrítica, isto é, do tratamento crítico da literatura que esses meios proporcionam. Os canais de transmissão do literário de natureza visual e auditiva poderão eventualmente captar e produzir nos estudantes um impacto maior do que o canal de transmissão linguística escrita de que se tem servido tradicionalmente o ensino da literatura. No ensino da literatura como língua estrangeira, eles são muitas vezes preferidos, o que não pode deixar de trazer consequências nos modos de receção e consumo do literário. Um certo movimento de resistência vê nesta situação um simulacro da indústria cultural ao abandonar de vez tudo o que justificava o ensino anterior da literatura apoiada no livro, na leitura solitária e reflexiva.
  • Literatura e disciplina de literatura: aliadas ou inimigas?
    Publication . Sequeira, Rosa Maria
    Este artigo analisa a relação entre a literatura e disciplina curricular de literatura no contexto social pós-moderno, apontando alguns problemas e aporias e refletindo sobre as consequências de tal relação para uma pedagogia do literário. São consideradas questões essenciais da institucionalização da literatura numa época quer de afirmação de um saber utilitário e não ontológico quer de contestação da legitimidade social do literário quer ainda da atualmente reconhecida perda de coerência do sistema educativo. Neste contexto, a disciplina de literatura é palco de conflitos que resultam em diferentes disposições e distintos padrões de ação. Este ensaio conclui com a sugestão de que a superação dos conflitos advirá do próprio ensino do conflito, isto é, do contacto com a pluralidade de ideias de que a própria literatura é exemplo.