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Antropologia Visual

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Recent Submissions

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  • Interações, experiência estética e construção de significado como experiência multissituada : um estudo etnográfico do contexto de prática de videojogos
    Publication . Pinto, Casimiro; Ribeiro, José da Silva
    Este estudo centra-se na observação de grupos de jovens em idade escolar e pretende contribuir para a compreensão do significado social e cultural que a prática e a produção dos videojogos acarreta. Através do jogo, os jovens olham o mundo, olham os outros e a si próprios. E a multiplicidade de experiências de jogo marca o espaço social da sua prática. Procurar compreender a sua complexidade da utilização de videojogos supõe a consideração de três aspectos que lhe marcam a instabilidade: - Enquanto dispositivo técnico de dominação económica e de submissão cultural, de ícone da globalização. - Enquanto espaço de experimentação social, de resistência à normalização cultural e de expressão da afirmação da diversidade, da identidade cultural dos indivíduos e das comunidades locais. - Enquanto herdeiro da tradição da cultura lúdica, ligada ao ócio e ao lazer. Esta tese percorre todas essas dimensões do espaço social do jogo, procurado compreender a complexidade da sua utilização a partir da observação e interpretação do significado, do papel e da função que os jogadores lhe atribuíam.
  • Filme e hipervídeo : um retrato polifónico da geração dos Capelinhos a partir da emigração e regresso
    Publication . Saraiva, António João; Ribeiro, José da Silva
    Os Açorianos nascem nas suas ilhas marcados pela inevitabilidade da partida: “Nascemos já preparados para a partida”, dizem-nos na ilha de S. Jorge. Sismos, dificuldades económicas, escassez de terra estão na origem desta circunstância. A geografia a sobrepor-se à história, como sublinhava Vitorino Nemésio. Uma fatalidade na partida que tem associada a ideia de regresso. Partida e regresso fazem parte das narrativas açorianas no romance, no conto ou na música. Uma vez na diáspora, o regresso (ou o desejo de regressar) permanece. “Ricos ou desiludidos pretendem voltar. O ideal do Açoriano é formar lá um pecúlio e vir depois gozá-lo na sua ilha querida”, diz-nos mestre Leite de Vasconcelos depois de uma saudosa visita às ilhas em 1926. Muito frequentemente, o regresso acaba por não se concretizar, principalmente por razões familiares. Um conflito que a expressão “minha terra minha dor, meu filho meu amor” bem expressa. Os processos migratórios originam sempre novos territórios culturais, desde logo pela desterritorialização (perda da relação natural com o território cultural de origem). A adaptação cultural que ela obriga desencadeia fenómenos de reterritorialização ou, por outras palavras, processos de adaptação a novos territórios, originando novas ilhas açorianas em terras da América. O arquipélago prolonga-se para lá da ilha do Corvo. Outras ilhas existem mais a ocidente. Este estudo centra-se na questão do regresso a partir da vaga migratória dos Capelinhos, nome com que ficou conhecida a geração que emigrou na sequência da erupção dos Capelinhos, em 1957, e que está hoje na idade de reforma e, por isso, com possibilidade de voltar. Com uma permanência longa, de várias décadas, em terras novas, as suas raízes estão divididas entre a terra onde nasceram e onde se encontram as suas memórias de infância, e a Califórnia, onde viveram vidas ativas e onde nasceram os filhos e os netos. “A terra dos nossos filhos é também a nossa terra”, dizem-nos em S. José (Califórnia). A terra velha terá ficado para trás. O texto apresentado será, nos aspetos essenciais, intencionalmente multidiscursivo e polifónico (múltiplas vozes), tomando caraterísticas diferentes que passarão pela etnohistória, narrativas pessoais biográficas, descrições pormenorizadas da vida quotidiana de famílias, com o propósito de apresentar um texto que pretendemos seja uma alegoria sobre o regresso (allegoria, de allos “outro” + agoria “discurso”). Refletiremos também sobre o contributo e as especificidades de um trabalho de observação mediado por câmara e sobre o contributo do filme etnográfico e do hipervídeo enquanto discursos narrativos que concorrem com o texto para a compreensão do regresso e da Açorianidade. Apresentaremos seis casos de estudo (seis famílias), que foram objeto de acompanhamento durante dois meses de trabalho de campo em S. Jorge (Açores) e nove meses em S. José (Califórnia). Com este trabalho, que inclui a produção de um documentário e de um hipervídeo, estudámos o modo como o desejo de regressar é vivenciado nos quotidianos, acrescentando conteúdos para um retrato polifónico do regresso, que pretenderá juntar-se a um álbum de outros retratos sobre a Açorianidade. A escrita, o audiovisual, o hipervídeo não são, pois, discursos e narrativas separados mas resultam numa cultura de convergência dos média e dos conteúdos.
  • Produção e utilização de saberes na era digital : um estudo antropológico
    Publication . Silva, Adelina Maria Pereira da; Ribeiro, José da Silva
    Num mundo em profundas e aceleradas transformações, a Internet e o Ciberespaço emergem como um objeto de pesquisa antropológica. O objetivo deste estudo é refletir sobre o papel da antropologia quando o objeto de estudo se localiza no espaço virtual, num “não-lugar”. O Ciberespaço apresenta-se como um novo espaço de vida e prática sociais que influenciam o quotidiano, alterando a forma como os sujeitos interagem, se relacionam, trabalham e aprendem. O estudo realizado durante o Trabalho de Campo - uma comunidade virtual de prática – incidiu na observação das mudanças das práticas sociais e nas relações dos sujeitos membros dessa comunidade, analisando: a colaboração, a participação, a identidade, a interação e sociabilidade, e a moderação. Reflete-se também sobre as mudanças metodológicas que decorrem deste novo objeto de estudo – para novos espaços/novas metodologias. Para a Recolha de Dados recorreu-se à netnografia, um método de pesquisa em ambientes virtuais inspirado na etnografia. A utilização de uma netnografia, permitiu o registo e captura de informações que nos levaram a concluir que, por um lado, os saberes desenvolvidos durante a prática social na comunidade virtual de prática observada, a colaboração, a participação e a interação são fatores essenciais à construção da identidade do “ser membro”, e estão associados aos mecanismos de aprendizagem, desenvolvendo o sentimento de pertença e que, por outro lado, as práticas sociais, na comunidade virtual de prática estudada, são (re)produtoras dos saberes e identidades.
  • A ausência do corpo na comunicação online : a descoberta da identidade no second life
    Publication . Justiça, Maria Paula Oliveira; Ribeiro, José da Silva
    Num mundo onde pudéssemos satisfazer os nossos desejos, jogar, namorar, assistir a concertos e visitar exposições, entre muitas outras opções, que vida escolheríamos ter? E se pudéssemos ser mais altos, mais morenos, mais musculados, mais magros, de cabelo ruivo encaracolado e de olhos verdes, quem é que escolheríamos ser? Mas por trás dos avatares, quase tão perfeitos como o mundo em que habitam, estão os seus eus, que conseguem saber os desejos que pretendem satisfazer e que possuem gostos, interesses, que se inserem em grupos e até podem pertencer a uma família, tal como na vida real. Aqui, no mundo virtual do Second Life, mundo simultaneamente dos arquétipos platónicos e das ilusões consentidas do Matrix, os avatares alienam-se dos seus eus, vivem intensamente experiências que não dispõem na vida real, como acontece nos jogos em que têm de assumir o papel de determinada personagem e o vivem como se fosse o seu. Há também quem considere este mundo como um complemento da vida quotidiana e não necessariamente uma segunda vida, em que os avatares representam as pessoas reais que os escolheram, mesmo que aparentemente não se identifiquem com elas. Mas quem são as pessoas por trás dos avatares? Possuem várias identidades? Os corpos reais confundem-se com os dos avatares? Existe uma dissociação entre corpo real e virtual? O corpo físico, sentado em frente ao computador, é substituído por um corpo virtual, por um corpo sem carne, com o qual nos podemos ou não identificar, mas que representa o que podemos ser no mundo virtual, porque mesmo aí não existimos sem corpo, que pode ou não ser como nós o idealizamos e até ser semelhante ao nosso corpo real. Seja como for e mesmo que aparentemente não pareça, há sempre algo de nós próprios no corpo que escolhemos para nos encarnar no metaverso, no corpo do avatar. E é com ele que formamos e desenvolvemos a nossa identidade, sem corpo não existe identidade, pois nós somos o nosso corpo.
  • Colá S. Jon, oh que sabe! : as imagens as palavras ditas e a escrita de uma experiência ritual e social
    Publication . Ribeiro, José; Rocha-Trindade, Maria Beatriz; Piault, Marc-Henri
    Quando iniciei, no Bairro do Alto da Cova da Moura, o trabalho que deu origem a esta tese, apercebi-me que era ali que os tambores se poderiam reinventar, que os ritmos anteriormente vividos ou escutados se recriavam na batida do pilão, na forma de fazer rapé, no funaná, na música rap ou no Colá S. Jon. Foi neste contexto ambíguo de construções culturais simultaneamente reflexivas e experienciais que procurei uma estadia longa no terreno, a passagem para o interior do bairro, espaço-tempo da pesquisa, a construção de um objeto de estudo e de um percurso metodológico. A experiência de campo mostrava-se-me como um processo dialéctico e dinâmico, como construção dialógica e pragmática, através da qual trabalhava o terreno como um meio simultaneamente de comunicação e conhecimento e procurava encontrar nos métodos modos de reconstrução das condições de produção dos saberes. Residia aí o problema do espaço afetivo e intelectual, vital e ao mesmo tempo cognitivo, que é a observação de terreno enquanto diálogo e processo de palavra. Havia que ter em conta a experiência pragmática e comunicativa de terreno, através das resistências e da receção afável, dos mal entendidos e compromissos, dos rituais interativos, da tomada de consciência da observação do observador, que estão na base da construção e da legitimação do terreno como espaço-tempo da pesquisa. A inserção no terreno permitiu-me a viagem por muitos temas possíveis, por muitas áreas de investigação. O percurso realizado conduziu-me a este trabalho que constitui uma abordagem dos processos de produção e reprodução de um ritual cabo-verdiano, Colá S. Jon, na Cova da Moura, um dos bairros da periferia urbana de Lisboa. A tese é uma construção etnográfica, por comparação e contraste, de múltiplos fazeres, (re)fazeres a muitas vozes. Vozes dos que o fazem, repetem, dizem. Vozes do quotidiano ou escrita de poetas que o consideram, “prenda má grande dum pôve e que tá fazê parte de sê vida”(Frusoni). Saber dos antropólogos que o dizem “imagem e metáfora da forma como os cabo-verdianos se representam”, modo como se contam a si, para si, para os outros. É também representação de uma comunidade que se explica a si mesma, e ao explicar-se se constrói para si e para os outros a partir de dois eixos, de duas histórias que simultaneamente se cruzam e diferenciam: uma explicitada pelas palavras e simbolizada pela dança do colá, veiculando o contexto social e cultural das interações e dos processos sociais; outra sugerida pela dança do navio, representando a historicidade de um povo - o cruzamento dos destinos de homens e mulheres que atravessando os mares atraídos pela aventura, arrastados ou empurrados pela tragédia se juntaram e plantaram na terra escassa e pobre das Ilhas, no centro do Atlântico, daí partindo ainda hoje, numa repetição incessante do ciclo da aventura, da tragédia ou da procura, na “terra longe”, da esperança de uma vida melhor. A reconstituição do Colá S. Jon, fora do país de origem, confrontada com outras realidades sociais adquire, neste contexto, novas dimensões e sublinha outras já existentes. Adquire a forma elegíaca da recordação, espécie de realidade ontológica da origem fixada num tempo e num espaço; a de lugar de tensão dialéctica com a sociedade recetora no processo migratório e de consciência reflexiva da diversidade e alteridade resultante do encontro ou do choque com outra cultura; a de simulacro tornando-se objeto repetível, espetáculo em que ressaltam sobretudo a forma estética ou força dramática, um real sem origem na realidade ou produto de outra realidade, a da praxis ou conveniência política distante da participação dos seus atores. A tese coloca-nos perante o questionamento, o olhar reflexivo, da pesquisa antropológica: simultaneamente experiência social e ritual única, relação dialógica com os atores sociais, processo de mediação, de comunicação, e a consequente dimensão epistemológica, ética e política da antropologia. Coloca-nos também perante a viagem ritual - passagem ao terreno, à imagem e à escrita – e a consequente procura de reconhecimento e aceitação do percurso realizado. O processo de produção do filme Colá S. Jon, Oh que Sabe! completa-se com o da escrita, síntese de uma experiência e aparelho crítico do filme. Ambos tem uma matriz epistemológica comum. Resultam da negociação da diferença entre o “Eu” e o “Outro” e da complexa relação entre a experiência vivida no terreno, os saberes locais, os pressupostos teóricos do projeto antropológico. Ao mesmo tempo que recusam a generalização, refletem uma construção dialógica, uma necessária relação de tensão e de porosidade entre experiências e saberes, uma ligação ambígua entre a participação numa experiência vivida e a necessária distanciação objetivante que está subjacente em qualquer atividade de tradução ou negociação intercultural, diatópica.
  • Cultura visual e turismo : natureza e cultura no Alto Douro vinhateiro
    Publication . Paulino, Fernando Jorge Sousa Faria; Ribeiro, José da Silva; Hellín Ortuño, Pedro Antonio
    Antropologia, imagem e viagem (turismo) estão na base do presente projecto de investigação. Marc Augé considera a viagem realizada pelo antropólogo não como um fim, mas como um meio de aproximação ao estudo da diversidade cultural e das tensões que nascem num mundo global. Este projecto representa uma viagem, um percurso que me revelaria as estratégias de comunicação da região do Alto Douro Vinhateiro na sua promoção e difusão. Tal como refiro ao longo do Capítulo 1, o presente trabalho de investigação incide sobre três questões fundamentais, as já referidas estratégias de comunicação do Alto Douro Vinhateiro, a utilização da Antropologia Visual enquanto metodologia específica de investigação, na sua vertente exploratória e na fase de exposição de resultados (documentário e hipermédia) e a imagem ligada à representação do território (fotografia, cinema, imagem institucional, imagem publicitária). O material de investigação interpretado vai-se entrecruzando ao longo dos capítulos que constituem a tese. Assim, o Capítulo 1 serve de introdução às problemáticas do projecto, contextualizando a região num plano político-económico, a sua elevação a Património Mundial da Humanidade, questionando o futuro “incerto” do Alto Douro com base nos discursos oficiais do poder regional e nacional. O capítulo apresenta o Alto Douro enquanto terreno de investigação, permitindo uma reflexão e exploração da noção de terreno em antropologia e dos novos terrenos na prática da antropologia. Igualmente explorado num plano teórico, levanta-se a temática das relações estabelecidas no terreno entre antropólogo e seus interlocutores, entre os saberes locais e o saber do antropólogo, para finalmente se deter no conceito de antropologia partilhada e nas correntes posmodernistas da antropologia – a antropologia interpretativa, a antropologia reflexiva, a “verdade” etnográfica de James Clifford. O final do capítulo estabelece a ponte com o seguinte ao abordar a recolha de informações no terreno a par dos documentos produzidos no decorrer do trabalho de investigação, numa região que vive centralizada na “imagem” – a imagem ao nível do património paisagístico, a imagem da diversidade do património cultural existente (material e imaterial) e a sua imagem de marca (vinho do Porto). O segundo capítulo inicia-se com uma abordagem à cultura visual, essencialmente baseado no papel que as imagens desempenham na produção de significados e das formas pelas quais comunicamos. Uma cultura essencialmente baseada na imagem, moldada pela imagem cujos significados produzidos e consumidos são essencialmente veiculados num plano visual. Ao longo do Capítulo 2 explora-se a noção de experiência visual, o papel das imagens na contemporaneidade para comunicar, “influenciar ou ser influenciados”, numa abordagem assumidamente semiótica da comunicação visual, transportando assim para a metodologia utilizada no trabalho de investigação o modelo sócio-semiótico de comunicação. Este capítulo, em paralelo com o seguinte (terceiro capítulo), apresentam as bases metodológicas da tese, salientando a importância da imagem na investigação etnográfica. É com base, nos três objectivos considerados como principais da Antropologia Visual, nomeadamente a utilização das tecnologias do som e da imagem em etnografia, a construção de narrativas audiovisuais e a análise de produtos visuais, que se traça o percurso da disciplina num plano metodológico e epistemológico. Da utilização clássica das imagens à reflexividade do discurso antropológico, o capítulo apresenta ainda um dos documentos audiovisuais realizados no terreno “Dar e Receber, ou a história de um processo de partilha na região do Douro” (documentário / DVD-Vídeo), expondo através de imagens a metodologia, a relação de partilha entre antropólogo e comunidade, relação essa mediada por imagens. O capítulo termina com uma reflexão sobre a utilização dos novos media – hipermédia – na produção de conhecimento em antropologia, possibilitando o acesso a um outro documento audivisual (hipermédia / DVD-Rom) realizado no âmbito da tese, “Cultura Visual e Turismo no Alto Douro Vinhateiro”. O quarto capítulo incide sobre o papel das imagens no turismo, numa perspectiva teórica da antropologia do turismo. Este capítulo e o seguinte trabalham com base na recolha etnográfica de terreno e dos terrenos bibliográficos e documentais. Estes últimos, essencialmente centralizados na procura das estratégias de comunicação do Douro, levaram-me a percorrer arquivos fotográficos, arquivos de imprensa, e a recolher produtos publicitários que divulgassem o Douro ou dele fizessem uso em diversas estratégias de comunicação. O último capítulo (quinto) explora assim a paisagem, no seu papel determinante na valorização e promoção do território, a centralidade do conceito na sua relação com o património e a identidade da região. A tentativa de resposta à questão que norteara parte da investigação, surge parcialmente explorada no terceiro documento audiovisual produzido “Construtores da Paisagem” (documentário / DVD-vídeo) apresentado neste capítulo.
  • Imagens das migrações : chineses na área metropolitana do Porto : do ciclo da seda à era digital
    Publication . Nunes, Maria Fátima Ferreira; Ribeiro, José da Silva
    O presente trabalho incide sobre uma tripla problemática: a Antropologia Visual visando uma metodologia específica de inquérito (visual e sonoro) e a apresentação dos resultados em forma de discurso visual e/ou audiovisual, as representações mentais, visuais e audiovisuais (filmes, media) acerca da problemática das migrações e da escola, isto é, o cinema como terreno, e a imigração chinesa em Portugal, em duas temporalidades e contextos sociais, políticos, económicos muito distintos: o final dos anos vinte, do século passado e os anos oitenta do mesmo século. A «viagem» teórica, mental, física, durante o percurso que termina aqui, apresenta cinco capítulos: «O Acaso e a Experiência das Imagens em Antropologia», «A Escrita e a Montagem como Processo de Investigação?», «Migrações Globais. Para uma Antropologia Transnacional», Imigrantes Chineses na Área Metropolitana do Porto. O «Ciclo da Seda», «A Nova Imigração Chinesa. A Era Digital». Deste caminho longo, resultou a escrita de «Imagens das Migrações. Chineses na Área Metropolitana do Porto. Do Ciclo da Seda à Era Digital», tecida com uma multiplicidade de conceitos, de vozes: a dos interlocutores com quem interagi no terreno, que tinham histórias para contar a partir da experiência vivida ou de imagens da memória dos seus ascendentes; a dos antropólogos que reflectiram e avançaram epistemológica, metodológica, heuristicamente, a partir do trabalho de campo que desenvolveram; a dos historiadores que analisaram a sociedade portuguesa e chinesa em épocas distintas; a dos sociólogos que reflectiram sobre os fenómenos sociais actuais, a dos cineastas, que representaram, com imagens, a forma de ver o seu país em momentos sociais, políticos e culturais importantes, as migrações, a escola…; a dos poetas que expressaram seus sentimentos e o pulsar do quotidiano, dos pormenores. Resultaram também dois documentários: «Pioneiros, palavras e imagens da memória», e «Só Quer Sair, Só Quer Sair… Uma história da imigração chinesa».
  • Pintando a cidade : uma abordagem antropológica ao graffiti urbano
    Publication . Campos, Ricardo Marnoto de Oliveira; Ribeiro, José da Silva
    Esta tese em antropologia é o resultado de uma pesquisa etnográfica realizada na Área Metropolitana de Lisboa, entre 2004 e 2007, junto de jovens que se dedicam à realização de graffiti. O graffiti é uma prática expressiva, de natureza ilegal e transgressiva que é praticada por grupos de jovens que se auto-denominam de "writers" e se incluem numa comunidade mais vasta que se inspira na cultura graffiti nascida na década de 60 nos EUA. Esta é uma manifestação visual, com as suas regras e formatos plásticos, que usa o espaço público urbano como território privilegiado para a comunicação. Com esta pesquisa pretendia-se conhecer não apenas as práticas mas igualmente as motivações que levam estes jovens a dedicarem-se a esta actividade. Para tal, procedeu-se à observação no terreno e à realização de um conjunto de entrevistas aprofundadas.