História, Arqueologia e Património | Capítulos/artigos em livros nacionais / Book chapters/papers in national books
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Recent Submissions
- As comunidades do pós-glaciário do vale do Tejo: um exemplo de adaptação de sucesso às alterações climáticasPublication . Gonçalves, Célia; Cardoso, João LuisThe Muge shell middens, located approximately 60 kilometers upstream from the current Tagus estuary, are an important testament to the adaptive capacity of human communities to the climate changes that occurred at the beginning of the Holocene, about 11,700 years ago, a period that marked the end of the last great glaciation. Recent studies indicate that, about 8,000 years ago, these estuarine areas were already partially flooded by the sea, like the Tagus estuary, creating humid environments rich in natural resources, including fish, molluscs and a great diversity of terrestrial fauna. These conditions attracted groups of Mesolithic hunter-gatherers, who began to intensively exploit these resources.
- As antas, marcadores simbólicos das paisagens e dos territórios medievaisPublication . Mataloto, Rui; Cardoso, João LuísOs monumentos megalíticos marcaram de forma indelével a paisagem do território actualmente português, constituindo um sinal de perenidade através dos tempos. Este sentido de permanência conduziu à sua utilização como marcos territoriais ao longo dos tempos, especialmente em épocas de verdadeira “refundação” da paisagem. Pretende-se aqui compilar diversos exemplos de época medieval do território alto-alentejano, onde, fosse na definição dos termos municipais ou na delimitação fundiária das grandes propriedades, foram tais monumentos assim utilizados, demonstrando o aproveitamento daquelas estruturas ancestrais para finalidades práticas, dada a sua visibilidade na paisagem e as particularidades que os individualizavam. No final, aborda-se um “caso de estudo” com base em observações mais recentes, de natureza religiosa que abrirá o caminho para a futura “Arqueologia”.
- O caminho da história: um diálogo com Maria José Ferro TavaresPublication . Câmara, Maria Alexandra Gago daReflexos de um olhar sobre a história do mundo medieval, o de Maria José Ferro Tavares, este texto assenta numa conversa que pretende cruzar interesses pessoais, académicos e da experiência de um quotidiano de prática e ofício de historiador. A ideia de realizar uma entrevista no contexto deste livro de Homenagem prende-se não só com o contacto desde algum tempo estabelecido com a homenageada, com o sentido mais informal de descobrir e desvendar os interesses e a sólida experiência da Autora, sendo deste modo e só por si um testemunho de vida universitária e um percurso pela História Medieval em Portugal.
- José de Souza Larcher e Sua Alteza o Khediva Abbas Hilmy II: memória ilustrada sobre a construção de um sistema de ponte-barragem no Nilo (1898)Publication . Sales, José das CandeiasNo início de 1894 e na primeira metade de1898, José de Souza Larcher visitou o Egipto, a convite do seu filho Alberto de Sousa Larcher, então juiz nos Tribunais Mistos do Egipto. Das duas viagens resultaram numerosas impressões que lhe forneceram abundante material, visto e ouvido, para um livro que viria a publicar em Lisboa, em 1901, com o título Impressões de Viagem. O que vi e ouvi através do Egypto e da Velha Europa. O conteúdo do 14.º capítulo desse livro é, a todos os títulos, surpreendente: a apresentação de uma memória descritiva ilustrada sobre a construção de um sistema de ponte-barragem no Nilo, datada e assinada de 5 de maio de 1898. A surpresa desta memória não deriva propriamente do seu conteúdo técnico-científico (uma vez que o Autor era engenheiro), mas, essencialmente, por não ser de todo expectável esta incursão de carácter “profissionalizante” quando visitava o Egipto como mero turista e, ainda menos, que, na sequência da mesma, tivesse conseguido uma audiência particular com Sua Alteza o Khediva Abbas Hilmy II. Toda esta dimensão técnico-política está para lá do que seria de esperar no âmbito de umas “impressões de viagem”. Neste texto, além de uma apresentação sumária de José de Souza Larcher, aludiremos ao conhecimento específico que detinha sobre o Nilo, sobre as suas regulares inundações e sobre os multisseculares processos de irrigação usados para conseguir a prosperidade do Egipto e enquadraremos a sua inesperada proposta técnica.
- Quadros das Divisões Estratigráficas Internacionais: IUGS, versão 2023/04Publication . Cardoso, João Luís; Dias, Rui; Sousa, M. J. Lemos de; Moreira, Patrícia; Rodrigues, Cristina F. A.; Salgado, Ana
- Quadros das Divisões EstratigráficasPublication . Cardoso, João Luís; Dias, Rui; Sousa, M. J. Lemos de; Moreira, Patrícia; Rodrigues, Cristina F. A.; Salgado, Ana
- O Programa Artístico do Coleginho da Mouraria: a “obra” de azulejoPublication . Câmara, Maria Alexandra Gago da“A primeiríssima Casa da Companhia de Jesus”, no centro da Mouraria conhecido por Coleginho, foi um espaço, como vimos, que se adaptou, crescendo e transformando-se, a par da história da ocupação e posse de diferentes ordens religiosas que nele aí se instalaram. Tal como a arquitetura do edifício, o seu recheio artístico é, antes de mais, a expressão do gosto e das diretrizes dos encomendadores, envolvendo uma previsível campanha decorativa específica do azulejo. Acompanhando o processo de transformação deste interior, nele deparamos hoje com um repositório da maior importância para o estudo e história da azulejaria barroca da Lisboa setecentista.
- A censura aos livros no Portugal de SalazarPublication . Melo, DanielEste é um novo capítulo do presente livro, agora na sua 4.ª edição (revista e aumentada), e que serve justamente como texto de contextualização histórica e de problematização da temática da censura sob a ditadura de Salazar e Caetano.
- A cultura do Estado Novo (1930-1960)Publication . Melo, DanielDos anos 30 aos anos 50 muitas transformações se deram na cultura e na educação portuguesas, tal como no resto do mundo. Mas, estando então o país sujeito a uma das mais longas ditaduras contemporâneas, a mudança foi mais lenta e tiveram mais impacto as tendências autoritárias e conservadoras, bem como o papel do Estado. Com efeito, à I República marcada pela efervescência e pluralismo de intervenções – na afirmação de correntes modernistas, no reforço de experiências de democratização cultural como as universidades e bibliotecas populares, etc. – sucede uma Ditadura Militar, em 1926, cujo programa mínimo foi um nacionalismo de direita, inspirado na fórmula fascista italiana e em correntes autoritárias, integralistas (como o Integralismo Lusitano e a Action Française) e conservadoras (integrismo católico e democracia cristã). Com a constitucionalização desta ditadura em «Estado Novo», novas fontes de inspiração e diálogo emergem: o nazismo, o varguismo brasileiro, o franquismo e um certo modelo desenvolvimentista, controlado desde cima. Esta tensa convergência de influências e interesses será aproveitada por António de Oliveira Salazar para firmar a sua condição de ditador incontestado e inamovível, arbitrando vontades e compondo equilíbrios em prol duma superior política nacional, que de tudo se ocupará, incluindo duma cultura que serve para trabalhar a imagem do regime e duma instrução pública que serve agora a «educação nacional». Se no campo literário a oposição tem ascendente duradouro, já nas artes plásticas e na arquitectura o regime consegue aliciar muitos modernistas, para conciliarem formulações de vanguarda com a exaltação do nacional, do historicista, do tradicional e da sugestão folclórica. Na educação, a escola oficial torna-se um espaço central. Abrindo o foco, as contradições e conflitos internos mais marcantes deste período fizeram-se em torno da relação entre tradição e moderno, entre particular e universal, entre formação para grupos restritos ou para todos, entre quantidade e qualidade, entre autonomia e controle artístico. Este regime fechado – por natureza mais avesso a mudanças – marcará de modo indelével a evolução da cultura e da educação. Desde logo porque a expressão do pensamento e o pluralismo serão fortemente cerceados, com a propaganda, a censura e a repressão políticas, sustentáculos essenciais da «nova ordem». Ainda assim, subsiste algum experimentalismo vanguardista e afirmam-se novas correntes artístico-literárias, como os modernistas da revista Presença (1927-40), os neo-realistas, os surrealistas, todos contrários à ditadura. A estas acrescem tendências existencialistas, mundividências espirituais marcadas pelo catolicismo e/ou pelo neo-romantismo, além de se reforçar a corrente nacionalista.