Sociologia / Sociology
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Browsing Sociologia / Sociology by Sustainable Development Goals (SDG) "01:Erradicar a Pobreza"
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- A actividade tutelada como prática de autonomização dos indivíduos sem-abrigo em Portugal: uma análise críticaPublication . Aldeia, JoãoNas sociedades ocidentais, a intervenção sobre a vida na rua pressupõe que cada indivíduo é sem-abrigo devido a uma falha íntima que deve ser corrigida através de um processo de ressubjectivação que o autonomize, tornando-o capaz de sair da rua e garantir a sua sobrevivência pelo desempenho de uma actividade remunerada. Uma das práticas de intervenção mais relevantes é a injunção à actividade, um procedimento pelo qual os sujeitos sem-abrigo são incentivados, de forma suave ou coerciva, a realizarem actividades diversas sob a orientação de outrem. O objectivo da realização destas actividades é levar a que os indivíduos sem-abrigo se produzam a si mesmos como sujeitos empenhados em modificar quem são. Com base num trabalho de campo que consistiu na observação directa da actuação de vários profissionais da intervenção sobre a vida na rua, bem como de interacções entre indivíduos sem-abrigo, foi possível constatar que o objectivo de autonomização não pode ser alcançado através da prática de injunção à actividade tutelada tal como esta é de facto desenvolvida. Dados os obstáculos estruturais à saída da rua e a situação de heteronomia em que estas práticas de autonomização decorrem, elas bloqueiam quer a autonomia dos sujeitos sem-abrigo, quer a transformação íntima que visam promover.
- An iron curtain around the continent: produção e exclusão do “outro” na “Fortaleza Europa”Publication . Aldeia, JoãoAs fronteiras externas da União Europeia têm sido progressivamente reforçadas e as medidas que esta mobiliza para controlar os fluxos migratórios de entrada tornadas mais restritivas. Estes processos inserem-se numa estratégia de construção de um “nós-europeu” que implica a simétrica produção dos migrantes do Sul e do Leste como o “outro” face ao qual ele pode ser erigido. Os migrantes que, apesar das crescentes restrições, conseguem entrar no espaço Schengen, são alvo de três estratégias complementares no tratamento da alteridade: exclusão, exploração e responsabilização pelos problemas sentidos pelos nativos europeus.
- O artesão sem-abrigo: o trabalho como resistência à vida na ruaPublication . Aldeia, JoãoViver na rua é uma experiência de dominação que reduz os sem-abrigo a uma situação de menoridade político-ontológica que diminui de forma brutal as suas possibilidades de vida. Face a isto, diversos destes sujeitos resistem, desenvolvendo processos de subjetivação subalterna pelos quais recusam esta desqualificação político-ontológica e tentam produzir-se a si mesmos de outros modos. Uma das técnicas desta subjetivação é o trabalho artesanal. A prática do artesanato permite a vários sem-abrigo criarem linhas de fuga relativa à dominação da vida na rua, minimizando-a por alguns instantes. Apesar disto, a prática artesanal é fundamentalmente limitada como meio de resistência, sendo incapaz de dar origem a processos de transformação estrutural que eliminem a vida na rua.
- Uma bio-tanato-política que faz os sem-abrigo sobreviverPublication . Aldeia, JoãoUm dos objectivos centrais da intervenção sobre o fenómeno dos sem-abrigo é a preservação da vida biológica de quem vive na rua. Porém, este esforço biopolítico de “fazer viver” assenta numa multiplicidade de exercícios de poder pelos quais a vida dos sem-abrigo é limitada, impedindo o desenvolvimento de uma forma de vida politicamente qualificada. No fenómeno dos sem-abrigo, tanto quanto a vida, a morte é permanentemente intervencionada, dando origem a uma bio-tanato-política que faz os sem-abrigo sobreviver, procurando impedir que estes sujeitos se afastem do limiar da sobrevivência quer através da morte biológica quer através do incremento irrestrito da vida. Uma das manifestações mais claras desta bio-tanato-política encontra-se nas intervenções que visam proteger a vida biológica dos sem-abrigo que são exogenamente avaliados como estando em risco de se suicidarem.
- Cartazes/Folhetos de Projetos de Intervenção Social: trabalhos dos/as estudantes. Ano lectivo 2023-2024Publication . Rosa, Rosário; Pereira, Sofia Castro; Ribeiro, CristinaEsta publicação reúne todos os trabalhos elaborados e partilhados pelos/as estudantes, no âmbito de um dos e-fólios da unidade curricular de Igualdade, exclusão social e cidadania (IESC) da Universidade Aberta, no ano letivo de 2023-2024. A unidade curricular IESC é uma unidade curricular optativa, disponível para as licenciaturas de Ciências Sociais e Línguas Aplicadas, com os objetivos de desenvolver o conhecimento e a reflexão dos/das estudantes sobre a (des)igualdade nas sociedades contemporâneas, estimulando as suas capacidades de investigação e intervenção neste domínio. Discutem-se teoricamente as noções de igualdade, exclusão, pobreza, classe social e cidadania, as suas diferenças e inter-relações. Explora-se a articulação destes fenómenos com processos económicos, culturais e políticos, em diferentes escalas de análise. Trabalham-se estudos recentes sobre indicadores de desigualdade, em múltiplas dimensões, comparando e explicando a evolução observada em Portugal e noutras regiões do mundo. Identificam-se ações de promoção da igualdade, inclusão e cidadania. E por fim, os estudantes são estimulados/as e orientados/as para o desenvolvimento de pequenas atividades de investigação e de intervenção sobre (des)igualdade social nos seus contextos de vida. Os cartazes e panfletos que aqui se apresentam fazem parte de um trabalho proposto na última temática desta unidade curricular ( dimensão interventiva) em que foi solicitado aos/às estudantes para que individualmente ou em grupo, construíssem um pré-projeto de combate a uma desigualdade social , que deveriam identificar, enquadrar, e propor uma intervenção localizada. Os cartazes/panfletos, que constituíram apenas a parte do trabalho correspondente à dimensão da comunicação, foram partilhados no fórum de cada turma, e comentados e discutidos pelos/as estudantes. Esta atividade permitiu que todos/as os/as estudantes conhecessem os projetos dos/as colegas da sua turma, suscitando novas ideias e questionamentos.
- A centralidade do trabalho no fenómeno dos sem-abrigoPublication . Aldeia, JoãoOs indivíduos sem-abrigo são frequentemente rotulados como «preguiçosos e amorais», apoiando-se esta classificação na sua suposta rejeição do trabalho. A empiria desmente esta representação, mostrando que o trabalho é uma relação desejada por quem vive na rua e, sobretudo, que funciona como um mecanismo de construção identitária positiva que permite um afastamento relativo dos rótulos de «preguiça e amoralidade». É observável, porém, em alguns indivíduos sem-abrigo, uma efectiva rejeição de um tipo de trabalho concreto, mal remunerado, temporário e estatutariamente desvalorizado. É fundamental, contudo, distinguir entre a representação espúria de uma rejeição do trabalho em geral e estas ocorrências de rejeição deste tipo particular de trabalho, que, por experiência própria, quem vive na rua sabe que não lhe permitirá aumentar o seu bem-estar. Com propósito ilustrativo, a discussão é ancorada, no final do texto, na relação longitudinal de um indivíduo sem-abrigo com o trabalho, interpretada com exemplar do fenómeno dos sem-abrigo.
- Climate change and societyPublication . Alves, Fátima; Schmidt, LuísaClimate change represents the greatest challenge of the 21st Century and will affect human societies in multiple ways. Our knowledge about the nature and physics of climate change, its causes and its consequences, is far greater than our understanding of the societal changes it poses. Climate change is a social production, a complex process of societal transformations, which we all need to understand to better cope with the challenge it presents. Climatic conditions play a significant role in people's lives and can interfere with lives in multiple ways. The causes are known, and they put human action at the center of the debate. The consequences of climate change to ways of life are complex, diversified, inevitable, and will likely become worse over time. The nations that contributed most to the problem are often those that least suffer the consequences while those who contributed the least are often the most affected, vulnerable and unprepared. In addition to the expected impacts in the most diverse economic and environmental sectors, human health has emerged as an important area associated with climate change. Although not frequently mentioned or targeted as a key political concern, it is expected that the impact of climate change on human health will be severe, both in the distribution and incidence of diseases. Moreover, climate change will have extensive implications to human well-being, which will reflect on social structures and ways of life. The aim of this E-Book is to highlight and share knowledge on the social, economic, political and cultural implications of climate change, as well as reflect upon the required transformations in policy, governance and social-cultural strategies to mitigation, adaptation and prevention. To understand the multiple dimensions of climate change and their interdependencies, we need to bring together various sciences, knowledges and powers. The social sciences, and sociology, play a central role in analyzing the effects of human activities on natural systems. Social Sciences can scrutinize those phenomena and relations that, within human societies, produce social structures that ultimately have negative impacts on the environment. This E-Book also aims to provide an overview of social sciences literature and research on climate change, identifying key areas for further research and development.
- De “cidadão” a “sem-abrigo”: o laço de cidadania no fenómeno dos sem-abrigoPublication . Aldeia, JoãoO fenómeno dos sem-abrigo é explicável por processos de reconfiguração de diferentes tipos de laços sociais, levando a uma redução da protecção e do reconhecimento que estes, teoricamente, garantem aos indivíduos. A reconfiguração do laço de cidadania é fundamental para compreendermos este fenómeno devido à reconversão do estatuto político dos sujeitos, que, vivendo na rua, são reconvertidos de «cidadãos» em «sem-abrigo», levando a que lhes sejam negados direitos de cidadania. O texto olha para esta questão através da experiência de vida na rua de um indivíduo sem-abrigo, interpretada como exemplar do fenómeno.
- A dificuldade de morar: exercícios de poder no fenómeno dos sem-abrigoPublication . Aldeia, JoãoDe modo dominante, os sem-abrigo são percebidos como indivíduos anormais e/ou anormativos que vivem na rua devido a esta insuficiência fundamental. Desta forma, considera-se que cada indivíduo sem-abrigo só poderá sair da rua se, sob a tutela de um profissional assistencialista, modificar quem e o que é. Essa relação tutelar apresenta-se como uma forma de dominação na qual os sem-abrigo são incentivados e/ou coagidos a aceitar a sua posição desqualificada. Usando como base empírica da reflexão o processo de cedência de moradas institucionais a sem-abrigo para que estes possam receber correspondência, o texto aborda diferentes exercícios e lógicas de poder pelas quais é produzida a submissão sociopolítica dos sem-abrigo.
- Dizer a verdade patológica de si: a injunção ontológica dirigida aos sem-abrigoPublication . Aldeia, JoãoPartindo da leitura da obra seminal de Michel Foucault, Du gouvernement des vivants, este texto discute o modo como, no modelo societal moderno ocidental, as práticas de intervenção sobre a vida na rua exigem que cada sujeito sem-abrigo enuncie, de forma repetida, a falha ontológica (e.g., doença ou deficiência mental, preguiça, alcoolismo, toxicodependência) que, supostamente, o faz viver na rua e mostre a sua disposição para a corrigir, transformando o seu íntimo errado sob a orientação de outrem. No modelo dominante de intervenção sobre a vida na rua, a ressubjetivação é considerada como a única solução possível para a saída da rua e esta transformação íntima é indissociável da exigência de que cada sujeito sem-abrigo diga a verdade de si. Contudo, na vida na rua, estas enunciações de si mesmo não assumem a forma de injunções biográficas pois, em rigor, o acesso a uma biografia consequente é negado aos sem-abrigo. Antes, ao ser-lhe exigido que exponha seu íntimo, cada sem-abrigo recebe uma injunção ontológica para enunciar a verdade do seu erro íntimo elementar, erro esse que nunca poderá superar totalmente, mas que deve se mostrar disposto a, resilientemente e sem uma possibilidade significativa de sucesso, corrigir.
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