Ambiente e Sustentabilidade / Environment and Sustainability
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Browsing Ambiente e Sustentabilidade / Environment and Sustainability by Sustainable Development Goals (SDG) "02:Erradicar a Fome"
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- Bioeconomia uma nova área de desenvolvimento económico (Tópico 3 EDS)Publication . Martinho, Ana Paula; Jacquinet, MarcUma primeira definição da bioeconomia é atribuída a Georgescu-Roegen (1975) num artigo sobre bioeconomia, que defendia uma perspetiva biofísica para a economia, embora esta atribuição não seja consensual entre os investigadores. O entendimento atual da bioeconomia, que foi desenvolvido na última década, está enraizado na ideia de que as matérias-primas industriais (por exemplo, materiais, químicos, energia) devem ser derivadas de recursos biológicos renováveis, utilizando a pesquisa e a inovação para determinar o processo de transformação. Pode-se assim dizer que a noção de Bioeconomia é multifacetada, onde se pode incluir três visões distintas, das quais pelo menos as duas primeiras parecem ser significativamente influenciadas por uma perspetiva de engenharia e ciências naturais. Essas visões de Bioeconomia são: 1. A visão da biotecnologia enfatiza a importância da investigação biotecnológica e a aplicação e comercialização da biotecnologia em diferentes sectores da economia; 2. A visão dos recursos biológicos centra-se no processamento e atualização de matérias-primas biológicas, assim como no estabelecimento de novas cadeias de valor; 3. A visão bio-ecológica destaca a sustentabilidade e os processos ecológicos que otimizam o uso de energia e nutrientes, promovem a biodiversidade e evitam monoculturas e a degradação do solo.
- Co-creating a sustainability performance assessment tool for public sector organisationsPublication . Ramos, Tomás B.; Domingues, Ana Rita; Caeiro, Sandra; Cartaxo, Joana; Painho, Marco; Antunes, Paula; Santos, Rui; Videira, Nuno; Walker, Richard M.; Huisingh, DonaldOrganisations are increasingly being pushed to manage, assess and report their sustainability performance, including public sector organisations (PSO). Several approaches were developed to implement sustainability assessments at the organisation level. However, the majority are still for the private sector and are often not supported by active stakeholder involvement. Several PSO have adapted private-oriented models to assess their sustainability performance, which are often not adequate due to public administration, whose main mission is to provide public services. The present work aims at developing a conceptual framework to support PSO and to assess their sustainability performance. The proposed approach is supported by two sustainability performance assessment systems – Formal and Informal Sustainability Performance Assessment. The Formal Sustainability Performance Assessment system, which is the main focus of this paper, consists of a checklist of objectives and practices and a set of twenty-nine (29) performance indicators. An initial proposal was drawn from the literature review and then assessed through a participatory process involving practitioners and academics in semistructured interviews, questionnaire surveys and a collaborative workshop. The Portuguese central public administration was used as a case study. The developed checklist of objectives and practices and related performance indicators will allow PSO to assess and communicate complex information about organisational sustainability. Reference values support the normalization of indicators’ results, and consequently, the comparison of sustainability-related performance between PSO integrated into the context of the Portuguese central public administration. This research contributes to the debate on organisational sustainability assessment and communication, and the importance of selecting and developing sustainability indicators using co-creation processes with key stakeholders.
- Os conhecimentos ecológicos tradicionais sobre a pesca do guaiamum em áreas protegidas do rio São JoãoPublication . Fonseca, Marília; Alves, Fátima; Mota, Luciana; Macedo, MárcioEste livro resulta do Projeto Guaiamum - Bioecologia e Etnoconhecimento para a Conservação, que tem por objetivo contribuir para a proteção do Guaiamum e para a sustentabilidade da atividade de pesca artesanal dessa espécie. Neste livro enfatiza-se a importância do diálogo entre os conhecimentos tradicional e académico mobilizando a participação dos pescadores artesanais ao longo de todo o processo, dando assim voz a estes atores locais na definição de politicas de conservação e protecção.
- Consumo alimentar sustentávelPublication . Moura, Ana Pinto deNeste documento (texto de apoio) considera-se o conceito de consumo alimentar sustentável, os determinantes do consumo alimentar sustentável, bem como os impactes das atividades do consumo alimentar no ambiente.
- Consumo alimentar sustentavelPublication . Moura, Ana Pinto deNeste documento (slides) considera-se o conceito de consumo alimentar sustentável, os determinantes do consumo alimentar sustentável, bem como os impactes das atividades do consumo alimentar no ambiente.
- Desafios de transição de agricultura de subsistência para uma agricultura sustentável no corredor de Nacala, Moçambique, 2005-2020Publication . Dzucule, Pedro Daniel; Moura, Ana Pinto de; Azeiteiro, UlissesAs propostas da agricultura sustentável ainda são minoritárias, incipientes, até mesmo marginalizadas, em certos contextos sociais, políticos e económicos da produção agrícola moçambicana, muito embora se reconheça que algumas regiões do mundo se tem avançado consideravelmente nesta direção com a implementação de políticas públicas de extensão e assistência técnica, de pesquisa agrícola, de aporte de recursos financeiros em programas específicos para a produção agrícola sustentável, dentre outras. De facto, encontrar e aplicar vias que possibilitam uma transição da agricultura de subsistência para formas mais sustentáveis que atendam a exigências económicas, sociais e ambientais, envolve mudanças estruturais de médio e longo prazo, especialmente no seio do contexto agrícola atual favorável ao agronegócio e ao aprofundamento de certos princípios da “Revolução Verde”. Este trabalho tem como objetivo central, caracterizar a dinâmica dos programas de desenvolvimento agrário no corredor de Nacala, de 2005 a 2020, tendo em conta os princípios da agricultura sustentável. Em termos de objetivos específicos, pretende-se analisar o paradigma do desenvolvimento agrário, de 2005 a 2020, questionando-se se a abordagem da transformação estrutural da agricultura de subsistência para agricultura comercial assenta em vetores de sustentabilidade. Visa ainda identificar os fatores que proporcionaram o avanço ou a estagnação da agricultura no corredor de Nacala para o período em questão, tendo em conta as políticas e reformas agrárias concebidas depois da Independência, bem como identificar as principais barreiras/destorções no processo do desenvolvimento agrário no corredor de Nacala. Visa finalmente propor um modelo de agricultura para o corredor de Nacala, tendo por base princípios de sustentabilidade. Para o efeito, recorrendo-se a uma metodologia mista, envolvendo 225 participantes - produtores, fóruns, associações, empresas, cooperativas, ONG, investigadores agrários, técnicos e extensionistas- utilizaram-se os seguintes instrumentos de recolha de dados: Análise Documental; b) Entrevista; c) Questionário; d) Grupos focais; e) Observação. Do estudo efetuado, evidencia-se que o conceito de agricultura sustentável é questionável, considerando, entre outros fatores, a dificuldade em se determinar a sustentabilidade de qualquer sistema. A proposta centra-se na transição da agricultura familiar de subsistência para uma agricultura sustentável. A escolha da agricultura de subsistência está relacionada com multifuncionalidade da agricultura familiar, que além de produzir alimentos e matérias-primas, gera mais de 80% da ocupação no sector rural Moçambicano.
- Editorial: Shaping healthier cities. Ecosystem services and health for a responsive human-nature relationsPublication . Salata, Stefano; Vidal, Diogo Guedes; Alves, Fátima; Ribeiro, Ana Isabel; Artmann, MartinaShaping Healthier Cities -Ecosystem Services and Health for a Responsive Human-Nature Relations Cities have become the predominant living environments of human beings worldwide. In an era of social-ecological crisis intensified by climate change, loss of biodiversity, and socio-environmental injustice, the shaping of responsive cities is crucial for fostering healthy and regenerative urban societies and nature preservation beyond the instrumental value. The role of urban environmental spatial qualities should be rethought in light of the COVID-19 pandemic diffusion (Bolleter et al., 2022). However, the relationship between the daily environmental conditions of urban citizens and their health, as well as the interconnection between healthy nature as a basis for resilient cities are lacking an organic inclusion in the urban design, thus limiting the capacity for shaping cities in the context of planetary health (Pineo et al., 2021;WBGU, 2021). Although ecosystem services' relations with urban planning have been at the center of numerous publications aiming to find practical solutions for building sustainable cities, the systematic investigation of how ecosystem services affect human health is still an open subject. Furthermore, the well-being of citizens is a concept that goes beyond the instrumental values of nature, which are the This is a provisional file, not the final typeset article focus of the ecosystem service concept. In this regard, an integrative ecosystem services valuation 39 needs to consider relational and intrinsic values unfolding in responsive human-nature relations 40 striving for a good life for humans and non-humans in cities and beyond. Healthy urban human-41 nature relations call for a fundamental shift in attitudes and norms regarding how we deal with non-42 humans, considering that our health is inseparable from nature's health, a web of interdependencies 43 (Moore, 2015). This is also linked with biocultural diversity, which has gained attention since 44 recognizing the intangible cultural values of the natural environment as a key for promoting 45 intercultural dialogue among communities. In fact, there is a need to integrate and consider the 46 sociocultural specificities in each territory and the diversity of visions of human-nature relations in the new shaping of healthier cities for all, humans and non-humans.
- From food waste to resources: the impact of a socio-environmental project on the communityPublication . Nogueira, Anne; Fernandes, Ana Paula; Alves, FátimaA insegurança alimentar e o desperdício de alimentos são abordados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da atual Agenda 2030, desenvolvidos pelos países membros das Nações Unidas (ONU). Cada um dos estados-membros da ONU promoveu planos, programas, estratégias e / ou legislações aprovadas, destinados a lidar com o desperdício e a perda de alimentos (DPA) ao mesmo tempo em que alcançam os objetivos de todos os ODS. Essas participações efetivas são descritas por cada país num Relatório Nacional voluntário divulgado pela ONU na sua Plataforma de Conhecimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para ajudar a União Europeia (UE) a alcançar os ODS, a UE desenvolveu uma estratégia para reduzir o desperdício e a perda de alimentos, uma vez que a redução de DPA pode também: 1) lutar contra as alterações climáticas, através da redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE); 2) ajudar na erradicação da fome e da desnutrição, por meio da redistribuição dos alimentos resgatados; 3) gerar poupança económica para produtores e distribuidores; 4) ter impactos sociais positivos na vida das populações empobrecidas; 5) fortalecer os sistemas alimentares. Esta estratégia, denominada Estratégia Farm to Fork, apresenta uma série de ações que visam uma transição mais rápida para um sistema alimentar sustentável a qual deve ter um impacto ambiental neutro ou positivo, reverter a perda de biodiversidade, ajudar a mitigar as mudanças climáticas, garantir a segurança alimentar, nutrição e saúde pública, e preservar a acessibilidade dos alimentos. As políticas da UE com relação ao DPA são postas em prática pelos membros da UE aprovando leis ou implementando outras iniciativas para prevenir, reciclar ou reutilizar o DPA. Em Portugal, para promover a redução do desperdício alimentar através de uma abordagem integrada e multidisciplinar, a Presidência do Conselho de Ministros instituiu a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA). Um dos objetivos da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA) é identificar, avaliar e monitorizar as necessidades de adaptação da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (ENCDA) e do Plano de Ação de Combate ao Desperdício Alimentar (PACDA), apresentando relatórios periódicos ao Ministro da Agricultura. Depois de promover um inquérito às partes interessadas ao longo da cadeia alimentar, durante o 3º trimestre de 2020, o CNCDA concluiu que, exceto no canal HORECA: 1) houve um aumento nas doações / excedentes de alimentos resgatados, embora o canal HORECA não tenha seguido esta tendência global; 2) em todos os setores de atividade, a perceção geral era de que a pandemia COVID-19 tinha contribuído para a redução do desperdício de alimentos. Em simultâneo com as políticas internacionais e nacionais, os movimentos civis surgiram com o foco no combate ao desperdício, em todas as suas dimensões, da produção ao consumo. Esses movimentos têm como objetivo unir várias partes interessadas em uma luta ativa contra o desperdício de alimentos usando abordagens e possibilidades inovadoras. Uma das abordagens para combater a insegurança alimentar das famílias de baixos rendimentos, consiste em organizações de ajuda alimentar que resgatem e redistribuem os excedentes alimentares, do canal HORECA e do setor de distribuição. Como resultado, a adequação dos alimentos ou refeições distribuídas por cantinas sociais, mercearias solidárias ou bancos de alimentos têm sido objeto de investigação científica em diversos países. No entanto, os alimentos fornecidos nas organizações estudadas são, principalmente, ou adquiridos pela organização ou adquiridos por doadores que posteriormente doam esses alimentos à organização, ou ainda, em quantidades menores, resultantes de sobras de alimentos. Nessas organizações, devido ao seu custo e às necessidades de logística de transporte e refrigeração, os alimentos frescos costumavam ser fornecidos em quantidades baixas ou muito baixas. Como resultado, o teor de nutrientes das refeições e cestas de alimentos geralmente carece de vitaminas e minerais. Além disso, os resíduos alimentares sendo um reservatório de hidratos de carbono, proteínas, lípidos e outros macro e micronutrientes orgânicos e inorgânicos, podem ser considerados como uma fonte material na indústria de alimentos, indústria de ração animal ou indústria farmacêutica como aromatizantes e fragrâncias, antioxidantes, aditivos e suplementos alimentares. No entanto, como os processos de extração industrial exigem know-how e consomem mais tempo, materiais, energia e recursos humanos, a maneira mais favorável do ponto de vista ambiental de aumentar o ciclo de alimentos é usá-los como estão, para alimentar a população em insegurança alimentar. Tanto quanto sabemos, nenhuma outra investigação mediu e avaliou a contribuição de alimentos frescos ou preparados na hora, para uma dieta equilibrada de famílias de baixos rendimentos. Assim, nesta tese de doutoramento, pretendeu-se explorar as formas como o desperdício de alimentos é reciclado, focando principalmente no processo que leva ao consumo humano, medindo seus resultados no que diz respeito à quantidade de micro e micronutrientes reaproveitados, para a contribuição para uma alimentação equilibrada, para o alívio da insegurança alimentar e, finalmente, para a contribuição para o alcance dos ODS. Com base na lacuna de investigação identificada acima, esta tese é regida por quatro questões investigativas principais: a) Com é que o desperdício de alimentar está a ser reutilizado? b) Como é que os alimentos reciclados podem contribuir para a dieta equilibrada de famílias de baixos rendimentos? c) Qual é o conteúdo nutricional dos alimentos resgatados e redistribuídos veiculados por uma organização de ajuda alimentar, em relação aos valores de doses diárias recomendadas? d) Como é que o processo de reciclagem e redistribuição de alimentos pode contribuir para o cumprimento dos ODS? Derivando destas questões, foram estabelecidos seis objetivos principais de pesquisa: i) Fornecer uma atualização sobre o que foi encontrado para aumentar a reutilização do desperdício alimentar como um material ou fonte de energia, mas também para encontrar soluções de uso de desperdícios alimentares para consumo humano. ii) Avaliar o contributo dos alimentos frescos ou acabados de confecionar, resgatados e redistribuídos como complemento da alimentação das famílias de baixos rendimentos, de acordo como guia alimentar português (Roda dos Alimentos), utilizando a organização Refood-Leiria como estudo de caso. Esta avaliação é feita, em primeiro lugar, apenas considerando os dados categorizados como alimentos redistribuídos pertencentes à Roda dos Alimentos Portuguesa. Em segundo lugar, são considerados os dados totais, pertencentes ou não à Roda dos Alimentos Portuguesa, o que permite também a terceira avaliação, que consiste em comparar os alimentos reciclados, na organização do estudo de caso, com o padrão alimentar da população portuguesa em geral. iii) Quantificar os nutrientes dos alimentos resgatados e redistribuídos na organização do estudo de caso. iv) Avaliar como esses nutrientes contribuem para aliviar a insegurança alimentar das famílias beneficiárias. v) Avaliar as formas pelas quais o processo de reaproveitamento de alimentos frescos pode contribuir para o alcance dos ODS. vi) Propor uma estratégia para tornar o processo de resgate e redistribuição de alimentos uma atividade perene, naturalmente integrada na vida dos cidadãos. O projeto de investigação escolhido leva naturalmente a um desenvolvimento de pesquisa sequencial. A questão-chave inicial no início desta pesquisa foi “O que está a ser feito para melhorar a reutilização dos alimentos, principalmente para consumo humano?”. Após pesquisa exploratória da literatura, realizou-se a reflexão crítica, identificou-se uma possível organização do estudo de caso, foram estabelecidas questões de pesquisa mais específicas e consequentes objetivos iniciais. Além disso, um projeto à escala de uma tese de doutoramento requer constante aperfeiçoamento e adaptação. Assim, num processo iterativo, os objetivos iniciais i), ii) e iii) foram expandidos para iv), v) e vi). Em termos de materiais, novamente num processo iterativo, paralelamente à constante pesquisa bibliográfica, foram solicitadas autorizações, na organização do estudo de caso, para recolha de dados relativos aos alimentos redistribuídos e dados sociodemográficos. Foram pesquisadas e selecionadas ferramentas adequadas para avaliar o conteúdo nutricional dos alimentos redistribuídos e sua adequação, bem como valores de referência nutricional e guias alimentares. Para medir a insegurança alimentar, foi selecionada a Escala de Experiência em Insegurança Alimentar (FIES). Os programas utilizados na análise e tratamento dos dados foram o Food Processor Plus® (ESHA Research, Salem, Oregon), Microsoft Excel Office® 365 e IBM® SPSS® Statistics versão 27 para Windows®. Esta tese tem um formato cumulativo e baseia-se em três publicações científicas com revisão por pares, resultantes das diferentes fases da investigação. As publicações foram organizadas em três partes principais. A Parte I é baseada no capítulo do livro “Rerouting Food Waste for Climate Change adaptation: the paths of research”, apresentado no 4th World Symposium on Climate Change Adaptation WSCCA- 2021), que decorreu em paralelo com a COP26 em Glasgow, Scotland, a 3 de novembro de 2021, e aceite como capítulo do livro 4th World Symposium on Climate Change Adaptation Book - “Climate Change Strategies: handling the challenges of adapting to a changing climate”, a publicar na editora Springer. Fornece uma compilação de como a investigação para a reutilização de DPA tem evoluído desde a crise económica de 2008, para encontrar soluções inovadoras de uso de DPA tanto como fonte de biomateriais e bioenergia, como para consumo humano para combater a insegurança alimentar. Os resultados são discutidos sob as seguintes perspetivas: distribuição geográfica da instituição do autor, categorias temáticas e palavras-chave dos autores. Foram identificadas as tendências atuais e previsíveis na gestão de resíduos alimentares como matéria-prima e para a segurança alimentar. Verifica-se que os campos de interesse da pesquisa de DPA têm sido, por um lado, o desperdício alimentar como fonte de matériaprima para a produção dos biocombustíveis e dos biomateriais e, por outro lado, a reciclagem dos resíduos alimentares para consumo humano, como solução para a insegurança alimentar. A Parte II é baseada no artigo “The Contribution of Up-Cycled Food Waste to a Balanced Diet of Low-Income Households” publicado na revista Sustainability (2021), 13 (9): 4779. https://doi.org/10.3390/su13094779 e compreende a avaliação da contribuição de alimentos frescos ou recém confecionados, resgatados e redistribuídos para complementar a dieta familiar de baixo rendimento, de acordo com o guia alimentar português (Roda dos Alimentos), tendo como estudo de caso a organização Refood-Leiria. Em primeiro lugar, apenas são considerados os dados categorizados como alimentos redistribuídos pertencentes à Roda Alimentar Portuguesa. Em segundo lugar, são tidos em consideração os dados totais, pertencentes ou não à Roda dos Alimentos Portuguesa, o que permitirá também a terceira avaliação que consiste na comparação dos dados recolhidos, relativos a alimentos resgatados e redistribuídos, com o padrão alimentar da população portuguesa em geral. Os resultados sugerem que os alimentos reciclados podem contribuir para uma alimentação mais equilibrada em termos de “Batata, Cereais e Produtos de Cereais”, “Legumes”, “Carne, Peixe, Marisco e Ovos” e “Frutas”, ambos de acordo com a Roda Alimentar Portuguesa e em comparação com a população portuguesa em geral. A Parte III é baseada no artigo “The Nutritional Content of Rescued Food Conveyed by a Food Aid Organization”, publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health (2021), 18(22):12212. https://doi.org/10.3390/ijerph182212212. Concentra-se na determinação do conteúdo nutricional de cestas de alimentos fornecidos pela nossa organização de estudo de caso. Todos os itens de cestas de alimentos são pesados, em três rodadas de pesagem durante um período de quatro meses. A Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (FIES) foi aplicada para medir a insegurança alimentar das famílias. Os resultados mostraram que, no nosso estudo de caso de organização de ajuda alimentar, as doações de alimentos contribuem substancialmente para a ingestão da Dose Diária Recomendada (DDR) de energia, macro e micronutrientes. Ao avaliar como esses nutrientes contribuem para aliviar a insegurança alimentar das famílias beneficiárias, concluímos que a perceção de insegurança alimentar é independente da quantidade de nutrientes servidos. Tanto quanto sabemos, este é o primeiro estudo que mede o conteúdo nutricional de alimentos resgatados frescos ou recém confecionados, redistribuídos por uma organização de ajuda alimentar. Essas três partes são acompanhadas de um capítulo anterior, uma introdução geral à tese, e um último capítulo sobre as reflexões e conclusões finais em que as questões de pesquisa são respondidas. Limitações do estudo, bem como uma perspetiva sobre futuras investigações estão incluídas no último capítulo desta tese, seguidas pela bibliografia compilando todas as fontes citadas de todos os capítulos. Ao final da tese, são fornecidos dois apêndices, nos quais estão organizados todos os materiais de pesquisa relevantes, como os diagramas metodológicos da Parte II e da Parte III, Escala de Insegurança Alimentar em Língua Inglesa e Língua Portuguesa. O Apêndice B contém o diagrama da metodologia usado na parte II, e o Apêndice C contém todos os materiais usados na parte III.
- O Guaiamum no Rio São João e a gestão das áreas protegidas: da diversidade de atores aos conflitos sociaisPublication . Fonseca, Marília; Alves, Fátima; Mota, Luciana; Macedo, MárcioEste livro “O guaiamum no rio São João e a gestão das áreas protegidas: da diversidade de atores aos conflitos locais” faz parte de uma trilogia1 resultante do Projeto Guaiamum - Bioecologia e Etnoconhecimento para a Conservação², cujo objetivo é promover estratégias que compatibilizem a conservação e proteção do guaiamum com os modos de vida local, dando ênfase aos saberes tradicionais e voz aos atores locais, em particular os pescadores. O projeto decorreu na área que abrange os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, ambos no estado do Rio de Janeiro, Brasil. O foco é o rio São João e seu entorno, onde as suas áreas estão protegidas por duas Unidades de Conservação: a Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado e o Parque Natural Municipal do Mico-Leão-Dourado. Contudo, por ser uma área relativamente extensa, localizada próxima a bairros residenciais, rica em vegetação e ainda com um dos principais rios da região, naturalmente atrai atores com seus múltiplos interesses. É justamente essa diversidade que, muitas vezes, acaba gerando conflitos, seja pela disputa relacionada ao uso do território ou até mesmo devido ao impacto causado por atividades exercidas de forma desordenada. No contexto dessa variedade de demandas de uso e apropriação do espaço, temos os pescadores artesanais locais ou oriundos de outras cidades ou estados que fazem da captura de guaiamum (Cardisoma guanhumi) uma das suas atividades e fonte de sustento.Todavia, desde 20143 a pesca de guaiamum está proibida em todo o território nacional porque essa espécie foi inserida na “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção - Peixes e Invertebrados Aquáticos” como “criticamente em perigo”4. Apenas mais tarde, em 20185, a legislação ofereceu uma oportunidade de retorno dessa atividade em áreas protegidas desde que fosse elaborado - e implementado - um Plano de Gestão Local (PGL) para a espécie em questão. Entende-se que esta seria uma oportunidade de harmonizar a conservação do guaiamum com a continuidade da atividade pesqueira tradicionalmente exercida. Diante dessas diretrizes legais, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio e a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro- Fiperj realizaram entre dezembro de 2019 e março de 2020 uma série de reuniões participativas visando a elaboração do PGL. Nestes encontros, os pescadores artesanais da Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/ Mico-Leão-Dourado compartilharam informações sobre a pesca do guaiamum, por meio de ferramentas de diálogo como mapeamento participativo e calendários sazonais. O Projeto Guaiamum - Bioecologia e Etnoconhecimento para a Conservação surge na intenção de contribuir para o fortalecimento do PGL por meio da geração de um robusto conjunto de dados. É justamente neste contexto que a caracterização dos usos e dos conflitos existentes nesta região se faz necessária e pode contribuir consideravelmente no entendimento sobre quais atividades se contrapõem com a pesca artesanal ou mesmo com a conservação do ambiente ou do guaiamum, ameaçando-os. Todavia, a perspectiva aqui abordada é de um desses atores: os pescadores artesanais das comunidades do Arroz (Casimiro de Abreu) e do Chavão (Cabo Frio).
- Perceções sobre as vulnerabilidades socioambientais atuais e futuras face às alterações climáticas no setor agrícola: estudo exploratório no município do Cadaval, PortugalPublication . Alves, João Teixeira; Alves, Fátima; Nicolau, Paula BacelarAs alterações climáticas, enquanto fenómeno multidimensional e complexo, desafiam as sociedades a conhecer e antecipar os seus impactes atuais e futuros, de modo a identificar as medidas e estratégias capazes de as enfrentar, seja pela mitigação, seja pela adaptação. O presente artigo, centrando-se no domínio das perceções dos agentes locais ligados ao sector agrícola, pretendeu identificar e compreender, a partir da sua posição e perspetivas, quais os impactes das alterações climáticas no sector agrícola e, consequentemente, quais as estratégias de adaptação a essas alterações na região delimitada pelo município do Cadaval, território rural marcadamente agrícola, vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. Recorrendo a um inquérito por questionário aplicado a agricultores locais e à realização de um grupo focal com stakeholders, procurámos caracterizar as suas perceções relativamente às alterações climáticas, seus impactes e vulnerabilidades atuais e futuras na atividade agrícola, bem como as suas posições face à adaptação e mitigação. Em termos gerais, as informações recolhidas permitem-nos constatar que as alterações climáticas são percebidas essencialmente como resultado da ação humana e os nossos respondentes estão cientes dos efeitos dessas alterações na agricultura, que referem já se fazem sentir. Desconhecem, no entanto, o processo de emissão de gases de efeito estufa da atividade agrícola, o que os impede de identificar os processos de mitigação dessas emissões. Os agricultores inquiridos reconhecem a vulnerabilidade do pomar intensivo com necessidades de rega e de frio, a dificuldade em mudar e adaptar estas culturas permanentes que encaram como um desafio a ultrapassar, e reconhecem a oportunidade que o aumento da temperatura representa para a cultura da vinha.