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  • Fases de ocupação e cronologia absoluta da fortificação calcolítica do Outeiro Redondo (Sesimbra)
    Publication . Cardoso, João Luís; Soares, António; Martins, José M. Matos
    Estes resultados cronométricos deverão ser comparados com a cronologia absoluta já determinada para outros sítios pré-históricos da região de Lisboa. Da análise estatística das datas de radiocarbono para Leceia, o sítio arqueológico do Neolítico Final/Calcolítico com mais datas e mais bem datado dessa região, verifica-se que os contextos atribuíveis ao Calcolítico Inicial são datáveis do intervalo de tempo 2830-2520 cal BC (1!) ou de 2870-2400 cal BC (2 !) e os do Calcolítico Pleno do intervalo de tempo 2660-2210 cal BC (1 !# ou de 2850-1950 cal BC (2 !) (CARDOSO & SOARES, 1996). A ocupação da Moita da Ladra, atribuível ao Calcolítico Pleno, e com um conjunto apreciável de datas de radiocarbono, é datável do intervalo 2440-1950 cal BC (1 !) ou de 2560-1820 cal BC (2 !) (SOARES, CARDOSO & MARTINS, e.p.). Datas isoladas ou em pequenos conjuntos existem para outros contextos das Penínsulas de Lisboa e Setúbal (SOARES & CABRAL, 1993), as quais se integram bem nas cronologias atrás referidas. Valerá a pena relembrar as datas determinadas para o Castro da Rotura, dada a sua proximidade espacial em relação ao Outeiro Redondo e ao paralelismo existente entre as cerâmicas dos dois povoados. Segundo GONÇALVES & SOUSA (2006), para “um nível com cerâmicas finamente incisas, incluindo taças caneladas, aproximável do que hoje chamamos «Calcolítico Inicial»”, com paralelos estreitos no Calcolítico Inicial de Outeiro Redondo, foi datado de 4110±50 BP (OxA-5538) e 4075±55 BP (OxA-5537), enquanto que um “nível onde dominam as cerâmicas com decoração em folha de acácia ou crucífera (Calcolítico médio?)” foi datado de 3810±50 BP (OxA-5540) e 3820±50 BP (OxA-5539). Também todas estas datas se integram bem e confirmam a cronologia determinada para o Outeiro Redondo.
  • O casal agrícola da idade do ferro de Gamelas 3 (Oeiras)
    Publication . Cardoso, João Luís; Silva, Carlos Tavares da
    Gamelas 3 corresponde provavelmente a casal agrícola do século v a. C. implantado no rebordo de vasta plataforma culminante da encosta esquerda do vale da ribeira da Lage (Oeiras) identificado por Gustavo Marques em 1971 e por ele explorado em 1989. Apesar da escassa área investigada, apenas cerca de 16 m², o estudo dos testemunhos materiais cuidadosamente recolhidos permitiram chegar às seguintes conclusões gerais: 1 – existência de uma única camada arqueológica, com cerca de 0,10 m de potência, configurando uma ocupação processada em curto período de tempo, compatível com a natureza da própria estação (casal agrícola); 2 – existência de estrutura, constituída por dois muros ortogonais, formados por blocos basálticos de dimensões médias, os quais deveriam constituir o embasamento de unidade habitacional de características usuais; 3 – as tipologias das produções cerâmicas denunciam forte tradição orientalizante existindo, no entanto, recipientes de cerâmicas cinzentas finas com decorações nervuradas, especialmente pratos/tampas, taças altas e jarros, que corporizam produções específicas, de cariz regional, centradas nos atuais concelhos de Amadora e de Oeiras; 4 – a forte aptidão agrícola dos solos basálticos faz crer que as potenciais produções obtidas, designadamente as cerealíferas, se destinariam ao abastecimento do importante centro urbano de Olisipo. Assim se explica a intensificação da chamada «colonização agrícola» dos férteis terrenos basálticos que envolvem a referida cidade, de Loures a Cascais, representada pela multiplicação destes casais agrícolas especializados naquele tipo de produções, cujas origens remontam, na região, pelo menos ao Bronze Final; de acordo com a informação obtida do estudo dos macrorrestos vegetais, os campos agrícolas integravam ‑se em uma paisagem mediterrânica aberta, caracterizada pela presença de oliveira ou zambujeiro (Olea europea), medronheiro (Arbutus unedo), urze (Erica arborea), pinheiro bravo (Pinus pinaster) e azinheira/carrasco (Quercus ilex/Q. coccifera). 5 – embora a prática e xtensiva e intensiva da agricultura cerealífera constituísse a principal actividade destas pequenas comunidades de raiz familiar, dispersas pela região, foi pela primeira vez documentada a presença de restos faunísticos, os quais permitiram verificar a existência de uma economia doméstica que incluía o pastoreio de boi e de ovelhas/cabras, complementada pela recoleção no litoral adjacente de moluscos, os quais também serviriam, em certos casos, para a indústria da tinturaria, conforme sugere a ocorrência de conchas de cf. Thais haemastoma, intencionalmente partidas para extração do molusco vivo.
  • Primeira evidência das vítimas do terramoto de 1755 na cidade de Lisboa comprovada pelas escavações arqueológicas realizadas no antigo Convento de Jesus
    Publication . Cardoso, João Luís
    The excavations of preventive nature, lead under the author’s direction in the old convent of Jesus, presently the Academia das Ciências de Lisboa, between June and December 2004, correspond in reality to a smaller part of the area that could have interest due to the existence of a mortuary deposit of human bone remains, in most part already non‑articulated and incomplete. This vast deposit is a continuous layer showing in some cases an intentional disposition of its elements, in particular some long bones and skulls, and also includes a range of diverse archeological remains, from domestic ceramic fragments of the 17th‑18th centuries to house building materials, food remains, coins and coal fragments, amongst others, related to the daily life of this urban population. Some of the human remains show alterations due to the exposition to intense sources of heat. Such modifications are compatible with the generalized fire which devastated the city of Lisbon following the earthquake of 1755 and, consequently, this is the first evidence of victims of this catastrophe that, as unrecognizable corpses, were buried in sacred ground, as it was usual in the epoch. In fact, under this bone layer, many bodies were buried, sometimes one over another, all of them in dorsal decubitus, generally with the arms crossed over the chest, a position characteristic of the Franciscan monks, related to the fact that the Convent belonged then to the “Ordem Terceira de São Francisco”. Besides the convent monks, also buried could have been in that place the inhabitants of the surrounding area of the city, before 1755. The material remains found in relation to these bodies included several elements of personal use and many pins used for the burial of corpses.
  • A Gruta do Medronhal (Arrifana, Ega, Condeixa-a-Nova) e a sua importância arqueológica
    Publication . Vilaça, Raquel; Cardoso, João Luís; Silva, Ana Maria
    Nos anos 40 do século XX foram recolhidos, por mero acaso, diversos testemunhos arqueológicos na Gruta do Medronhal datáveis de inícios do I milénio a.C. Entre eles contam-se 37 artefactos metálicos (argolas, anéis, braceletes, etc.) a que se associam restos humanos e de animais. Serão apresentadas essas evidências, cujo estudo se encontra em preparação, e será valorizada a utilização certamente funerário-ritual da gruta. O seu enquadramento em termos regionais e da ocupação do território não será esquecido.
  • O mais antigo registo conhecido da escavação de uma estação Pré-histórica em Portugal: São Torpes e a sua sepultura da foz da ribeira da Junqueira (Sines)
    Publication . Cardoso, João Luís
    Evocação do mais antigo registo conhecido da escavação arqueológica de um sítio pré-histórico em Portugal, dado a conhecer por José Leite de Vasconcelos, em 1897, com base em obra publicada por Estêvão de Liz Velho em 1746. Dedicada à vida de São Torpes e ao sepulcro que lhe é atribuído junto à foz da ribeira da Junqueira, em Sines, essa obra e a descrição do achado são agora clarificadas através da leitura integral, pela primeira vez realizada, de um códice preservado na Biblioteca Nacional de Portugal. Redigido em 1695, contém transcrição de manuscrito datado de 1591 que relata a intervenção num monumento megalítico e a recolha dos restos humanos atribuídos ao santo, associados a vários objectos arqueológicos, entre os quais uma placa de xisto decorada.
  • Um novo método para a datação absoluta de ossos humanos cremados: a Cabana 2 do Monte de São Domingos (Malpica do Tejo, Portugal)
    Publication . Brandherm, Dirk; Krueger, Michal; Cardoso, João Luís
    Recent advances in radiocarbon dating have come to facilitate the successful processing of cremated bone samples, a material previously deemed unsuitable for this purpose. This opens up the possibility of obtaining scientific dating evidence from find contexts which have produced little other organic material and of revisiting the chronological issues they raise. In presenting a radiocarbon determination obtained from a Late Bronze Age cremation burial at Monte de São Domingos, here we take the opportunity to illustrate the potential of this relatively new technique, but also to discuss possible pitfalls and problems with its application.
  • A necrópole do Olival do Senhor dos Mártires (Alcácer do Sal) : novos elementos para o seu estudo
    Publication . Cardoso, João Luís; Paixão, António Cavaleiro
    In this article we present a selection of the most relevant data that A. M. Cavaleiro Paixão presented in 1970 in his graduate thesis he defended at Faculdade de Letras de Lisboa (Lisbon Faculty of Letters) about his archaeological fieldwork at the Iron Age necropolis of Olival do Senhor dos Mártires. This text was never published and 45 years later the important scientific interest of these excavations and its results remains and is even higher, due to the fact that in the last decades there has been an increasing knowledge of the Iron Age necropolis in southern Iberian Peninsula. Although the necropolis area excavated between 1966 and 1968 was small, the importance of the identified incineration graves and the recovered archaeological remains, carefully registered and characterized give to this work a major importance to the study of Iron Age, both in the Portuguese territory, as in southern Iberian peninsula. This necropolis was first excavated during late 19th century and can be dated from the 7th to the 4th century BC, with influences from hinterland and Mediterranean as Cavaleiro Paixão already mentioned in his graduate thesis.
  • A estação arqueológica de Salamansa (ilha de São Vicente, República de Cabo Verde)
    Publication . Cardoso, João Luís; Soares, António
    Apresentam‑se os principais resultados obtidos nas duas missões arqueológicas patrocinadas pelo Centro Português de Actividades Subaquáticas (CPAS) à ilha de São Vicente (República de Cabo Verde), em 1998 e em 2005. Em 1998, confirmou‑se o efectivo interesse arqueológico do sítio, localizado sobre o mar, em local abrigado da vasta baía de Salamansa, situada na parte setentrional da ilha, tendo‑se registado a respectiva extensão e estratigrafia e procedido à colheita de amostras para datação. Embora os resultados dessa campanha tivessem sido publicados, indicando estação de carácter habitacional, revelada pela notável acumulação de conchas, acompanhada de abundantes fragmentos de cerâmicas manuais, de produção africana, mantinha‑se indefinida a sua verdadeira natureza. Impunha‑se, assim, proceder à escavação integral da área que ainda subsistia da estação — sujeita de forma contínua a forte erosão marinha — bem como à colheita de novos materiais para datação, de forma a confirmar as conclusões preliminares anteriormente obtidas, objectivos que se concretizaram em 2005. Deste modo, foi possível concluir que, contrariando a hipótese, de início considerada, de poder corresponder a um testemunho da ocupação da ilha em época anterior à chegada dos Portugueses — hipótese que já as primeiras datas de radiocarbono contradiziam — se trata de um sítio onde uma unidade habitacional construída por muros de pedra seca, de planta ortogonal, revela inspiração europeia, aliás sublinhada pelos materiais exumados, onde estão representados produtos com tal origem, como cachimbos de caulino, vidros, faianças portuguesas, e projécteis de armas de fogo, a par de objectos oriundos do Extremo Oriente, num quadro dominado pelas produções cerâmicas africanas. Esta situação evidencia um estabelecimento cuja ocupação se centrou no século XVII, conforme indicam os materiais recolhidos e os resultados das datações obtidas, francamente aberto aos contactos de longa distância, apesar do isolamento do local escolhido. Os restos faunísticos recolhidos, com a presença deburro e de boi, sugerem um estacionamento sedentário, sendo a alimentação assegurada essencialmente pela captura de tartarugas, pela pesca e pela recolecção de moluscos marinhos (especialmente grandes lapas) e complementada pelo consumo de cabra, que poderia ser doméstica ou caçada, dado o estado selvagem a que retornou ali esta espécie. na última parte do trabalho, discutem‑se as diversas hipóteses susceptíveis de explicar esta estação — desde um entreposto comercial relacionado com a exploração agro‑pecuária da ilha de Santo Antão, passando por pequeno estabelecimento especializado de apoio à navegação, com a produção de carne salgada de tartaruga, até ter constituído refúgio relacionado com a intensa pirataria vigente à época no arquipélago, tendo presente os elementos históricos conhecidos, que, aliás, indicam que o início da ocupação permanente de São Vicente só se produziu a partir da segunda década do século XIX. Seja como for, a forte componente cultural africana revelada pelo espólio destes primeiros ocupantes da ilha expressa‑se também pelos rituais que terão envolvido o abandono do estabelecimento, com o enterramento de dois vasos emborcados sob o chão da habitação explorada, e a deposição de uma pequena taça, nas mesmas circunstâncias, junto à parede da mesma, do lado externo.
  • O povoado pré-histórico do Zambujal (Sesimbra)
    Publication . Cardoso, João Luís
    Publica-se o resultado das escavações arqueológicas, que se mantinham totalmente inéditas, realizadas no povoado pré-histórico do Zambujal (Sesimbra) por Gustavo Marques em Setembro de 1985, arqueólogo que foi também o responsável pela localização da estação arqueológica, em Julho de 1970. Esta, implantada no topo de um outeiro alongado, encontrava-se já muito destruída pela lavra de diversas pedreiras de calcário. Não obstante, foi possível proceder à abertura de escavação limitada, num istmo definido por diversas frentes de pedreira, umas então ainda em laboração, outras já abandonadas. Os resultados afiguram-se importantes, por terem evidenciado, em estratigrafia, a existência de duas ocupações, caracterizadas pela tipologia das produções cerâmicas, uma reportável ao Neolítico Final, outra ao Calcolítico Pleno da Estremadura. A realidade assim caracterizada foi comparada com a identificada em outras estações da região de carácter habitacional pertencentes às mesmas épocas, tendo em vista a sua integração em modelo de dinâmica social de carácter diacrónico, susceptível de explicar a ocupação de determinados sítios em detrimento de outros, no intervalo de tempo entre o final do IV milénio a.C. e o final do milénio seguinte.