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- Para além do estado e do mercado: a dádiva no fenómeno dos sem-abrigoPublication . Aldeia, JoãoReflections on homelessness tend to reproduce the absences identified by the gift paradigm in Western societies modern thought. The state and the market are repeatedly perceived as the only spheres of social regulation and they are interpreted as the loci from which derive the structural causes and possible solutions for homelessness. This does not allow a complete understanding of the question or a consistent reflection on ways of minimizing the injustices of living on the streets. Thinking homelessness through the gift paradigm is relevant to the extent that it enables us to identify the usual invisibility of unofficial interpersonal relations that characterize life on the streets, allowing these interactions to be revalued in the discussion on homelessness.
- A relocalização dos indivíduos sem-abrigo no espaço públicoPublication . Aldeia, JoãoNas últimas décadas, a orientação económica do espaço público acentuou-se e este tornou-se menos hospitaleiro para os indivíduos sem-abrigo, resultando numa diminuição das suas possibilidades de sobrevivência. A tensão tradicional entre hospitalidade e inospitalidade como estratégias para lidar com os pobres visíveis está a ser reconfigurada nas sociedades ocidentais contemporâneas, criando uma forma de hospitalidade baseada na rejeição activa da interacção com a alteridade-desqualificada-porque-pobre. Esta forma de hospitalidade mixofóbica tem o efeito de reduzir o número e os tipos de espaços em que os indivíduos sem-abrigo são bem-vindos. Indesejados nestes espaços públicos, estes sujeitos são relocalizados para serviços destinados a sem-abrigo e para outros locais heterotópicos aos quais as classes médias e elites não têm interesse em ir, indicando uma tendência de diferenciação espacial entre «os nossos lugares» e «os lugares dos outros».
- A medicalização grotesca da vida na ruaPublication . Aldeia, JoãoNas últimas décadas, a intervenção sobre a vida na rua tem vindo a assumir um caráter crescentemente medicalizado, formatando-a como uma questão de anormalidade neuro-psiquiátrica individual. Com base na observação direta de diversos tipos de interações da vida na rua são discutidos vários exemplos da medicalização de condutas de sujeitos sem-abrigo. Estes deixam claro que medicalizar a vida na rua é um procedimento intrinsecamente “grotesco”, no sentido que Foucault confere ao termo, referindo-se a uma maximização dos efeitos de poder que parte da desqualificação fundamental de quem o exerce e dos seus enunciados.
- A actividade tutelada como prática de autonomização dos indivíduos sem-abrigo em Portugal: uma análise críticaPublication . Aldeia, JoãoNas sociedades ocidentais, a intervenção sobre a vida na rua pressupõe que cada indivíduo é sem-abrigo devido a uma falha íntima que deve ser corrigida através de um processo de ressubjectivação que o autonomize, tornando-o capaz de sair da rua e garantir a sua sobrevivência pelo desempenho de uma actividade remunerada. Uma das práticas de intervenção mais relevantes é a injunção à actividade, um procedimento pelo qual os sujeitos sem-abrigo são incentivados, de forma suave ou coerciva, a realizarem actividades diversas sob a orientação de outrem. O objectivo da realização destas actividades é levar a que os indivíduos sem-abrigo se produzam a si mesmos como sujeitos empenhados em modificar quem são. Com base num trabalho de campo que consistiu na observação directa da actuação de vários profissionais da intervenção sobre a vida na rua, bem como de interacções entre indivíduos sem-abrigo, foi possível constatar que o objectivo de autonomização não pode ser alcançado através da prática de injunção à actividade tutelada tal como esta é de facto desenvolvida. Dados os obstáculos estruturais à saída da rua e a situação de heteronomia em que estas práticas de autonomização decorrem, elas bloqueiam quer a autonomia dos sujeitos sem-abrigo, quer a transformação íntima que visam promover.
- Discussão do texto "Viver com estrangeiros", de Zygmunt Bauman, para apoio ao estudo do tema 2.2. "A relação com a alteridade", da unidade curricular A Europa e a sua Agenda SocialPublication . Aldeia, JoãoDiscussão em formato áudio do texto "Viver com estrangeiros", de Zygmunt Bauman, preparada para apoio ao estudo do tema 2..2., "A relação com a alteridade", da unidade curricular A Europa e a sua Agenda Social 41129 (2024/2025).
- Teorias Sociológicas. Orientações para o estudoPublication . Aldeia, João
- Os «sujeitos que nunca foram históricos»: uma crítica do marxismo eurocêntricoPublication . Aldeia, João; Estanque, ElísioApesar das suas limitações, o marxismo clássico continua a ser uma teoria imprescindível para apreender criticamente a contemporaneidade. Contudo, determinados dos seus pressupostos são insustentáveis. Partindo de uma crítica construtiva do marxismo, nomeadamente ao seu carácter eurocentrado, este texto procura desconstruir a noção do proletariado como sujeito histórico, considerando-a empiricamente inverificável. Não havendo grupos predestinados a conduzir o processo de mudança sócio-histórica, a emancipação real dos oprimidos do mundo tem forçosamente que articular as lutas das classes trabalhadoras com as de todos os outros grupos dominados no sistema-mundo.
- An iron curtain around the continent: produção e exclusão do “outro” na “Fortaleza Europa”Publication . Aldeia, JoãoAs fronteiras externas da União Europeia têm sido progressivamente reforçadas e as medidas que esta mobiliza para controlar os fluxos migratórios de entrada tornadas mais restritivas. Estes processos inserem-se numa estratégia de construção de um “nós-europeu” que implica a simétrica produção dos migrantes do Sul e do Leste como o “outro” face ao qual ele pode ser erigido. Os migrantes que, apesar das crescentes restrições, conseguem entrar no espaço Schengen, são alvo de três estratégias complementares no tratamento da alteridade: exclusão, exploração e responsabilização pelos problemas sentidos pelos nativos europeus.
- Fostering refugia amid unfolding extinctionsPublication . Aldeia, JoãoAccording to Anna Tsing, Holocene resurgence, the multispecies work carried on to enable life among disturbance, and the ability to foster refugia where the living can recover from damage are crucial to oppose modern capitalogenic extinctions. I expand on this argument by looking at the geo-historical role that refugia have played (and perhaps can still play) during the Quaternary in nurturing the lives of survivors amid unfolding extinctions. Refugia have fostered multispecies life in harsh climatic and ecological times, which enabled individuals of different species to carry on the work of resurgence, because they have functioned as homes for refugees, allowing them in to recover from the hardships of the outside world for a (geo-historically long) while before they again went into the world when external conditions became more amenable. If this capacity of refugia to nurture life can be fostered, such sites might be important pieces in a political ecological strategy aiming to oppose the waste of life brought about by contemporary extinctions.
