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- Para além do estado e do mercado: a dádiva no fenómeno dos sem-abrigoPublication . Aldeia, JoãoReflections on homelessness tend to reproduce the absences identified by the gift paradigm in Western societies modern thought. The state and the market are repeatedly perceived as the only spheres of social regulation and they are interpreted as the loci from which derive the structural causes and possible solutions for homelessness. This does not allow a complete understanding of the question or a consistent reflection on ways of minimizing the injustices of living on the streets. Thinking homelessness through the gift paradigm is relevant to the extent that it enables us to identify the usual invisibility of unofficial interpersonal relations that characterize life on the streets, allowing these interactions to be revalued in the discussion on homelessness.
- Contemporary extinctions and multispecies thanatopoliticsPublication . Aldeia, JoãoContrary to what Foucault argued, modern biopolitics is inherently thanatopolitical, i.e., it is a politics of life premised on a politics of death. This becomes clear when non-human elements are given greater relevance than Foucault afforded them. Since the reproduction of life results from interdependencies between species and abiotic elements, multispecies relations are at the core of ‘a power to foster life or disallow it to the point of death’. In modernity, biopolitical interventions in what Foucault defines as the milieu are intended to foster the lives of (certain) human populations, while they are also premised on killing non-human species. This occurs whether these species are needed to make humans live (e.g., as food) or whether they oppose the goal of fostering the lives of human populations (e.g., as pests or weeds). The ongoing proliferation and acceleration of the extinction of non-human species is one of the extreme manifestations of this thanatopolitical drive of biopolitics, showing that biopolitics promotes death to the point of eliminating entities and relationships on which the reproduction of life depends, which makes it increasingly difficult to keep intervening with the goal to ‘make live’.
- A relocalização dos indivíduos sem-abrigo no espaço públicoPublication . Aldeia, JoãoNas últimas décadas, a orientação económica do espaço público acentuou-se e este tornou-se menos hospitaleiro para os indivíduos sem-abrigo, resultando numa diminuição das suas possibilidades de sobrevivência. A tensão tradicional entre hospitalidade e inospitalidade como estratégias para lidar com os pobres visíveis está a ser reconfigurada nas sociedades ocidentais contemporâneas, criando uma forma de hospitalidade baseada na rejeição activa da interacção com a alteridade-desqualificada-porque-pobre. Esta forma de hospitalidade mixofóbica tem o efeito de reduzir o número e os tipos de espaços em que os indivíduos sem-abrigo são bem-vindos. Indesejados nestes espaços públicos, estes sujeitos são relocalizados para serviços destinados a sem-abrigo e para outros locais heterotópicos aos quais as classes médias e elites não têm interesse em ir, indicando uma tendência de diferenciação espacial entre «os nossos lugares» e «os lugares dos outros».
- A medicalização grotesca da vida na ruaPublication . Aldeia, JoãoNas últimas décadas, a intervenção sobre a vida na rua tem vindo a assumir um caráter crescentemente medicalizado, formatando-a como uma questão de anormalidade neuro-psiquiátrica individual. Com base na observação direta de diversos tipos de interações da vida na rua são discutidos vários exemplos da medicalização de condutas de sujeitos sem-abrigo. Estes deixam claro que medicalizar a vida na rua é um procedimento intrinsecamente “grotesco”, no sentido que Foucault confere ao termo, referindo-se a uma maximização dos efeitos de poder que parte da desqualificação fundamental de quem o exerce e dos seus enunciados.
- A actividade tutelada como prática de autonomização dos indivíduos sem-abrigo em Portugal: uma análise críticaPublication . Aldeia, JoãoNas sociedades ocidentais, a intervenção sobre a vida na rua pressupõe que cada indivíduo é sem-abrigo devido a uma falha íntima que deve ser corrigida através de um processo de ressubjectivação que o autonomize, tornando-o capaz de sair da rua e garantir a sua sobrevivência pelo desempenho de uma actividade remunerada. Uma das práticas de intervenção mais relevantes é a injunção à actividade, um procedimento pelo qual os sujeitos sem-abrigo são incentivados, de forma suave ou coerciva, a realizarem actividades diversas sob a orientação de outrem. O objectivo da realização destas actividades é levar a que os indivíduos sem-abrigo se produzam a si mesmos como sujeitos empenhados em modificar quem são. Com base num trabalho de campo que consistiu na observação directa da actuação de vários profissionais da intervenção sobre a vida na rua, bem como de interacções entre indivíduos sem-abrigo, foi possível constatar que o objectivo de autonomização não pode ser alcançado através da prática de injunção à actividade tutelada tal como esta é de facto desenvolvida. Dados os obstáculos estruturais à saída da rua e a situação de heteronomia em que estas práticas de autonomização decorrem, elas bloqueiam quer a autonomia dos sujeitos sem-abrigo, quer a transformação íntima que visam promover.
- Discussão do texto "Viver com estrangeiros", de Zygmunt Bauman, para apoio ao estudo do tema 2.2. "A relação com a alteridade", da unidade curricular A Europa e a sua Agenda SocialPublication . Aldeia, JoãoDiscussão em formato áudio do texto "Viver com estrangeiros", de Zygmunt Bauman, preparada para apoio ao estudo do tema 2..2., "A relação com a alteridade", da unidade curricular A Europa e a sua Agenda Social 41129 (2024/2025).
- Teorias Sociológicas. Orientações para o estudoPublication . Aldeia, João
- Os «sujeitos que nunca foram históricos»: uma crítica do marxismo eurocêntricoPublication . Aldeia, João; Estanque, ElísioApesar das suas limitações, o marxismo clássico continua a ser uma teoria imprescindível para apreender criticamente a contemporaneidade. Contudo, determinados dos seus pressupostos são insustentáveis. Partindo de uma crítica construtiva do marxismo, nomeadamente ao seu carácter eurocentrado, este texto procura desconstruir a noção do proletariado como sujeito histórico, considerando-a empiricamente inverificável. Não havendo grupos predestinados a conduzir o processo de mudança sócio-histórica, a emancipação real dos oprimidos do mundo tem forçosamente que articular as lutas das classes trabalhadoras com as de todos os outros grupos dominados no sistema-mundo.
- An iron curtain around the continent: produção e exclusão do “outro” na “Fortaleza Europa”Publication . Aldeia, JoãoAs fronteiras externas da União Europeia têm sido progressivamente reforçadas e as medidas que esta mobiliza para controlar os fluxos migratórios de entrada tornadas mais restritivas. Estes processos inserem-se numa estratégia de construção de um “nós-europeu” que implica a simétrica produção dos migrantes do Sul e do Leste como o “outro” face ao qual ele pode ser erigido. Os migrantes que, apesar das crescentes restrições, conseguem entrar no espaço Schengen, são alvo de três estratégias complementares no tratamento da alteridade: exclusão, exploração e responsabilização pelos problemas sentidos pelos nativos europeus.