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LLCP | Capítulos/artigos em livros internacionais / Book chapters/papers in international books

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  • De manchetes e leituras: as polêmicas e a recepção d'O Evangelho segundo Jesus Cristo
    Publication . Grünhagen, Sara
    O estudo "De manchetes e leituras: as polêmicas e a recepção d'O Evangelho segundo Jesus Cristo", de Sara Grünhagen, investiga as reações públicas e mediáticas que acompanharam o lançamento do romance de José Saramago em 1991, destacando como uma "narrativa das polêmicas" se sobrepôs, em muitos momentos, à leitura efetiva da obra. Reconstituindo o percurso de uma recepção que foi e, até certo ponto, continua sendo atravessada por tensões ideológicas, religiosas e políticas, a análise centra-se não apenas nas críticas imediatas de setores conservadores e católicos — frequentemente baseadas em entrevistas e declarações do autor, mais do que no próprio texto —, mas também na controvérsia política desencadeada pela exclusão do romance do Prêmio Literário Europeu, em 1992, protagonizada pelo então subsecretário de Estado da Cultura, Sousa Lara. O objetivo é demonstrar como esse contexto condicionou, em parte, a recepção do livro e relegou a análise literária do romance para segundo plano. Em contraponto, o estudo propõe uma revalorização crítica da obra, sublinhando a necessidade de a revisitar com o rigor que merece.
  • Futurismo: o desvio e a lógica da consonância
    Publication . Vila Maior, Dionísio
    Procurarei refletir sobre algumas das figurações literárias, estéticas e artísticas que configuraram o gesto vanguardista futurista português: o sentido de carnavalização e de transcensão, a intensificação da desumanização do sujeito e a categorização pluridiscursiva, polifónica (mas também dialógica, no sentido bakhtiniano) do discurso e gesto futuristas. Nesse sentido, incidirei a atenção no gestus divergente que tão incisivamente caracteriza o Futurismo, acentuando, contudo, a variável de convergência que lhe é inerente: por um lado, o alcance do gesto futurista (corporizado no texto claramente vanguardista) consonante, contudo, com a avaliação das “Comunidades interpretativas”; por outro lado, a reformatação da relação identitária entre o indivíduo futurista e o nós coletivo.
  • Fernando Pessoa e a carnavalização ambígua do eu
    Publication . Vila Maior, Dionísio
    Reflexão sobre o processo carnavalizador no poeta dos heterónimos.
  • Mário Cláudio, Bernardo Soares e os pequenos deuses que viajam
    Publication . Vila Maior, Dionísio
    Desenvolvo uma reflexão crítica de teor dialógico entre Bernardo Soares e Mário Cláudio.
  • A receção da poesia cancioneiril no século XVIII: um manuscrito atribuído a D. Diogo de Meneses, claveiro da ordem de Cristo
    Publication . Moreira, Filipe Alves
    O COD. 13467 da Biblioteca Nacional de Portugal, até agora desconhecido da comunidade académica, é um manuscrito literário do século XVIII que se apresenta como sendo uma cópia de outro datado de 1508 e cujos conteúdos terão sido compostos no ano de 1498; contém todas as composições coletivas do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende nas quais participa D. Diogo de Meneses, bem como uma Vida do autor e, no final, um conjunto de sonetos e elegias em espanhol. A existência deste manuscrito e o facto de D. Diogo de Meneses ser um poeta menor do Cancioneiro Geral levantam questões interessantes. Este trabalho apresenta o manuscrito e defende a hipótese de tratar-se de uma mistificação ou ficcionalização baseada no Cancioneiro Geral, em cancioneiros manuscritos e em informações fornecidas por bibliógrafos da Época Moderna.
  • Metáfora animal e exortação à reflexão no ms. da Crónica de 1344 da Academia das Ciências de Lisboa
    Publication . Dias, Isabel de Barros
    O entendimento do animal como metáfora do ser humano decorre, por um lado, do facto de a nossa perceção do outro assentar em processos comparativos e, pelo outro lado, da proximidade e convivência que sempre existiu entre humanos e animais. Assim, é normal que estes se tenham tornado elementos de eleição para projeções e metáforas. No presente artigo, abordamos este tema com base no ms. da Academia das Ciências de Lisboa da Crónica de 1344, considerando-o como um objeto comunicativo que articula texto, imagem e contexto cultural. Trata-se de um manuscrito que inclui um conjunto notável de desenhos de animais, frequentemente considerados como meros adornos. No entanto, se tivermos em conta a exegese que o bestiário desenvolve a respeito destes animais, e considerando que estas interpretações seriam do conhecimento geral, torna-se possível propor a leitura de diversas imagens como elementos potenciadores de reflexões, estabelecendo pontes, quer com o texto, quer com o contexto cultural e ideológico da época.
  • Imagens cronísticas de Urraca, princesa de Castela e rainha de Portugal
    Publication . Dias, Isabel de Barros
    Estudo sobre as imagens que diferentes textos veiculam a cerca de Urraca Afonso de Castela, mulher de Afonso II de Portugal. São escrutinadas várias crónicas ibéricas, que fornecem informações muito parcas acerca deste casal, sendo esta escassez associada às debilidades do rei e às inimizades que granjeou. As informações veiculadas por estas crónicas são contrastadas com os dados fornecidos pela Crónica dos Frades Menores, que são amplos e elogiosos relativamente à rainha, tal como relativamente ao seu cunhado D. Pedro, nomeadamente no contexto do episódio dos cinco mártires de Marrocos. Textos subsequentes, como a Crónica de 1419; a Crónica de D. Afonso II, de Rui de Pina; a Monarquia Lusitana, de Frei António Brandão; a Crónica de España, de Florián de Ocampo; as Chronicas da Ordem dos Frades Menores, de Marcos de Lisboa, recolhem materiais e informações selecionados, que adaptam às mensagens e imagens de D. Urraca que pretendem transmitir
  • On friendship as motivation and object of the historiographic works of Pedro de Barcelos
    Publication . Dias, Isabel de Barros
    Estudo do Prólogo do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro de Barcelos, refletindo-se sobre a ideia de amizade que aí é transmitida, tendo em consideração, tanto reflexões anteriores acerca deste conceito, como a vida e obra do autor, em articulação com a escrita historiográfica.
  • Imagens e imaginário no ms. da Academia das Ciências de Lisboa da Crónica de 1344
    Publication . Dias, Isabel de Barros
    O manuscrito da segunda redação da Crónica de 1344 existente na Academia das Ciências de Lisboa é uma obra do século XV cuja associação à biblioteca do rei D. Duarte tem sido amplamente aceite. Trata-se de um códice de aparato, ampla e ricamente iluminado, regra geral, com motivos ornamentais estilizados. Em alguns pontos da obra existem, no entanto, composições que se destacam por retratar cenas ou figuras humanas que, na sua maioria, parecem articular-se com o teor do texto que acompanham, incitando assim a abordagens multidisciplinares. São estudados dois pontos deste manuscrito em que a ilustração confere ao texto que acompanha uma profundidade suplementar, estimulando associações de ideias, ao nível do Imaginário, que remetem para figuras modelares, e suscitam reflexões de ordem moral e comportamental.
  • O livro e a possibilidade do acontecimento estético
    Publication . Vila Maior, Dionísio
    No cenário civilizacional contemporâneo, que muito assenta na cultura do imediato, tantas vezes em detrimento da dimensão humana e humanista, torna-se imprescindível proporcionar hábitos e leituras que de algum modo possam contribuir para a preservação, esclarecimento, divulgação e estruturação de uma outra memória, marcada esta por hábitos de leitura e de escrita, por uma consciência do livro como “fonte da vitalidade do espírito” (como disse George Steiner), mesmo que à custa do recurso ao multivocalismo hipertextual. Sabendo-se que nem a Literatura, nem as condutas sociais são fenómenos estáticos — e a Língua, como disse Mikhaïl Bakhtine «vit et évolue historiquement dans la communication verbale concrète, non dans le système linguistique abstrait des formes de la langue, non plus que dans le psychisme individuel des locuteurs» —, abordo, entre outras questões anexas: a necessidade de se outorgar a confiança às Humanidades (e, no caso concreto, à Literatura); a (absoluta) necessidade do hábito da escrita e da leitura do texto literário, num universo cada vez mais marcado pelas novas tecnologias da informação e comunicação que vão cromatizando polifonicamente uma cultura digital com uma interface dominada pelo poder cibercultural e hipertextual da webwriting e da weblecture.