Ciências da Educação | Education Sciences
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Browsing Ciências da Educação | Education Sciences by Sustainable Development Goals (SDG) "09:Indústria, Inovação e Infraestruturas"
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- Ambientes tecnológicos e aprendizagemPublication . Ramos, Maria Clara Guedes Monteiro; Marques, Maria Emília RicardoEsta dissertação apresenta o título – “Ambientes tecnológicos e aprendizagem”, com base no contributo das TIC, nos domínios da Educação e da Formação, num contexto cada vez mais global. Genericamente, alicerça-se numa análise da mutação contemporânea em relação com o saber e com os novos sistemas de aprendizagem, trate-se de cibercultura, ou de e-Learning. No sentido de minimizar o acentuado défice de competências existente, este dispositivo de aprendizagem propicia um sistema de Ensino a Distância, em ambiente virtual, tendo como infraestrutura tecnológica dominante a Internet / Web. Disponibiliza-se assim, a possibilidade de uma formação permanente, “ao longo da vida”, personalizada, cooperativa e colaborativa, tanto mediata como imediata, reduzindo custos, e eliminando barreiras de cariz, maioritariamente social e educativo. Para esta reflexão, partimos de uma hipótese inicial, raiz de um estudo exploratório, que consistiu no diagnóstico de situação do Ensino a Distância e da aplicação das TIC, entre 1997 e 1999, nos domínios do Ensino e da Formação em Portugal. Embora tratando-se de uma amostra reduzida, em virtude do período em análise corresponder às primeiras experiências naquele âmbito, entre nós, a investigação de terreno efectuada procurou apresentar resultados, a partir da implementação de vários instrumentos e técnicas de avaliação. Partimos da formulação de uma hipótese teórica, alicerçada em diferentes contextos, ferramentas, situações pedagógicas e actores intervenientes no processo de aprendizagem. Neste âmbito, procurámos primeiro equacionar as múltiplas vertentes – pedagógica, didáctica, tecnológica, social, cultural, afectiva e cognitiva, que interagiam no sistema. Os resultados obtidos, bem como as conclusões a que chegámos, ajudaram-nos a definir linhas de orientação fundamentais para a génese de um modelo prototípico de aprendizagem, de orientação construtivista. A nível das orientações para um futuro próximo, e atendendo ao princípio de pragmatismo, que julgamos indispensável dever caracterizar este tipo de investigação, propomos algumas pistas e sugestões para experiências congéneres, na área do Ensino a Distância. Em suma, pretendemos desenhar um modelo conceptual, orientador de futuros estudos neste domínio, que contribua para um sistema de aprendizagem, cada vez mais inovador, eficaz e de qualidade.
- A aprendizagem da acústica no ensino básico : uma pesquisa epistemológica e psicologicamente fundamentadaPublication . Soares, Maria Teresa Monteiro; Valadares, Jorge; Ferreira, Manuela MalheiroA presente investigação pretendeu conceber uma estratégia epistemologicamente e psicologicamente fundamentada e pesquisar se ela poderá conduzir a uma aprendizagem mais significativa da Acústica no Ensino Básico. Para operacionalizar o problema central da investigação, formularam-se algumas questões para as quais procurámos encontrar respostas, a saber: - Que opções epistemológicas poderão fundamentar uma estratégia capaz de conduzir a uma aprendizagem mais significativa da Acústica? - Que opções do foro psicológico poderão fundamentar uma estratégia capaz de conduzir a uma aprendizagem mais significativa da Acústica? - Uma estratégia concebida com base nos pressupostos epistemológicos e psicológicos adoptados conduz ou não a uma aprendizagem mais significativa da Acústica no Ensino Básico? Quanto aos objectivos da investigação e, para além, dos que estão implícitos nas questões anteriores, foram formulados os seguintes que se consideraram igualmente importantes: desenvolver trabalho que possa contribuir para a facilitação da aprendizagem significativa das Ciências Físico-Químicas, em geral, e no Ensino Básico, em particular; identificar e descrever as concepções prévias dos alunos relacionadas com o tema da Acústica; identificar potencialidades formativas da disciplina de Física em termos de educação para a cidadania e sensibilizar os alunos para a problemática da protecção do ambiente e em particular para os problemas resultantes da poluição sonora. Optou-se por uma abordagem de investigação centrada numa metodologia simultaneamente qualitativa e quantitativa. A parte quantitativa da pesquisa consistiu num plano quasi-experimental. O trabalho de campo centrou-se em duas turmas do 8º ano de escolaridade do 3º Ciclo do Ensino Básico, pertencentes a uma escola do Concelho de Sintra e leccionadas pela mesma professora de Física. Na turma experimental proporcionou-se um ambiente construtivista e investigativo, enquanto que na turma de controlo se adoptou uma estratégia de ensino tradicional. Na primeira turma foram organizadas actividades experimentais de modo a obrigar os alunos a reflectir sobre tudo o que iam fazendo e procurou-se respeitar os vários estilos de aprendizagem dos alunos e ajudá-los a possuírem os subsunçores necessários para irem aprendendo significativamente. Sem prejuízo do necessário apoio e reflexão individual, valorizou-se o trabalho activo em grupo, que funcionou em modo cooperativo, no maior respeito pelos requisitos inerentes à metodologia de trabalho adoptada. Na turma de controlo, a diferença residiu no facto de as aulas de Acústica terem sido intencionalmente expositivas e transmissivas, onde os alunos ouviam e escreviam o que a professora ditava ou copiavam do quadro o que a professora aí escrevia, e questionavam a professora quando precisavam de algum esclarecimento. Nesta turma não foi realizada qualquer actividade experimental. Foram utilizados diversos instrumentos de recolha de dados, nomeadamente um pré-teste e um pós-teste, ambos relacionados com conceitos de Acústica, para além de questionários, grelhas de observação de aulas, registo em áudio das aulas de Acústica, mapas conceptuais, um Vê de Gowin sobre conteúdos de Acústica e entrevistas semi-estruturadas à professora que leccionou a Acústica. Os resultados obtidos permitiram inferir que a estratégia preparada com base nos pressupostos epistemológicos e psicológicos encontrados conduziu a uma aprendizagem mais significativa da Acústica no contexto e nas condições em que decorreu a pesquisa.
- Concepções alternativas no ensino da física à luz da filosofia da ciênciaPublication . Valadares, Jorge; Trindade, Armando RochaEste trabalho, desenvolvido ao longo de vários anos, teve em vista investigar como é que as representações que os professores de Física e os seus alunos «negoceiam» na sala de aula se relacionam com a ciência física e a reflexão epistemológica feita sobre esta ciência. Dada a natureza e o âmbito desta pesquisa foi adoptada uma metodologia eminentemente qualitativa tendo como base um instrumento poderoso do ponto de vista heurístico concebido pelo educador D. Bob Gowin, da Universidade de Cornell e conhecido por Vê do conhecimento, Vê heurístico, Vê epistemológico ou Vê de Gowin (Gowin, 1990). Tal como preconiza este instrumento, a pesquisa assentou em determinada visão do mundo da educação resultante não só da longa experiência do investigador, um professor de Física com cerca de 30 anos de ensino da Física em diversas escolas do ensino secundário e na Universidade Aberta, bem como de uma também longa reflexão sobre esse ensino traduzida em diversas comunicações, cursos e livros didácticos já produzidos. A operacionalização do grande objectivo que se propôs atingir na medida do possível conduziu o investigador à necessidade de aprofundar largamente os seus conhecimentos sobre a história da construção do conhecimento físico e, fundamentalmente, levou-o a uma reflexão filosófica sobre a construção deste conhecimento ao longo da história do pensamento. A reflexão foi efectuada em torno de grandes problemas epistemológicos, como são o da possibilidade de um conhecimento pleno da realidade exterior, o da origem do conhecimento físico, o da essência deste conhecimento, o das suas formas, motivações e metodologia e ainda o da sua validade e demarcação. Desta incursão no mundo da Filosofia da Física, que terminou com o estudo de algumas das mais importantes obras da epistemologia do século XX, resultou uma série de princípios, tal como também preconiza o referido Vê do conhecimento. Estes princípios, juntamente com a revisão e aprofundamento do conhecimento pessoal sobre algumas teorias físicas fundamentais neste trabalho, como são as da Mecânica clássica, da Relatividade Restrita e da Termodinâmica, algumas teorias da aprendizagem, de que se destaca a teoria da aprendizagem significativa, de raiz ausubeliana, e a definição rigorosa dos conceitos envolvidos nesta teoria, constituíram o suporte conceptual desta investigação. Foi com base neste quadro conceptual que se passou à análise das características das concepções físicas reinantes nas aulas, com especial relevância para as imensas concepções erróneas reveladas pelos alunos ao longo de cerca de duas décadas de pesquisas efectuadas um pouco por todo o lado, e com as quais o investigador se procurou familiarizar o mais possível. Foram também analisadas, em termos comparativos, as concepções erróneas dos próprios professores, bem como as que foram surgindo ao longo da construção da própria Física. Fez parte ainda do trabalho de campo o desenvolvimento de duas pesquisas sobre concepções erróneas destinadas a testar algumas hipóteses de trabalho feitas pelo próprio investigador: uma pesquisa foi efectuada numa turma de alunos do professor-investigador e incidiu sobre o conceito de energia; a outra foi levada a cabo com um grupo de professores que frequentaram um curso de relatividade restrita, leccionado pelo próprio investigador, e incidiu sobre a relatividade das grandezas mecânicas. No final da investigação foram produzidos juízos de conhecimento acerca das concepções físicas «negociadas» nas aulas de física, em particular sobre as origens e características das concepções erróneas, que desempenham um papel tão importante no ensino da Física. E o trabalho terminou com a formulação de alguns juízos de valor acerca da investigação efectuada e algumas implicações desta que o investigador gostaria de ver implementadas na futura educação em Física na sala de aula, no que respeita a quatro dos grandes «lugares comuns» em educação a que se referiram Schwab (1964) e Novak e Gowin (1991): o currículo, o professor, a avaliação e a governança.
- O desenvolvimento da relação escola/turma/família como factor de sucesso escolar : estudos de caso em contexto multiculturalPublication . Almeida, Maria Ester de Almeida Proença Simão; Ferreira, Manuela MalheiroO sistema educativo deverá proporcionar uma melhor educação para todos os portugueses, assegurando condições de igualdade de oportunidades e direitos a todas as crianças e jovens em idade escolar, independentemente do seu sexo, origem ou nível socioeconómico. É necessário implementar políticas educativas que resolvam o problema do insucesso e do abandono escolar, sobretudo no primeiro ciclo do ensino básico, nomeadamente adequar o ensino às necessidades dos alunos, às especificidades dos contextos locais e regionais; criar um sistema de avaliação mais justo e mais preocupado em promover a realização das pessoas do que em praticar a exclusão. É preciso olhar a educação como investimento na pessoa humana, como o mais precioso dos tesouros de um povo; arranjar outro modo de administrar o sistema educativo e as escolas e aumentar as qualificações profissionais dos docentes para que se possa melhorar a qualidade do ensino e as aprendizagens. Alguns dos problemas mais prementes que, ultimamente, têm marcado a relação pedagógica e social no grupo/turma estão, sem dúvida, relacionados com a manutenção de estruturas e modos de organização desajustados aos princípios que levam à generalização da escolarização e à promoção de uma escola para todos. As dificuldades que os docentes sentem em envolver os pais na escola, em gerir a heterogeneidade dos seus alunos para, respeitando as suas diferenças, praticarem um ensino individualizado e uma pedagogia diferenciada, constitui igualmente um problema, pois os professores não foram formados para trabalhar desta forma e a mudança é um processo lento, difícil e, por vezes, doloroso, embora necessário. Sendo a Escola e a Família os principais espaços do mundo do aluno, a Educação é tarefa das duas instituições. Pais e professores têm muito em comum, já que ambos têm o objectivo de ajudar as crianças, o que implica que haja um permanente diálogo e uma congregação directa de esforços entre eles. Compete à Escola abrir as portas à família e à comunidade e arranjar estratégias de intervenção que ajudem nesta comunicação e partilha. Não restam dúvidas que o sucesso escolar está directamente relacionado com a participação activa dos pais na educação. Daí pensarmos que a cooperação entre estas instituições deva ser cada vez mais estreita, para que pais/encarregados de educação, professores e comunidade envolvente possam assegurar às crianças uma ajuda coerente e convergente para o seu sucesso como alunos e como cidadãos intervenientes na sociedade. Através de dois estudos de caso em contexto multicultural desejamos chamar a atenção para a necessidade de uma Educação Intercultural na Escola Moderna e para o Desenvolvimento da Relação Escola/Turma/Família como Factor de Sucesso Escolar. Pretendemos também contribuir para melhorar a organização de turmas nas escolas de modo a facilitar a integração das crianças e a que obtenham melhores resultados de aprendizagem. Os principais objectivos do presente estudo foram investigar a influência que a homogeneidade ou heterogeneidade de turmas, sob os pontos de vista étnico, cultural, sócio-económico e de aprendizagem tem no aproveitamento escolar dos alunos, principalmente os pertencentes a minorias étnicas e o desenvolvimento da relação Escola/Turma/Família como factor de sucesso escolar. A investigação foi realizada em duas fases e em duas escolas do Primeiro Ciclo e dois Jardins-de-Infância anexos às mesmas com localização na área periférica da cidade de Lisboa. Uma escola apresentava 60% da população escolar de origem africana e a outra escola cerca de 90% de alunos dessa mesma origem, principalmente cabo-verdiana. A primeira fase do estudo decorreu durante os anos lectivos de 2002 / 2003 / 2004 e incidiu sobre duas turmas de quarto ano de escolaridade, uma das quais era heterogénea sobre os pontos de vista socioeconórnico e cultural, pois era constituída por dezassete alunos, sendo nove lusos, quatro cabo-verdianos, dois angolanos, um são-tomense e um guineense. A outra turma era mais homogénea a todos os níveis, pois era constituída por dezasseis alunos sendo treze de origem cabo-verdiana e três são-tomenses. Para atingir os objectivos desta investigação fizemos observações naturalistas a nível das escolas e das turmas e entrevistas a docentes, a pais/encarregados de educação e a alunos. A segunda etapa da investigação decorreu nas mesmas escolas estudadas anteriormente, e ao longo dos anos lectivos e 2004/2005/2006. Administrámos questionários de perguntas semi-fechadas a professores e encarregados de educação dos alunos das duas instituições escolares, que cognominámos de Barlavento e de Sotavento e observámos actividades nos Jardins-de-Infância anexos às escolas referidas. A formação de turmas está ligada às finalidades da própria Educação, pelo que a elaboração do estudo implicou o aprofundamento do tema da Educação em geral, e da Educação Intercultural em particular. Esta tem de ser encarada como uma abordagem alternativa à Educação Monocultural, de maneira a que o professor possa implementar uma pedagogia diferenciada, adaptada às características de cada aluno. Através da análise da problemática da constituição dos grupos/turmas, podemos verificar que se têm vindo a esbater ao longo do tempo alguns aspectos da homogeneidade, assistindo-se a uma maior abertura dos professores face à heterogeneidade. Dado que as Escolas servem determinada área de residência, verificámos que existe diferenciação quanto ao tipo de população escolar. Uma melhor distribuição dos alunos pelas Escolas da mesma Área Pedagógica contribui para um melhor equilíbrio e diminui os desfasamentos existentes entre as Escolas e, consequentemente, entre a composição dos grupos/turmas. Na própria definição de Área Pedagógica deviam ser levadas em consideração as características da população. Os aspectos culturais, étnicos e económicos, por serem factores de diferenciação social associados ao êxito dos alunos, devem ser contemplados como critérios na organização das turmas. A heterogeneidade das turmas, contribui para o sucesso dos alunos, em geral, e, em particular, para os de minorias étnicas. No entanto, as principais dificuldades com que se deparam os professores no desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem, ligam-se ao facto de no mesmo espaço de aula existirem alunos com necessidades educativas diferenciadas. A falta de formação inicial e contínua de docentes, na área da Educação lntercultural, constitui um problema pois toda e qualquer medida sobre a constituição dos grupos/turmas só ganha repercussão se for acompanhada pela formação de docentes, pois estes sentem dificuldades em leccionar turmas heterogéneas. A articulação entre Família/Escola/Turma/Comunidade contribui para promover um percurso educativo equilibrado, promotor de autonomia, respeitador das diferenças de cada um, de modo a fomentar atitudes de cooperação e solidariedade social. o envolvimento da família na escola é positivo para o ensino/ aprendizagem das crianças independentemente da classe ou do "background"cultural dos pais e contribui em muito para o sucesso dos alunos. Esse envolvimento, deve ocorrer numa relação de estreita cooperação, através do diálogo e da coadjuvação de esforços entre estas duas instituições. O aluno é o espelho da interacção no seio da família e entre a família, a Escola e o meio que o envolve, daí a importância de todos se unirem num esforço comum que ajude a formar cidadãos felizes, responsáveis e com sucesso.
- Educação para a televisão e aprendizagem do português : um estudo prospectivoPublication . Sousa, Maria Fernanda Ribeiro Botelho de; Marques, Maria Emília Ricardo; Rebelo, DulceA. A pertinência desta investigação decorre da emergência de novas literacias, num tempo de informação e de comunicação. A investigação concretiza-se na concepção, implementação e análise de uma componente de Educação para a Televisão, no curriculum da disciplina de Língua Portuguesa, cuja finalidade primeira é o desenvolvimento da competência comunicativa. O estudo analisa processos de compreensão das representações da realidade, simulada ou ficcionada, em histórias teledifundidas; foram observados alunos do 2° Ciclo do Ensino Básico, no contexto das aulas da disciplina de Língua Portuguesa. O programa de investigação designou-se Compreender as histórias da televisão. B. Procurando consolidar esta opção, o enquadramento teórico desenvolvido analisa as seguintes temáticas: 1. Princípios, fundamentos e implicações da Educação para os Media; apresenta-se um esboço de situação na Europa e no mundo. Faz-se referência, também, a experiências em escolas portuguesas, sobre a utilização de programas de televisão nas práticas pedagógicas. Esta fase culminou com a análise do programa da disciplina de Língua Portuguesa, evidenciando o que, à competência comunicativa e aos Media, diz respeito. 2. Principais características de textos teledifundidos e sua recepção. Detivemo-nos no conceito de representação pela sua centralidade na Educação para os Media e para a Televisão, em particular, e porque o programa de investigação implementado nisso se baseia. O quadro teórico de referência completou-se com um balanço crítico da literatura sobre a relação das crianças com a televisão. A realização inicial de um estudo exploratório, a contexto e público, com professores e com alunos permitiu uma melhor adequação da investigação que desenvolvemos. Porque as histórias da televisão, da preferência destes alunos, se concretizam, sobretudo, em desenhos animados e em séries sobre quotidianos, escolhemo-los por acreditarmos que esta motivação potenciaria a compreensão daquele tipo de narrativas. A implementação do programa de investigação consubstanciou-se na realização de um estudo de campo de orientação qualitativa, que privilegiou, não só diferentes tipos de observação participante, como entrevistas. O trabalho dentro da sala de aula foi realizado em grupo, para propiciar uma situação mais natural e habitual de diálogo sobre a televisão e para viabilizar a negociação e a construção conjunta de significações. Utilizámos procedimentos de análise de conteúdo e construímos, a priori, um plano de categorias que fomos alargando e reformulando, de acordo com as características dos dados em análise. Este procedimento permitiu-nos reduzir e quantificar as apreciações sobre as representações da realidade, no sentido de compreendermos as respectivas tendências. Ao mesmo tempo, e procurando outras interpretações, recontextualizámos as apreciações feitas pelas crianças, no sentido de apreender processos de construção e de negociação da significação. C. Deste estudo emergem, como essenciais, as seguintes conclusões: As mudanças significativas no final do desenvolvimento do programa de investigação, Compreender as histórias da televisão, pautaram-se, sobretudo, pela diversificação e complexidade crescentes nos critérios utilizados pelos grupos nas modalidades que realizaram. O estudo demonstra também que, se estes aspectos da representação da realidade nas histórias teledifundidas forem abordados pela escola, nomeadamente em Língua Portuguesa, as diferenças observadas, inicialmente, nos grupos, tendem a atenuar-se, como se constatou pelas evoluções visíveis em todos os grupos considerados. O estudo permitiu salientar a relação directa entre as formas da organização social do trabalho e a construção dialogada das significações, com repercussões directas na compreensão conseguida e na consecução final das tarefas. Os alunos despertaram para as questões da representação da realidade nas histórias teledifundidas a partir da implementação deste programa de investigação. O desenvolvimento de capacidades várias e o alargamento de atitudes que propiciou aponta, inequivocamente, para a necessidade deste tipo de actividades na aula de Português.
- Ensino a distância e formação contínua : uma análise prospectiva sobre a utilização do ensino a distância na formação profissional contínua de activos em PortugalPublication . Lagarto, José Reis; Trindade, Armando RochaNuma altura de profundas transformações a todos os níveis, desde sociais a tecnológicas, os trabalhadores no activo e as empresas sentem necessidade de garantir a permanente actualização das suas competências. A formação a distância parece poder ser uma das respostas. Nesta tese procura-se saber se, a curto ou médio prazo, parte significativa dos activos portugueses poderá fazer a sua formação contínua em regime de ensino a distância e em que condições é que isso poderá ocorrer. Para dar resposta a esta questão, analisa-se numa primeira fase a situação das qualificações de base da população portuguesa, bem como as tendências de evolução nos próximos anos. Igual análise se faz, também, quanto aos níveis de literacia informática existente. Identifica-se e analisa-se ainda a actual estrutura de formação de base ao nível do sistema de ensino secundário vocacional e da sua capacidade de aumentar as respostas positivas a este nível de qualificações. Numa segunda fase faz-se a análise da evolução dos sistemas de formação a distância e da influência que as novas Tecnologias da Informação e Comunicação lhes trouxeram. Identificam-se e caracterizam-se os operadores mais importantes existentes em Portugal. Para sedimentar esta análise estudam-se três casos distintos e complementares de instituições de formação que utilizam regimes de formação a distância, nomeadamente o "Centre National d'Enseignement à Distance" de França, a "Open Learning Foundation/Open Learning Company" do Reino Unido e o "PROFISSS - Projecto de Formação Inicial Qualifícante para a Solidariedade e Segurança Social" de Portugal. As conclusões dos estudos de caso, associadas às evidências encontradas na fase anterior, dão origem às conclusões, materializadas por um conjunto de constatações e da proposição de vários cenários organizativos para possível enquadramento do mercado da oferta do ensino e formação a distância em Portugal.
- Ensino aberto a distância : cognição e afectividadePublication . Goulão, Fátima; Marques, Maria Emília RicardoEsta dissertação, cujo núcleo fulcral se situa no aprendente, procura estudar as relações que se estabelecem entre uma componente afectiva (as atitudes) e uma componente cognitiva (os estilos de aprendizagem) de aprendentes adultos no cenário de aprendizagem do ensino a distância e como elas se comportam na apreciação, pelos próprios estudantes, de um dos suportes por aqueles utilizados, os manuais. Procura, ainda, demarcar factores que podem influenciar cada uma destas componentes. Para recolha dos elementos necessários ao estudo utilizaram-se: um questionário de atitudes elaborado para este fim, um outro de estilos de aprendizagem, Learning Styles Inventory (adaptado) e, ainda, um questionário de avaliação dos manuais. Para tal, e como trabalho prévio, foi necessária uma revisão da literatura, que incidiu nos referenciais teóricos subjacentes aos objectivos enunciados. Na componente empírica desta tese trabalhou-se sobre uma amostra total, composta por 995 aprendentes, estudantes da Universidade Aberta, de ambos os sexos, cuja média de idade ronda os 41 anos. Optaram por este tipo de ensino, quer para a obtenção do grau de licenciatura, quer para complemento de habilitações ou profissionalização. Frequentam o ensino a distância há cerca de dois anos. Os resultados confirmam que existe uma relação entre os estilos de aprendizagem e as atitudes dos aprendentes face ao ensino a distância. Mais particularmente entre a forma de apropriação da informação e a atitude. Como cada uma destas componentes sofre influência de factores, como, por exemplo, o sexo dos sujeitos ou a área de estudo (curso) em que se encontram. A atitude ainda é influenciada pelas razões que os levaram a estudar, pelo sistema de ensino em que se encontram e pelo número de anos de frequência do ensino a distância. Os manuais são objecto, em geral, de uma boa aceitação por parte dos aprendentes. No entanto, a apreciação que estes lhes fazem é influenciada pela atitude demonstrada face ao ensino a distância e à disciplina que estudam. A atitudes mais positivas correspondem avaliações mais positivas e vice-versa. A mesma correspondência não se verificou com os estilos de aprendizagem. Constatou-se a existência de um comportamento avaliativo idêntico para todos os estilos de aprendizagem. No final, são apresentados os aspectos conclusivos face aos objectivos que nortearam este trabalho.
- Ensino online : contextos e interacçõesPublication . Morgado, Lina; Marques, Maria Emília RicardoNa procura da compreensão do que é o ensino online, a literatura discute as suas problemáticas como sendo algo de novo. Ao aprofundar-mos estas temáticas, verificámos como afinal, se retoma, como se fosse a primeira vez, as considerações e reflexões que afinal, definiram o território conceptual do ensino a distância, ou seja, os seus fundamentos. Assim todas as discussões em torno do acesso, da flexibilidade, da mediação tecnológica, da interacção, dos problemas do estudante e mesmo a procura de legitimação do ensino online face ao ensino presencial, desenvolvem-se agora, na perspectiva do ensino online. Ora, estes aspectos prendem-se com a natureza do ensino a distância e não particularmente com o ensino online. Digamos que o ensino online, apesar de trazer novos problemas, actualiza a discussão em torno de alguns dos seus fundamentos, que constituem afinal, velhos problemas do ensino a distância. Nesta base, fundamentámos como o ensino online se inscreve no ensino a distância, constituindo a sua mais recente geração. Contudo, o ensino online introduz grandes alterações no ensino a distância, e que justificam que se fale de uma mudança de paradigma. Esta mudança de paradigma situa-se na possibilidade de existir um grupo de aprendizagem—um grupo classe—invertendo aquilo a que noutras gerações de ensino a distância foi qualificado como a desintegração da sala de aula. Trata-se porém de uma nova sala de aula, distribuída no espaço, des-localizada - a sala de aula virtual — com características únicas onde a interacção se baseia na escrita, é independente do espaço e do tempo e é de muitos-para-muitos. É este elemento (o grupo-classe) que possibilita uma aprendizagem contextualizada, colaborativa, inconcebível noutras gerações de ensino a distância. A sala de aula virtual não é uma réplica da sala de aula presencial, nem uma sua simulação, mas um novo contexto de ensino-aprendizagem com regras e características próprias. Trata-se de um cenário técnico-pedagógico que possibilita a criação de contextos de ensino-aprendizagem particulares, com características específicas apoiado em pressupostos que derivam das características e potencialidades do medium, da ferramenta tecnológica e das concepções de natureza pedagógica. No seu conjunto configuram e definem um quadro a partir do qual é possível partir para a construção de uma sala de aula específica. O ensino online traz inegavelmente, uma alteração do papel tradicionalmente atribuído ao tutor de ensino a distância—um mediador de conteúdos—exigindo por isso, novas competências, novas funções, um novo papel. De repente, este tutor tem de agir num contexto social de aprendizagem, que o obriga a mobilizar uma série de instrumentos pedagógicos, didácticos de organização e gestão anteriormente garantidos pelos materiais de ensino e neles embebidos por um lado, e gerir e moderar uma interacção que deixa de ser de um-para-um e de um-para-muitos para passar a ser de muitos-para-muitos—um papel agora investido de maiores responsabilidades e maior raio de acção. Na literatura da especialidade há a convicção de que a chave do sucesso do ensino online se centra na actuação do tutor. Com estes pressupostos procurámos analisar dois casos, estudando as expectativas e percepções de tutores e estudantes quanto ao ensino online, ao papel do tutor neste contexto e à pedagogia do ensino online. Mas o que faz um tutor online? Quais são os seus actos de tutoria e como se definem? Procurámos estudar estes actos dos tutores em cada um dos casos. Enquadrados pelo Modelo da Comunidade de Inquirição (Anderson et al. 2001) estudámos as expectativas e concepções de formandos e tutores relativamente ao ensino online e ao papel do tutor nesta modalidade de ensino; as características do contexto em que os cursos se desenvolvem – as salas de aula virtuais; os níveis e características da interacção ocorrida; e a acção do tutor, que procuramos analisar e sistematizar na sua interacção com os formandos através da análise quantitativa de conteúdo apoiada nas categorias da Presença de Ensino de Anderson et al. (2001) e Garrison & Anderson (2003).
- A escola como observatório de necessidades educativas de alunos e formativas dos professores : da caracterização dos contextos educativos às cartas de intervenção estratégicaPublication . Freire, José Manuel de Carvalho; Ferreira, Manuela Malheiro; Barbosa, Luís MarquesEm consequência de estudos desenvolvidos no âmbito da “Análise da Acção Educativa”, esta investigação pretende contribuir com algo inovador no quadro das Ciências da Educação, perspectivando uma melhoria das aprendizagens dos alunos e das práticas pedagógicas dos professores. No seu quadro conceptual desenvolveu-se o significado de “Carta de Sinais”, já lançado em sede de dissertação de mestrado, avançando-se agora para o diagnóstico de necessidades educativas dos alunos e formativas dos professores, transportando-nos da caracterização dos contextos educativos para a organização e construção de uma “Carta de Intervenção Estratégica” com medidas curativas a implementar no imediato ou a curto prazo, remediativas para aplicação a médio prazo e preventivas a longo prazo, mas transversais a todo o processo. Este estudo de natureza qualitativa, estudo de caso, segue o paradigma “Investigação-Acção/Formação, sendo o objectivo geral dotar a Escola de instrumentos “Soft” para que se organize, enquanto estrutura “Sensível e Transformacionista”, como Observatório de Diagnóstico de Necessidades Educativas de Alunos e Formativas de Professores. Ao concebermos o ensino como um processo dinâmico onde os alunos aprendam e professores ensinem em clima de alteridade, os objectivos específicos são a construção de instrumentos, que permitam à Escola promover a formação em contexto dos seus professores tornando-os competentes para diagnosticarem as necessidades educativas específicas dos alunos, e a organização de estruturas de renomeação de experiências, que designámos por “Oficinas de Reconfiguração do Conhecimento Mediatizado”. Demonstrou-se a validade do processo “Investigação-Acção/Formação”, enquanto acelerador do processo de investigação e a importância que nele desempenham as “Oficinas de Reconfiguração do Conhecimento Mediatizado”- para os alunos no agilizar compreensivo das aprendizagens e para os professores na explicitação de necessidades latentes de formação, tendo como base a pedagogia de ajuda.
- Estratégias alternativas para a introdução das TIC em educaçãoPublication . Soares, Rui; Neto, FélixDevido à previsível importância que as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) assumirão na formação (inicial, em serviço e contínua) de professores de qualquer grupo disciplinar e à falta de conhecimento prático da utilização pedagógica de tais meios, parece que a integração generalizada de computadores na escola ficará, no mínimo, comprometida se não forem tomadas decisões que facilitem o conhecimento das suas potencialidades e de formas de utilização nos vários níveis de ensino. Para compreender as razões de tal situação enviaram-se 5000 questionários para recolha das opiniões dos professores acerca do uso dos computadores. A análise dos 10012 questionários recebidos permitiu identificar factores relevantes para o processo de integração das tecnologias nas escolas de ensino não superior, comparar estes resultados com os que foram produzidos, em 1984, por uma investigação (que usou idêntico inquérito) feita com professores de Matemática de 16 escolas preparatórias e secundárias da área urbana de Lisboa e preparar módulos para diferentes níveis de formação de agentes educativos. Foi, ainda, feita a experimentação de um módulo de formação com 191 professores da área pedagógica de Lisboa, não se tendo observado mudanças significativas das opiniões por eles manifestadas Contudo, houve uma ligeira melhoria das pontuações entre o pré e o pós teste.
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