Mestrado em Ciências do Consumo Alimentar | Master's Degree in Food Consumption Sciences - TMCCA
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Browsing Mestrado em Ciências do Consumo Alimentar | Master's Degree in Food Consumption Sciences - TMCCA by Sustainable Development Goals (SDG) "02:Erradicar a Fome"
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- Avaliação da segurança dos suplementos alimentares de desporto e perspetiva do seu consumo pelos utilizadores de ginásios na Ilha do Faial: um estudo exploratórioPublication . Andrade, Paulo Miguel Correia; Caetano, Fernando J. P.; Moura, Ana Pinto deO consumo de suplementos alimentares desportivos está enraizado no meio desportivo. A sua utilização é comum e até incentivada aos praticantes de desporto, independentemente do tipo ou intensidade de exercício. Este trabalho teve como principal objetivo avaliar a oferta e a procura dos suplementos alimentares desportivos comercializados nas lojas e ginásios da ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores, quer ao nível da sua segurança, quer em relação às perceções dos seus utilizadores de ginásio quanto ao seu consumo. Recorreu-se, para o efeito, ao levantamento dos suplementos alimentares desportivos comercializados nos ginásios e na única loja de desporto e à realização de entrevistas individuais a praticantes de exercício nos ginásios daquela ilha. Verificou-se que a separação das substâncias é efetuada pela utilização de processos tradicionalmente usados em química extrativa e os solventes são álcoois como o metanol e o etanol. A utilização de líquidos iónicos, não é ainda uma alternativa considerada pela indústria alimentar para a extração das substâncias presentes nos suplementos, por não ser economicamente rentável. Das entrevistas realizadas aos 40 participantes, constata-se que os participantes estão familiarizados com os conceitos alimentação saudável, as suas vantagens e os obstáculos à sua realização. No entanto, procuram suplementos para essencialmente melhorar o seu desempenho desportivo, recuperar da fadiga e melhorar a sua saúde, mencionando não encontrar qualquer inconveniente que lhes impedisse de consumir suplementos alimentares. A maioria dos nossos entrevistados indicou obter informações na escolha de suplementos por autoiniciativa, através da procura da informação na Internet ou em revistas da especialidade, adquirindo posteriormente os produtos de acordo com as suas pesquisas. Os suplementos reportados pelos participantes como os mais consumidos foram as proteínas e os multivitamínicos.
- Composição corporal, ingestão nutricional e perceção da influência da alimentação na prática desportiva em atletas praticantes de futsal: um estudo exploratórioPublication . Brum, Sílvia; Moura, Ana Pinto de; Franchini, BelaO futsal é uma modalidade desportiva relativamente recente e, embora seja uma modalidade em crescimento, até ao momento não existem recomendações nutricionais para praticantes de futsal. Contudo sabe-se que a alimentação influência significativamente o rendimento desportivo, dada a alimentação ser o veículo de obtenção de energia e nutrimentos. A presente investigação procurou avaliar a composição corporal, a ingestão nutricional e hábitos de sono e de treino de atletas de futsal Sénior Masculinos do Campeonato Nacional da II Divisão de Futsal - Série Açores, bem como avaliar a perceção destes atletas da influência da alimentação na prática desportiva. Recorreu-se à antropometria para avaliação da composição corporal (n=68) e à aplicação de questionários às 24 horas anteriores em 3 dias distintos para avaliação da ingestão alimentar (n=20) utilizando o programa informático Nutrium® e à entrevista como técnica de recolha de informação para avaliação da perceção (n=20), utilizando o programa informático QSR Nvivo 10®. Embora a maioria dos atletas apresente uma composição corporal saudável, detetou-se elevada prevalência de excesso de peso, sobretudo nos atletas que participaram da avaliação da ingestão nutricional e perceção. Da avaliação da ingestão nutricional verificou-se inadequação, isto é, baixa em energia e hidratos de carbono e elevada em lípidos e álcool. Do discurso dos atletas demonstrou-se que os mesmos entendem o conceito de alimentação saudável, embora a maioria admita poder melhorar a sua alimentação, sendo que a falta de tempo e a dificuldade em abandonar os alimentos preferidos foram os principais obstáculos identificados à prática de uma alimentação saudável. Em relação ao desempenho, os atletas referiram poder melhorá-lo, através de certos alimentos a evitar ou a promover. Uma minoria dos atletas consumia suplementos para melhoria do desempenho.
- Influência da religião na alimentação nas comunidades Católicas e Adventistas do Sétimo Dia em Cabo Verde: um estudo exploratórioPublication . Semedo, Daniel António Tavares Varela; Moura, Ana Pinto deA alimentação é um fator imprescindível para a manutenção da vida e faz parte da rotina diária das pessoas. A nível individual, a escolha alimentar é influência por diversos fatores, destacando-se o sensorial, o preço, a conveniência, a saúde/bem-estar, bem como a sustentabilidade ambiental ou a religião este último inserido na cultura de um povo. A presente investigação visa avaliar de que modo a religião influência a alimentação, nomeadamente junto de comunidades Católicas e Adventistas do Sétimo Dia, em Cabo Verde. Para o efeito, utilizou-se uma metodologia qualitativa, recorrendo-se a entrevistas semiestruturadas. Através da análise dos relatos discursivos aos 30 participantes, mediante a categorização dos mesmos, foi possível identificar três grandes categorias: i) relação do participante com a sua religião; ii) influência da religião na alimentação; e iii) avaliação das práticas alimentares propostas pela religião para a saúde/bem-estar. Verificou-se que os participantes Adventistas do Sétimo Dia estão mais envolvidos com a religião, do que os participantes Católicos. Por outro lado, verificou-se que para os Adventistas do Sétimo Dia, a religião influência diariamente as escolhas alimentares, ao nível da compra e do consumo, enquanto que essa influência faz-se notar nos Católicos principalmente em momentos pontuais (Quarta-feira de Cinzas e nas Sextas-feiras que precedem a Páscoa). Finalmente, os Adventistas do Sétimo Dia destacam que a prática da sua religião trás benefícios para a sua saúde e bem-estar, contrapondo com os Católicos que não identificaram benefícios diretos para a saúde pelo facto de praticarem esta religião, embora tenham referido que a mesma contribui para o seu bem-estar.
- Novas tecnologias de processamento alimentar: avaliação da perceção do consumidorPublication . Teixeira, Rute; Moura, Ana Pinto de; Cunha, Luís MiguelO objetivo deste trabalho consistiu na avaliação das atitudes dos consumidores portugueses em relação às novas tecnologias alimentares, com vista à sua segmentação, a qual permitirá o desenvolvimento de estratégias de comunicação adaptadas aos diferentes segmentos. Os consumidores foram entrevistados nas suas residências, selecionadas por recurso a técnicas de random route. De modo a garantir uma maior representatividade implementaram-se critérios de amostragem por quotas, controladas por sexo, faixa etária e localização (áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa). O questionário apresenta um conjunto de sete grupos de perguntas com as seguintes dimensões: i) subescalas Apelo Sensorial e Conveniência Alimentar do Food Choice Questionaire; ii) Inovação Agroalimentar; iii) Preocupação com o Preço/Custo dos Alimentos; iv) Conhecimentos sobre Nutrição; v) Neofobia e Neofilia Alimentares; vi) Neofobia e Neofilia em relação a novas tecnologias alimentares e vii) Suspeição associada a novos alimentos. Realizou-se uma análise fatorial exploratória, utilizando a Análise Fatorial em Componentes Principais de forma a reduzir os itens originais em diferentes fatores, com rotação Varimax. A consistência interna foi testada usando o α de Cronbach. O agrupamento K-means foi aplicado sobre os fatores resultantes. Todos os fatores produziram alta consistência, com um α de Cronbach entre 0,669 e 0,948. A análise de clusters rendeu quatro segmentos de consumidores. Os fatores Apelo Sensorial, Preço e Conveniência foram as dimensões mais importantes na escolha alimentar. Os consumidores portugueses apresentam aversão ao risco em relação às inovações agroalimentares. Os dados também indicam que há pouca adoção de inovação entre os portugueses, além de indicar um alto nível de neofobia em relação às novas tecnologias alimentares, contudo apresentam um baixo nível de neofobia em relação a novos alimentos, mas associado a altos níveis de suspeição.
- Production and commercialisation of insects as food and feed: identification of the main constraints in the European UnionPublication . Montanari, Francesco; Moura, Ana Pinto de; Cunha, Luís MiguelAs projeções da Food Agricultural Organization (FAO), que apontam para um crescimento exponencial da população mundial (10 mil milhões em 2050, ou seja, +38% comparado com os níveis atuais), levantam muitas preocupações e dúvidas sobre a capacidade dos sistemas de produção agroalimentar contemporâneos em satisfazer a procura alimentar a médio e longo prazo. Um tal cenário tem levado organizações internacionais e a comunidade científica a alertar progressivamente a opinião pública em relação à necessidade e à urgência de identificar fontes nutricionais adicionais para poder alimentar o nosso planeta no futuro. Nesta perspetiva, os insetos apresentam-se como uma alternativa particularmente adequada e até mais sustentável de que a carne e outros alimentos que constituem atualmente as principais fontes de proteínas animais na alimentação humana. As elevadas taxas de conversão alimentar que os insetos apresentam (ou seja, a sua capacidade de transformar os alimentos ingeridos em carne comestível) e o reduzido impacto ambiental que a sua criação envolve em contraoposição à dos animais produtores de alimentos mais tradicionais, estão entre as vantagens mais frequentemente apontadas para sublinhar o potencial desses animais e justificar uma sua maior integração na cadeia agroalimentar e na alimentação humana. No entanto, a difusão da produção e comercialização de insetos para consumo humano, em especial, tem enfrentado entraves técnicos e regulamentares, para além de um certo grau de ceticismo por parte dos consumidores, em vários mercados. Este é manifestamente o caso das sociedades ocidentais em que os insetos nem sempre fazem parte das dietas tradicionais locais. Neste contexto, o presente trabalho traça e analisa de forma crítica o estado da arte da regulamentação da produção e comercialização de insetos para consumo humano e alimentação animal na União Europeia (UE). Com efeito, ao longo dos últimos anos, a UE tem dado grandes passos para reformar o seu quadro legislativo com vista a abrir e preparar gradualmente o mercado para estes novos produtos, tendo reconhecido, deste modo, o potencial que os insetos representam para os sistemas agroalimentares do futuro em termos técnicos, ambientais e económicos. No que diz respeito aos insetos para consumo humano, a adoção do Regulamento (UE) 2015/2283 que estabelece os requisitos a cumprir pelos alimentos que se enquadrem como novel foods - ou seja, os alimentos que não tenham sido consumidos de forma significativa na UE antes de 15 de maio 1997 – representa, até hoje, a evolução normativa mais importante nesta área, na medida em que abrange os insetos no seu âmbito de aplicação sujeitando a sua comercialização a uma avaliação do risco prévia e aprofundada que certifique a segurança desses alimentos. No entanto, a pesquisa e a análise efetuadas para a elaboração do presente trabalho mostram que entraves técnicos e regulatórios importantes permanecem ainda hoje a nível da legislação europeia, o que acaba por impedir a este novo setor da cadeia agroalimentar de crescer, se consolidar e prosperar e aos seus operadores de competir no mercado em igualdade de condições. Atualmente, e em relação aos insetos para consumo humano, um dos principais obstáculos regulamentares deriva da fragmentação do mercado europeu em consequência da implementação de diferentes soluções por cada um dos Estados-Membros antes da entrada em vigor ou da aplicação do regulamento (UE) 2015/2283, face à ausência de disposições europeias harmonizadas. Neste contexto específico, é possível observar que, enquanto alguns países - em particular no Norte da Europa (por exemplo, Bélgica, Países Baixos, Reino Unido e Finlândia) - adotaram políticas mais liberais no que diz respeito à comercialização de insetos para consumo humano, outros (por exemplo, França, Itália e Portugal) optaram por políticas mais cautelosas e, por isso, mais restritivas, atendendo essencialmente a preocupações de saúde pública. Inevitavelmente, esta fragmentação regulamentar reflete-se hoje nas relevantes dinâmicas do mercado europeu, que, embora ‘único’, apresenta, de facto, diferentes velocidades, na medida em que há operadores económicos que já estão presentes num ou mais mercados nacionais e outros que não tiveram ainda a oportunidade de comercializar tais produtos. Em segundo lugar, um outro entrave, de natureza técnico-administrativa, prende-se com o procedimento de autorização dos insetos e dos produtos derivados. Com efeito, todas as autorizações atualmente pendentes (n=12) já ultrapassaram largamente a duração mínima estabelecida pela legislação europeia no caso do procedimento de autorização geral (aproximadamente 17 meses). Nestas circunstâncias, é difícil perceber se esses atrasos são imputáveis à incompletude dos pedidos de autorização apresentados pelos demais requerentes e / ou à gestão do procedimento pelas entidades europeias competentes. O direito de explorar de forma exclusiva o novel food por um período máximo de 5 anos na sequência da sua autorização que os requerentes podem invocar ao abrigo do regulamento constitui outro potencial entrave a médio prazo para os outros operadores económicos deste setor. Além dos entraves referidos acima, faltam atualmente a nível da UE requisitos específicos de segurança e qualidade adaptados às necessidades e especificidades do setor dos insetos para consumo humano. No que diz respeito à segurança desse animais enquanto alimentos, face ao número de autorizações atualmente pendentes, parece particularmente urgente a introdução de requisitos mínimos de higiene para a sua criação e processamento, tal como existem para outras categorias de produtos de origem animal ao abrigo do regulamento (CE) n.º 853/2004. No entanto, há que registar que o setor profissional europeu e alguns Estados-Membros já desenvolveram linhas orientadoras para esta área. Da mesma forma, está igualmente em falta e terá, portanto, que ser provavelmente adotada no futuro, uma regulamentação específica para os medicamentos autorizados para o tratamento dos insetos durante a criação e, se necessário, para os resíduos máximos permitidos desses medicamentos após processamento. Pelo contrário, há áreas em que o quadro normativo europeu relativo aos insetos para consumo humano já se encontra numa fase bem avançada. Este é o caso, por exemplo, da regulamentação das importações, sendo que há já três países extra-UE – Suíça, Canadá e Coreia do Sul – que poderão exportar para o mercado europeu assim que as primeiras autorizações de novel foods forem publicadas. Na vertente da qualidade, as negociações legislativas para estender a aplicação aos insetos das normas que regulamentam a produção e a comercialização dos produtos biológicos já começaram. Ao invés, não parece realista esperar que normas de bem-estar animal sejam propostas num futuro próximo para estes animais, persistindo ainda muita incerteza científica sobre a capacidade desses animais de poder sentir a dor. Por outro lado, a regulamentação de insetos como alimentos para animais na UE e o respetivo mercado parecem globalmente mais desenvolvidos, sendo que a utilização de proteínas derivantes de sete espécies diferentes de insetos - Hermetia illucens, Musca domestica, Tenebrio molitor, Alphitobius diaperinus, Acheta domesticus, Gryllodes sigillatus e Gryllus assimilis - encontra-se já autorizada em aquacultura desde meados de 2017. Porém, a adoção de outras medidas regulamentares seria desejável no futuro para garantir a consolidação e a expansão deste segmento de mercado e, designadamente, a extensão da permissão de utilização de proteínas de insetos na alimentação de aves de capoeira e suínos. Apesar das restrições regulamentares e das lacunas identificadas neste trabalho, se comparamos a UE com outros países para que os insetos também constituem uma novidade sob o prisma da alimentação humana e animal – nomeadamente, os Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Suíça e Brasil - o mercado europeu apresenta, neste momento, um maior grau de abertura, bem como maior potencial e maturidade de um ponto de vista legislativo e regulamentar. A longo prazo, isso poderá fazer da UE um líder global nesta área, tanto enquanto mercado, como organismo internacional de definição de padrões.