Mestrado em Relações Interculturais | Master's Degree in Intercultural Relations - TMRI
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- Ciganos e literacia digital : estudo de caso em Reguengos de MonsarazPublication . Medinas, Carlos Boto; Magano, OlgaAs tecnologias de informação detêm atualmente um papel crucial na vida dos cidadãos na sociedade da informação. As principais atividades da vida quotidiana estão envolvidas pelas novas tecnologias da informação e comunicação (TIC), que cobrem um vasto espectro de áreas da vida pessoal e social, tornando-nos dependentes da tecnologia. No entanto, nesta sociedade, o acesso às tecnologias não é feito por todos os cidadãos de igual forma, havendo uma distinção entre os que têm acesso às TIC e os que não têm, entre os que as sabem usar e os que não sabem. Como consequência desta inacessibilidade surge um conjunto de “infoexcluídos", cuja exclusão em alguns casos se junta a outras situações de exclusão. Em Portugal, muitas pessoas ciganas acumulam a exclusão digital com outras exclusões, por exemplo, com analfabetismo ou baixos níveis de escolaridade, desqualificação profissional, desemprego, condições habitacionais precárias, segregação territorial, racismo, discriminação, etc. Cientes da importância da acessibilidade às TIC nas sociedades contemporâneas foi realizado um estudo exploratório com o objetivo de conhecer a literacia digital por parte de pessoas ciganas na cidade de Reguengos de Monsaraz. Tratando-se de uma população com pouca escolaridade e sem qualificações profissionais, como é que os ciganos de Reguengos de Monsaraz lidam com as tecnologias de informação? O estudo foi desenvolvido com recurso a técnicas de pesquisa quantitativa (inquérito por questionário aplicado a pessoas ciganas) e técnicas de pesquisa qualitativa (entrevista semiestruturada aplicada a representantes de instituições locais). Os resultados obtidos por este estudo permitem concluir que há uma grande diferenciação no acesso a equipamentos digitais entre ciganos e não ciganos e que as políticas públicas pouco têm contribuído para a promoção da literacia digital entre as pessoas ciganas ou têm pouco impacto no aumento da literacia. Neste contexto, os espaços municipais de internet são serviços que contribuem de forma muito positiva para o acesso às novas tecnologias por parte das pessoas ciganas e o alcance destes espaços pode ser potenciado com o desenvolvimento de projetos complementares de intervenção em termos de promoção de escolarização e literacia digital mais estruturados e aprofundados.
- Em busca do paraíso: memórias, dificuldades de adaptação e projetos de vida de jovens requerentes de asilo na AlemanhaPublication . Skubowius, Teresa Ratão Vasconcelos Miranda; Ramos, NatáliaA presente investigação insere-se no campo dos estudos sobre migrações, mais concretamente das migrações forçadas, na temática das experiências de fuga e exílio de jovens requerentes de asilo. Recorreu-se aos relatos autobiográficos de seis jovens participantes (três rapazes e três raparigas) dos três países com mais pedidos de asilo na Alemanha, nos anos de 2015 e 2016 – a Síria, o Afeganistão e o Iraque – para uma melhor compreensão das memórias, trajetórias, dificuldades de adaptação e projetos de vida destes jovens. Este estudo pretende conhecer, através do contacto com experiências bastante concretas de seis jovens, as circunstâncias, as dificuldades e a realidade psicossocial, cultural e política vivida por este grupo de jovens, antes e depois do pedido de asilo na Alemanha. Escapando-se à perspetiva homogeneizadora dos estudos quantitativos, pretende-se obter um conhecimento mais aprofundado e diversificado das dificuldades e dos contextos de inserção dos jovens requerentes de asilo e refugiados, na Alemanha, nomeadamente, mostrar que as biografias, as memórias e as dificuldades de integração destes jovens são constituídas por uma pluralidade de vivências e “facetas”, estando algumas delas relacionadas com questões de género. No final, são delineadas algumas estratégias e caminhos que contribuam para práticas e políticas promotoras de uma integração plena e participativa deste grupo, na sociedade alemã.
- Estudo sobre os ciganos residentes em acampamentos na cidade de ÉvoraPublication . Assunção, Maria José de Almeida; Magano, OlgaEm Portugal o direito à habitação é um direito constitucional para todos os cidadãos mas em Évora continua por cumprir em relação a algumas pessoas ciganas que vivem em acampamentos. Não ter acesso a habitação e viver em condições de precariedade extrema soma-se a outras condições como a pobreza, a segregação espacial e a discriminação social que condicionam toda a vida familiar dos indivíduos e das famílias. Estas famílias sem habitação residentes em Évora vivem em acampamentos, sem que se trate de uma opção de modo de vida, ou que se relacione com a “cultura cigana” mas sim pelo facto de não terem outras opções: não têm habitação, escolaridade, emprego, participação cívica, etc. No sentido de conhecer as condições de vida das pessoas ciganas desalojadas de Évora foi realizado um estudo exploratório que aborda as condições de sobrevivência, os apoios de que dispõem, as necessidades sentidas, preconceitos, segregação e discriminação. Em termos metodológicos aplicou-se um inquérito a um representante de cada uma família cigana desalojada o que permitiu ter o retrato sociodemográfico da população estudada. Foram também realizadas entrevistas a pessoas ciganas e a interventores institucionais que nos deu diferentes perspetivas sobre a mesma realidade social. As pessoas ciganas que vivem em acampamentos em Évora residem há anos na cidade e revelam um forte sentimento de pertença a esses territórios. (Sobre)vivem em contexto de pobreza (com escassos recursos económicos) e marginalização (afastados da vida da cidade), com carências ao nível das necessidades básicas (falta de habitação, eletricidade, água, saneamento, etc.) mas têm expetativas sobre a melhoria das suas condições de vida. Os técnicos apontam as dificuldades sentidas na intervenção e demonstram uma certa aceitação e naturalização das condições de vida em que vivem estas famílias ciganas. As políticas públicas mostram-se ineficazes para a resolução da questão habitacional e de acesso a recursos fundamentais por parte destas pessoas ciganas.
- "Ladrões fora, corruptos fora, assassinos fora" : o RAP de protesto em Moçambique pós-colonialPublication . Sitoe, Tirso Hilário; Bäckström, Bárbara; Campos, RicardoA investigação desenvolvida explora experiências sobre a forma como o RAP de protesto, constitui um espaço em que os músicos e o público, exercem os seus direitos cívicos e de cidadania em Moçambique pós-colonial. Portanto, a análise centrou-se na forma como é discursivamente construída em narrativas musicais, a representação social da exclusão dos grupos sociais mais pobres e como se constroem identidades político-partidárias entre os músicos. Paralelamente, questionámo-nos sobre a relevância das plataformas digitais utilizadas pelos músicos, para o engajamento cívico e de cidadania. Dentro desse contexto, o estudo sugere que o desafio de se pensar o exercício dos direitos cívicos e de cidadania em Moçambique, através da música, devem ser pensados a partir de dois pontos modais. Primeiro, por onde a luta política passa discursivamente, através das narrativas musicais, onde são negociadas e construídas identidades, com a proliferação de diferentes revindicações como forma de exercício do direito à liberdade de expressão, constitucionalmente instituído. O segundo desafio está relacionado com a própria noção de "povo" e como ela legitima a elite governante. Quando o "povo" se mobiliza e apresenta suas aspirações e demandas, como uma coletividade excluída dos processos políticos e de governação, eles estão, de fato, também dando legitimidade à elite governante. Pois estas aspirações e demandas são apresentadas à elite governante, para que possam ser tratadas. O ciberespaço neste contexto, oferece a interconetividade entre saberes locais e globais, porque torna-se um espaço alternativo de engajamento coletivo, ao instituído e controlado pelo poder político, para o exercício dos direitos cívicos e de cidadania. No quadro da pesquisa, desenvolvemos uma abordagem qualitativa com recurso a entrevistas e conversas informais. Não menos importante foi nesse processo, a recolha e análise de narrativas musicais RAP.
- A olaria na província de Benguela: tradição, género e territórioPublication . Brito, Joana Isabel Ramos de; Campos, Ricardo; Benjamin, HelenaNo presente estudo procurou-se fazer uma ligação entre a mulher de Benguela (Africana) e a criação de olaria tradicional, atividade ancestral que vem passando de geração em geração, de mulher para mulher. Lembrar a imagem da mulher, associada à terra e à sobrevivência, questionando o seu papel na comunidade a que pertence e à cultura que carrega consigo. Pretende-se, ainda, refletir acerca da criação: quando se constrói com argila, utilizam-se os quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Só através da articulação destes elementos é possível criar peças de cerâmica, pelo que são estas que nos revelam a intimidade entre a olaria e a terra na sua relação mítica com a natureza, a cultura e o género. Tendo em consideração a componente prática da olaria tradicional, assim como o meio envolvente e a vida em comunidade das oleiras, este estudo teve por objetivo a criação de um documentário. Este documentário foi planificado com base nas informações que foram sendo recolhidas ao longo dos meses de investigação e pretende retratar a história de vida das oleiras e o seu território como meio identitário. Espera-se que através do documentário a história das panelas de barro chegue a uma comunidade mais alargada e menos especializada.
- Ser gibraltarino: estudo exploratório sobre a cultura e identidade dos residentes de GibraltarPublication . Gilotay, Sandra Regina Borges; Magano, OlgaEste estudo de investigação foi desenvolvido no intuito de conhecer a complexidade cultural, a construção e a afirmação identitária dos residentes de Gibraltar. Devido à sua diversidade cultural, social, linguística e religiosa, e por ser um território de pequena dimensão com uma ubicação geográfica estratégica, Gibraltar usufrui hoje de excelentes condições económicas e sociais. Tratando-se de um território dentro do continente europeu, onde ainda prevalecem certos vínculos coloniais, com um passado de conquistas e disputas de soberania (entre Espanha e Inglaterra), que ainda são percetíveis através da sua fronteira, despertou-nos a atenção o modo como os seus habitantes interagem e conjugam as suas múltiplas pertenças. No desenvolvimento teórico, procuramos retratar alguns dos eixos pertinentes para esta análise, nomeadamente as conceções de cultura, as interações sociais, as fronteiras sociais e culturais, formas de mestiçagem e hibridismo, a pluralidade cultural, a identidade e a integração social, para tentar perceber em que consiste a identidade dos residentes de Gibraltar e a conceção do ser gibraltarino. Em termos metodológicos, optámos por um estudo exploratório, devido à falta de trabalhos publicados anteriormente e concernentes à identidade gibraltarina, de caráter qualitativo, através da realização de entrevistas semi-estruturadas a diferentes perfis de entrevistados/as residentes ou que trabalham em Gibraltar. Os resultados apontam para a importância que a diversidade cultural assume na construção da identidade gibraltarina. Considerando a imposição histórica das duas culturas, tanto a inglesa como a espanhola, e a influência das demais culturas dos residentes em Gibraltar, o gibraltarino encontrou uma forma particular de se integrar diante a sua própria diversidade cultural. Quanto mais diversificou a sua cultura mais complexificaram as formas identitárias, provocando, para além um sentimento comum entre os seus residentes, também um sentimento de partilha, de integração e tolerância, desprendendo também um sentimento de orgulho da sua própria diversidade. O ser gibraltarino é o resultado final das suas múltiplas pertenças que certamente continuarão a fazer parte da sua complexa forma de ser.
- Tráfico transnacional e exploração sexual de mulheres: perspetivas institucionais e sociais na zona norte de PortugalPublication . Freitas, Sandra Cristina Sampaio de; Magano, OlgaA investigação desenvolvida aborda as perspetivas institucionais e sociais na zona norte de Portugal atinentes com o tráfico internacional e a exploração sexual de mulheres. Do ponto de vista da inovação, a investigação questiona a correlação entre tráfico de mulheres para fins de exploração sexual e migrações irregulares, apresentando as novas tendências no modo de atuação das redes de tráfico, nomeadamente nas formas de recrutamento, estratégias de controlo e ocultação das vítimas de exploração sexual. O tráfico de mulheres não é um problema exclusivo dos limites territoriais de um país ou continente, exigindo uma ação concertada que vise uma atuação de prevenção e combate desde os países de origem aos países de destino das vítimas. No quadro da compreensão, foi desenvolvida uma investigação qualitativa com recurso a entrevistas a especialistas da área social, política e policial que desenvolvem a sua atividade com especial enfoque na zona norte de Portugal e a uma vítima de tráfico para fins de exploração sexual, oriunda da Nigéria, cujo último palco exploração foi a zona norte de Portugal. Em pleno séc. XXI é possível comprar, vender e explorar mulheres na Europa, nomeadamente em Portugal, oriundas de diversos pontos do mundo. As redes formais ou informais inovam constantemente o seu modelo de atuação, adaptando as suas estratégias, rotas e recursos, como forma de escapar às autoridades policiais e alimentar os lucros provenientes da exploração de vidas humanas. A violência decorrente de experiências de tráfico deixa marcas nas vítimas ao nível físico, psicológico e nas relações interpessoais, afigurando-se o processo de assistência e acolhimento crucial para a recuperação e delineação de um novo projeto de vida destas mulheres, evidenciando a relevância de políticas públicas integradas. Na base dos processos de tráfico estão as desigualdades de género, de direitos e de oportunidades. É um fenómeno que assenta nas vulnerabilidades individuais e contextuais bem como na lógica de procura e oferta dos mercados globais.
- Violência doméstica e de género : crenças, atitudes e valores dos militares da GNRPublication . Coelho, Rui Pedro Pinto da Silva; Vieira, Cristina Pereira; Costa, Paulo ManuelA violência doméstica e de género é um fenómeno transversal à sociedade e afeta um número significativo de mulheres, mostrando-se como um grave problema. O impacto e as consequências que esta violência causa na mulher e na sua vida familiar são profundas, sendo uma prioridade alterar pensamentos pré-concebidos, que podem comprometer as respostas das mais variadas entidades públicas e privadas. A presente dissertação tem como principal objetivo compreender crenças, atitudes e valores dos/as militares da GNR (Guarda Nacional Republicana) em relação à violência de género e perceber de que modo estas determinam a atuação face ao fenómeno. Para atingir esse objetivo foi constituída uma amostra, a nível Nacional, de 1872 militares da GNR, pertença dos 20 Comandos Territoriais (Portugal Continental e Ilhas). Optamos por uma metodologia quantitativa, com a construção e aplicação de um questionário online, no qual se fez uma adaptação de duas escalas já aplicadas e testadas anteriormente, a Escala de Crenças sobre a Violência Conjugal (ECVC), de Machado, Matos & Gonçalves (2000), e a Escala de Atitudes Policiais (EAP), de Gracia, García & Lila (2008). A primeira escala permitiu avaliar as crenças dos/as militares da GNR quanto aos fatores legitimadores da violência contra a mulher e a segunda escala possibilitou aferir a atitude dos/as militares da GNR face a determinadas situações de intervenção ou não intervenção, bem como, saber qual o grau de responsabilidade pessoal por essa decisão e o grau de gravidade percebida perante as situações apresentadas. Em termos gerais, pode-se concluir que os/as militares da GNR, na sua maioria, não expressam crenças legitimadoras de violência de género. Todavia, os resultados mostram-nos que existem ainda elementos desta força de segurança que manifestam uma visão estereotipada e simplista do fenómeno, nomeadamente pela externalização da culpa, o que pode levar a inadequada atuação perante ocorrências.