e-Letras com Vida - Revista de Estudos Globais: Humanidades, Ciências e Artes (e-LCV)
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Publicação científica semestral do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta (CEG-UAb) e do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes (IECCPMA). Visa divulgar estudos originais sobre Literatura, especialmente encarada na sua inscrição cultural e em diálogo com a História, a Filosofia, as Artes e as Ciências
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- Sanatorium: a ditadura florianista e o reposicionamento dos portugueses na sociedade brasileiraPublication . Simões Junior, Alvaro SantosCom este texto, pretende-se demonstrar que Sanatorium, romance-folhetim escrito a quatro mãos por Olavo Bilac e Carlos Magalhães de Azeredo e publicado no matutino Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, no final de 1894, representava uma alegoria da conjuntura político-social de então, marcada pelo recrudescimento da ditadura florianista.
- Eduardo Lourenço (2016). Obras Completas. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Vol. III. Tempo e poesia (coord. e introd. de Carlos Mendes de Sousa). 816 pp.Publication . Borges, António JoséRecensão das Obras Completas de Eduardo Lourenço
- Peripécias na alcova de Sade: a mulher em La philosophie dans le boudoirPublication . Silva, Edson Santos; Lima, Wallas Jefferson deO artigo analisa a maneira com que as personagens femininas aparecem no livro A Filosofia na alcova do Marquês de Sade. Destaca temas recorrentes do autor como espaço, vida privada, liberdade relacionando-os com a discussão sobre o papel da mulher durante o século xviii na França. Tal opção temático-espacial analisa, portanto, pontos poucos estudados em profundidade e que durante muito tempo se constituíram apenas em adendos nos estudos do contexto pós-revolucionário francês. A discussão se insere nos marcos da intercessão teórica entre História e Literatura, tendo como referencial os trabalhos de Georges Bataille, Michele Perrot, Eliane Robert Moraes e Lynn Hunt.
- Os jesuítas e a «ideia republicana» em PortugalPublication . Santos, FernandaEste artigo procura mostrar que a relação entre os Jesuítas e a «ideia republicana» foi pouco pacífica para ambas as partes, mas foi também muito controversa no seio da própria Igreja. Durante a época da República, em Portugal, e nos anos que a antecederam, o antijesuitismo era uma forma de combate ao poder dos Jesuítas. Os republicanos pugnavam por soluções diversas para o futuro político e social do país por oposição à Monarquia constitucional. O recurso à bandeira ideológica antijesuítica tinha sido usado muito cedo nos manifestos propagandistas do Partido Republicano Português. Todavia, alguns Jesuítas estavam envolvidos politicamente, partidarizando o catolicismo. Alguns membros da Companhia de Jesus tinham-se, de facto, empenhado na criação do Partido Nacionalista, em 1903, como partido católico, acreditando que a aglutinação dos votos católicos num só partido que defendesse os valores da Igreja era a melhor solução para contrariar a vaga anticlerical que se fazia sentir nos meios políticos e culturais do país. Este trabalho tem também como objetivo mostrar que, durante a República, esteve sempre em causa o problema do envolvimento do clero e dos católicos em geral com a política partidária, mostrando as relações controversas entre os Jesuítas e a «ideia republicana».
- Revisitar a gaia scienza de Mario MieliPublication . Cascais, António FernandoPraticamente desconhecida em Portugal, a obra de Mario Mieli (1952-1983) confunde-se com a sua vida militante e encontra-se em processo de redescoberta, num tempo em que as mais jovens gerações queer avançam com projetos afins da sua gaia scienza, e nomeadamente da sua conceção particular de transsexualidade, que todavia desconhecem, e também nas questões que já então suscitava. O texto apresenta-a nos seus nove pontos, descreve a sua irradiação nos estudos queer, nas suas virtualidades e limitações, e a sua receção crítica até ao presente.
- Ricardo Gil Soeiro (2016). Palimpsesto. Deriva Editores. Senhora da Hora. 192 pp.Publication . Mateus, Victor OliveiraRecensão crítica ao livro Palimpsesto.
- José Eduardo Franco, Carlos Fiolhais (dir.). (2017-). Obras pioneiras da cultura portuguesa. Círculo de Leitores. Lisboa. 30 vols.Publication . Barreto, AntónioRecensão crítica a Obras pioneiras da cultura portuguesa.
- José Eduardo Franco, José Carlos Seabra Pereira (dir.) (2017). Portugal católico — A beleza na diversidade. Círculo de Leitores. [Lisboa]. 791 pp.Publication . Leão, Isabel Ponce deRecensão do livro Portugal Católico.
- Apresentação [do] Dossiê temático: Pensamento do Fora & Poéticas de ResistênciaPublication . Silva, Fabio Mario da; Loyolla, Dirlenvalder do NascimentoNeste número da Revista Letras Com Vida, que apresenta o dossiê «Pensamento do Fora & Poéticas de Resistência», buscamos abrir espaço para reflexões que exploram as ousadias estéticas, os entre-lugares e os gritos poéticos que ecoam das margens; reunimos aqui oito artigos que lidam, cada um a seu modo, com a noção do fora em seu sentido poético de resistência.
- Dois «sonhadores práticos» no campo das reformas sociais da medicina: Tomás Judym e José Tomás de Sousa MartinsPublication . Kalewska, AnnaDepois do romantismo, o passado mítico-lendário foi questionado pela Ciência positivista e pelo espírito de reformas sociais, ganhando novos contornos literários nas obras sensíveis aos problemas da sociedade, patriótica e politicamente empenhadas. A obra de Stefan ?eromski (1864-1925), que, nas primeiras décadas do século xx, era considerado o maior romancista polaco, fez com que a função puramente estética da Literatura perdesse terreno, instigando o lado emocional e a consciência social dos seus leitores, a sua compaixão e vontade de agir. O protagonista do romance Ludzie bezdomni (1900) (Os homens sem teto), doutor Tomás (Tomasz) Judym, é um self-made man que, assumindo a responsabilidade pela miséria das massas do proletariado (primeiro, em Paris, depois, em Varsóvia, em Cisy e na Silésia), renuncia à sua própria felicidade e ao amor de Joaninha, e dedica a sua vida de médico aos pobres e à luta contra a injustiça social. O inconformismo e o empenhamento do doutor Judym como o primeiro «sonhador prático» da causa social tornaram-se proverbiais em polaco, conotando a atitude romântica livre da vontade de lucro financeiro na época do progresso desenfreado do capitalismo. José Tomás de Sousa Martins (1843-1897) foi um «sonhador prático» real, uma figura ímpar da Ciência portuguesa, médico e professor catedrático na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, empenhado gratuitamente no combate à tuberculose. Em 1910, Jaime Cortesão traçou o perfil de Sousa Martins, sublinhando que, em Filosofia, foi positivista, materialista e determinista-fatalista, indo muito além da superstição científica que levava os que prezavam a Ciência para além dos limites do razoável, acrescentemos que também para além do limite da humanidade. Na verdade, Sousa Martins era um pasteuriano convicto e partilhou as ideias científicas do mestre francês. Para Sousa Martins, Pasteur era um dos santos a adorar na vasta religião da Ciência. O doutor Tomás Judym e Sousa Martins entraram, respetivamente, na Literatura polaca e na História da Saúde Pública em Portugal como «santos laicos», figuras paradigmáticas da ação no campo das reformas sociais, médicos ao serviço do Homem, que não viam na religião o caminho para a sua salvação, mas antes na Ciência. E, também por isso, as figuras dos dois «sonhadores práticos» se tornam ainda mais fascinantes e recomendáveis à apresentação no tempo do debate sobre o espírito das reformas e a (re)construção da modernidade.