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e-Letras com Vida - Revista de Estudos Globais: Humanidades, Ciências e Artes (e-LCV)

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Publicação científica semestral do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta (CEG-UAb) e do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes (IECCPMA). Visa divulgar estudos originais sobre Literatura, especialmente encarada na sua inscrição cultural e em diálogo com a História, a Filosofia, as Artes e as Ciências

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Recent Submissions

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  • Editorial
    Publication . Rita, Annabela; Silva, Cristiana Lucas; Franco, José Eduardo; Martuscelli, Tania
    «A quem pertence a literatura?» Esta pergunta — provocativa, que abre o texto de apresentação do Dossiê Temático «Direito à Literatura» — reverbera no presente número da e-Letras com Vida, abrindo caminhos para reflexões que atravessam os campos da criação, da crítica e da educação. Inspirados por Raymond Williams e a sua defesa da cultura como um bem comum, convidamos a uma leitura comprometida com a democratização do conhecimento e a superação dos antigos muros que separam a «alta cultura» das vozes marginais ou marginalizadas.
  • Direito à Literatura — Apresentação
    Publication . Botelho, Denilson; Venancio, Bruno
    Apresentamos um dossiê reunindo contribuições académicas relevantes, com o objetivo de problematizar e refletir sobre o direito à literatura, concebida como parte de uma conceção de cultura como algo comum. Afinal, entendemos a literatura também como o direito à fabulação, nos seus mais variados géneros e narrativas, reconhecendo que se há algo que não se pode negar a qualquer ser humano é a sua capacidade criativa, pela qual todos «nós também vamos pagar».
  • Sobre «arrancar a literatura do altar burguês»
    Publication . Botelho, Denilson
    Este artigo apresenta uma reflexão a partir da proposição do crítico literário brasileiro Antonio Candido sobre a literatura como um dos direitos humanos, entendido como um direito à fabulação em última instância. Analisando a obra e as condições de vida de escritores como o autor do romance Os supridores, José Falero, discute-se criticamente algumas concepções de literatura sob a perspectiva da história social, assim como a formulação de uma perspectiva romântica do escritor como gênio criador. A abordagem desenvolvida pauta-se pelos pressupostos teóricos formulados especialmente por Raymond Williams e E. P. Thompson.
  • «Por ser mulher e não saber ler»: do legado de opressão colonial à luta pelo protagonismo na literatura
    Publication . Oliveira, Susan Aparecida de
    Este artigo procura apresentar um panorama da presença de mulheres na literatura brasileira, vista a partir da exclusão histórica em relação aos meios e possibilidades da leitura e da escrita, seja pelo capital cultural distintivo para mulheres brancas pertencentes à aristocracia, seja pelo racismo estrutural distintivo para as mulheres indígenas e afrodescendentes escravizadas e segregadas. A literatura contemporânea tem sido um espaço para o enfrentamento deste legado de opressão racial, de classe social e gênero, tanto no Brasil como no mundo pós-colonial.
  • A urgente necessidade de contar
    Publication . Marinho, Maria de Fátima
    Neste ensaio, tentaremos questionar se o direito à literatura, ao prazer estético, ao ambíguo mundo de uma fantasia controlada, ao desbravar de um inconsciente nem sempre intuído, mas frequentemente pressentido, estará em risco com a chegada de textos construídos artificialmente por máquinas, programadas por humanos, mas com vida própria, desafiadoras de uma autoridade em risco de derrocada? Como lidar com as necessidades humanas como os enigmas e sua decifração, a evasão, a excitação, o humor, a identidade, o confronto com o eu, o autoconhecimento, a sensação estética, a experimentação linguística, a consciência social, o problema do género? Será que programas como o ChatGPT ou análogos conseguirão lidar com esse direito fundamental? Será que as redes sociais podem ser substitutas à altura? Não me parece. O direito à literatura, à narrativa, aos jogos de linguagem não se esgota em simulacros ou em máscaras. É urgente reequacionar o binómio homem/criação artística e manter a literatura como algo estruturante da vida.
  • Trabalho, experiência e testemunho: por que um(a) trabalhador(a) decide escrever literatura?
    Publication . Duarte, Adriano Luiz
    Não é comum que os trabalhadores se dediquem a escrever literatura. Entretanto, esse estudo mapeou um conjunto de livros escritos por trabalhadores: empregadas domésticas, catadoras de entulho e operários têxteis — e, ao fazê-lo, buscou as razões que levaram esses trabalhadores a escreverem. Percebeu-se que o mundo do trabalho e as experiências de vida estabeleceram as balizas dessas obras, e a noção de testemunho é o fundamento mais adequado para pensá-las. A ficção pode surgir na descrição de fatos ou de escolhas feitas, mas o cerne das obras está na reflexão sobre a própria trajetória, sobre o sentido da escrita, que, no vivido, não parecia ter sentido algum. A literatura aparece, assim, como alternativa a uma vida de restrições e violências, em busca de uma saída possível.
  • «O mundo está cheio de silêncios cúmplices»: o cronista Lourenço Diaféria e o movimento da não-violência-ativa
    Publication . Yshida, Kelly
    Lourenço Diaféria foi um reconhecido cronista de São Paulo nos anos da ditadura militar brasileira. Participou do Secretariado Nacional Justiça e Não-Violência, grupo que reunia representantes de trabalhadores(as) e da esquerda católica, que tinha como método a não-violência-ativa. Se em seus textos já eram recorrentes a crítica social e a presença de pessoas comuns, de forma mais humanizada do que nas notícias, a partir da inserção no grupo, suas inquietações e a atenção aos direitos humanos ganharam ênfase no conteúdo e no papel da literatura que elaborava. Dessa forma, partindo da compreensão de que autor e literatura estão vinculados à realidade, sendo modificados e agindo sobre a sociedade, abordamos neste artigo a atuação e as intersecções de Diaféria como cronista de jornal e participante do movimento da não-violência-ativa.
  • Devaneios e memórias escritas: literatura como ponte para o (des)conhecido
    Publication . Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon; Silva, Antonio Carlos da
    História e Literatura são campos matizados pela criticidade. O uso de fontes literárias como instrumento de resgate de memórias sobre guerras, crises e transformações reforça o recorte no século xx. Com abordagem qualitativa, a escolha recai sobre autoras que usaram as palavras como pontos críticos Ao escrever sobre idiossincrasias e contextos, Virginia Woolf (1882-1941) e Clarice Lispector (1920-1977) — na busca por autonomia e liberdade — apontam para interpretações de memórias individuais, familiares e coletivas. Transitam entre liberdade e autonomia, transgressões entre vagas feministas e situações extremadas. A escrita de ambas salienta a noção de perspectiva sobre o desconhecido e o devir. Entre lugares e angústias transcritas em romances, contos e ensaios revelam os paradoxos de tempos vividos, além de incessantes devaneios em busca de liberdade.
  • Leitura e literatura na infância: de uma arte humanizadora a um direito da criança
    Publication . Pinto, Ana Isabel; Rodrigues, Carina
    Tomando como referência o conceito candidiano de Literatura, como arte humanizadora e direito inalienável de qualquer ser humano, este artigo tem como objetivo destacar o lugar da Literatura para a Infância enquanto instrumento de liberdade tal-qualmente essencial à criança e o momento da leitura literária como experiência livre e fruitiva inerente ao seu desenvolvimento pessoal e social — senão holístico ou integral. Encarando-a como um direito, a par da Educação, debatem-se aspetos relativos ao seu valor estético e formativo no estímulo do pensamento criativo, crítico e reflexivo dos seus potenciais recetores, bem como na sua compreensão do mundo, de si e do(s) Outro(s). Partindo de um conspecto teórico-crítico em torno desses mesmos conceitos e do potencial humanizador da Literatura, analisam-se as conceções de educadores de infância com vista à discussão dos limites e das potencialidades da leitura e da formação literária da criança desde mais tenra idade, defendendo um trabalho estruturado e uma consciencialização destes profissionais enquanto mediadores com responsabilidade quer na seleção de textos marcados por critérios de qualidade quer nas finalidades com que os propõem.
  • A literatura como necessidade: a prosa como apelo à liberdade
    Publication . Santos, Poliana
    Este artigo procura refletir sobre a necessidade da literatura para a experiência humana, a partir da expressão literária da prosa, em particular no gênero romanesco. Para tanto, utilizaremos os depoimentos de escritores brasileiros e estrangeiros em diferentes contextos. Entre os autores em debate estão romancistas como Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), José de Alencar (1829-1877), Franklin Távora (1842-1888), Lima Barreto (1881-1922), Clarice Lispector (1920-1977), Nélida Piñon (1937- 2022), Sartre (1905-1980) e Camus (1913- 1960), entre outros. Fundamentado no célebre texto de Antonio Candido (2004), O direito à literatura, este trabalho pretende mostrar como a escrita assume, de maneira quase atemporal, uma força libertária, de valor utópico e de transformação social, tornando-se um campo de disputas e poderes.
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