Educação e Interculturalidade
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- Fatores interculturais no envelhecimento autónomo : estudo de um grupo de seniores residentes na área urbana de Viana do CasteloPublication . Cachadinha, Manuela Benvinda Vieira Gomes Cachadinha; Ferreira, Manuela Malheiro; Carmo, HermanoNas sociedades atuais a educação assume um papel de importância estratégica. A literatura na área das ciências sociais e das ciências da educação coloca em evidência a importância da educação ao longo da vida. Também se verifica que outros dois fenómenos caraterizam as sociedades do presente: o envelhecimento demográfico crescente e a globalização económica e cultural que se expande a todas as áreas do mundo. A globalização implica, entre outras coisas, um movimento intenso de mercadorias e de pessoas que migram para diferentes pontos do globo. Portugal tem uma população com vasta experiência migratória e tem também uma população cada vez mais envelhecida. Neste contexto, a reflexão sobre as implicações sociais, políticas e educativas do envelhecimento revela-se crucial. Uma das referidas implicações relaciona-se com a importância da manutenção da autonomia funcional e social por parte dos que envelhecem por forma a não se transformarem num problema social e político. Para a manutenção da autonomia, a educação ao longo da vida assume atualmente uma importância fundamental. A educação pode permitir aos seniores adaptarem-se à sociedade da informação (e ao mundo globalizado), contribui para a manutenção de níveis elevados de atividade e para um envelhecimento bem-sucedido. A nossa investigação tem como objetivo geral perceber em que medida as diferentes experiências socioculturais e as características educativas, advindas da migração durante a vida, se relacionam com as vivências diárias autónomas de um grupo de seniores selecionados. No nosso trabalho, começamos por fazer uma revisão da literatura mais relevante sobre envelhecimento, sobre educação e sobre interculturalidade. Durante a investigação empírica entrevistamos um conjunto de seniores com experiência migratória e que estão a residir atualmente na zona urbana de Viana do Castelo. Os nossos entrevistados produziram narrativas que nos permitiram perceber os motivos da sua partida, que falam da sua experiência migratória e intercultural que retratam a forma como vivem atualmente e o que pensam sobre a sua vida. Concluímos que a experiência intercultural influência o envelhecimento autónomo.
- A prossecução curricular da educação musical pela experimentação do repertório saias : uma abordagem educativa intercultural transfronteiriçaPublication . Abalroado, Fausto José Vermelho; Martins, AmílcarPartindo de uma delimitação histórica, geográfica, concetual, sócio cultural e tipológica do repertório local “saias”, no intuito de uma articulação curricular a nível de uma educação musical intercultural, o estudo orienta a ação focalizando-se nas características próprias do território educativo oliventino, outrora sob administração portuguesa. A produção de significados pela experimentação musical num contexto intercultural tenta enfatizar as questões relativas a um (re)conhecimento identitário. A Escola pode e deve promover a integração de saberes, valores e sensibilidades que consagrem e reflitam a diversidade cultural dos alunos. É fundamental conseguirmos obter de forma genuína e autêntica o “sentir” dos alunos na construção da sua identidade. O carácter universal da linguagem musical e a vivência dos valores artísticos, alicerçados por princípios de orientação pedagógica e didática, consubstancia os nossos propósitos em aproximação metodológica inspiradora ao Modelo de Relação Pedagógica de Legendre (1993; 2005), concretamente nos diferentes polos relativos às situações de aprendizagem que implicam os Sujeitos destinatários, o Objeto da nossa investigação centrado na atividade musical, a relevância do nosso papel enquanto Agentes, e o Meio que envolve todo o contexto da ação educativa. No recurso a uma abordagem de natureza qualitativa, as opções metodológicas dum estudo desta natureza pressupõem procedimentos no sentido de experimentar, inquirir e examinar, sendo o investigador o instrumento principal da investigação. A implementação do estudo consubstanciou-se à turma 6 A do colégio Francisco Ortiz Lopéz de Olivença, traduzindo-se numa investigação-ação quanto ao propósito. Na aplicação, são tidas em consideração as orientações curriculares presentes no sistema educativo espanhol, numa perspetiva de enquadramento e fundamentação legal. De entremeio entre a cultura dominante instituída e a cultura ancestral, as atuações curriculares antevêem a realidade dos alunos, contribuindo para o conhecimento e compreensão do seu passado projetado no futuro. A educação musical intercultural tem essa virtude universalista de facilitar o acesso identitário.
- A educação intercultural na aula de português no 3º Ciclo do Ensino BásicoPublication . Oliveira, Dulce Maria Garcia de; Sequeira, Rosa MariaEsta investigação foi realizada no âmbito do Doutoramento em Educação, na vertente de Educação e Interculturalidade, tendo como título “A educação intercultural na aula de Português no 3º Ciclo do Ensino Básico”. O principal objetivo foi não só o de conhecer as representações e práticas docentes relativamente à diversidade cultural nas turmas de 3º ciclo do Ensino Básico dos Agrupamentos de Escolas e das Escola Não Agrupadas da freguesia de Arrentela, - concelho do Seixal, península de Setúbal -, como também propor uma “matriz sociocultural” para a disciplina de Português no 3º Ciclo do Ensino Básico e aplicá-la a turmas alvo, permitindo verificar se a mesma propicia uma maior e efetiva participação de todos os alunos, contribuindo para o seu sucesso educativo. Esta investigação alicerçou-se no quadro teórico da educação para a cidadania intercultural, nomeadamente na educação intercultural e no modelo coorientacional de Byram. Este trabalho tomou a forma de estudo de caso, tendo-se recorrido ao paradigma quantitativo e qualitativo, tornando-os complementares na recolha de dados. No decorrer desta investigação, efetuou-se um processo de investigação exploratória, tendo-se realizado pesquisa documental para uma breve caracterização da Península de Setúbal, do concelho do Seixal, da freguesia de Arrentela. Fez-se um levantamento de dados sobre a diversidade cultural das escolas com 3º ciclo do Ensino Básico desta freguesia e sobre o insucesso dos alunos no exame de Português de 9º ano. Utilizou-se, ainda, um inquérito por questionário a vinte e um docentes do grupo 300 que lecionaram Português no 3º ciclo do Ensino Básico das escolas supra mencionadas, nos anos letivos 2011/2012, 2012/2013/ 2013-2014 (alguns dos quais ainda lecionam), para conhecer as representações docentes e práticas letivas recorrentes em escolas pluriculturais. A análise dos primeiros dados recolhidos por inquérito por questionário demonstrou que, para os docentes inquiridos, o objetivo primordial da educação intercultural é a abertura e aproximação ao Outro. No que concerne as práticas letivas, há uma preocupação dos professores em aproveitar uma parte do manancial e da riqueza da diversidade cultural das turmas heterogéneas, nomeadamente na prática da leitura/escuta, (re)escrita, na divulgação de textos enriquecedores entre cultura(s), na comparação entre culturas, na promoção de atividades colaborativas, nas atividades integrando a cultura de origem ou de herança. Verificou-se ainda que os materiais privilegiados na sala de aula são maioritariamente os manuais escolares e a compilação de textos emanados pelas editoras de livros escolares. Uma vez que os manuais escolares não contemplam muitas culturas, os docentes utilizam, em menor percentagem, textos de todo o género que permitem a comparação entre culturas, uma atitude crítica e a descentração. Relativamente à colaboração entre alunos, esta é essencialmente realizada através do trabalho de pares, enquanto a cooperação entre escola/comunidade é desenvolvida sobretudo por exposição e eventos escolares abertos à população e por atividades que podem ser corealizadas por alunos e Encarregados de Educação e/ou seus familiares. Como causas para a não implementação da educação intercultural nas aulas de Português, os inquiridos denunciaram fatores fulcrais como a ausência de formação adequada e de materiais didáticos e pedagógicos adequados ou o comportamento dos alunos, entre outros. Posteriormente, foi produzido e aplicado um inquérito por questionário a três turmas heterogéneas escolhidas (7.°, 8.° e 9.° anos) para sua posterior caracterização. Após esta etapa, foram recolhidos e selecionados materiais e atividades pedagógicos que foram integrados numa proposta de “matriz sociocultural” (Costa Afonso, 2002) aberta a modificações, transversal a outras disciplinas, baseada nas diversas identidades socioculturais dos alunos presentes em sala de aula, alicerçada, por um lado, essencialmente, no domínio da educação literária, por outro, na ponte que deve ser, continuamente, estabelecida entre escola/ comunidade local/ comunidade global. Nesta proposta é visível a preocupação na procura de textos literários canónicos, cujos conteúdos culturais permitam o contacto com a alteridade, com outras cosmovisões capazes de promover, por um lado, a desconstrução de preconceitos, estereótipos, do racismo e/ou suas manifestações, por outro, proporcionar a compreensão, a valorização crítica de culturas, a consciencialização da necessidade de liberdade, criatividade e reflexão crítica na criação de um mundo mais justo e na sustentação de um estado democrático. Aquando da aplicação experimental da “matriz”, envolvido nas interações comunicacionais interculturais propiciadas pelos materiais e atividades/projetos subsequentes, o discente assumiu o papel de sujeito sociocultural crítico, cidadão ativo e responsável. Da aplicação experimental foi efetuado um registo dos acontecimentos mais pertinentes. Outras sugestões de atividades/projetos foram veiculadas.
- Diversidade e inclusão no Ensino Superior Politécnico : da caraterização à compreensão das vivências dos estudantesPublication . Manso, Maria Augusta Cadilha Xavier Gonçalves; Aires, LuísaO presente estudo tem como objetivo compreender quem são e que vivências têm os estudantes que ingressaram numa instituição de Ensino Superior Politécnico por diferentes regimes de acesso. Considera-se que a compreensão e conhecimento dos obstáculos/desafios encontrados pelos estudantes no Ensino Superior é fundamental para a implementação de medidas conducentes a um Ensino Superior mais inclusivo. Reconhecendo-se que o Ensino Superior tem uma cultura própria associada a múltiplas literacias e discursos que os estudantes precisam de conhecer e dominar para estarem incluídos, desenhou-se o presente estudo tendo como referência os contributos da Perspetiva Sociocultural. Em termos metodológicos, recorreu-se a um modelo de investigação misto que envolveu duas fases sequenciais. Na primeira fase realizou-se um estudo de orientação quantitativa e qualitativa para caracterização dos estudantes (n=287) que ingressaram no primeiro ciclo de estudos de uma Instituição de Ensino Superior Politécnico no ano letivo de 2011/2012, quanto a elementos sociodemográficos, a motivos e expetativas para a frequência do Ensino Superior, e à realização académica dos estudantes. Numa segunda fase realizou-se um estudo de aprofundamento, de orientação qualitativa, recorrendo a entrevistas semiestruturadas (n=14), realizadas a estudantes que ingressaram no ES por diferentes vias de acesso e a docentes com funções de coordenação de cursos de 1º ciclo de estudos, com o intuito de perceber como perspetivam e se posicionam face à diversidade dos estudantes. Os resultados permitiram identificar alguns obstáculos/desafios enfrentados pelos estudantes relacionados com a frequência do Ensino Superior, assim como a referência a uma experiência enriquecedora do ponto de vista das suas aprendizagens e desenvolvimento pessoal.
- Histórias que a escola conta: integração de crianças imigrantes no 1º ciclo de escolaridadePublication . Botas, Dilaila; Moreira, DarlindaA presente investigação aborda a problemática da receção, acolhimento e inclusão de alunos provenientes de outros países nas escolas portuguesas, designadamente, numa escola do 1º ciclo de escolaridade localizada na região da grande Lisboa, onde os alunos de origem não portuguesa correspondem a cerca de dez por cento da população escolar e tem como principal objetivo conhecer em profundidade as práticas escolares utilizadas nos processos de receção, integração e desenvolvimento inclusivo dos alunos recém-chegados à escola, bem como entender quais as principais medidas escolares contempladas no Plano de Atividades (PA), no Plano Educativo (PE) e no regulamento interno para o acolhimento deste tipo de alunos. Metodologicamente, esta pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa de abordagem etnográfica, incidindo o processo de recolha de dados na observação participante despercebida, nas conversas informais com professores, alunos, funcionários da escola e encarregados de educação, bem com na análise documentos escolares. Através de um acompanhamento de proximidade em locais diversificados, como o recreio, o refeitório e a sala de aula, a investigação foca-se no processo de integração escolar de nove de idades compreendidas entre os 6 e 10 anos, recém-chegadas a Portugal e de várias nacionalidades, que ingressaram na escola no final do ano letivos de 2011/2012 e durante o ano letivo de 2012/2013. Assim, a observação decorreu ao longo do terceiro período do ano letivo 2012/2013 e continuará no ano letivo 2013/2014. As principais conclusões apontam para práticas similares no que diz respeito ao procedimento de matrícula, tendo todos os alunos ingressado no ano de escolaridade que frequentariam se tivessem permanecido no país de origem. Além disso, todos os encarregados de educação acompanhavam de forma regular o percurso escolar das crianças. No que diz respeito à escola, observaram-se medidas e práticas para garantir a igualdade no acesso, no entanto não revela o desenvolvimento de projetos diferenciados para facilitar a integração dos alunos recém - chegados. Emergindo do estudo que os principais agentes de integração escolar são os próprios alunos com a ajuda dos colegas, nomeadamente daqueles com mais tempos de permanência na escola, bem como os professores e os auxiliares de educação. As rotinas simples da vida escolar são aprendidas informalmente entre pares no contexto exterior à sala de aula. “Histórias que a escola conta: integração de crianças imigrantes no 1º ciclo” resultou numa investigação que reforça e mostra mais uma vez a complexidade das respostas que a escola tem que construir para proporcionar uma educação de qualidade e sucesso para crianças tão diferentes umas das outras que ao nível social, linguístico e cultural, para não falar do individual. Esta complexidade observa-se a diferentes níveis e etapas. Ao nível da escola, através como é que se acolhe e se integra a criança, destacando-se, a relação com os pais, as matrículas e equivalências, os apoios prestados aos alunos e a oferta do PLNM. Também ao nível da sala de aula, podem-se destacar as estratégias dos professores e o relacionamento com os colegas.
- Formação de professores para contextos de aprendizagem multiculturais e diversos : um olhar sobre Cabo VerdePublication . Trigueiros, Maria Santos Lopes; Miranda, BrancaEste projeto parte do pressuposto de que, sendo as sociedades atuais o resultado das grandes transformações socioeconómicas, socioculturais, políticas e tecnológicas ocorridas nas últimas décadas à escala mundial, fruto do fenómeno da globalização e do desenvolvimento acelerado das tecnologias, os contextos de aprendizagem têm sido igualmente alvo de alterações profundas tanto a nível das conceções epistemológicas e paradigmáticas do ensino aprendizagem, quanto das exigências e necessidades dos aprendentes que se encontram inseridos nesses novos espaços sociológicos ou geográficos. Assim sendo, é nossa convicção de que nenhuma agenda de desenvolvimento social e humano do século XXI consegue alcançar o desejado nível de exequibilidade e de sucesso se não trouxer subjacentes as componentes do multiculturalismo e da diversidade, caraterísticas incontornáveis da sociedade contemporânea. Pela dimensão e pelo grau de complexidade que o fenómeno do multiculturalismo adquiriu nas últimas décadas, transformou-se numa problemática em que quanto mais se sabe, muito mais há por aprender e descobrir. Por esta razão, um espaço que não pode nem deve ficar alheio a essa problemática é o contexto educativo, pois é na escola que se dá o verdadeiro cruzamento de culturas e onde se colocam os maiores questionamentos relacionados com a diversidade cultural. Tal facto implica, necessariamente, aprender a encarar o processo educativo com novos olhares e procurar formas efetivas, eficientes e eficazes de lidar com a pluralidade e a diversidade em contextos de aprendizagem, de forma a proporcionar um ambiente de compreensão, paz, segurança e respeito mútuo no seio de toda a comunidade educativa. Assim, este projeto visa essencialmente lançar um olhar investigativo sobre a problemática da educação para a diversidade, incidindo sobre o papel do professor intercultural, suas competências e perfil enquanto agente fundamental do processo de transformação social do indivíduo e a dimensão do seu compromisso profissional para com as comunidades de aprendizagem onde exerce as suas atividades. Reconhecendo no professor intercultural a peça-chave do processo da educação para a diversidade, pretendemos debruçarmo-nos, de forma incisiva, sobre a problemática da formação de professores para contextos multiculturais e diversos devido a complexidade dos contextos em que trabalham. A nosso ver, são esses mesmos contextos que determinam que o professor intercultural seja dotado de competências específicas, de formação especializada, contínua e permanente que lhe permitam atender às demandas de um público heterogéneo e diverso onde a complexidade e a perplexidade são presenças dominantes do seu quotidiano. Só dispondo dos conhecimentos necessários, ferramentas adequadas e instrumentos de trabalho apropriados estará o professor intercultural em condições de mediar a interação entre as diversas culturas e grupos sociais em presença e ter um ambiente propício a um ensino aprendizagem de sucesso. Sendo o multiculturalismo uma das consequências mais visíveis da globalização, a problemática das migrações torna-se referência obrigatória neste trabalho, pelo que Cabo Verde aparece aqui apontado como exemplo de um dos países do mundo historicamente mais marcados pelo fenómeno das migrações e, consequentemente, pela diversidade e pelo multiculturalismo, situação que será também um pouco analisada na ótica da educação para a diversidade.
- A experiência intercultural na aprendizagem : estudo de caso dos estudantes portugueses de instrumentos de sopro metal na AlemanhaPublication . Antão, Gabriel; Moreira, Darlinda; Lourenço, António José Vassalo NevesA sensibilidade da música ao contexto cultural é um tema explorado amplamente nas músicas do mundo, mas nem tanto na música Clássica. Os estudantes portugueses de instrumentos de sopro de metal na Alemanha experienciam processos de aprendizagem complexos aos níveis académico, social e cultural. Abordamos instituições de ensino superior e orquestras, onde as competências interculturais são necessárias para poder fazer face à realidade multicultural destes centros, e como esta temática cruza os conceitos e âmbitos conceptuais da escola, das culturas, da aprendizagem e dos valores socioculturais. A natureza intercultural da música está refletida em âmbitos diversos, desde as orquestras como comunidades de prática às influências dos idiomas na prática musical, passando pelos contextos sociais e históricos dos países em estudo. A nossa investigação pretende perceber os processos de integração e aculturação dos estudantes portugueses e de que forma este fenómeno se relaciona com o sucesso profissional dos mesmos, ajudando os vários agentes educativos a melhor contribuírem para o sucesso dos estudantes. Com esse objetivo, foram realizadas entrevistas abertas aos dez estudantes portugueses de instrumentos de metais a estudarem na Alemanha no período de 2010 a 2014. Os resultados dão conta de uma consciência coletiva e indicam que uma maior integração no meio é facilitadora de sucesso profissional. É constatada uma influência cultural na prática musical, também ela indicadora da sensibilidade cultural na música Clássica. O fenómeno de migração é justificado com a diferença nos mercados de trabalho a nível musical, os quais por sua vez estão espelhados nos programas educativos dos países estudados. As multiculturais escolas superiores alemãs representam um caso de interesse por possibilitarem uma inserção mais rápida aos novos estudantes, que não se sentem estranhos ao meio. A aprendizagem ocorre em âmbitos distintos, sendo o meio social uma fonte inequívoca de aprendizagens, que fortalece uma predisposição e maior envolvência do aluno no processo de integração e promove os sucessos académico e profissional.
- Mapeando práticas pedagógicas em contextos de diversidadePublication . Silva, Celestina Maria Gomes e; Goulão, FátimaA diversidade está inscrita no código genético de qualquer aula. O primeiro olhar, ao entrar na sala, permite perceber as diferenças físicas dos alunos: a altura, o peso, a cor de pele e o género. Olhando por mais algum tempo, outras diferenças começam a ser percecionadas: diferenças socioeconómicas, culturais, religiosas e até linguísticas. À medida que a relação pedagógica se desenvolve diferenças mais subtis emergem: diferenças no modo como os alunos aprendem, no tempo que le-vam a aprender e no que lhes é possível aprender. Foi neste cenário que filiámos o nosso estudo, com o qual pretendemos saber o modo como os professores per-cecionam a diversidade e analisar o impacto desta perceção ao nível das práticas pedagógicas que desenvolvem. O trabalho de campo decorreu entre o último período do ano letivo de 2013-2014 e os dois primeiros períodos do ano letivo de 2014-2015 e foi realizado a partir de uma amostra constituída por treze professoras Foi um estudo qualitativo que se revestiu de uma natureza exploratória. Como metodologia utilizámos a narrativa e recorremos à entrevista não estruturada de natureza biográfica e às notas de campo como instrumentos de recolha de dados. Dos dados recolhidos inferimos que os sujeitos participantes do estudo são sensíveis à diversidade dos alunos, nomeadamente a que se relaciona com a classe social e as capacidades. Inferimos, ainda, que a perceção de cada um destes domínios de diversidade não tem o mesmo impacto ao nível da atuação pedagó-gica. A este nível, os dados recolhidos permitiram destacar o papel desempenhado pelas experiências pessoais e profissionais, bem como pelo quadro institucional em que a atuação pedagógica dos sujeitos participantes se desenvolve. O estudo aponta, ainda, para a ideia de que não existem momentos do ciclo da carreira do-cente em que os sujeitos da investigação tivessem sido particularmente sensíveis ao trabalho com a diversidade. Por último, percebemos que as práticas levadas a efeito pelos sujeitos participantes, se inserem, na sua maior parte, nos níveis mais simples de integração da diversidade na atuação pedagógica. Destas conclusões inferimos implicações para o domínio da formação inicial e contínua dos professo-res e, ainda, para a reflexão a realizar no âmbito da educação e multi/interculturali-dade.
- Escola Oficial Zheng Guanying : estudo de caso de um projeto intercultural trilingue em MacauPublication . Dias, Ana Paula Paiva; Moreira, Darlinda; Sequeira, Rosa MariaO principal objetivo deste estudo foi analisar as caraterísticas da competência intercultural junto de um conjunto de professores do ensino infantil e primário e de elementos da direção de uma escola oficial de Macau, cujos alunos estão envolvidos num programa piloto de aprendizagem de três línguas estrangeiras (sendo uma delas língua veicular de ensino): mandarim (pǔtōnghuà), português e inglês. É de destacar que existe pouca pesquisa centrada nos ensinos infantil e primário nesta área e que muitas das generalizações sobre o tema assentam em estudos conduzidos junto de jovens adultos ou adultos. Este objetivo foi investigado de duas maneiras: primeiro, revendo modelos e conceitos existentes a fim de caraterizar o papel das línguas estrangeiras neste processo e ilustrar o que se entende por ensino e aprendizagem intercultural. Os resultados desta secção indicam que professores e educadores carecem de formação intercultural formal, já que a competência intercultural é um conjunto de habilidades, atitudes e conhecimentos desenvolvido gradualmente e nunca acabado. Por outro lado, em ambientes multiculturais como Macau, cuja organização geral integra a multiculturalidade a que a composição étnico-linguística da população obriga, é particularmente relevante que a escola promova efetivamente o plurilinguismo e a interculturalidade. É ainda problematizado o uso de modelos etnocentrados junto de alunos provenientes de culturas de herança confucionista e de língua materna chinesa e sugerida a relevância de abordagens contextualizadas. Na parte empírica deste estudo, o objetivo foi investigar as perceções dos participantes sobre língua, cultura e interculturalidade e sobre as práticas suscetíveis de facilitar o desenvolvimento da competência intercultural dos alunos. Usando uma abordagem baseada no estudo de caso descritivo, a investigação incorpora dados qualitativos sob a forma de entrevistas, observações em sala de aula e análise documental. Os dados foram coligidos na Escola Oficial Zheng Guanying, em Macau, ao longo de três anos letivos e envolveram dois diretores e uma subdiretora, seis professores e dezoito observações de aulas. Na análise qualitativa de conteúdo obtiveram-se indicadores sobre o papel do professor enquanto modelo de interculturalidade para os seus alunos, pela análise da forma como concebe e implementa tarefas pedagógicas e facilita a comunicação linguística e cultural com estes. Este estudo fornece igualmente indicadores sobre o papel do ensino trilingue e sobre o contributo da língua e da cultura da(s) língua(s) estrangeira(s) no desenvolvimento da competência intercultural da comunidade escolar. Tendo presente que as escolas são instituições fulcrais na definição de identidades nacionais e culturais, este trabalho de investigação procura fornecer pistas sobre o modelo de ensino da Escola Oficial Zheng Guanying relevantes para a pesquisa em ensino intercultural de línguas e a pedagogia associada, assim como, a partir da análise de uma situação real, fomentar a discussão sobre o ensino de LE, servindo de referencial para a tomada decisões convenientes em relação ao novo modelo representado por esta escola no contexto multicultural e multilinguístico de Macau.
- Conta-me um conto : um processo intercultural de conscientização e de aprendizagem ao longo da vidaPublication . Cardoso, Ricardo Jorge Rodrigues; Moreira, DarlindaOs projetos de educação centrados na promoção da autonomia e emancipação dos mais vulneráveis aparecem cada vez mais associados a um processo de contínua intervenção, onde a educação assume, por excelência, uma posição de mudança e de intervenção social. Através da planificação de ações concretas com grupos e comunidades que estão numa situação de fragilidade social, este trabalho de investigação aborda as potencialidades que as ações educativas, circunscritas num projeto de intervenção social, podem ter para a transformação da realidade dos adultos envolvidos. Com duas experiências educativas construiu-se, numa linha metodológica de investigação-ação participativa, um projeto de educação e intervenção social que permitiu simultaneamente conhecer, planificar, transformar, observar e refletir sobre o aumento da consciência crítica e autonomia de seis mulheres socialmente vulneráveis. O educador, aqui também investigador, promoveu espaços democráticos onde as participantes tiveram oportunidade de reinventar e partilhar narrativas e histórias de vida. Testemunhou-se o aumento da consciência que as participantes tinham de si próprias, numa partilha intercultural das suas experiências com outros elementos, bem como se promoveu um processo de aquisição de conhecimento numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida. Obteve-se ainda participação ativa de todas as mulheres, que foi aumentando ao longo de toda a investigação, resolução de problemas situacionais, aumento da consciência crítica face à diversidade social existente, maior aceitação face às diferenças dos outros e promoção de laços de solidariedade.
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