Língua, Literatura e Cultura Portuguesas | Artigos em revistas internacionais / Papers in international journals
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Browsing Língua, Literatura e Cultura Portuguesas | Artigos em revistas internacionais / Papers in international journals by Author "Dias, Isabel de Barros"
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- Álvaro de Campos e seu imaginário futurista: mitologia da sociedade de consumoPublication . Gonçalves, Karina; Dias, Isabel de BarrosTomando por método a mitodologia proposta por Durand (1982), o artigo realiza a mitocrítica e mitanálise do imaginário futurista no poema “Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra”, de Álvaro de Campos (Pessoa, 1993). O objetivo é demonstrar a atualidade da poética campista no século XXI, quando a tecnologia continua a impulsionar os signos da estrada e da viagem como predições das transformações humanas ocasionadas pela urbanização e velocidade que advêm do mundo das máquinas. Dentre as vanguardas do início do século XX, o futurismo anuncia o nascimento da sociedade de consumo tomando como símbolo o automóvel, de modo que a poética pessoana representa seu aparelhamento com a emergente indústria da publicidade, do branding e do marketing como forma de encantamento das sociedades para a experiência automobilística. A metodologia proposta por Durand (1989) estrutura antropologicamente a interpretação do sentimento modernista frente às transformações históricas que viriam a alterar a relação dos seres humanos com a natureza, os objetos e a cultura. A comparação entre a poética desse heterônimo de Fernando Pessoa, suas intertextualidades literárias e o movimento liderado por Marinetti (1909) nas artes visuais demonstra a acuidade dos futuristas ao imaginarem a realidade dos centros urbanos no século vindouro.
- Diálogos portugueses: contributo para um catálogo (Idade Média-século XVIII)Publication . Alpalhão, Margarida Santos; Dias, Isabel de BarrosArtigo que disponibiliza um catálogo de textos dialogais portugueses, desde o período medieval até ao século XVIII. O conjunto de textos identificado amplia o corpus conhecido e divulgado até ao momento. O catálogo é precedido por uma introdução onde são apresentados os critérios de seleção e de descrição adotados, bem como exemplos de áreas ainda carentes de investigação.
- Imagens de animais no Ms. 1 Azul da Academia das Ciências de Lisboa: coerência simbólica e estímulo à reflexãoPublication . Dias, Isabel de BarrosEstudo de um conjunto de iluminuras com representações de animais existentes no ms. 1 Azul da Crónica de 1344, atualmente na Academia da Ciências de Lisboa. Defende-se que estas imagens (que têm sido consideradas e estudadas sobretudo pela sua vertente decorativa) transportam uma carga semântica significativa que interpelaria o público que observasse o códice e tivesse capacidade exegética para o ler em todas as suas dimensões. Para atestar esta posição, as imagens são trianguladas com o texto da crónica e com os significados atribuídos a esses animais em bestiários, livros das aves e na tradição bíblica. Numa primeira parte, estuda-se a coerência da presença de imagens de uma determinada criatura (o dragão) em pontos-chave da narrativa, funcionando como dispositivos de alerta para momentos mais fraturantes da história peninsular (pecados, dissensões, invasões). Seguidamente, na segunda parte, são apresentadas leituras holísticas de dois quadros, formados pelo códice aberto. Nestes fólios, existem imagens de animais diversificados, como leões, águias, cães, carneiros, cervos e leopardos, que, tendo em conta a sua dimensão simbólica, mostram ter uma valência de estímulos, enquanto promotores de reflexões sobre temas éticos e morais, de caráter abstrato, no que se refere à profundidade semântica atribuída aos animais, mas que também encontram uma certa concretização nos episódios relatados pelo texto da crónica. Os resultados do estudo permitem ressaltar a pertinência da aplicação desta chave interpretativa.
- “Não se governam, nem se deixam governar”: perenidade da expressão da relação dos portugueses com os seus líderes (auto e hetero-imagem, no período medieval e na atualidade)Publication . Dias, Isabel de BarrosArtigo que estuda o cliché que considera que os portugueses “não se governam, nem se deixam governar”, tendo em conta a fortuna desta frase em blogues e na imprensa online, bem como alguns antecedentes medievais desta ideia. São identificadas várias interpretações decorrentes da polissemia da noção, e a sua perenidade é analisada (especialmente em momentos de crise). É ainda sublinhado o facto de ser possível encontrar auto e hetero-imagens dos Portugueses desde tempos bastante remotos.
- "Parir por la boca": vicisitudes de un tema sorprendente del imaginario de la comadrejaPublication . Dias, Isabel de BarrosEstudo de um motivo impressionante recorrente em Bestiários: a doninha que dá à luz pela boca. São apresentadas diferentes variantes deste topos e a sua origem é debatida: trata-se provavelmente de um breve relato proveniente da mitologia antiga, mais concretamente da história de Galante, serva de Alcmena, que ajudou ao nascimento de Hércules. Esta história foi magistralmente versificada por Ovídio, encontrando-se também em Eliano. A sua memória manteve-se em alguns textos medievais.
- Os primórdios do reino de Portugal: argumentação e política no “Diálogo Segundo” de Pedro de MarizPublication . Dias, Isabel de BarrosOs Diálogos de Vária História, de Pedro de Mariz, configuram a primeira obra em português dedicada à vulgarização historiográfica. Redigida em modo dialogal, em finais do séc. XVI, o seu sucesso editorial foi considerável, tendo assim contribuído para a mais ampla divulgação de um conjunto de posições político-culturais dominantes na época. O presente artigo procede à análise de alguns destes vetores com base na parte do “Diálogo Segundo” de Mariz que incide sobre os primórdios do reino português. Identifica como preponderantes os temas da valorização de Portugal no contexto da União Ibérica e a superioridade da missão destes reinos no quadro de uma visão maniqueísta de uma Europa fraturada em termos político-religiosos; o encómio dos reis de Portugal, com destaque para o fundador, Afonso Henriques, articulável com os movimentos de canonização deste rei, protagonizados pelos mosteiros de Santa Cruz de Coimbra e Alcobaça; e ainda, a um nível mais pessoal, a defesa da dignidade e da idoneidade do “conhecedor de História”, o que obviamente se reflete na imagem do próprio autor.
- Relatos de peregrinação a Santiago de Compostela em contexto mendicante: S. Francisco, Fr. Gil e Sta. IsabelPublication . Dias, Isabel de BarrosO artigo aborda um conjunto de relatos de peregrinação a Santiago de Compostela, considerando-os no quadro da mobilidade inerente ao modelo franciscano de comportamento. Com base em dois textos medievais portugueses, a Crónica da Ordem dos Frades Menores e a Vida e milagres de dona Isabel, rainha de Portugal, são estudadas as descrições das peregrinações de S. Francisco, fr. Gil e Sta. Isabel de Portugal. As narrativas consideradas, dada a sua complexidade, espelham uma época que nada tem de monolítica. Pelo contrário, podemos vislumbrar uma diversidade de opções, inclusivamente em conflito, por entre as quais se movem personagens ricas e multifacetadas.
- Tráfico de modelos narrativos entre a Crónica de Castela e a Crónica de 1344: evidências, possibilidades e questõesPublication . Dias, Isabel de BarrosDando como adquirido que a Crónica de Castela foi fonte da Crónica de 1344, o artigo explora outro tipo de influências, nas quais a obra castelhana poderá também ter desempenhado um papel. São apresentados alguns exemplos que estimulam a reflexão sobre a coincidência de vários topoi presentes nas duas crónicas e em outros textos historiográficos portugueses. Defende-se que a circulação de modelos narrativos terá sido uma constante, ocorrendo em múltiplas direções, e constituindo um recurso que os redatores das crónicas peninsulares usariam sempre que necessário.