Sustentabilidade Social e Desenvolvimento | Social Sustainability and Development
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Browsing Sustentabilidade Social e Desenvolvimento | Social Sustainability and Development by advisor "Alves, Fátima"
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- Da sustentabilidade social e ambiental da cadeia produtiva do carvão vegetal nativo no Brasil aos crimes ambientaisPublication . Dittmar, Herbert; Alves, FátimaPaíses como o Brasil apresentam um potencial enorme para a produção de carvão vegetal em virtude do grande estoque de florestas nativas. Ao longo das décadas, a cadeia produtiva do carvão vegetal nativo se mostrou sempre repleta de ilegalidades. Este trabalho mostrou que os problemas diminuíram em relação às condições de trabalho análogo à escravidão a que eram submetidos os trabalhadores do carvão e aumentaram em relação ao elevado grau de corrupção por parte dos agentes ambientais, técnicos e gestores que se locupletam e não implementam a transparência nos sistemas de controlo. Por meio de levantamento documental e entrevistas semiestruturadas com pequenos carvoeiros, este trabalho busca compreender a configuração do fenómeno da exploração do carvão vegetal nativo no Brasil, em nível ambiental, económico e social, de forma a mapear a cadeia produtiva do carvão vegetal nativo, identificar os seus atores, as fragilidades e vulnerabilidades da gestão florestal, dos sistemas de fiscalização e controlo e do processo investigativo criminal. Esta investigação interventiva busca desnudar os crimes praticados ao longo destas cadeias produtivas, de modo a propor a reformulação das políticas ambientais, do processo investigativo criminal e dos órgãos gestores ambientais responsáveis pela fiscalização e controlo.
- From food waste to resources: the impact of a socio-environmental project on the communityPublication . Nogueira, Anne; Fernandes, Ana Paula; Alves, FátimaA insegurança alimentar e o desperdício de alimentos são abordados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da atual Agenda 2030, desenvolvidos pelos países membros das Nações Unidas (ONU). Cada um dos estados-membros da ONU promoveu planos, programas, estratégias e / ou legislações aprovadas, destinados a lidar com o desperdício e a perda de alimentos (DPA) ao mesmo tempo em que alcançam os objetivos de todos os ODS. Essas participações efetivas são descritas por cada país num Relatório Nacional voluntário divulgado pela ONU na sua Plataforma de Conhecimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para ajudar a União Europeia (UE) a alcançar os ODS, a UE desenvolveu uma estratégia para reduzir o desperdício e a perda de alimentos, uma vez que a redução de DPA pode também: 1) lutar contra as alterações climáticas, através da redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE); 2) ajudar na erradicação da fome e da desnutrição, por meio da redistribuição dos alimentos resgatados; 3) gerar poupança económica para produtores e distribuidores; 4) ter impactos sociais positivos na vida das populações empobrecidas; 5) fortalecer os sistemas alimentares. Esta estratégia, denominada Estratégia Farm to Fork, apresenta uma série de ações que visam uma transição mais rápida para um sistema alimentar sustentável a qual deve ter um impacto ambiental neutro ou positivo, reverter a perda de biodiversidade, ajudar a mitigar as mudanças climáticas, garantir a segurança alimentar, nutrição e saúde pública, e preservar a acessibilidade dos alimentos. As políticas da UE com relação ao DPA são postas em prática pelos membros da UE aprovando leis ou implementando outras iniciativas para prevenir, reciclar ou reutilizar o DPA. Em Portugal, para promover a redução do desperdício alimentar através de uma abordagem integrada e multidisciplinar, a Presidência do Conselho de Ministros instituiu a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA). Um dos objetivos da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA) é identificar, avaliar e monitorizar as necessidades de adaptação da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (ENCDA) e do Plano de Ação de Combate ao Desperdício Alimentar (PACDA), apresentando relatórios periódicos ao Ministro da Agricultura. Depois de promover um inquérito às partes interessadas ao longo da cadeia alimentar, durante o 3º trimestre de 2020, o CNCDA concluiu que, exceto no canal HORECA: 1) houve um aumento nas doações / excedentes de alimentos resgatados, embora o canal HORECA não tenha seguido esta tendência global; 2) em todos os setores de atividade, a perceção geral era de que a pandemia COVID-19 tinha contribuído para a redução do desperdício de alimentos. Em simultâneo com as políticas internacionais e nacionais, os movimentos civis surgiram com o foco no combate ao desperdício, em todas as suas dimensões, da produção ao consumo. Esses movimentos têm como objetivo unir várias partes interessadas em uma luta ativa contra o desperdício de alimentos usando abordagens e possibilidades inovadoras. Uma das abordagens para combater a insegurança alimentar das famílias de baixos rendimentos, consiste em organizações de ajuda alimentar que resgatem e redistribuem os excedentes alimentares, do canal HORECA e do setor de distribuição. Como resultado, a adequação dos alimentos ou refeições distribuídas por cantinas sociais, mercearias solidárias ou bancos de alimentos têm sido objeto de investigação científica em diversos países. No entanto, os alimentos fornecidos nas organizações estudadas são, principalmente, ou adquiridos pela organização ou adquiridos por doadores que posteriormente doam esses alimentos à organização, ou ainda, em quantidades menores, resultantes de sobras de alimentos. Nessas organizações, devido ao seu custo e às necessidades de logística de transporte e refrigeração, os alimentos frescos costumavam ser fornecidos em quantidades baixas ou muito baixas. Como resultado, o teor de nutrientes das refeições e cestas de alimentos geralmente carece de vitaminas e minerais. Além disso, os resíduos alimentares sendo um reservatório de hidratos de carbono, proteínas, lípidos e outros macro e micronutrientes orgânicos e inorgânicos, podem ser considerados como uma fonte material na indústria de alimentos, indústria de ração animal ou indústria farmacêutica como aromatizantes e fragrâncias, antioxidantes, aditivos e suplementos alimentares. No entanto, como os processos de extração industrial exigem know-how e consomem mais tempo, materiais, energia e recursos humanos, a maneira mais favorável do ponto de vista ambiental de aumentar o ciclo de alimentos é usá-los como estão, para alimentar a população em insegurança alimentar. Tanto quanto sabemos, nenhuma outra investigação mediu e avaliou a contribuição de alimentos frescos ou preparados na hora, para uma dieta equilibrada de famílias de baixos rendimentos. Assim, nesta tese de doutoramento, pretendeu-se explorar as formas como o desperdício de alimentos é reciclado, focando principalmente no processo que leva ao consumo humano, medindo seus resultados no que diz respeito à quantidade de micro e micronutrientes reaproveitados, para a contribuição para uma alimentação equilibrada, para o alívio da insegurança alimentar e, finalmente, para a contribuição para o alcance dos ODS. Com base na lacuna de investigação identificada acima, esta tese é regida por quatro questões investigativas principais: a) Com é que o desperdício de alimentar está a ser reutilizado? b) Como é que os alimentos reciclados podem contribuir para a dieta equilibrada de famílias de baixos rendimentos? c) Qual é o conteúdo nutricional dos alimentos resgatados e redistribuídos veiculados por uma organização de ajuda alimentar, em relação aos valores de doses diárias recomendadas? d) Como é que o processo de reciclagem e redistribuição de alimentos pode contribuir para o cumprimento dos ODS? Derivando destas questões, foram estabelecidos seis objetivos principais de pesquisa: i) Fornecer uma atualização sobre o que foi encontrado para aumentar a reutilização do desperdício alimentar como um material ou fonte de energia, mas também para encontrar soluções de uso de desperdícios alimentares para consumo humano. ii) Avaliar o contributo dos alimentos frescos ou acabados de confecionar, resgatados e redistribuídos como complemento da alimentação das famílias de baixos rendimentos, de acordo como guia alimentar português (Roda dos Alimentos), utilizando a organização Refood-Leiria como estudo de caso. Esta avaliação é feita, em primeiro lugar, apenas considerando os dados categorizados como alimentos redistribuídos pertencentes à Roda dos Alimentos Portuguesa. Em segundo lugar, são considerados os dados totais, pertencentes ou não à Roda dos Alimentos Portuguesa, o que permite também a terceira avaliação, que consiste em comparar os alimentos reciclados, na organização do estudo de caso, com o padrão alimentar da população portuguesa em geral. iii) Quantificar os nutrientes dos alimentos resgatados e redistribuídos na organização do estudo de caso. iv) Avaliar como esses nutrientes contribuem para aliviar a insegurança alimentar das famílias beneficiárias. v) Avaliar as formas pelas quais o processo de reaproveitamento de alimentos frescos pode contribuir para o alcance dos ODS. vi) Propor uma estratégia para tornar o processo de resgate e redistribuição de alimentos uma atividade perene, naturalmente integrada na vida dos cidadãos. O projeto de investigação escolhido leva naturalmente a um desenvolvimento de pesquisa sequencial. A questão-chave inicial no início desta pesquisa foi “O que está a ser feito para melhorar a reutilização dos alimentos, principalmente para consumo humano?”. Após pesquisa exploratória da literatura, realizou-se a reflexão crítica, identificou-se uma possível organização do estudo de caso, foram estabelecidas questões de pesquisa mais específicas e consequentes objetivos iniciais. Além disso, um projeto à escala de uma tese de doutoramento requer constante aperfeiçoamento e adaptação. Assim, num processo iterativo, os objetivos iniciais i), ii) e iii) foram expandidos para iv), v) e vi). Em termos de materiais, novamente num processo iterativo, paralelamente à constante pesquisa bibliográfica, foram solicitadas autorizações, na organização do estudo de caso, para recolha de dados relativos aos alimentos redistribuídos e dados sociodemográficos. Foram pesquisadas e selecionadas ferramentas adequadas para avaliar o conteúdo nutricional dos alimentos redistribuídos e sua adequação, bem como valores de referência nutricional e guias alimentares. Para medir a insegurança alimentar, foi selecionada a Escala de Experiência em Insegurança Alimentar (FIES). Os programas utilizados na análise e tratamento dos dados foram o Food Processor Plus® (ESHA Research, Salem, Oregon), Microsoft Excel Office® 365 e IBM® SPSS® Statistics versão 27 para Windows®. Esta tese tem um formato cumulativo e baseia-se em três publicações científicas com revisão por pares, resultantes das diferentes fases da investigação. As publicações foram organizadas em três partes principais. A Parte I é baseada no capítulo do livro “Rerouting Food Waste for Climate Change adaptation: the paths of research”, apresentado no 4th World Symposium on Climate Change Adaptation WSCCA- 2021), que decorreu em paralelo com a COP26 em Glasgow, Scotland, a 3 de novembro de 2021, e aceite como capítulo do livro 4th World Symposium on Climate Change Adaptation Book - “Climate Change Strategies: handling the challenges of adapting to a changing climate”, a publicar na editora Springer. Fornece uma compilação de como a investigação para a reutilização de DPA tem evoluído desde a crise económica de 2008, para encontrar soluções inovadoras de uso de DPA tanto como fonte de biomateriais e bioenergia, como para consumo humano para combater a insegurança alimentar. Os resultados são discutidos sob as seguintes perspetivas: distribuição geográfica da instituição do autor, categorias temáticas e palavras-chave dos autores. Foram identificadas as tendências atuais e previsíveis na gestão de resíduos alimentares como matéria-prima e para a segurança alimentar. Verifica-se que os campos de interesse da pesquisa de DPA têm sido, por um lado, o desperdício alimentar como fonte de matériaprima para a produção dos biocombustíveis e dos biomateriais e, por outro lado, a reciclagem dos resíduos alimentares para consumo humano, como solução para a insegurança alimentar. A Parte II é baseada no artigo “The Contribution of Up-Cycled Food Waste to a Balanced Diet of Low-Income Households” publicado na revista Sustainability (2021), 13 (9): 4779. https://doi.org/10.3390/su13094779 e compreende a avaliação da contribuição de alimentos frescos ou recém confecionados, resgatados e redistribuídos para complementar a dieta familiar de baixo rendimento, de acordo com o guia alimentar português (Roda dos Alimentos), tendo como estudo de caso a organização Refood-Leiria. Em primeiro lugar, apenas são considerados os dados categorizados como alimentos redistribuídos pertencentes à Roda Alimentar Portuguesa. Em segundo lugar, são tidos em consideração os dados totais, pertencentes ou não à Roda dos Alimentos Portuguesa, o que permitirá também a terceira avaliação que consiste na comparação dos dados recolhidos, relativos a alimentos resgatados e redistribuídos, com o padrão alimentar da população portuguesa em geral. Os resultados sugerem que os alimentos reciclados podem contribuir para uma alimentação mais equilibrada em termos de “Batata, Cereais e Produtos de Cereais”, “Legumes”, “Carne, Peixe, Marisco e Ovos” e “Frutas”, ambos de acordo com a Roda Alimentar Portuguesa e em comparação com a população portuguesa em geral. A Parte III é baseada no artigo “The Nutritional Content of Rescued Food Conveyed by a Food Aid Organization”, publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health (2021), 18(22):12212. https://doi.org/10.3390/ijerph182212212. Concentra-se na determinação do conteúdo nutricional de cestas de alimentos fornecidos pela nossa organização de estudo de caso. Todos os itens de cestas de alimentos são pesados, em três rodadas de pesagem durante um período de quatro meses. A Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (FIES) foi aplicada para medir a insegurança alimentar das famílias. Os resultados mostraram que, no nosso estudo de caso de organização de ajuda alimentar, as doações de alimentos contribuem substancialmente para a ingestão da Dose Diária Recomendada (DDR) de energia, macro e micronutrientes. Ao avaliar como esses nutrientes contribuem para aliviar a insegurança alimentar das famílias beneficiárias, concluímos que a perceção de insegurança alimentar é independente da quantidade de nutrientes servidos. Tanto quanto sabemos, este é o primeiro estudo que mede o conteúdo nutricional de alimentos resgatados frescos ou recém confecionados, redistribuídos por uma organização de ajuda alimentar. Essas três partes são acompanhadas de um capítulo anterior, uma introdução geral à tese, e um último capítulo sobre as reflexões e conclusões finais em que as questões de pesquisa são respondidas. Limitações do estudo, bem como uma perspetiva sobre futuras investigações estão incluídas no último capítulo desta tese, seguidas pela bibliografia compilando todas as fontes citadas de todos os capítulos. Ao final da tese, são fornecidos dois apêndices, nos quais estão organizados todos os materiais de pesquisa relevantes, como os diagramas metodológicos da Parte II e da Parte III, Escala de Insegurança Alimentar em Língua Inglesa e Língua Portuguesa. O Apêndice B contém o diagrama da metodologia usado na parte II, e o Apêndice C contém todos os materiais usados na parte III.
- Human mobility and environmental degration: impacts on rural communities in MaroccoPublication . Fernandes, Carla Sofia Ferreira; Alves, Fátima; Loureiro, João Carlos Mano CastroAs projeções do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas indicam uma duplicação da frequência e duração das secas no Norte de África, o que contribuirá para a intensificação da escassez de água. As políticas públicas em Marrocos relacionadas com alterações climáticas e desenvolvimento sustentável omitem a mobilidade humana, assim como outras categorias, inseridas no Mecanismo Internacional de Varsóvia sobre Danos e Perdas. Esta Tese foca-se na região de Souss-Massa e procura descrever as perceções locais em relação à degradação ambiental, incluindo as alterações climáticas, e consequentes respostas da população, incluindo possíveis movimentos migratórios. Ambicionámos, adicionalmente, formular recomendações, em colaboração com a comunidade local, visando a mitigação das vulnerabilidades e a promoção da qualidade de vida, enquadrado no paradigma do desenvolvimento sustentável. Trata-se de um estudo empírico que se apoia em dados qualitativos recolhidos através de entrevistas semiestruturadas dirigidas à compreensão das perceções locais em termos de vulnerabilidade aos impactos da degradação ambiental e mobilidade humana. Os dados sugerem um consenso sobre a diminuição dos recursos hídricos e identificam a migração interna como a estratégia adaptativa predominante. De um modo geral, a degradação ambiental tem contribuído para uma redução da qualidade de vida e as migrações internas, ainda que lhe reconheçam diversas desvantagens, são consideradas como positivas. Este estudo reforça, ainda, o papel crucial das remessas internas na diversificação das fontes de rendimento das comunidades rurais. Surpreendentemente, a vasta maioria dos participantes não atribui causas antropogénicas aos atuais fenómenos de degradação ambiental, incluindo alterações climáticas, uma variável relevante para estratégias eficazes de comunicação.
- A relevância das racionalidades leigas sobre alterações climáticas na definição de políticas e estratégias ajustadas aos contextos: os casos da Madeira e de Las Palmas de Gran CanariaPublication . Mendonça, Ana Maria Bijóias; Alves, Fátima; Leal Filho, WalterAs alterações climáticas (AC) são o maior problema ambiental da atualidade, repercutindo-se no equilíbrio dos ecossistemas, nos modos de vida, na organização social, na saúde e no bem-estar das populações. Delimitando o objeto de estudo em torno da compreensão da multidimensionalidade e complexidade do campo socioambiental onde se inserem as AC, analisando-o enquanto construção social, procurámos, com base nas relações de reciprocidade entre as sociedades e o ambiente, as estruturas e os agentes, compreender o seu lugar na ordem social e política. A partir dos casos da Ilha da Madeira, pertencente à Região Autónoma da Madeira (RAM), e de Las Palmas de Gran Canaria, pertencente à Comunidade Autónoma das Ilhas Canárias (CAIC), territórios da Macaronésia e Regiões Ultraperiféricas (RUP), mais sujeitas às AC, quisemos entender como as pessoas concebem, explicam e lidam com o fenómeno, como se tem processado a comunicação, em que sentido vêm evoluindo as políticas, e como se estrutura a participação de AC. Estão em vigor estratégias e planos de mitigação e de adaptação alavancados pelos respetivos governos regionais e pelo poder local, elencados nas diretrizes europeias e nacionais (e.g., Estratégia Clima-Madeira, Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas, Plan de Acción de la Estrategia Europa 2020 en Canarias, Estrategia Insular de Adaptación al Cambio Climático e Impulso de la Economía Baja en Carbono – Gran Canaria, etc.), mas as políticas não têm refletido o conhecimento das causas e consequências das AC na vida quotidiana, nem promovido a participação das populações na sua definição e implementação. Metodologicamente, adotámos uma abordagem qualitativa, assente nos estudos de caso da Madeira e de Las Palmas, com recurso a pesquisa documental e a entrevistas semiestruturadas. Demos ao estudo uma ênfase teórico-metodológica compreensiva, integrando contributos de diversas teorias. Os resultados mostraram a incontornabilidade das racionalidades leigas na compreensão das redes de AC, e na definição de políticas articuladas com as mudanças que se impõem para lidar com a crise socioambiental nos territórios.
- A socioecologia da água : estudo dos impactos da abertura do Canal do Sertão – Brasil – nos modos de vida locais e na gestão sustentável da águaPublication . Lima, Eugênio Dantas Gomes; Alves, Fátima; Casaleiro, Paula Teresa de AbreuA tese teve o objetivo de demonstrar o impacto sociopolítico oriundo com a chegada da água do Canal do Sertão, na vida dos agricultores familiares – agora ribeirinhos –a partir da maior obra hídrica do alto sertão alagoano, em Alagoas-Brasil. Pergunta-se: Como essa água colabora na desconstrução da subjetividade baseada na “cordialidade” histórica do povo sertanejo que agora se vê mergulhado no mundo “moderno líquido”? Até que ponto essa água constrói a emancipação política do “homem cordial”, oriundo dessa colonização, que agora se transmuta, mais perversamente, pelo “Colonialismo Interno”? Como a cidadania se constrói e/ou se reconstrói nesse entremeado? Para isso, escutamos os agricultores familiares levando em consideração a abordagem teórico-metodológica da “Ecologia de Saberes” e das “Racionalidades Leigas”. Foram feitas entrevistas semiestruturadas e através das respostas aos questionários foram tratadas pela análise de discurso. Cunhamos o termo “Homem Cordial Moderno Líquido” que é esse ser “novo” e “arcaico”, parte consciente e parte inconsciente de seu processo histórico. Daí surge a tese na “Nascente da Sustentabilidade” fruto da intersecção das 3 categorias de análise supracitadas: Subjetividade, Emancipação e Cidadania. Concluímos que o alto sertão de Alagoas-Brasil vivencia mudanças profundas, oriunda da obra hídrica do Canal do Sertão, mas o ator social central ainda não pode se apropriar das dimensões ofertadas, tanto tecnicamente, com os recursos materiais e políticas públicas e, principalmente, subjetivamente, pela ainda não compreensão e consciência de seu papel histórico na transformação do lugar.