Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPI
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Browsing Mestrado em Estudos Portugueses e Interdisciplinares | Master's Degree in Multidisciplinary Portuguese Studies - TMEPI by advisor "Piedade, Ana Nascimento"
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- Da decadência à regeneração: Jacinto e o percurso de auto-descoberta em a Cidade e as SerrasPublication . Carvalho, Cristina Henriques Bernardes; Piedade, Ana NascimentoResumo - “Eu penso que o riso acabou – porque a humanidade entristeceu. E entristeceu – por causa da sua imensa civilização. (...) Quanto mais uma sociedade é culta - mais a sua face é triste. (...) O Infeliz está votado ao bocejar infinito. E tem por única consolação que os jornais lhe chamem e que ele se chame a si próprio – O Grande Civilizado.” Eça de Queiroz, “A Decadência do riso”, in Notas Contemporâneas, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, 2000, pp.165-166 Estando no século XXI, século em que se menospreza cada vez mais o primordial, o essencial, e se valoriza cada vez mais uma civilização, aparentemente, mais “civilizada”, aparece-nos A Cidade e As Serras como antevisão de uma realidade muito actual. O embrião deste trabalho nasce da perplexidade e da curiosidade perante a modernidade de uma obra como A Cidade e As Serras, obra livro que se tornou intemporal sendo, por isso mesmo, um clássico que se adapta a todas as épocas. O ponto de partida desta dissertação é a palavra “bocejo”, exteriorização do tédio, característico de uma sociedade civilizada em decadência. Símbolo de um sentimento pessimista que se difunde por toda a sociedade portuguesa e que é bem visível e notório em toda a obra de Eça de Queiroz sendo este tema um dos mais explicitados e desenvolvidos por este autor. Em A Cidade e As Serras, as raízes do tédio que provém quase sempre da desocupação, vão dar à ociosidade. A falta de ocupação mental ou física é então, o grande motor que faz desenvolver o tédio. A solução encontrada baseia-se no equilíbrio, na regeneração através da auto-descoberta entendida como uma experiência pessoal; uma perspectiva individual da evolução que se vai concretizando num determinado trajecto existencial
- A distância convergente: Eça de Queiroz e Guilherme de Azevedo: correspondentes da Gazetta de Notícias do Rio de JaneiroPublication . Trabucho, Isabel Cristina do Vale Lages; Piedade, Ana NascimentoResumo - Tendo como ponto de partida as relações entre Literatura e Jornalismo, debruçamo-nos sobre a importância da imprensa em Oitocentos, nomeadamente o folhetim no qual se inscreve o texto cronístico. O periodismo terá sido, no século XIX, berço de muitos escritores que utilizaram a crónica, género híbrido, para veicular um complexo retrato social. Os correspondentes jornalísticos no estrangeiro enviavam as imagens das culturas europeias, através da sua numerosa produção cronística, referindo e comentando os mais variados aspectos de uma realidade que se revelava aos seus olhos. Entre 1880 e 1882, Eça de Queiroz e Guilherme de Azevedo eram correspondentes de imprensa (o primeiro de Inglaterra e o segundo de Paris) para a Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. As suas crónicas e outra prosa não ficcional veicularam aos leitores do referido periódico a reflexão sobre os grandes acontecimentos ou as minudências das situações a que assistiram ao longo do tempo que viveram nesses países europeus. Apesar da distância pessoal e geográfica entre ambos, estes grandes escritores e jornalistas da Geração de 70, amigos comuns de Ramalho Ortigão, ofereceram ao seu público leitor carioca diferentes visões dessas duas nações consideradas, no último quartel do século, como os pólos culturais do mundo
- "Os mundos laboral e sócio-familiar em Os tanoeiros de Romeu Correia"Publication . Balsemão, Teresa Maria da Silva Filipe Pinto; Piedade, Ana Nascimento
- Na senda de "O Suave Milagre": aspectos técnicos, estéticos e ideológicos de uma narrativa queirozianaPublication . Alvim, Manuel Alexandre Portela de Melo e; Piedade, Ana NascimentoResumo - Figura destacada da famosa Geração de 70, Eça de Queiroz (1845-1900) desencadeou uma profunda revolução estética na literatura portuguesa das últimas décadas do século XIX. Sofrendo a influência das correntes de pensamento e de arte literária dominantes na época, conseguiu operar sínteses criativas marcadamente originais, fruto do seu multiforme talento de escritor, tendo inovado de forma notável em diversos géneros literários, nomeadamente no romance, no conto e na crónica jornalística. Oscilando entre o realismo e o idealismo, Eça de Queiroz dedicou-se na última fase da sua vida a tratar, por entre outros trabalhos, da vida de grandes Santos e da narração, em termos que se diriam bíblicos, de "um milagre" – um "outro" e "suave" – que se teria dado quando Jesus de Galileia, ainda não o Cristo, pregava por terras da Palestina. Da narração desse milagre, Eça deixou-nos três versões, que publicou por esta ordem: "Outro Amável Milagre" (OAM) em 1885, "Um Milagre" (UM) em 1897 e "O Suave Milagre" (OSM) em 1898. Na presente Dissertação – em que procede ao cotejo, nomeadamente estilístico, das três versões, com vista inclusivamente à recensão dos principais aspectos técnicos, estéticos e ideológicos detectáveis na narrativa em causa –, o autor intenta demonstrar que a versão UM terá constituído a primeira concebida por EÇA, que dela terá partido para se entregar à criação da versão OAM, a qual, como se sabe, antecede, por sua vez, a versão definitiva (OSM). O autor reflecte ainda, especialmente nas Conclusões, e relativamente à versão OSM, sobre o problema da interpretação do sema suavidade que enforma o título da mesma versão
- Reaportuguesar Portugal : o sentido patriótico em Eça de QueirósPublication . Ribeiro, Clementina de Fátima Bidarra Pinto de Castro; Piedade, Ana Nascimento
- Três retratos femininos em Os MaiasPublication . Serejo, Lina Maria Henriques; Piedade, Ana NascimentoEste trabalho analisa três personagens femininas de Os Maias, de Eça de Queiroz, verdadeiramente notáveis pela coragem e determinação com que lutam pela mudança dos seus destinos, mesmo que para isso tenham de praticar adultério: Maria Monforte, Maria Eduarda e a Condessa de Gouvarinho. Através do adultério Maria Monforte insurge-se contra as normas discriminatórias de uma sociedade que ao homem tudo permite, mas que espartilha a liberdade de acção da mulher, os seus sentimentos e emoções. Ela mostra a sua independência face à mesquinhez de todos aqueles que, por viverem presos à aparência, não consumam as suas paixões. Embora não consiga legitimar as suas relações, Maria Eduarda não é uma mulher fácil e inconstante. É a força das circunstâncias e a necessidade de sobrevivência que a atiram sucessivamente para os braços de dois homens que não ama. Quando encontra a verdadeira paixão, avassaladora e sem limites, o seu passado estigmatiza-a. No entanto, detentora de uma forte consciência moral, luta até ao fim para provar que é uma “boa mulher”. A Condessa de Gouvarinho, presa num casamento por conveniência, é notável pela irreverência e audácia que revela no jogo de sedução em que envolve Carlos da Maia. Apaixonada, luta com tenacidade por uma relação que alie o amor ao prazer físico, provando estar à frente da sua época. Para ela o adultério é a única forma de saciar o desejo, por isso ela se apresenta sempre picantemente tentadora. Estas personagens mostram bem a força da mulher oitocentista que tenta libertar-se dos rígidos códigos que a oprimem.