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- O casal agrícola da idade do ferro de Gamelas 3 (Oeiras)Publication . Cardoso, João Luís; Silva, Carlos Tavares daGamelas 3 corresponde provavelmente a casal agrícola do século v a. C. implantado no rebordo de vasta plataforma culminante da encosta esquerda do vale da ribeira da Lage (Oeiras) identificado por Gustavo Marques em 1971 e por ele explorado em 1989. Apesar da escassa área investigada, apenas cerca de 16 m², o estudo dos testemunhos materiais cuidadosamente recolhidos permitiram chegar às seguintes conclusões gerais: 1 – existência de uma única camada arqueológica, com cerca de 0,10 m de potência, configurando uma ocupação processada em curto período de tempo, compatível com a natureza da própria estação (casal agrícola); 2 – existência de estrutura, constituída por dois muros ortogonais, formados por blocos basálticos de dimensões médias, os quais deveriam constituir o embasamento de unidade habitacional de características usuais; 3 – as tipologias das produções cerâmicas denunciam forte tradição orientalizante existindo, no entanto, recipientes de cerâmicas cinzentas finas com decorações nervuradas, especialmente pratos/tampas, taças altas e jarros, que corporizam produções específicas, de cariz regional, centradas nos atuais concelhos de Amadora e de Oeiras; 4 – a forte aptidão agrícola dos solos basálticos faz crer que as potenciais produções obtidas, designadamente as cerealíferas, se destinariam ao abastecimento do importante centro urbano de Olisipo. Assim se explica a intensificação da chamada «colonização agrícola» dos férteis terrenos basálticos que envolvem a referida cidade, de Loures a Cascais, representada pela multiplicação destes casais agrícolas especializados naquele tipo de produções, cujas origens remontam, na região, pelo menos ao Bronze Final; de acordo com a informação obtida do estudo dos macrorrestos vegetais, os campos agrícolas integravam ‑se em uma paisagem mediterrânica aberta, caracterizada pela presença de oliveira ou zambujeiro (Olea europea), medronheiro (Arbutus unedo), urze (Erica arborea), pinheiro bravo (Pinus pinaster) e azinheira/carrasco (Quercus ilex/Q. coccifera). 5 – embora a prática e xtensiva e intensiva da agricultura cerealífera constituísse a principal actividade destas pequenas comunidades de raiz familiar, dispersas pela região, foi pela primeira vez documentada a presença de restos faunísticos, os quais permitiram verificar a existência de uma economia doméstica que incluía o pastoreio de boi e de ovelhas/cabras, complementada pela recoleção no litoral adjacente de moluscos, os quais também serviriam, em certos casos, para a indústria da tinturaria, conforme sugere a ocorrência de conchas de cf. Thais haemastoma, intencionalmente partidas para extração do molusco vivo.
- Pré-História de Portugal: neolítico antigoPublication . Silva, Carlos Tavares da; Guerreiro, Maria João; Antunes, ElisaSão apresentados aspetos caracterizadores do período do Neolítico antigo, em Portugal.
- A ocupação neolítica do cabeço da Velha (Vila Velha de Ródão): trabalhos realizados em 1988Publication . Cardoso, João Luís; Silva, Carlos Tavares da; Caninas, João Carlos; Henriques, FranciscoSão apresentados os primeiros resultados das escavações arqueológicas no Cabeço da Velha (Vila Velha de Ródão, Beira Baixa). Detectou-se um único nível de ocupação, cuja fraca espessura parece corresponder a um estabelecimento de curta duração. As estruturas postas a descoberto ("empedrados de combustão", "cinzeiros" e "buracos de poste") são funcionalmente complementares e configuram uma unidade habitacional que se considerou integralmente escavada. Documentou-se uma zona de descanso (cabana-paravento), uma zona de actividade com estruturas de combustão e uma zona de acumulação de detritos. O espólio lítico forma um conjunto tipologicamente diversificado, mas em que cada grupo se encontra representado por escasso número de artefactos, sendo de destacar o predomínio dos relacionados com a caça (trapézio, triângulo, pontas de seta). A tipologia aponta para o Neolítico final. A cerâmica, tipo logicamente integrável no mesmo período, é dominada por formas simples, esféricas ou ovóides, sendo raros os exemplares pertencentes a formas consideradas especializadas (pratos, taças de bordo espessado, taças carenadas), o que parece reforçar a hipótese de nos encontrarmos em presença de um estabelecimento de curta duração e de vocação agrícola pouco acentuada. A decoração, incisa e plástica, ocorre numa frequência muito baixa.
- Pré-História de Portugal: calcolítico I: a emergência da sociedade agro-metalúrgicaPublication . Silva, Carlos Tavares da; Antunes, Elisa; Guerreiro, Maria JoãoCaracterísticas dos povoados calcolíticos. São apresentados os povoados de Castro do Zambujal, em Torres Vedras, de Leceia, em Oeiras e Monte da Tumba, no Torrão. Participação de João Luís Cardoso, arqueólogo.
- Pré-História de Portugal: neolítico médio/final: megalitismo 1: aspectos geraisPublication . Silva, Carlos Tavares da; Guerreiro, Maria João; Antunes, ElisaPrograma sobre a arquitetura megalítica com especial incidência no Sul de Portugal.
- A ocupação neolítica de Leceia (Oeiras) : materiais recolhidos em 1987 e 1988Publication . Cardoso, João Luís; Soares, Joaquina; Silva, Carlos Tavares daDesde a quarta campanha de escavações realizada no povoado pré-histórico de Leceia (1986) que ficou definitivamente comprovada a existência de uma ocupação neolítica no local, consubstanciada por uma camada directamente assente no substrato geológico, imediatamente sob a sucessão calcolítica, representada pelas três fases culturais identificadas na Estremadura: o Calcolítico inicial, o Calcolítico pleno e o Calcolítico final (período representado pelas cerâmicas campaniformes). Leceia passou a constituir, deste modo, o povoado pré-histórico da Estremadura com a mais completa sucessão cultural conservada, com expressão estratigráfica (CARDOSO et al., 1987; CARDOSO, 1989, 1994, 1995). Neste trabalho serão estudados os materiais correspondentes à primeira fase de ocupação, exumados em 1987, em estrutura habitacional arrasada, subjacente às fundações da segunda linha defensiva, esta última datada da base do Calcolítico inicial - a Estrutura R - e em 1988, em estrutura igualmente muito mal conservada - a Estrutura QQ - representada por um muro rectilíneo, de finalidade desconhecida. Nos anos ulteriores, a camada neolítica foi atingida em diversos locais da área que, progressivamente, veio a ser escavada, configurando a existência, no Neolítico final, de um vasto povoado aberto que teria ocupado boa parte da extensa plataforma calcária, dominando todo o vale da ribeira de Barcarena até à sua confluência com o Tejo, 4 km a jusante. O grande volume de materiais ulteriormente exumados nesta camada, justifica estudo a ser concretizado logo que possível, o qual poderá precisar algumas das conclusões obtidas dos materiais dos dois loci agora estudados.
- A idade do ferro na região do Baixo Sado : contribuições recentesPublication . Silva, Carlos Tavares da
- O casal agrícola da I Idade do Ferro de Leião (Oeiras)Publication . Cardoso, João Luís; Silva, Carlos Tavares da; Martins, Filipe; André, ConceiçãoA ocorrência de espólios de importação de cunho orientalizante dos quais os mais antigos serão de reportar ao século VII a.C., num pequeno “casal agrícola”que, nas suas características e finalidades, em nada difere dos seus antecessores, na mesma região, do Bronze Final, vem mostrar que a estratégia de exploração agrícola, intensiva e extensiva, dos terrenos do aro oeirense, essencialmente vocacionados para a produção cerealífera, se manteve, ao nível dos próprios sistemas produtivos, na I Idade do Ferro. Tenha-se presente, em abono desta conclusão, não só a cronologia absoluta obtida para o sítio do Bronze Final do Cabeço do Mouro (Cascais), cujo limite inferior do intervalo para 95% de confiança atinge os começos do século VIII a.C. (CARDOSO, 2006), mas sobretudo a evidente continuidade que se verifica ao nível das produções de cerâmicas manuais encontradas em Leião, associadas a produções importadas fabricadas ao torno rápido, face às suas antecessoras do Bronze Final recolhidas naquele e em outros sítios do aro oeirense. Quer isto dizer que, imediatamente após o estabelecimento de populações de origem mediterrânea, entre as quais se poderiam contar alguns indivíduos fenícios – ou tartéssicos (na aceitação desta alternativa ao modelo da colonização fenícia proposto por M. Almagro-Gorbea para o litoral atlântico) – em locais dominando o estuário do Tejo, tanto no morro do Almaraz, em Almada, como na plataforma da Sé, em Lisboa (ARRUDA, 2002), se verificou a progressão da “colonização agrícola” para o interior do território ribeirinho, podendo ter havido um curto momento de interacção com as derradeiras populações do Bronze Final, que ali continuavam a dedicar-se a intensa exploração agro-pastoril. Desse curto momento de interacção, resultou a imediata aquisição, por parte destas últimas, de uma panóplia artefactual até então desconhecida, com destaque para as primeiras produções cerâmicas feitas ao torno rápido. Tal movimento de ocupação das férteis terras basálticas e calcárias ribeirinhas da margem norte da foz do Tejo fora já preconizado pela primeira vez pelo signatário em 1990, com base nos então recém-escavados sítios de Outurela I e II, dos finais do século VI/século V a.C. (CARDOSO, 1990). As escavações efectuadas no casal agrícola de Leião permitem concluir que o lapso de tempo entre a chegada dos primeiros impulsos orientalizantes à região do estuário e a colonização agrícola dos territórios envolventes foi muito menor que o até agora admitido. Certamente que o movimento de ocupação das férteis terras adjacentes ao estuário não era estranho aos propósitos económicos dos recém-chegados, interessados na obtenção de bens de consumo, como cereais e, até eventualmente carnes de conserva, para além de metais, como o estanho e o cobre, que aqui afluíam num movimento concertado de larga amplitude desde o Bronze Final, conclusão expressivamente ilustrada pelo molde para foices de bronze de talão encontrado em Casal de Rocanes, Sintra (CARDOSO, 2004, Fig. 138). Para além da possibilidade de comercialização dos produtos da terra atrás aludidos, estes serviriam, naturalmente, para abastecer as urbes em franca expansão, especialmente a antecessora da actual cidade de Lisboa, de carácter essencialmente comercial, em processo de acelerado crescimento desde os primórdios da Idade do Ferro.
- A ocupação do Neolítico Antigo do povoado do Carrascal (Leceia, Oeiras)Publication . Cardoso, João Luís; Silva, Carlos Tavares da; Soares, JoaquinaDo período de quase 500 anos em que se observou coexistência sem sobreposição territorial entre os grupos neolíticos de cerâmica predominantemente impressa (incluindo, naturalmente, a cardial) da Estremadura e os grupos mesolíticos do vale do Tejo, entre cerca de 5400 e cerca de 5000 anos a.C., evoluiu-se para outra realidade, em que as cerâmicas incisas se desenvolvem, situável entre finais do VI e abarcando todo o V milénio a.C. É nessa altura que, finalmente, se deverá ter produzido interacção entre as comunidades neolitizadas e as derradeiras comunidades mesolíticas sedeadas nos concheiros, conforme atestam as cerâmicas do Neolítico Antigo Evolucionado encontradas nas camadas superiores dos concheiros do vale do Tejo (FERREIRA, 1974), bem como nos concheiros do vale do Sado, de que é exemplo o concheiro do Cabeço do Pez (SANTOS, SOARES & SILVA., 1974). Resta, contudo, saber se não se trata de simples reocupações dos mesmos sítios, depois de intervalos de abandono mais ou menos longos.
- O povoado calcolítico de Leceia (Oeiras) : 1.ª e 2.ª campanhas de escavação (1983 e 1984)Publication . Cardoso, João Luís; Soares, Joaquina; Silva, Carlos Tavares da