Psicologia Social
Permanent URI for this collection
Browse
Recent Submissions
- A identidade nacional : do mito ao sentido estratégico : uma análise psicossociológica das comparações entre os portugueses e os outrosPublication . Miranda, Joana; Amâncio, Lígia; Rocha-Trindade, Maria BeatrizA presente tese representa uma tentativa de reconstruir e de compreender os processos concretos que regem as dinâmicas de expressão da identidade nacional dos Portugueses. Em termos de objectivos, pretendem-se analisar as dinâmicas intergrupais dos Portugueses, enquanto grupo nacional, em relação a outros grupos que deles se distinguem em termos de nacionalidade e a nível de dimensões simbólicas, históricas e económicas. No plano teórico, a investigação situa-se no âmbito das identidades sociais enquanto representações sociais e a hipótese geral é a de que a identidade social não constitui uma criação do próprio grupo, inscrevendo-se, antes, numa dinâmica intergrupal de ordem psicossociológica. O ser Português é um processo de construção, desempenhando os demais alvos de comparação, um papel determinante na construção da identidade nacional. Dado que a questão da tolerância e das relações com grupos particulares está ligada à dinâmica intergrupal, não se pretende quantificar o grau de tolerância dos Portugueses, mas demonstrar que, enquanto atitude, a tolerância dos Portugueses pode variar consoante os alvos e os contextos de comparação social. Desta hipótese decorre considerar-se que a identidade se toma tanto mais saliente quanto mais comparações entre a nacionalidade portuguesa e outras nacionalidades forem suscitadas e que as representações daí resultantes podem ser captadas mediante as respostas a um conjunto de indicadores com os quais construímos o questionário que serviu de instrumento de recolha de dados. Com base na concepção de que a representação da identidade nacional é situacional, ou seja, que é influenciada pelas dinâmicas de comparação social, considerámos que as representações dos participantes sobre a sua nacionalidade e a dos outros poderiam depender, não só da posição do grupo nacional com o qual se comparam numa escala de poder simbólico, como da posição que o grupo nacional e o alvo de comparação ocupam no contexto concreto da comparação.
- Da motivação à experiência da solidão : Universidade da Terceira IdadePublication . Monteiro, Maria Helena Mendes; Neto, FélixO objectivo deste estudo é avaliar o papel destas Universidades para a Terceira Idade na solidão e qual o estado motivacional dos seus alunos que preside à sua frequência, pelo que foram efectuados um estudo preliminar e dois estudos empíricos. No estudo preliminar foram analisadas as motivações de 117 alunos da Universidade Sénior de Espinho e observou-se que as relações interpessoais e a aprendizagem eram as principais. O pré-requisito necessário para avaliar o estado motivacional dos sujeitos que frequentam uma Universidade para a Terceira Idade foi o desenvolvimento de um instrumento adequado, no primeiro estudo empírico. A amostra foi constituída por 209 alunos (176 alunos da UATIP e 114 alunos da USE) para examinar o estado metamotivacional preferido. A análise factorial das medidas do estilo metamotivacional evidenciou oito factores para oito estados metamotivacionais. Os resultados apontam os estados paratélicos, simpatia áutica e aloica como determinantes na tomada de decisão para a opção da frequência das duas universidades. No segundo estudo empírico, a solidão foi avaliada numa amostra de 108 alunos da USE. Utilizou-se a regressão hierárquica para extrair os factores preditivos da solidão. Relativamente às variáveis que estudam a solidão dos alunos que frequentam a Universidade de Espinho foi evidenciado, pela análise de regressão hierárquica, que a satisfação com a vida e a percepção do número de elementos da rede de apoio social e a satisfação com a mesma, eram determinantes na percepção da solidão. Contudo, devido ao tamanho da amostra, uma conclusão releva-se como sendo prematura.
- O efeito do sorriso na percepção psicológica da pessoaPublication . Freitas-Magalhães, Armindo; Neto, FélixO objectivo do estudo foi o de verificar o efeito do sorriso na percepção psicológica da pessoa em jovens, adultos, idosos e jovens negros. Pretendia-se verificar se o sorriso contribui para os traços diferenciais entre os grupos humanos em estudo e se o mesmo era descritor de género. O estudo envolveu um delineamento transversal analítico ou estudo não-experimental, também classificado por estudo pós-facto, estudo de observação passiva ou estudo correlacional e de observação, de comparação entre grupos, mediante o juízo ou julgamento psicológico da face neutra e do tipo de sorriso contrastados, de matriz factorial 4 x 2 x 2 (face neutra, sorriso fechado, sorriso superior, sorriso largo; género dos estímulos; género dos respondentes) e a sua finalidade foi descrever a percepção psicológica do sorriso em função das variáveis género do estímulo, género do respondente e grupo étnico, na Escala de Percepção do Sorriso (EPS), em formato diferenciador semântico, com 19 itens bipolares opostos, tendo a avaliação sido feita numa escala ordinal de 1 a 7 pontos, nas dimensões Avaliação (12 itens) e Movimento Expressivo (7 itens) resultante dos estudos preliminares sobre a atractividade facial (estudo preliminar 1) e a escolha de dípolos de adjectivos preditores para percepção psicológica da face neutra (estudo preliminar 2). Nos estudos principais 1, 2 e 3 foram utilizados 24 estímulos fotográficos apresentando o tipo de sorriso (fechado, superior e largo) e a face neutra (12 do estímulo mulher e 12 do estímulo homem) referentes aos três grupos etários (18-25 anos, 40-50 anos e 60-70 anos) e a Escala de Percepção do Sorriso (EPS) foi aplicada a uma amostra não probabilística ou intencional do tipo homogénea de 480 participantes portugueses de ambos os géneros (240 mulheres e 240 homens) distribuídos por grupos etários de jovens (80 mulheres e 80 homens, média: 22.2 anos), adultos (80 mulheres e 80 homens, média: 43.1 anos) e idosos (80 mulheres e 80 homens, média: 65.0 anos) No estudo principal 4, foram utilizados 8 estímulos fotográficos apresentando o tipo de sorriso (fechado, superior e largo) e a face neutra (4 do estímulo mulher e 4 do estímulo homem) de universitários de Cabo Verde, a estudar em Portugal, e a Escala de Percepção do Sorriso (EPS) foi aplicada a uma amostra não probabilística ou intencional do tipo homogénea de 160 participantes de ambos os géneros (80 mulheres e 80 homens) e estudantes universitários portugueses (média: 21.8 anos). Os resultados revelam e confirmam o efeito do sorriso na percepção psicológica da pessoa, à semelhança de outros estudos, isto é, sorrir torna a percepção psicológica mais positiva ou negativa e verifica-se que tal sucede em função do género do estímulo e do género do respondente. As diferenças significativas na percepção da face neutra e tipo de sorriso contrastados são justificadas pela pertença de género de quem os percepciona e pela pertença do género de quem é percepcionado. Tal apenas não sucede no factor Avaliação do grupo dos adultos. Os resultados obtidos indicam que, quer no factor Avaliação quer no factor Movimento Expressivo, os tipos de sorriso largo e superior são os que registam médias ponderadas mais elevadas. Pelo contrário, a face neutra e o sorriso fechado registam valores menos elevados na percepção. A análise da percepção da pessoa em função da face neutra e tipo de sorriso contrastados revelou uma correspondência entre a expressão facial, o género do estímulo e o género do respondente. No factor Avaliação, a mulher é percepcionada mais positivamente que o homem, verificando-se o inverso no factor Movimento Expressivo no grupo dos adultos e dos idosos. Verificou-se efeito do sorriso na percepção psicológica dos estímulos de cor negra. No grupo dos jovens que percepcionaram estímulos de cor negra, o homem é considerado mais positivo que a mulher em ambos os factores. O efeito significativo do género revela que a sua percepção é condicionada pelo seu próprio género. Os resultados apontam ainda para a configuração pronunciada de uma hierarquização ascendente da face neutra e tipo de sorriso contrastados em dois conjuntos bem delimitados e distinguindo diferentes formas topográficas de sorrir: a face neutra e o sorriso fechado e o sorriso superior e o sorriso largo.
- Homofobia : medo de quê, medo de quem? : análise dos componentes das atitudes homofóbicasPublication . Faria, Miguel Nuno Pereira Silva; Miranda, Joana; Joaquim, TeresaO objectivo deste estudo consistiu na avaliação da influência de um conjunto de variáveis (preditores) nas atitudes homofóbicas. Foi elaborado um modelo estrutural, onde como preditores foram escolhidos o hipergénero, a dominância social, as atitudes perante a sexualidade e o índice de religiosidade, tendo as atitudes homofóbicas sido consideradas segundo os níveis cognitivo, afectivo e comportamental. Foi recolhida uma amostra de 1322 participantes, que foram divididos em quatro grupos, de acordo com o sexo (masculino/feminino) e idade (18-25 anos/35-50 anos). Após a confirmação da adequabilidade da inclusão do modelo tripartido das atitudes homofóbicas, foram construídos e testados os modelos estruturais para cada um dos quatro grupos. Os resultados mostraram que, de uma forma geral, nas diferenças entre os vários grupos, o factor sexo teve um efeito superior ao factor idade, tendo o número de efeitos de interacção entre estes dois factores sido relativamente baixo. A análise geral dos modelos estruturais obtidos traduziu este facto de forma marcada, já que evidenciou, em primeiro lugar, a igualdade entre os modelos correspondentes aos dois grupos de participantes masculinos, enquanto os modelos relativos aos grupos femininos apenas exibiram uma semelhança parcial. A nível das variáveis utilizadas como preditores, observou-se que o índice de religiosidade esteve presente nas raízes principais dos modelos de todos os grupos, com ligações preferenciais ao nível cognitivo no sexo masculino e ao nível afectivo no sexo feminino, enquanto as atitudes perante a sexualidade estiveram ausentes das raízes significativas em todas as circunstâncias. Por outro lado, verificou-se no sexo masculino a ausência de preditores significativos para o nível afectivo, tendo sido predominantes as ligações ao nível cognitivo, enquanto o sexo feminino apresentou um comportamento mais diversificado, dependendo do grupo etário considerado. Estes resultados são discutidos de acordo com o enquadramento teórico apresentado na primeira parte do trabalho.
- Representações da morte nos meios escolares e universitário Natalenses (Natal, Brasil)Publication . Chagas, Juarez e Silva; Ramos, NatáliaO presente trabalho trata da importância da representação e da subjectividade da morte que habitam não somente no imaginário do ser humano, como também fazem parte de sua constituição psicológica individual e colectiva, enquanto indivíduo social. O medo da morte, por sua vez, também gera conflitos que estas duas condições causam no imaginário, tanto individual quanto colectivo do ser humano. Paradoxalmente, ao longo da nossa existência, em virtude da morte não ser ainda vista e tratada como uma questão comum, nem tão pouco discutida escolar e academicamente, no intuito de um melhor entendimento do desenvolvimento humano e, sobre-tudo, da aceitação da finitude humana, o entendimento deveria completar o conhecimento sobre o próprio ser humano, na sua trajectória em busca, não só do seu próprio conhecimento, como também de uma melhor qualidade de vida, mesmo através da com-preensão da sua finitude. Dever-se-ia esperar que, ao tratar-se sobre o tema da morte e suas respectivas repercussões na sua subjectividade, fosse o meio académico aquele que melhores condições e mais profundo entendimento tivesse sobre esta, quando comparado com outros grupos escolares considerados de níveis inferiores. Porém, o resultado final da nossa pesquisa aponta noutra direcção e apresenta surpresas no que diz respeito a esta visão. O presente trabalho faz uma abordagem geral, sobre o conceito, medos e representações da morte, sobre o entendimento da temporalidade e finitude do ser humano. A partir do que pensamos sobre o ponto de vista psico-socio-cultural concentramo-nos na questão de sua representação social e do medo que dela advém, uma vez que o ser humano é o único, entre todos os animais, que tem a certeza da sua própria morte e contra a qual procura lutar incessantemente. Esta questão remete, evidentemente, para algumas consequências de ordem psicossocial, uma vez que o comportamento humano, frente às adversidades, tem grande importância no que diz respeito ao modo como o indivíduo vive, bem ou mal, no seu meio ambiente, tanto na sociedade, como consigo mesmo. Assim sendo, foi realizado um estudo empírico, tendo-se construído um conjunto de indicadores para retratar o objecto de estudo. A abordagem metodológica foi elaborada através da análise de material iconográfico e do inquérito por questionário. Pensamos, assim, contribuir para outros estudos e debates, pois que a morte ainda constitui, para muitos seres humanos, um dos mais resistentes tabus da actuali-dade, ocupando um lugar de destaque na nossa sociedade, tanto do ponto de vista sub-jectivo, como comportamental e, possibilitar ao mesmo tempo, uma discussão sobre este tema nas escolas e nas universidades, para que, assim, se possa conviver melhor, com a certeza de nossa finitude, a qual faz parte do nosso ser como um todo, mas que se encontra fora dos parâmetros educacionais modernos.
- O professor e a escola inclusiva : contributos psico-sociaisPublication . Ventura, Maria Filomena da Silva; Neto, Félix; Ferreira, Manuela MalheiroO objectivo deste estudo consistiu em conhecer o percurso de construção da Escola Inclusiva em Portugal a partir das percepções, crenças e atitudes do professor, bem como a contribuição do professor de educação especial no contexto inclusivo. Neste sentido, partiu-se do pressuposto de que o professor de educação especial, face à sua formação em NEE e à sua experiência com a diversidade discente, constituir-se-ia como um recurso de ensino. Aquele que colabora com o professor da turma ou da disciplina, conforme o ciclo de escolaridade, na definição e implementação do programa educativo individual e na co-dinamização de metodologias activas que promovam a aprendizagem de todos os alunos da turma. O estudo consta de duas partes: na primeira é apresentada a fundamentação teórica nos domínios da escola inclusiva, tipos de professor e respectivas atitudes, perfil e competências do professor de educação especial; a investigação empírica constitui a segunda parte do estudo. A análise dos resultados revela uma escola ainda hesitante neste processo de transformação. Emerge, do estudo, a valorização do conceito de inclusão mas, simultaneamente, no que se refere às práticas pedagógicas, regista-se um contexto tradicional. O professor da turma delega no professor de educação especial a responsabilidade do atendimento do aluno com NEE e o professor de educação especial emerge como professor técnico, que domina sobretudo, procedimentos administrativos. Pese embora a envergadura de tal projecto, a construção da escola inclusiva, o sonho pode tomar forma sempre que cada professor aceitar a diferença como um desafio.
- Do fazer ao ser : representação social do enfermeiro para o aluno de enfermagemPublication . Luz, Deolinda Antunes da; Ramos, NatáliaConsideramos ser durante o processo educativo que os alunos desenvolvem as competências conducentes a uma sólida formação profissional. É a formação dos enfermeiros que colocamos em questão e análise quando estudamos a representação social do enfermeiro no aluno que frequenta o curso de enfermagem. A realização do estudo assenta nas teorias que lhe estão subjacentes. Desta forma partimos da História da Enfermagem para a evolução do ensino de enfermagem em Portugal, a fim de melhor compreendermos o contexto envolvente da prestação de cuidados de enfermagem e de saúde, na actualidade. Baseamo-nos na teoria das representações sociais por considerarmos, que esta é um instrumento da compreensão e transformação da vida social e, por consequência, dos seus significados. Neste sentido realizamos um estudo longitudinal para o qual seleccionámos os alunos do curso de Bacharelato em Enfermagem, com início no ano lectivo 1998/1999, aos quais aplicamos um questionário em três fases diferentes: no início, no meio e no final do curso. Posteriormente, realizamos um estudo comparativo com alunos do curso de Licenciatura em Enfermagem (Finalistas no ano lectivo 2003/2004), com a finalidade de apurarmos se haveria diferenças entre os alunos do curso de Enfermagem, com níveis de formação diferentes. A fim de aprofundarmos e aumentarmos a fiabilidade do nosso estudo, também, quisemos saber a opinião dos professores de enfermagem sobre os dois tipos de alunos de Enfermagem e, ainda, acerca da formação nesta área. Com esta metodologia pretendemos verificar se os alunos de enfermagem alteram, efectivamente, a representação social sobre o enfermeiro com a frequência do curso. Através da análise e tratamento dos resultados obtidos verificamos que os alunos parecem alterar a representação social do enfermeiro com a frequência do curso de enfermagem, quando conceptualizam enfermagem, valorizando mais, no final do curso, a dimensão da prestação dos cuidados de saúde ao indivíduo no seu todo bio-psico- social, cultural e espiritual. No entanto, observa-se quando escolhem nos serviços de saúde os locais de trabalho, que os alunos optam pelo desempenho da profissão de enfermagem em áreas dos cuidados da saúde diferenciados, ou seja direccionadas para a dimensão curativa (urgência, cirurgia, medicina), demonstrando alguma dissonância entre os seus conceitos teóricos e as suas práticas, na profissão de enfermagem.