Sociologia | Sociology
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Browsing Sociologia | Sociology by Sustainable Development Goals (SDG) "10:Reduzir as Desigualdades"
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- Associativismo, capital social e mobilidade : contributos para o estudo da participação associativa de descendentes de imigrantes africanos lusófonos em PortugalPublication . Albuquerque, Rosana; Rocha-Trindade, Maria Beatriz; Carmo, HermanoOs resultados que se apresentam decorrem de um projecto de investigação sobre a participação associativa de descendentes de imigrantes de origem africana lusófona em Portugal. A problemática sobre a qual se delineou a pesquisa centra-se na compreensão do processo de participação cívica activa na sociedade portuguesa, mediante a análise dos factores que condicionaram o seu envolvimento em associações e das interacções entre a acção individual e o contexto sociopolítico. A questão central orientou-se em dois eixos, relacionados entre si: um primeiro, que procura identificar catalisadores da participação cívica; um segundo, tenta compreender o papel que a participação associativa desempenha na vida dos sujeitos participantes na pesquisa, especificamente no que respeita a trajectórias de mobilidade social. O associativismo é estudado enquanto instrumento de aquisição de capital social, pois permite o acesso a redes sociais que lhe são intrínsecas, e pelos efeitos que exerce em trajectórias de mobilidade individuais. A estratégia metodológica adoptada nesta investigação caracterizou-se pela abordagem qualitativa e a primazia do paradigma interpretativo. A matéria-prima empírica foi recolhida com base em histórias de vida, a partir de múltiplas entrevistas focalizadas nas trajectórias de dirigentes associativos, descendentes de imigrantes africanos lusófonos. A análise das trajectórias conduziu à elaboração de um sistema de catalisação da participação, que sublinha a influência recíproca entre factores estruturais e individuais. Confirma-se o papel do associativismo como fonte de capital social e de capital cultural e que a articulação de ambos favorece trajectórias de mobilidade social ascendente. Evidencia-se que o associativismo promove a socialização para a cidadania.
- Imigrantes, minorias étnicas e autarquias : intervenção e omissões : práticas políticas no Município da AmadoraPublication . Cordeiro, Ana Paula; Guerra, Isabel; Rocha-Trindade, Maria BeatrizO trabalho de investigação que suportou a realização da tese de doutoramento em referência teve como principal objetivo analisar e interpretar a ação do poder autárquico direcionada a imigrantes e minorias étnicas em situação de desfavorecimento ou exclusão social, constituindo as práticas políticas implementadas pelo município da Amadora, entre 1979 e 2004, o seu objeto de estudo específico. O enquadramento teórico da pesquisa resultou da confluência e articulação de três parâmetros conceptuais fundamentais: imigração, Estado e integração. O primeiro, a imigração, foi observado na sua dimensão política, como fenómeno que cativa e mobiliza a atenção dos atores políticos, transformando-se em objeto particular da sua ação. O segundo, o Estado, foi considerado na sua dimensão subnacional, muito embora se tomem em linha de conta as relações que estabelece com os planos nacional e internacional do Estado, nos quais se definem, em larga medida, as potencialidades e limitações da sua ação. O terceiro, a integração, foi encarado também na vertente política, como conjunto de ações e omissões intencionalmente levadas a efeito por uma autoridade investida de poder público e legitimidade governamental, com a finalidade de proporcionar aos imigrantes e minorias étnicas as condições necessárias à sua participação nos vários domínios da esfera pública. O modelo de análise adotado no presente estudo centrou-se na identificação e caracterização do tipo de processos executivos das práticas políticas (top-down ou bottom-up), bem como nas lógicas de implementação que lhe estão subjacentes (territorialização ou desterritorialização). No intuito de conferir utilidade a este modelo foram estudadas as práticas políticas implementadas nos domínios da habitação, educação, saúde, cidadania, emprego e formação profissional.
- Parentalidade(s) nas famílias nucleares contemporâneas com crianças em idade pré-escolar : dimensões, desafios, conflitos, satisfação e problemasPublication . Mesquita, Margarida Maria Rosa; Torres, Anália Cardoso; Carmo, HermanoAs mudanças ocorridas nos últimos séculos, nas sociedades ocidentais em geral e nas famílias em particular, conduziram a transformações na forma de conceber a parentalidade, de a exercer, e, até, nas expectativas criadas em torno da mesma. Destacam-se entre essas mudanças, pelo seu impacto na parentalidade, a crescente integração das mulheres no mercado de trabalho, o crescente interesse pelas crianças e a dinâmica gerada em torno do Estado Providência. Constitui, por isso, um desafio para a sociologia da família conseguir compreender aquela realidade, identificar possíveis problemas e compreender as suas inter-acções. É para a compreensão e explicação destas novas realidades que o presente estudo pretende contribuir permitindo assim o melhor conhecimento da parentalidade nas famílias nucleares contemporâneas. Para o efeito, foi realizado um inquérito por questionário a uma amostra de progenitores (200 mães e 158 pais), cujos filhos, no ano lectivo de 2008/2009, frequentavam os Jardins de Infância da rede pública do concelho da Amadora e viviam numa família nuclear: em que ambos os progenitores trabalhavam a tempo inteiro e eram de nacionalidade/naturalidade portuguesa; e os filhos eram todos biológicos e não estavam sinalizados como tendo necessidades educativas especiais. Na pesquisa foram analisadas as representações, expectativas e práticas relativas à parentalidade o que permitiu caracterizar a mesma em duas das suas dimensões principais - o envolvimento parental e a co-parentalidade - e em dois dos seus mais importantes desafios - a conciliação da esfera do trabalho com a da parentalidade e o encontrar de soluções socioeducativas e de guarda das crianças nos períodos em que os progenitores se dedicam ao trabalho. São identificados alguns problemas e suas inter-relações o que permitiu concluir que a parentalidade nas famílias nucleares contemporâneas além de complexa é diversa, associa diferentes tipos e graus de problemas, e é também diversificada, existindo perfis diferentes de progenitores.
- Processos identitários e práticas transnacionais : os timorenses na AustráliaPublication . Tique, Maria do Rosário da Silva; Inglis, Christine; Horta, Ana Paula BejaCom o corpo dividido… dividido em três partes: Goa, Portugal e Timor. Não posso [escolher]. Se estiver em Goa, é a minha terra, se estiver em Portugal, é a minha terra, em Timor é a minha terra. (António, Melbourne) E a pergunta é sempre porque é que vocês não estiveram cá, enquanto nós lutámos. E a minha resposta é assim: quando vocês gritavam aqui nós repetíamos lá fora. Se não tivéssemos feito isso ninguém vos ouviria. (Fernanda, Díli) As afirmações traduzem a experiência de diáspora de muitos timorenses, referentes a dois aspetos do transnacionalismo-enquanto identidade e enquanto prática política. Durante o longo período vivido no exílio, os timorenses esforçaram-se por assumir o controle da sua terra de origem, para o que foi necessário um esforço conjunto e conjugado entre as diferentes comunidades timorenses na diáspora, na medida do possível, entre estas e Timor. Este estudo tem como objetivo a análise destas ligações transnacionais, nomeadamente no que se refere à comunidade timorense de origem chinesa. A estratégia metodológica adotada decorre do estudo empírico multisituado, entre Melbourne, Macau e Timor-Leste. Com ascendências múltiplas, afinidades culturais e pertenças identitárias repartidas por várias origens, estas comunidades diaspóricas potenciaram o estabelecimento de redes transnacionais norteadas pela defesa dos valores globais de direitos humanos e em estreita articulação com os locais de acolhimento. As redes transnacionais estabelecidas no exílio acabaram por desenvolver identidades timorenses híbridas, flexíveis, que absorvem elementos globais e dos contextos locais dos refugiados e que permanecem mesmo depois do regresso ao país. O estudo demonstra que o transnacionalismo não se opõe a uma forte participação local. A convergência narrativa entre timorenses e australianos não apenas incentivou os ideais timorenses como ainda contribuiu para o fortalecimento da sociedade civil australiana.
- Relações interétnicas, dinâmicas sociais e estratégias identitárias de uma família cigana portuguesa : 1827-1957Publication . Sousa, Carlos Jorge dos Santos; Horta, Ana Paula Beja; Machado, Fernando LuísEsta tese pretende contribuir para um melhor conhecimento das relações existentes entre uma família cigana, residente em Lisboa, e a restante sociedade portuguesa que com ela se relacionou. São três os indivíduos investigados. As dinâmicas sociais, culturais e étnicas desenvolvidas por estes três indivíduos, e a sua família, foram objecto de investigação de forma a compreender a pluralidade das suas pertenças étnicas através dos contrastes e continuidades, nas suas dimensões sociais e culturais, com a restante sociedade portuguesa. Relações Interétnicas, Dinâmicas Sociais e Estratégias Identitárias de uma Família Cigana Portuguesa são estudadas desde 1827 – ano do nascimento de Manuel António Botas – até 1957, ano do falecimento de António Maia, neto deste, e filho de Maria da Conceição de Sousa e Botas. As histórias de vida destes três indivíduos pertencentes a uma família cigana lisboeta são investigadas a partir dos relatos orais de membros desta família; do jazigo de família; dos registos paroquiais de baptismo, casamento e óbito; dos jornais relativos aos períodos que medeiam aquelas datas; dos arquivos militares e da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Estas fontes foram instrumentalizadas de maneira a possibilitar e a inter-relacionar categorias de informação que permitiram, através da sua triangulação, a consolidação, descoberta e a criação de novos conhecimentos. Nascido dois anos depois do primeiro quartel do século XIX, Manuel António Botas foi bandarilheiro, director de corridas, guitarrista, amigo da Severa e do Conde de Anadia, entre outros. A sua participação pessoal e, sobretudo, profissional na sociedade oitocentista portuguesa influenciou a geração do seu tempo e as vindouras. A sua filha, Maria da Conceição de Sousa e Botas, casou pela igreja católica e de acordo com a Lei cigana, com um cigano, José Paulos Botas, com quem conceberia oitos filhos. Tia Chata, nome pelo qual viria a ser conhecida na idade adulta, transformou-se numa mulher de respeito. Um dos seus filhos, António Maia, casou com uma jovem cigana que não seria, segundo os testemunhos, o amor da sua vida. Foi combatente na Primeira Grande Guerra, vindo a falecer, vítima de gases nela inalados. A sua actividade política/social/económica/profissional e, sobretudo, a mediação cultural fize-ram dele um tradutor-intérprete intra/intercultural. O estudo desta família demonstrou: que as relações interétnicas são uma constante e que o espaço de sociabilidade é intra/inter-étnico; que predominam as continuidades quer quanto à localização residencial, quer quanto à religiosidade; que existem contrastes e continuidades quer na língua, quer no luto, quer no matrimónio, preferencialmente intra-étnico, e que este se realiza de acordo com a lei cigana e/ou com a da igreja católica. A rede de alianças (intra/inter) é construída a partir do matrimónio e do baptismo.
- Se fosse tudo bem, a velhice era boa de enfrentar! : racionalidades leigas sobre envelhecimento e velhice : um estudo no norte de PortugalPublication . Silva, Maria Ester Vaz da; Silva, Luísa Ferreira daA velhice é um conceito que na sociedade moderna do início do século XXI se configura, no discurso dominante, como problema social. É uma desconstrução desse conceito que se propõe neste trabalho, designadamente com apoio nos resultados de um estudo qualitativo por entrevista de 24 pessoas, homens e mulheres com idades superiores a 50 anos no norte de Portugal, sobre a representação social de velhice e de envelhecimento. A associação que as racionalidades leigas fazem entre velhice e idade exclui a noção de idade cronológica como marco de fronteira entre o estado de adulto e o de ‘velho’, o que concorda com a crítica sociológica à institucionalização da velhice. Ser ou não ser velho/a não depende da idade pois que essa concepção se refere ao essencial do sujeito, à sua identidade como indivíduo, e não ao seu aspecto exterior ou às suas capacidades bio-fisiológicas. A visão leiga da velhice encara-a na sua dimensão de construção da sociedade, construção associada à problemática da inclusão social pelo trabalho. Ser reformado/a não é ser velho/a. É o olhar dos outros que ‘faz’ as pessoas velhas. A interpretação do material recolhido pelas entrevistas permite concluir que a velhice, mais do que ser a assunção de uma identidade ‘nova’ atribuída socialmente, corresponde a uma auto-reconstrução que valoriza a continuidade da trajectória individual.
- Tracejar vidas normais: estudo qualitativo sobre a integração social de indivíduos de origem cigana na sociedade portuguesaPublication . Magano, Olga; Silva, Luísa Ferreira da; Alves, FátimaA investigação desenvolvida é sobre a integração social de indivíduos de origem cigana. Do ponto de vista da diferenciação, a nossa investigação questiona a homogeneidade essencialista sobre os ciganos. Os processos de integração não podem ser dissociados da identidade social, integração e identidade social são dois pilares da nossa análise. Os modos de integração dos indivíduos estão intimamente relacionados com a socialização e as experiências sociais que estão na base da interiorização de novas aprendizagens. No quadro da compreensão, desenvolvemos uma investigação qualitativa com recurso a entrevistas com indivíduos de origem cigana residentes em diversos locais de Portugal. A análise centra-se nas narrativas, na perspectiva do indivíduo enquanto agente competente para interpretar de modo reflexivo a sua trajectória e os seus sentimentos. Os nossos resultados mostram uma diversidade de trajectórias e biografias que se reflectem sobre o processo de construção identitária dos indivíduos. Os indivíduos circulam em universos e espaços sociais diversos e interagem com eles, construindo uma multiplicidade de modos de se auto-definir ao mesmo tempo que articulam os seus traços de identidade(s) (identidades plurais ou mestiças. Por sua vez, as identidades plurais criam novas oportunidades de circulação social e produzem lógicas da acção que são heterogéneas (as práticas sociais). Este processo social de auto-construção permanente em diferentes contextos faz emergir perspectivas de uma integração à sociedade não cigana, mantendo ancoragens com a identidade cigana. As configurações da integração individual variam segundo a diferenciação de processos de socialização mas têm em comum a capacidade de adesão flexível a valores que podem “acumular-se”. Esta mestiçagem cultural e simbólica permite ao indivíduo inscrever-se simultaneamente em duas culturas. Ser cigano integrado é uma concepção dinâmica e plural que abre a possibilidade de “ser cigano” e “ser integrado”, ou seja, integrar-se na sociedade dominante sem diluição da identificação cigana. Os ciganos (homens e mulheres)integrados que entrevistámos afirmam o seu orgulho na pertença cigana.