DOUTORAMENTO | PHD THESIS
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Browsing DOUTORAMENTO | PHD THESIS by Sustainable Development Goals (SDG) "03:Saúde de Qualidade"
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- Análise e avaliação do risco de contágio da COVID-19 em MoçambiquePublication . Taero, Élio José; Oliveira, Teresa; Teodoro, Maria Filomena AlvesA COVID-19 é uma doença viral com impacto relevante para saúde pública de um País, com destaque para os sistemas de saúde devido a sua rápida propagação. Para a compreensão da forma de transmissão e a análise da distribuição espacial dos casos da COVID-19, são descritos nesta tese um conjuntos de modelos matemáticos e estatísticos, que são usualmente mais aplicados na modelação de doenças infeciosas. São ainda apresentados e descritos, vários métodos e técnicas úteis para avaliação do risco na epidemiologia. A tese avalia e estima o risco de contágio da COVID-19 em Moçambique, a partir da metodologia mapeamento de doenças, recorrendo a aplicação dos modelos ICAR, BYM , BYM2 e Leroux, que foram formulados baseando-se na estrutura bayesiana hierárquica. Estes modelos foram propostos para capturar a dependência espacial entre as regiões vizinhas, permitindo uma estimativa mais precisa do risco relativo. Os modelos ICAR, BYM , BYM2 e Leroux, foram ajustados com o pacote R-INLA e para seleção do modelo aplicado para estimar o risco relativo de contágio da COVID-19 foram aplicados os critérios de Informação do Desvio e de Watanabe-Akaike, para além do Logaritmo da Pseudo-Verossimilhança Marginal e a visualização gráfica. São também aplicados, neste trabalho, os testes para deteção de agrupamentos da doença. Ao concluir a tese, ficou evidente que em termos comparativos a região Sul de Moçambique apresentou um risco relativo de contágio da COVID-19 mais alto, com destaque para Cidade de Maputo que apresentou um valor bastante elevado.
- As percepções e as práticas das famílias face às competências e ao desenvolvimento das crianças : um estudo na região dos Açores e do ContinentePublication . Silva, Ana Isabel Mateus da; Ramos, NatáliaO desenvolvimento da criança, nos seus múltiplos aspectos – físico, psicológico, afectivo, relacional, cognitivo, linguístico, perceptivo e motor – bem como as necessidades e atitudes da criança, é basilar para todo o seu percurso como ser humano. Neste estudo, partimos do desenvolvimento da criança, e das percepções da família, para a representação social da educação e práticas de cuidados, a fim de melhor compreendermos o contexto envolvente da criança na actualidade ao nível sócio-educativo e desenvolvimental. Baseamo-nos na teoria das representações sociais por considerarmos que esta teoria é um instrumento da compreensão e transformação da vida social e por consequência de captação e compreensão dos seus significados. Realizámos um estudo comparativo, para o qual seleccionámos 100 participantes em três ilhas dos Açores – São Miguel, Pico e Terceira, e 100 participantes no Continente, em várias regiões – Lisboa, Almada, Santarém, Almeirim e Portalegre, através da aplicação de Inquérito por Entrevista. Um estudo etnográfico complementar realizado na ilha de São Miguel, com a finalidade de conhecer como eram e são prestados os cuidados aos bebés nesta ilha, a partir dos anos 50 e até aos dias de hoje, possibilita comparar práticas do passado com as práticas do presente. A análise qualitativa e quantitativa da relação entre as representações sociais dos pais e cuidadores, as práticas familiares e o desenvolvimento da criança, em que se centra este estudo, permite-nos identificar os vários aspectos que contribuem para um bom desenvolvimento físico e psicológico da criança nos dois primeiros anos de vida ao nível das representações e das práticas das famílias.
- Aspectos do rastreamento do glaucoma auxiliados por técnicas automatizadas em imagens com menor qualidade do disco ópticoPublication . Camara, José Carlos Raposo da; Cunha, António Manuel Trigueiros da Silva; Pires, Ivan Miguel SerranoO glaucoma é uma neuropatia óptica cuja progressão pode levar a cegueira. Representa a principal causa de perda visual de caráter irreversível em todo o mundo para homens e mulheres. A detecção precoce através de programas de rastreamento feita por especialistas é baseada nas características do nervo óptico, em biomarcadores oftalmológicos (destacando-se a pressão ocular) e exames subsidiários, com destaque ao campo visual e OCT. Após o reconhecimento dos casos é feito o tratamento com finalidade de estacionar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Contudo, estes programas têm limitações, principalmente em locais mais distantes dos grandes centros de tratamento especializado, insuficiência de equipamentos básicos e pessoal especializado para oferecer o rastreamento a toda a população, faltam meios para locomoção a estes centros, desinformação e desconhecimento da doença, além de características de progressão assintomática da doença. Esta tese aborda soluções inovadoras que podem contribuir para a automação do rastreamento do glaucoma utilizando aparelhos portáteis e mais baratos, considerando as necessidades reais dos clínicos durante o rastreamento. Para isso foram realizadas revisões sistemáticas sobre os métodos e equipamentos para apoio à triagem automática do glaucoma e os métodos de aprendizado profundo para a segmentação e classificação aplicáveis. Também foi feito um levantamento de questões médicas relativas à triagem do glaucoma e associá-las ao campo da inteligência artificial, para dar mais sentido as metodologias automatizadas. Além disso, foi criado um banco de dados privado, com vídeos e imagens de retina adquiridos por um smartphone acoplado a lente de baixo custo para o rastreamento do glaucoma e avaliado com métodos do estado da arte. Foram avaliados e analisados métodos de detecção automática de glaucoma utilizando métodos de aprendizado profundo de segmentação do disco e do copo óptico em banco de dados públicos de imagens de retina. Finalmente, foram avaliadas técnicas de mosaico e de detecção da cabeça do nervo óptico em imagens de baixa qualidade obtidas para pré-processamento de imagens adquiridas por smartphones acoplados a lente de baixo custo.
- Os avós na família e sociedade contemporânea : uma abordagem intergeracional e interculturalPublication . Rodrigues, João Paulo Vieira; Ramos, NatáliaO estudo sobre a importância dos avós na família e sociedade contemporâneas visa compreender qual o papel que os avós têm para a dinâmica familiar, quer como recurso quer como transmissão de saberes numa perspectiva intergeracional. Foram analisadas neste estudo 50 famílias, 25 famílias num contexto rural e 25 famílias num contexto urbano. Foram entrevistadas diferentes gerações ou seja, pais, mães, avós e avôs do mesmo núcleo familiar perfazendo um total de 200 entrevistas. Concluiu-se que os avós são um recurso familiar, social e económico imprescindível e são muito importantes na transmissão de valores sociais e culturais e no cuidar dos seus netos. Também a transmissão de saberes por parte dos avós, sobretudo das avós sobre os cuidados infantis, são uma mais-valia para as mães que estão a iniciar o seu projeto maternal. Na atualidade, os recursos de saúde disponíveis são melhores no entanto os recursos de saúde locais nem sempre dão resposta às necessidades dos pais e das mães. A utilização de cuidados tradicionais diminuiu, apesar de alguns ainda continuarem a ser utilizados pelas avós. Verifica-se uma diminuição intergeracional na importância e transmissão das práticas e valores religiosos dos pais, educação e na proteção infantil, apesar dos mesmos não se oporem a que os seus filhos frequentem as igrejas ou pratiquem a religião. A investigação sublinha a manutenção da importância do núcleo familiar para a qualidade de vida, bem-estar e crescimento harmonioso dos seus elementos, assim como da solidariedade familiar existente entre avós, pais e netos.
- Climatério/menopausa, relacionamento conjugal e qualidade de vidaPublication . Presado, Helena; Ramos, NatáliaO climatério é uma etapa especial do ciclo de vida natural da mulher que integra a menopausa. Esta fase de transição encontra-se associada a mudanças que podem influenciar a saúde e a qualidade de vida da mulher; as necessidades de adaptação bio-psico-sócio-culturais e espirituais devem ser consideradas nesta etapa de vida que apresenta características análogas a outras etapas do ciclo de vida da mulher. As repercussões no relacionamento do casal, implicam que ambos façam readaptações, a todos os níveis, no sentido de manter ou melhorar a qualidade do relacionamento conjugal e de vida de que desfrutavam. Desenvolvemos um estudo descritivo de abordagem mista em duas fases: na primeira pretendeu-se identificar as representações sociais através da resposta a palavras estímulos: menopausa, climatério, relacionamento conjugal e sexualidade. Na segunda fase pretendeu-se compreender as implicações do climatério no relacionamento conjugal, recorrendo-se ao questionário de auto-preenchimento com utilização das escalas EASAVIC, ISS e WOQOOL (Bref) a 116 casais. Destacamos algum desconhecimento relativamente ao climatério e uma conotação da menopausa associada a disfuncionamento e problemas de saúde. Os indivíduos com idades mais baixas e nível de escolaridade superior apresentam maior qualidade de vida, satisfação sexual e satisfação conjugal. O sexo masculino apresenta melhor qualidade de vida e uma visão mais positiva do casamento. O funcionamento conjugal alvitra (re)ajustes ao longo do tempo de relacionamento conjugal. A forma como cada casal se entrega e vivencia o próprio relacionamento, influência e é influenciado pelas etapas do climatério. Os casais consideram ainda que não têm preparação suficiente para vivenciar saudavelmente esta etapa do ciclo de vida. Investir na formação dos profissionais para uma intervenção individual e culturalmente adequada no processo de transição da menopausa e melhorar a resposta dos serviços de saúde parece um desafio importante na melhoria da qualidade de vida, bem-estar e equilíbrio da mulher e do casal.
- Comportamentos contracetivos de mulheres migrantes : conhecimentos, atitudes e práticas em contexto de diversidade culturalPublication . Lopes, Lídia Maria Mota Correia; Ramos, NatáliaA gravidez não desejada representa um problema de saúde pública a nível mundial, traduzindo-se em graves sequelas para a saúde da mulher, do feto e da criança, tornando-se emergente compreender os vários fatores que podem influenciar a efetiva prática contracetiva. Perante a diversidade cultural e étnica da sociedade portuguesa, com destaque para a população imigrante feminina, considerou-se importante identificar e compreender os conhecimentos, as atitudes e as práticas face aos métodos contracetivos das mulheres de origem africana e brasileira residentes em Portugal, na região de Lisboa. Desenvolveu-se um estudo descritivo, exploratório e transversal, com o recurso a metodologia mista. Foi utilizado o processo de amostragem não probabilística por conveniência; o universo de trabalho é constituído por 75 participantes, mulheres em idade fértil, a viver em Portugal há pelo menos um ano, oriundas do Brasil, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe. A recolha de dados foi efetuada por entrevista semiestruturada e os dados analisados no software SPSS 24.0 (dados quantitativos) e com o recurso à técnica de análise de conteúdo temática (dados qualitativos). Os resultados destacam que as participantes têm conhecimento da existência de um número médio de métodos contracetivos, mas apresentaram, no geral, um nível baixo de conhecimento sobre as suas características. Maioritariamente, apresentaram uma atitude positiva face à contraceção e ao benefício do seu uso, mas a adesão à contraceção revelouse mínima, sendo a prática contracetiva baseada no uso de métodos que exigem um uso correto e consistente para a sua eficácia e que dependem da participação masculina. É necessário que os profissionais de saúde desenvolvam estratégias de comunicação e educação para a saúde adequadas, promovendo a aquisição de conhecimentos por parte da mulher/casal e uma escolha livre e informada do método contracetivo, com ênfase nos grupos mais vulneráveis, considerando a variabilidade e particularidades individual, grupal e cultural.
- Comportamentos de risco em adolescentes e jovens adultos da região de Lisboa : perspectivas de prevençãoPublication . Nabais, Luís; Ramos, NatáliaO presente trabalho é um estudo exploratório sobre os comportamentos de risco em adolescentes e jovens adultos entre os 16 e os 30 anos. Os objectivos compreendem a identificação e caracterização dos comportamentos de risco nestas etapas do desenvolvimento. É dada particular atenção ao consumo de bebidas alcoólicas e de outras substâncias e sua relação com outros factores de risco para a saúde, particularmente a presença de indicadores psicopatológicos como sejam a depressão e ideacção suicidária. A metodologia engloba métodos quantitativos e qualitativos. Foram constituídos dois grupos de participantes, um de 540 indivíduos entre os 16 e os 25 anos e outro grupo de onze indivíduos com idade entre os 25 e os 29 anos. Ao primeiro grupo foram aplicados quatro instrumentos, Questionário de Caracterização Sociodemográfica e de Consumos, Inventário de Intensões Comportamentais (MEV), Escala de Depressão de Beck (BDI-II) e Escala de Risco Suicidário de J. Stork. Ao segundo grupo foi realizada uma Entrevista semiestruturada aprofundada e aplicados os mesmos instrumentos. Os resultados revelam a presença de comportamentos protectores de saúde na maior parte dos participantes e valores não negligenciáveis de depressão e de ideacção suicidária. Os instrumentos revelam ainda consistência na articulação das variáveis e apresentam-se como bons predictores dos comportamentos de risco. A análise qualitativa das entrevistas coloca em evidência a inter-relação dinâmica entre factores de risco e factores protectores. Apontam-se novas linhas de investigação que possam captar os processos de mentalização subjacentes aos comportamentos de risco e promover a prevenção nesta área, bem como a saúde e o desenvolvimento destes jovens.
- A comunicação médico-doente em contexto hospitalarPublication . Melo, Maria da Luz de; Ramos, NatáliaO presente estudo analisa o impacto psicológico da informação sobre o diagnóstico e tratamento em doentes hospitalizados e as atitudes dos médicos sobre a informação que consideram importante transmitir-lhes. Investigou-se como reagem à informação em duas condições: a primeira analisa o impacto que a informação provoca no doente, a grau da satisfação e da ansiedade; a segunda examina os efeitos interactivos entre a satisfação, a ansiedade, e o estilo de coping disposicional. Duzentos e trinta e três doentes foram seleccionados de acordo com uma amostra não probabilística sequencial. A informação factual foi recolhida através de uma entrevista semi-estruturada e validade a partir dos dados registados na sua ficha clínica. A satisfação foi medida por uma escala de tipo Likert, a ansiedade pela escala de ansiedade do Brief Symptom Inventory (BSI), e o estilo de coping disposicional pela Miller Behavioral Style Scale (MBSS). O estudo demonstrou que a maioria dos doentes possuía pouca informação sobre a situação clínica e que os mais informados estavam mais satisfeitos. Verificou-se valores de ansiedade elevada e que este resultado estava relacionado com o estilo de coping, com o diagnóstico e o tipo de tratamento. Para estudar os médicos recorreu-se a dois questionários: Questionário para aplicar aos médicos sobre Informação a dar ao doente e o Questionário sobre Informação a dar ao doente, para aplicar a cirurgiões e a outros médicos que usem técnicas invasivas. Trinta e dois médicos foram seleccionados de acordo com uma amostra não probabilística sequencial. Os resultados indicam que a preferência dos médicos numa consulta clínica, é a preocupação em adaptar-se ao nível de compreensão do doente e relativamente à que antecede uma cirurgia ou um procedimento invasivo, é explicar todas as vantagens e desvantagens das possíveis alternativas de tratamento. A análise das respostas dos médicos, aos dois questionários, aponta para a inexistência de critérios comuns na valorização que fazem da informação a dar aos doentes.
- Consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco na população adolescente : factores pessoais e familiares predictores do consumoPublication . Frazão, António Antunes; Ramos, NatáliaA presente investigação teve como principais objectivos a compreensão das relações existentes entre os consumos de tabaco e de álcool, e factores pessoais e familiares como: idade, sexo, número de reprovações, auto-conceito, crenças acerca do álcool e do tabaco, nível socioeconómico, funcionalidade familiar e percepção da autonomia e amor disponibilizados pelos pais. No Momento 1 da investigação, foram recolhidos dados junto de adolescentes que frequentavam o 9º ano de escolaridade em 12 escolas da zona de Leiria (n=1147). Dois anos depois (Momento 2), fez-se a mesma recolha de informação junto das 5 escolas secundárias que receberam a maioria dos alunos inquiridos no Momento 1 (n=761). Relativamente aos consumos, os nossos resultados corroboram os obtidos noutras investigações. Assim: o consumo de tabaco e de álcool dos nossos adolescentes continua a situar-se abaixo do dos adolescentes de outros países, verificando-se a tendência ao aumento dos consumos (sobretudo no referente ao álcool), e uma paridade crescente entre os géneros. Podemos constatar que factores pessoais e familiares revelam ter importância na iniciação e manutenção dos comportamentos de consumo. A iniciação precoce, algumas crenças pessoais acerca do álcool e do tabaco, a reprovação escolar e a dimensão comportamento do auto-conceito, bem como a percepção que o/a adolescente tem do clima familiar e das relações parentais, e ainda da permissividade/tolerância dos pais relativamente aos consumos, constituem factores facilitadores do consumo adolescente, podendo ser predictores dos níveis de consumo.
- Crenças, atitudes e práticas de saúde reprodutiva em Timor-Leste : uma abordagem interculturalPublication . Manuel, Helena Isabel Borges; Ramos, NatáliaAo longo dos anos tem ocorrido, em Timor-Leste, um processo de intensificação dos contactos interculturais, quer entre timorenses pertencentes a diferentes grupos etnolinguísticos, quer entre timorenses e outros povos, alguns dos quais exercendo autoridade. Apesar das transformações operadas na sociedade a diversos níveis, subsistem algumas das suas instituições e valores tradicionais. O presente estudo, de cariz etnográfico, tem como objectivos de investigação descrever e comparar crenças, atitudes e práticas de saúde reprodutiva de timorenses pertencentes a diferentes grupos etnolinguísticos de Timor-Leste; e identificar modificações no comportamento de saúde reprodutiva dos timorenses, resultantes do contacto entre culturas. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e comparativo, que tem por base uma metodologia qualitativa. O trabalho de campo foi efectuado em dez dos treze distritos de Timor-Leste, em meio rural e urbano, e abrangeu onze grupos etnolinguísticos. Mediante um processo de amostragem em cadeia, tipo “bola de neve”, foram recolhidos dados provenientes de informadores privilegiados, profissionais de saúde prestadores de cuidados de saúde reprodutiva, parteiras tradicionais, mulheres e casais com filhos. A recolha de dados foi efectuada com recurso a entrevistas exploratórias e semi-estruturadas, à observação directa e participante e à observação fotográfica e fílmica. Na análise dos dados foi utilizada a técnica da análise de conteúdo. Concluímos que a cultura exerce uma forte influência sobre o comportamento das mulheres e famílias desde a concepção até ao período pós-parto. Existe uma grande diversidade etnolinguística/cultural em Timor-Leste, e muitas das crenças e práticas relativas à saúde reprodutiva não são generalizáveis a todo o país. A fecundidade é elevada e há uma preferência generalizada por famílias numerosas, com curtos intervalos entre nascimentos e baixo recurso à contracepção. Apesar da implementação dos programas de planeamento familiar, primeiro pela Indonésia, e mais recentemente pelo Governo timorense, muitas mulheres têm falta de acesso a informação e a métodos contraceptivos. Factores de ordem sociocultural exercem, por sua vez, grande influência a este nível. Há determinadas recomendações, tabus e restrições que rodeiam a mulher grávida, que visam proteger a mãe e o feto de danos físicos. A maior parte das mulheres recorre à consulta pré-natal dos estabelecimentos de saúde, mas também há muitas que consultam a parteira tradicional quando têm problemas durante a gravidez, para que ela verifique se o bebé está em boa posição, corrigindo-a se considerar necessário, ou para determinar o seu sexo. Há uma preferência generalizada pelo parto em casa, sendo geralmente assistido por familiares ou pela parteira tradicional. O período pós-parto envolve uma série de procedimentos baseados na permanência da mãe com o recém-nascido em casa, seguindo determinadas prescrições e restrições alimentares, e na aplicação de calor sob diversas formas. Actualmente, mantém-se a prática de diversos rituais tradicionais associados ao nascimento, apresentando variações regionais.