Literatura | Literature
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Browsing Literatura | Literature by Sustainable Development Goals (SDG) "04:Educação de Qualidade"
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- A adaptação cinematográfica das obras The civil war letters of colonel Robert Gould Shaw, One gallant rush e Lay this Laurel proposta por Glory, de Edward ZwickPublication . Coelho, Constança Augusta da Silva; Marques, Maria do CéuO objetivo a que nos propomos nesta tese consiste em analisar de que modo o texto fílmico histórico Glory, do realizador Edward Zwick, fruto da adaptação de três obras não-ficcionadas, designadamente The Civil War Letters of Colonel Robert Gould Shaw, One Gallant Rush e Lay this Laurel, e de uma leitura eivada de subjetividade pode contribuir para a divulgação do conhecimento histórico, e neste caso específico, pode recriar a história da organização, treino e atuação do 54º Regimento de Voluntários de Massachusetts, que se destacou pelo seu desempenho na Guerra Civil Americana. Consequentemente, tornou-se incontornável, por um lado, aprofundar a relação existente entre literatura e outras formas de arte, com especial incidência entre a literatura e o cinema referindo as interações, intersecções e aspetos dissonantes entre elas, abordando nomeadamente a problemática da adaptação cinematográfica através de diferentes conceptualizações, perfilhadas por teóricos de períodos distintos, inerentes à transposição de um texto literário ao fílmico, sublinhando as especificidades de cada sistema semiótico apresentado no produto final concebido pelo cineasta. Por outro, debruçamo-nos sobre a importância do filme na recriação do passado, nomeadamente, a relação que se tem estabelecido entre o cinema e a história, mais precisamente, de que maneira o texto fílmico pode ser considerado uma fonte documental da história e, assim, contribuir para a disseminação do conhecimento histórico.
- Apocalypsis nova = nova apocalipse [de Beato Amadeu da Silva]Publication . Dias, Domingos Lucas; Espírito Santo, Arnaldo doFoi ideia orientadora de todo o trabalho dar a conhecer a figura e a obra de JOÃO MENESES DA SILVA – BEATO AMADEU DA SILVA, na vida religiosa. Feito o levantamento dos manuscritos conhecidos, em número de vinte, foi feita a respectiva colação e estabelecido o texto. Da figura sabe-se que foi educado na Corte de D. Duarte, combateu ao lado de D. Afonso V na batalha de Alfarrobeira, retirando-se em seguida para a vida religiosa, primeiro, na Ordem dos Eremitas de S. Jerónimo, no Mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe, em Espanha; entrou, depois, na Ordem dos Frades Menores, em Assis. Levado pelo fervor religioso, acabou a fundar nova Congregação, os Amadeitas, na região de Milão, de onde foi chamado pelo Papa Sixto IV para seu confessor e conselheiro. Em Roma, no Vaticano, no espaço onde se situa hoje a Cidade do Vaticano, vive numa pequena Comunidade, em ambiente de pobreza e meditação. Aí, em estados de êxtase, terá recebido, em revelações sucessivas, o conteúdo desta NOVA REVELAÇÃO – NOVA APOCALYPSIS. Da Obra pode dizer-se que tem uma finalidade bem definida, propugnar pela reforma da Igreja e pela sua união. A figura central é o “Pastor que há-de vir” (Amadeu nunca fala em Pastor Angélico) cujo perfil vai sendo definido ao longo da obra. A sua estrutura, em oito capítulos, Arrebatamentos, desenvolve-se, do ponto de vista cronológico das revelações, segundo o calendário litúrgico; do ponto de vista temático, da criação e queda dos anjos até à Assunção de Nossa Senhora, com dois capítulos, sexto e sétimo, em que desenvolve o tema da Eucaristia e da Santíssima Trindade. Do ponto de vista das preocupações que presidiram à elaboração deste trabalho, realça-se a intenção de mostrar que a obra tem unidade, contra aqueles que ao longo do tempo a consideraram interpolada com variadas deturpações; que o seu autor é, sem margem para dúvida, o Beato Amadeu, contra aqueles que o acusavam de ignorante; e, consequentemente, que Amadeu era um homem culto, não houvesse ele sido educado numa das Cortes mais cultas da Europa. A obra prolonga-se pelos SERMONES, que não foram tidos em conta na elaboração da tese.
- Da narrativa literária à narrativa fílmica : Amor de Perdição : um exemplo de transcodificação intersemióticaPublication . Bello, Maria do Rosário Lupi; Silva, Vitor Manuel de Aguiar eO tema da presente tese enquadra-se na área da narratologia (que pertence à disciplina da Teoria da Literatura enquanto vertente dos Estudos Portugueses) e assume uma perspectiva comparada, ao procurar estabelecer relações de aproximação e de distinção entre os dois grandes sistemas semióticos que são a literatura e o cinema. Como é sabido, a conhecida novela camiliana teve três adaptações ao cinema, em Portugal: a primeira, na época do cinema mudo, em 1921, por Georges Pallu; a segunda, na fase áurea de um certo cinema clássico a preto e branco, em 1943, realizada por António Lopes Ribeiro; e a terceira, já com o cinema a cores, pelo mais famoso realizador português, Manoel de Oliveira, em 1978. Toda a investigação foi orientada no sentido de procurar estabelecer comparações, do ponto de vista narrativo, entre o texto literário e as versões fílmicas, o que levou, por um lado, a um estudo minucioso das quatro obras e, por outro, a um aprofundamento teórico e a um necessário entrecruzamento de diversas áreas de conhecimento, nomeadamente a Teoria da Narrativa, a História do Cinema e a Teoria do Cinema (trabalho este que é traduzido sobretudo pela Primeira Parte da tese, nos seus dois capítulos, “Narrativa e Temporalidade” e “Narrativa Literária e Narrativa Fílmica”). A partir da defesa da vocação narrativa de ambos os sistemas (o que implicou a definição de um específico conceito de narrativa enquanto «estrutura que organiza a experiência humana da temporalidade», ou seja, manifestação da capacidade de captação do fluxo temporal enquanto sequência causal de acontecimentos organizados segundo uma lógica própria), a investigação desenvolveu-se de modo a identificar a modalidade expressiva específica de cada «medium», assente, essencialmente, na natureza conceptual da literatura, por oposição à natureza perceptual do cinema. A fundamentação narratológica desta tese assenta num conceito de narrativa que, para além de estrutural (como dito acima), é lugar da emergência de sentidos e revela-se como particular modo de conhecimento da realidade. Um dos pontos fundamentais da Primeira Parte do trabalho teve que ver com a análise do vasto fenómeno da adaptação cinematográfica, não nas suas implicações financeiras e industriais, que escapam ao âmbito desta investigação, mas antes numa acepção mais precisa e profunda, que, procurando as razões “últimas” desse fenómeno (desde que não meramente tributário do sucesso comercial), o define como um processo artístico que nasce de um desejo de identificação estética (entre o realizador e a obra literária) e que se constitui como um particular modo de leitura e de interpretação, com vista à “concretização” da realidade manifestada no texto literário (de modo a que a “intuição imaginária” do texto se possa tornar “percepção sensível” no filme). O polémico conceito de fidelidade só pode ser entendido, nesta óptica, como desejo de re-encontro com uma “essência” previamente intuída e expressa e que se pretende, de algum modo, reproduzir criativamente. Finalmente, na abordagem narratológica dos três filmes – feita na Segunda Parte do trabalho, depois da análise das potencialidades “cinematográficas” de uma novela considerada o expoente de uma narratividade de conteúdo dramático -, foi dada particular ênfase ao facto de determinados elementos (da estrutura de profundidade) terem sido mantidos (personagens, eventos, ordem cronológica, etc), enquanto outros (da estrutura de superfície) terem sido, directa ou indirectamente, modificados (temporalidade, focalização, espaço, etc) - apesar de os três realizadores terem afirmado desejar ser fiéis ao livro. Procurou, assim, verificar-se a possível transferência de um particular modo de desvelamento do mundo na passagem do livro para o filme, sendo sublinhado o modo como o tratamento do tempo determinou, em grande medida, a leitura feita por cada um dos realizadores: enquanto que Pallu acentuou a dimensão lírica da novela, através de uma temporalidade "mista" (entre a imagem muda e o intertítulo escrito), Lopes Ribeiro procurou uma temporalidade mimética e "realista", com o objectivo de veicular um determinado ideal romântico, e Manoel de Oliveira radicalizou o drama camiliano, retirando ao tempo a sua dimensão de lugar do acontecimento, e tornando-o, assim, no tempo trágico e imobilizado da frustração amorosa. Mantida a fabula em qualquer dos realizadores, verificou-se uma deslocação de sentido que, porém, nunca chegou a “atingir” a unidade significativa essencial do texto literário.
- Da palavra à imagem : representações da família em Mrs. Doubtfire, Ordinary People, Brokeback Mountain e BabelPublication . Cantante, Maria Celeste Henriques de Carvalho de Almeida; Marques, Maria do Céu“Da Palavra à Imagem – Representações da Família em Mrs. Doubtfire, Ordinary People, Brokeback Mountain e Babel”, surge da reflexão sobre o questionamento da razoabilidade da sobrevivência da família sustentada no amor enquanto agente de equilíbrio individual e grupal, desencadeador de descobertas identitárias que, uma vez consciencializadas, despertam para relações comunicacionais mais democráticas, humanizadas e igualitárias, através de ficções literárias e cinemáticas particulares. O trabalho remete para o fenómeno da adaptação da obra literária para cinema, privilegiada no romance inglês e americano (do midwest) e no conto western, na singularidade da arte cinematográfica americana e no filme independente, numa abordagem delineada na universalidade de uma temática fundada na comunicação deficitária dos membros da família, num período conturbado da História da família nuclear ocidental, que demarca um hiato temporal de cerca de quarenta anos, que conflui na atualidade. Partindo do pressuposto centrado na narrativa enquanto processo de showing e telling, cuja substância confina forma e conteúdo, evidencia-se a natureza ambivalente e contraditória do homem, em ‘histórias’ do ser humano solitário da atualidade, num processo de construção identitária sustentado no amor, na ‘morte’ e no ‘renascimento’. A relevância atribuída ao protagonista, herói plasmado numa aceção do homem comum da atualidade que constitui um elemento referencial, na Literatura e no Cinema, remete para um percurso de aprendizagem individual, após o qual é possível (re)construtir uma identidade individual sustentada na autoconsciência, transcender a finitude humana e perspetivar um redimensionamento que encaminha para a busca de novos paradigmas. Por conseguinte, procuramos salientar que a individuação pode favorecer o (re)equilíbrio das relações familiares, se o poder dos afetos positivos assistir à relação comunicativa. Esta abordagem reflexiva direciona para uma perspetiva de sobrevivência da família, mesmo que modelada na alteridade de estrutura grupal familiar, como é o caso das famílias monoparentais, opção constatada na atualidade.
- Da representação do espaço ao diálogo com a alteridade : uma leitura de Joseph Conrad e Ferreira de CastroPublication . Costa, Ana Maria da Silva Tavares Guimarães Soares da; Avelar, MárioApesar do espaço e do tempo que separam “An Outpost of Progress” e Heart of Darkness, de Joseph Conrad, e A Selva e Instinto Supremo, de Ferreira de Castr,o pareceu-nos possível reflectir sobre eventuais analogias não só na representação do espaço como das estratégias de diálogo com a alteridade. Nesta perspectiva, a existência do Outro, por vezes o Mesmo, assume protagonismo. Deste modo, o confronto com o espaço, com quem nele habita e, consequentemente, consigo próprio, consubstancia-se no trabalho apresentado. Atendendo à natureza eclética de que estas obras se revestem, recorremos, em termos de metodologia crítica, a uma estratégia interdisciplinar. Esta abordagem prismática revelou-se pertinente para um melhor entendimento da diversidade que percorre espaço e personagens que nele actuam e com ele se confrontam. Decorrente desta opção, e na intenção de clareza e equilíbrio nos tópicos abordados e na articulação entre eles estabelecida, optámos por uma metodologia que se traduziu na estruturação do trabalho em três capítulos. O primeiro centrou-se nas duas obras de Conrad que foram analisadas individualmente, obedecendo aos tópicos por nós considerados relevantes, nomeadamente …. Os conflitos entre os diferentes agentes intervenientes nestes espaços são assim analisados de acordo com aqueles vectores tópicos. Apesar deste enfoque no espaço, enfatizamos o factor humano que continua a ser objecto de reflexão e análise no seu diálogo com a alteridade. A dicotomia exterior/interior estará presente na forma como a envolvência é perspectivada por quem a observa, ao mesmo tempo que tentamos compreender de que forma ela pode influenciar, ou não, quem habita aquele espaço. O segundo capítulo replica estruturalmente o primeiro, sendo A Selva e Instinto Supremo, de Ferreira de Castro, objecto de análise. Os pontos e subpontos, que subscrevem um rumo idêntico ao verificado no primeiro capítulo, salvaguardam contudo a especificidade das obras em estudo. O terceiro capítulo agrega as semelhanças e dissemelhanças das quatro narrativas em análise, numa perspectiva comparatista, representa o corolário do trabalho. Nele verificámos que as semelhanças referentes aos subpontos selecionados se encontravam em maior número do que as dissemelhanças, numa confirmação do que, ao longo da leitura analítica, se foi delineando.
- Desmontando narrativas e corpos : uma reflexão sobre o corpo no gótico feminino na obra poética de Sylvia Plath e Anne Sexton, e na obra fotográfica de Francesca Woodman e Cindy ShermanPublication . Lopes, Elisabete Cristina Simões; Avelar, MárioO objectivo desta investigação é o de examinar o modo como Sylvia Plath, Anne Sexton, Francesca Woodman e Cindy Sherman exploraram a representação do corpo da mulher, à luz do gótico, mais especificamente, dentro do enquadramento do gótico feminino. Consequentemente, a obra poética de Sylvia Plath e de Anne Sexton, tal como a obra fotográfica de Francesca Woodman e Cindy Sherman, são exploradas dentro das várias vertentes do gótico: feminino, materno, paterno, doméstico e marital. Elementos tradicionais do gótico, tais como as ruínas, os fantasmas, os monstros, o dopplegänger, o anjo ou a “madwoman” do período vitoriano, conjugam-se com elementos de carácter surrealista (os peixes, as luvas, os espelhos, os cadáveres esquisitos), de forma a ilustrar o modo como o corpo feminino estabelece um diálogo com a geografia do espaço. Neste contexto, é igualmente importante analisar de que forma essas mesmas representações comportam um pendor feminista e determinar como operam enquanto resposta e revisão relativamente ao paradigma patriarcal. No âmbito deste estudo, conceitos operacionais intrinsecamente ligados ao estudo do gótico, tais como o grotesco, o abjecto ou a estranheza, são convocados com o intuito de enriquecer esta análise, no seio da qual o corpo feminino se encontra em permanente flirt com a presença da morte.
- Discursos utópicos seiscentistas na Inglaterra e AméricaPublication . Guimarães, Alice Manuela Martins; Avelar, MárioO Interregnum Inglês proporcionou inúmeras possibilidades para se orientar e moldar o futuro da nação. Este período caracteriza-se por uma imensa manifestação da imaginação política que veio desencadear uma quantidade produções escritas e visões utópicas nunca dantes presenciada. Mais do que nunca, neste período, o utopismo orienta-se para uma realidade esperançosa. Nesta tese estudamos duas dessas utopias: The Law of Freedom de Gerrard Winstanley e The Christian Commonwealth de John Eliot. As visões utópicas destas duas obras fornecem-nos uma introspecção no imaginário político que vigorou durante o Interregnum inglês. Escritas em dois hemisférios diferentes e dentro do mesmo contexto político-religioso – o Puritanismo – ambas as utopias ilustram o grau da imaginação política dos seus autores e fornecem uma oportunidade de examinar diferentes formas de se lidar com as questões sóciopolíticas bem como diferentes perspectivas de serem encontradas soluções ideais. Apesar das diferenças substanciais, podemos encontrar alguns pontos comuns, tais como a esperança na mudança e num futuro melhor e um receio comum, tanto pelo regresso do poder monárquico quanto pela anarquia ameaçadora. Desta forma, ambas as utopias oferecem um código de leis para organizar e disciplinar a ordem social, através de um discurso retórico sancionado pelas Escrituras, baseando-se cada uma delas no pragmatismo das experiências prévias dos seus autores: As Praying Towns de Eliot e as comunidades Digger de Winstanley. Para além disso, ao examinarmos o objectivo comum e as diferentes estratégias para alcançar as sua utopias, elaboramos um estudo comparativo entre estes dois autores; estudo, esse, que está em falta na história da escrita utópica.
- A hegemonia involuntária dos Estados Unidos da AméricaPublication . Martins, Álvaro Joaquim Marcelino; Pires, Maria Laura BettencourtOs Estados Unidos são hoje indiscutivelmente a nação mais poderosa do planeta. Chegaram ao final deste século XX, que alguns autores rotularam de “século americano”, com uma supremacia militar, económica, cultura e diplomática que nenhuma outra nação conseguiu - mesmo aquelas que declaradamente a procuraram alcançar pela força. Em resultado disso, a influência da Europa no resto do Mundo, por exemplo, é hoje uma sombra do que era no princípio do século. Com o fim da bipolarização a que se assistiu, a partir de 1989, pôde, aliás, passar a falar-se de hegemonia, visto que nenhum outro país rivaliza agora com os Estados Unidos. É nossa firme convicção, que foi involuntariamente que os Estados Unidos se viram guindados à actual situação de hegemonia. Consideramos que, em momento nenhum, existiu qualquer plano - ou, se antes preferimos, qualquer premeditação - que tivesse conduzido aos status quo actual. É esse o ponto fulcral de todo este nosso trabalho e, em nosso entender, a maior ironia - feita de pequenas outras ironias que também não deixaremos de enfatizar - de toda a história da nação americana. Iremos, portanto, demonstrar que o povo americano- ao contrário de muitos outros- nunca premeditou o domínio do Mundo com a sua cultura ou as suas forças armadas: foi sendo ciclicamente levado - contra vontade- pelas circunstâncias e pelos erros das outras potências, para conjunturas que lhe eram de facto cada vez mais favoráveis e que acabaram por o guindar ao primeiro plano que hoje ocupa, por mais arreigado que fosse o isolacionismo a que pretendia entregar-se, e por mais que se quisesse ocupar unicamente com as actividades económicas, que desde cedo foram ditando a sua História, e para as quais assumidamente se sente bem mais vocacionado.
- A inscrição do livro e da leitura na ficção de Eça de QueirósPublication . Duarte, Maria do Rosário da Cunha; Reis, CarlosEsta abordagem da ficção de Eça de Queirós centra-se no triângulo constituído pelo leitor, o livro e a leitura – o leitor enquanto personagem, o livro e a leitura enquanto objecto e comportamento ficcionais. Num permanente jogo de reenvio para a realidade da época, mas também de reelaboração dos dados por ela oferecidos, estes três elementos não só participam na construção dos diversos universos romanescos, como ainda procedem à encenação de situações, atitudes e comportamentos por onde passam os diversos aspectos que configuram o fenómeno literário, do acto criador ao acto da recepção. Pôr em relevo o modo como a ficção se aproveita deste fenómeno e se questiona a si mesma, pelo jogo de espelhos a que a representação do livro inevitavelmente conduz, constitui o objectivo do presente estudo.
- Leslie Silko e James Redfield, mentores de uma nova consciência : da fragmentação à unidadePublication . Ferreira, Zaida Pinto; Reis, Maria FilipaAs obras de Leslie Silko e James Redfield apresentam vectores temáticos diferenciados, porém, comungam da mesma perspectiva na abordagem que fazem da espiritualidade – “we are One, we are All Related”. Silko descreve com um realismo inquietante as perturbações do foro psíquico que podem despoletar problemas diversos quer a nível social, económico, ecológico e humano, e conduzir à prática de actos sórdidos. Redfield, nos seus quatro romances, propõe soluções, de forma a que as fragilidades que assolam um paradigma socioeconómico e cultural que ainda preza a posse material em detrimento da essência humana sejam ultrapassadas, ao mesmo tempo que desperta no leitor imagens arquetípicas que o religam a um passado longínquo, no qual havia uma ligação de total interdependência entre tudo e todos. Assim, partindo da análise da obra dos dois autores, o presente estudo, intitulado – Leslie Silko e James Redfield, mentores de uma nova consciência: da fragmentação à Unidade – pretende questionar os valores em que assenta a sociedade pós-moderna e reflectir sobre as causas que, ao longo dos tempos, têm originado guerras insanas, seres humanos confinados à miséria no meio de um mundo de abundância, relações disfuncionais, corrupção, massacres, criminalidade, entropia climática, entre outros. Este estudo tem ainda como objectivo perscrutar se os Estados Unidos estão dispostos a (re)erguerem-se e a (re)afirmarem-se como um modelo sagrado para todo o mundo, símbolo do berço de um novo Homem, pronto a viver em uníssono, no qual a Fragmentação cede lugar à Unidade.